Chama Extinta - Fúria Do Fogo

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Chama Extinta por Henrique Santos

A

dracônicas que voam pelos céus de névoas esverdeadas buscam se afastar o máximo possível, e não serem atingidas pelo infernita flamejante. A simples aproximação a Pyros, que mais parece um cometa, carbonizaria praticamente qualquer ser de Ark-a-nun. Finalmente o conflito de tantos séculos terminaria no momento em que Pyros pusesse suas garras negras incandescentes nas vísceras de Histell, eliminando o único deusdragão que já rivalizou seu poder. Desde tempos imemoriais, batalhas tribais eram lideradas por Pyros e Histell, sempre em lados opostos. Origens comuns, objetivos opostos. Pyros sempre teve suas ambições de dominação territorial, enquanto Histell buscava o desenvolvimento de seu espírito, já prevendo os futuros desgastes que a Magia causaria a seu plano natal. Para Pyros, tais delírios espiritualistas nada mais eram que uma prédisposição à submissão, uma vez que para o mestre dos Warlocks só há dois seres: os dominadores e os dominados. Histell nasceu para ser um dominado, e Pyros se certificará que isso aconteça assim que ele encontrar a fortaleza de rocha vulcânica. Histell sempre manteve certa vantagem sobre Pyros, que era o poder extremo das chamas, chamado de Kag’rinay Yakdo, a “Queima Infinita”. Tal capacidade dava a Histell um nível altíssimo de habilidade no lido com o fogo e o calor. Enquanto Pyros podia criar

s densas nuvens escuras dos

céus de Ark-a-nun passam uma a uma pelo Senhor Absoluto do Fogo, em altíssima velocidade. O poderoso deus-patrono dos destrutivos Warlocks voa tão rápido com suas asas dracônicas flamejantes que grandes estrondos são ouvidos pelos decadentes sobreviventes do plano que caminham sobre a superfície. Pyros sabe que não pode desviar-se de seu caminho, sua missão, seu único pensamento. Após tantos séculos de reclusão, o demônio-dragão finalmente juntou pistas para a localização da base de comