B - A relação de corpo e exercício na Roma Antiga Os muros, recentemente desenterrados, revelaram que a cultura física era praticada com tal paixão, sob o aspecto de exercicios de força e destreza, que chegaram a construir praças de jogos ou circo. Pelos pictogramas e pinturas de cenas esportivas, encontradas, nos muros. Conclui-se que os cretenses praticavam diversos jogos (corrida a pé, saltos, touradas; danças, exercícios ginásticos; Pugilismo, Boxe, lutas e gladiadores; jogos de xadrez e caça. A educação física era praticada, como se pôde deduzir, sob os aspectos militar, esportivo, médico e rítmico. Aspecto militar: Com este objetivo preparavam o exército para a guerra, sob o caráter guerreiro, em toda sua amplitude, para desenvolver o sangue frio e a coragem, utilizando-se da luta de gladiadores entre homens, e entre homens e mulheres com os animais ferozes, tal qual foi mais tarde praticado emRoma, e com o mesmo fim, isto é, de alegrar a aristocracia debochada e sedenta de crueldade e prazer, e acostumar a ver matar. Aspecto esportivo: Desenvolvia, individual e coletivamente, as qualidades guerreiras: Caráter individual: Praticavam os esportes que desenvolviam as qualidades inatas do guerreiro, tais como coragem, ousadia, resistência e confiança em si mesmo. Entre muitos exercícios salienta-se de uma maneira especial: Corridas a pé: As quais formavam a base dos exercícios de destreza e agilidade, com o objetivo de aplicá-lo as corridas de touros. Pugilismo: Constituido de uma espécie de Boxe, parecido com o box dos dias atuais, no qual era permitido golpearem-se tanto com os pés como com os punhos, tal como no Pncrácio dos gregos, ou o “catch_as_catch_can” dos americanos do norte. Muitos lutadores encontravam, a mais das vezes, a morte no decorrer do combate. Os atletas, já nessa longinqua época, eram divididos em categorias, assim compreendidas: peso leve, que lutavam de mãos livres, podendo golpearem-se com os pés; peso médio, que usavam capacetes, com penachos e luvas; peso pesado, que eram protegidos com um capacete, máscara e luvas de couro acochoadas, compridas e trançadas. Lutavam até que um deles caísse exausto e o vencedor o pisasse triunfante. Combate de gladiadores: Este combate, levado a efeito no próprio local do sacrifício ao culto a Minotauro, em que se sacrificavam vítimas humanas (escravos ou prisioneiros), no qual o vencedor obtinha a liberdade e o vencido era sacrificado, costume esse encontrado na Grécia primitiva como herança da civilização cretense e, mais tarde, em Roma como herança da Grécia, quando a conquistaram. Corridas de touros: Com o correr dos tempos, a luta de gladiadores tornou-se insípida e foi substituída pela corrida de touros dentro da arena, como parte integrante do culto sagrado ou touromáquico, em homenagem a divindade touro-homem, em que a vítima em geral terminava espetada nos chifres dos touros bravios. Caráter coletivo: Este compreendia as caçadas e corridas de carros, com o espírito de competição e recreativo. Em Roma, o exercício físico tinha como objetivo principal a preparação militar e num segundo plano a prática de atividades desportivas como as corridas de carros e os combates de gladiadores que estavam sempre ligados às questões bélicas. Recordações das magníficas instalações esportivas desta época como as termas, o circo, o estádio, ainda hoje impressionam quem os visita pela magnitude de suas proporções.
F - Política do Pão e Circo na Roma Antiga Segundo Dias(2007)No Império Romano quando o momento era de crise ou alguma dificuldade entre os governantes e o povo, e o alimento ja era escasso, para o povo se acalmar, não reclamar e, não se rebelar contra o poder dominante da época, era utilizado a política do "pão e circo", ou seja, eram construídas enormes arenas (Coliseu), nas quais se realizavam os sangrentos espetáculos dos gladiadores (escravos treinados para matar ou morrer, e suas vidas ficavam na dependência da platéia, que com um indicador do polegar determinava se deveriam viver ou morrer. Esses espetáculos envolviam homens e animais selvagens. Também eram realizados eventos como corridas de bigas, quadrigas, acrobacias, bandas, palhaços e corridas de cavalos.Enquanto o espetáculo acontecia, alguns servos jogavam pão nas arquibancadas. Dessa forma o povo não reclamava dos problemas que os
acometia ou alguma crise política que poderia estar em pauta no momento. Ao patrocinarem a diversão e a comida gratuita ao povo, o mesmo se esquecia, momentaneamente, desses problemas e, quando se lembrassem, os fervores do momento já havia passado. Dessa forma, o povo de barriga cheia e diversão garantida ficava mais calmo, pacífico e voltava para casa sem reclamar ou protestar as injustiças sofridas, se sujeitando mais uma vez aos desmandos e caprichos dos Césares da época e relegando as decisões importantes a esses líderes políticos sem participarem ativamente do processo.
C - Aspectos gerais dos jogos Olímpicos da antiguidade na Grécia. A origem dos Jogos Olímpicos remete à Grécia Antiga, por volta de 2.500 a. C. A competição foi criada como homenagem a Zeus, divindade suprema que protegia a humanidade. Naquela época, apenas homens livres descendentes de pessoas nascidas nas cidades da região do Peloponeso ou que falassem a língua grega podiam participar do evento. Mulheres, prisoneiros de guerras e estrangeiros não participavam dos Jogos Olímpicos. Durante a competição, que acontecia no Santuário de Olímpia, selavam-se acordos de cessar fogo e cidades inimigas mantinham um tratado de paz para que pessoas de diversas regiões, como Esparta e Tebas, pudessem circular livremente. Em pararelo ao evento esportivo, ocorriam outros festivais religiosos e encontros entre mercadores, possibilitando trocas de informações. Santuário de Olímpia: local de realização das primeiras Olimpíadas Poucos sabem, mas as Olimpíadas nem sempre foram marcadas por eventos esportivos. Quando foram criados, os Jogos Olímpicos da Antiguidade Clássica eram festivais religiosos, em que se realizavam sacrifícios e rituais em homenagem aos deuses. Além disso, durante o período, realizavam-se pequenas competições de vários esportes, inseridos gradativamente, como a luta greco-romana, que se tornou parte da educação dos jovens desde o século 10 a. C. A violência fazia parte de algumas modalidades. O boxe, por exemplo, não contava com os instrumentos de proteção de hoje, como luvas e capacetes, e as regras não aliviam os golpes. Por conta disso, alguns competidores morriam em decorrência do excesso de hematomas e fraturas, e seu adversário era intensamente aplaudido pela plateia. A violência retratada durante uma luta olímpica. O Pentatlo também era um conjunto de provas extremamente importantes durante os Jogos de Olímpia. Os participantes lançavam discos, dardos e realizavam-se saltos em distância. As dificuldades, como os pesos dos dardos e dos discos e também pelo efeito do vento sobre esses instrumentos, intensificavam a competição. As corridas no stuadium de Olímpia se aproximavam aos 200 metros atuais. A diferença é que o trajeto era totalmente feito em linha reta e os atletas não podiam usar calçados. O campeão dessa prova ganhava uma coroa de oliveira, considerada como presente dos deuses. A última disputa, a corrida com armas simbolizava o final dos Jogos Olímpicos e, consequentemente, o fim da trégua entre os países.
D – O corpo na Idade Média Na Idade Média o corpo é o lugar de um paradoxo. Por um lado, o cristianismo reprime-o constantemente («o corpo é a abominável vestimenta da alma» - diz o papa Gregório Magno). Por outro, é glorificado, nomeadamente através do corpo sofredor de Cristo («o corpo é o tabernáculo do Espírito Santo» - dia Paulo). Este ensaio, que tem a marca de um dos maiores historiadores da actualidade, Jacques Le Goff, visa estudar o corpo nesse longo período de mil
anos que vai do século V ao século XV. Para colmatar aquilo que, logo na introdução, se chama a história de um esquecimento. Os títulos dos quatro capítulos do livro dão uma ideia da sua riqueza: Quaresma e Carnaval, Viver e morrer na Idade Média, Civilizar o corpo e O corpo como metáfora.
O corpo SCHMITT (1995) afirma que, no século VI, vários autores mencionam o uso do corpo a propósito dos vícios – a gula em Pomerius, a fornicação (relacionamento sexual ilícito) em Cassiano e o orgulho em Gregório. Já na baixa Idade Média, surge uma nova visão de corpo, que não é mais apenas a “prisão da alma”: quando bem governado, o corpo pode se tornar meio e lugar de salvação do homem. De acordo com MATOS E GENTILE (2004), na Idade Média, o corpo foi considerado perigoso, em especial o feminino, visto como um "lugar de tentações". Alguns teólogos chegaram a dizer que as mulheres tinham mais conivência com o demônio porque Eva havia nascido de uma costela torta de Adão, portanto nenhuma mulher poderia ser reta. Segundo RODRIGUES (1999), a abertura do corpo humano e a dissecação de cadáveres, para a mentalidade medieval, era uma ação inconcebível, um gesto do mais supremo sacrilégio e por este motivo, conforme nos mostra PEREIRA (1988), a anatomia passa por um período de estagnação – representando um período negativo para a Educação Física – tendo seus estudos retomados com a chegada do Renascimento. O corpo jamais poderia ser considerado como objeto; para os medievais, a putrefação era continuidade da vida, era húmus. Existiam valas coletivas que ficavam abertas até serem preenchidas por corpos e era comum tê-los em putrefação em casa. Há imagens da época que retratam homens dançando com cadáveres que se desfaziam. RODRIGUES (1999) diz ainda que, com freqüência, os reis da França, ao morrer, tinham seus corpos esquartejados e seus fragmentos espalhados pelas Igrejas importantes do território. Os medievais acreditavam que tais “relíquias reais” propiciariam boas colheitas. Além disso, de acordo com BESEN (2004), havia também o culto às “relíquias dos santos”, ocorrendo até roubos de partes dos corpos. Não se concebia fundar uma cidade sem o túmulo de um santo, havendo, deste modo, lutas violentas para garantir o corpo, que traria proteção. Segundo BESEN (2004), a festa de Corpus Christi nasce na Idade Média com a finalidade de fazer a adoração pública da Hóstia, o “corpo de cristo”. Com o propósito de libertar o Santo Sepulcro de Cristo do domínio muçulmano, surgiram as Cruzadas – lutas em busca da posse de Jerusalém e da Terra Santa, onde estava a sepultura do filho de Deus.
E – A Dicotomia Corpo/Mente. O segredo de conviver bem com o corpo é percebendo que não há uma divisão real entre corpo e mente, entre fora e dentro. O que muitas vezes dizemos que vem do corpo na realidade é um desejo que não podemos dizer que é nosso, pois nos traria mentalmente algum tipo de mal estar.
Pensar na dicotomia entre Corpo X Mente é na verdade colocar em um ou outro coisas, sentimentos, significados que na realidade precisam ir para algum lugar. O falso sentimento de que a consciêcia seria um lugar "mais elevado" ou ainda uma "qualidade superior" do ser humano é falsa. O que temos é um corpo que atua no meio, uma mente como mediadora entre esse corpo e o meio que é criado como uma terceira realidade. A primeira realidade é da cultura, a segunda a do corpo, e o mediador seria a mente humana. Esta terceira realidade pode enganar a qualquer um. O que podemos fazer de superior está nas respostas frente aos afetos que nos chegam do corpo e do ambiente externo. Estas respostas podem sim ser superiores, de uma moral mais elevada, ou mais inferiores ( pensando em um nível evolutivo e não funcional ) de apenas atender uma demanda de alguma necessidade presente. Pensar corpo e mente como uma coisa só traz alguns problemas da ordem filosófica, mas traz um grande alívio frente a algumas situações conflituosas. Compreender o corpo, conhecer a si mesmo através das sensaçoes corpóreas que as situações nos transmitem (afetos) é o primeiro passo para uma maior paz e menor adoecimento.
G - A propaganda nazista nos Jogos Olímpicos de 1936 Os Jogos Olímpicos na cidade alemã de Berlim, em 1936, são lembrados pelo afã de Hitler em provar e impor sua teoria de superioridade da raça ariana. No entanto, o herói olímpico mais popular desta edição foi o atleta negro Jesse Owens. Berlim oficializou sua candidatura para sediar os jogos em 1932, um ano antes da chegada de Adolf Hitler ao poder, e obteve esse direito conseguindo 20 votos a mais que Barcelona. Já instalado no poder, o departamento de propaganda do partido Nacional-Socialista (Nazista) rapidamente se deu conta da enorme força do esporte e dos jogos olímpicos na orientação - e neste caso manipulação - da juventude e das massas. Logo, não teve dúvidas em aproveitar a ocasião, utilizando o evento como vitrine para uma concepção político-ideológica. Não querendo fazer parte do jogo de manipulação fascista de Hitler, Inglaterra, França e Estados Unidos pressionaram o COI para que a Alemanha garantisse a segurança dos participantes e evitasse a segregação racial. Em Berlim 1936, a vaidade não encontrou limites na megalomania nazista. Ademais, não economizaram e investiram mais de US$ 30 milhões na organização, construindo também um novo estádio com capacidade para 110 mil espectadores, diversas instalações para abrigar as competições e uma Vila Olímpica de luxo, rodeada de lagos e bosques a tão somente 10km de Berlim. Devemos reconhecer que a máquina propagandista do nazismo alemão converteu os jogos de Berlim nos melhores da história até o momento, já que Hitlher ordenou que tudo saísse à perfeição do ponto de vista técnico e também esportivo, com nível muito elevado em quase todas as provas. Como parte das inovações, destaca-se nesta olimpíada a transmissão das competições mais importantes pela televisão. Vinte e cinco telas gigantes foram posicionadas em diferentes espaços públicos de Berlim, para que o povo alemão pudesse assistir aos jogos.
O aspecto comercial também foi um êxito nesta edição; foram comercializados quatro milhões de ingressos durante a olimpíada. A chama sagrada chegou pela primeira vez desde Olimpia, na Grécia, e para percorrer os 3.076km foi necessária a ajuda de 3.300 pessoas no revezamento. A cerimônia inaugural foi solene mas simples, uma ponte entre o estilo grego clássico e o rigor alemão. As competições se desenvolveram novamente ao longo de suas semanas, entre 1º e 16 de agosto, e a presença dos atletas foi numerosa: 4.066 esportistas, dos quais 328 eram mulheres, representando um total de 49 países. O programa incluía 19 esportes. Nesta edição foram incorporados o basquete e o handebol. O pólo apareceu como esporte olímpico pela última vez. Nas competições, a Finlândia voltou a brilhar nas corridas de longa distância; os escandinavos levaram as três medalhas na final dos 10.000m e o ouro e prata nos 5.000m, enquanto os americanos conseguiam as três medalhas no decatlo. Os alemães dominaram os arremessos e lançamentos: Hans Woelke bateu o recorde olímpico em arremesso de peso com 16,20m. No lançamento de martelo ganhou Karl Hein, e no dardo o primeiro lugar ficou para Gerhard Stock. Na ginástica com aparelhos, a equipe alemã obteve o ouro. Ressalta-se que a Alemanha não ganhou uma prova sequer nos jogos anteriores. Os triunfos foram justificados pelos nazistas como um atestado do progresso esportivo da juventude, parte do programa de Hitler para o novo Reich. Jesse Owens: tetracampeão olímpico Antes do início dos jogos, existiam ressalvas por parte de alguns países no que diz respeito à discriminação de seus atletas não-brancos por parte do regime nazista. Receios que tristemente se confirmaram, com apelidos depreciativos dados aos atletas negros norteamericanos em jornais alemães, por exemplo. Em Berlim 1936 foi escrita uma das páginas mais brilhantes do movimento olímpico como integrador e de reconhecimento à igualdade de todos os seres humanos. Jesse Owens, um corredor de raça negra dos EUA proveniente da Universidade de Ohio, bateu o recorde mundial nas semifinais dos 100m, com 10"02, diante da complacência de Hitler. Esta ocasião significou uma primeira chamada de atenção para o governante alemão e suas desafortunadas teorias sobre a inferioridade das raças não-arianas, que pelo menos nas pistas não foram cumpridas. Owens passaria à história como um dos melhores atletas de todos os tempos, graças à performance nestes jogos: ganhou o ouro nos 100m, 200m, salto à distância e no revezamento 4x100m. Bateu ou igualou no mesmo dia, em um espaço de 100 minutos, cinco marcas mundiais diante do olhar incrédulo do Führer, que se negou a premiar o atleta norte-americano, abandonando o estádio. A serenidade, habilidade fenomenal e cavalheirismo converteram Owens em um ícone, inclusive entre o público alemão. Depois de disputar estas olimpíadas, passou ao profissionalismo e se dedicou às apresentações.
I
–
A
Relação
da
Educação
Física
e
o
Militarismo
Após a Ditadura Militar a discussão sobre a Educação Física ficou mais fervorosa, principalmente após a década de 80. Mesmo com este fato, ainda não havia uma teoria concreta ou algo que se mostrasse claro aos pesquisadores, apesar da existência de algumas literaturas ou artigos dispersos que mostravam, inconscientemente, alguma coisa mais específica na área da Educação Física. Este trabalho é parte de um projeto de pesquisa da UNESP-Rio Claro, que tem por objetivo “introduzir” a Educação Física em parâmetros estatísticos, bem como a viabilização de um quadro classificatório de tendências e correntes que se seguem até os dias de hoje. Com o projeto em andamento, foram encontrados em livros das
décadas de 1910 e 1920, e artigos de revistas à partir da década de 1930, cinco tendências da Educação Física brasileira: Higienista, Militarista, Pedagogicista, Competitivista e Popular, todas compreendidas em diferentes épocas (vale ressaltar que tendências que até então se manifestavam em certa época, se mostravam ocultas em épocas anteriores, ou até mesmo eram incorporadas por outras tendências). Apesar da existência dessas concepções, ainda é difícil estabelecer uma relação delas com a prática diária da Educação Física, principalmente na Educação Física escolar. Muitas vezes, a mudança na prática era realizada apenas quando já não havia tanta preponderância das teorias e concepções que a direcionavam. Para os professores de Educação Física, todas essas tendências são válidas atualmente, eles procuram a conciliação das mesmas porém, sem grandes resultados. Este resumo irá tratar da Educação Física Militarista. Diferente da Educação Física Militar, a Educação Física Militarista não visa apenas a prática do preparo físico, ela visa também o preparo de uma juventude capaz de suportar o combate, a luta e a guerra, impondo assim, a toda sociedade, comportamentos padronizados por condutas disciplinares próprias do militarismo
J – As Primeiras propostas de Educação Física no Brasil A EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL Os índios - No Brasil colônia - Os primeiros habitantes, os índios, deram pouca contribuição a não ser os movimentos rústicos naturais tais como nadar, correr atraz da caça, lançar, e o arco e flecha. Na suas tradições incluem-se as danças, cada uma com significado diferente: homenageando o sol, a lua, os Deuses da guerra e da paz, os casamentos etc. Entre os jogos incluem-se as lutas, a peteca, a corrida de troncos entre outras que não foram absorvidas pelos colonizadores. Sabe-se que os índios não eram muito fortes e não se adaptavam ao trabalho escravo. Os negros e a capoeira - Sabe-se que vieram para o Brasil para o trabalho escravo e as fugas para os Quilombos os obrigava a lutar sem armas contra os capitães-do-mato, homens a mando dos senhores de engenho que entravam mato a dentro para recapturar os escravos. Com o instinto natural, os negros descobriram ser o próprio corpo uma arma poderosa e o elemento surpresa. A inspiração veio da observação da briga dos animais e das raízes culturais africanas. O nome capoeira veio do mato onde entrincheiravam-se para treinar. "Um estranho jogo de corpo dos escravos desferindo coices e marradas, como se fossem verdadeiros animais indomáveis". São algumas das citações de capitães-do-mato e comandantes de expedições descritas nos poucos alfarrábios que restaram. Rui Barbosa mandou queimar tudo relacionado à escravidão. Brasil Império - Em 1851 a lei de n.º 630 inclui a ginástica nos currículos escolares. Embora Rui Barbosa não quisesse que o povo soubesse da história dos negros, preconizava a obrigatoriedade da Educação Física nas escolas primárias de secundárias praticada 4 vezes por semana durante 30 minutos. Brasil República - Essa foi uma época onde começou a profissionalização da Educação Física. As políticas públicas - Até os anos 60 o processo ficou limitado ao desenvolvimento das estruturas organizacionais e administrativas específicas tais como: Divisão de Educação Física e o Conselho Nacional de Desportos. Os anos 70, marcado pela ditadura militar, a Educação Física era usada, não para fins educativos, mas de propaganda do governo sendo todos os ramos e níveis de ensino voltada para os esportes de alto rendimento.
Nos anos 80 a Educação Física vive uma crise existencial à procura de propósitos voltados à sociedade. No esporte de alto rendimento a mudança nas estruturas de poder e os incentivos fiscais deram origem aos patrocínios e empresas podendo contratar atletas funcionários fazendo surgir uma boa geração de campeões das equipes Atlântica Boa Vista, Bradesco, Pirelli entre outras. Nos anos 90 o esporte passa a ser visto como meio de promoção à saúde acessível a todos manifestada de três formas: esporte educação, esporte participação e esporte performance. A Educação Física finalmente regulamentada é de fato e de direito uma profissão a qual compete mediar e conduzir todo o processo. Os passos da profissão: 1946 - Fundada a Federação Brasileira de Professores de Educação Física. 1950 a 1979 - Andou meio esquecida com poucos e infrutíferos movimentos. 1984 - Apresentado 1º projeto de lei visando a regulamentação da profissão. 1998 - Finalmente a 1º de setembro assinada a lei 9696 regulamentando a profissão com todos os avanços sociais fruto de muitas discussões de base e segmentos interessados.
M – Métodos e manifestações do movimento Humano Séculos XX e XXI EDUCAÇÃO FÍSICA HIGIENISTA A Ed. Física Higienista é produto do pensamento liberal, principalmente no âmbito da escola,como “redentora da humanidade”. É uma concepção particularmente forte nos anos finais do Império e no período Primeira República (1889-1930). Nesta época ainda chamada de Ginástica, tinha seu objetivo na ênfase em relação à saúde em primeiro plano. Para tal concepção, cabe à Ed. Física um papel fundamental na formação de homens e mulheres sadios, fortes, dispostos à ação, preocupada com o saneamento pública, na busca de uma sociedade livre das doenças infecciosas. EDUCAÇÃO FÍSICA MILITARISTA A influência militarista na Educação Física brasileira seja um componente forte e duradouro. Em 1921, através de decreto, impôs-se ao país como método oficial, o famoso “Regulamento n.
7”, ou” Método do Exército Francês”.Em 1931,colocou a Ed. Física como disciplina obrigatória nos cursos secundários, o “método Francês” foi estendido à rede escolar.Em 1933 foi fundada a Escola de Educação Física do Exército, que praticamente funcionou e coordenou o pensamento militarista durante as duas décadas seguintes. Sua concepção era o “aperfeiçoamento da raça”, funcionando como atividade de “aceleradora do processo de seleção natural”, e tinha como princípios o homem adestrado e obediente. A Ed. Física Militarista é a obtenção de uma juventude capaz de suportar o combate, a luta, a guerra, portanto ela deveria ser suficientemente rígida. EDUCAÇÃO FÍSICA PEDAGOGICISTA A Educação Física Pedagogicista é, pois, a concepção que vai reclamar da sociedade a necessidade de encarar a Ed. Física não somente como prática capaz de promover saúde ou disciplinar a juventude, mas ser uma prática eminentemente educativa. Os seus conteúdos não só instrui como também educa, por ser um instrumento capaz de levar a juventude a aceitar as regras de convívio social e suas peculiaridades culturais, físicomorfológicas e psicológicas. Esta concepção ganha força principalmente no período pós guerra (1945-1964). P liberalismo subjacente à Ed. Física Pedagogicista está impregnado das teorias psicopedagógicas de DEWEY e da sociologia de DURKHEIM. Todavia, essa nova concepção inaugura formas de pensamento que alteram a prática da Educação Física e a postura do professor.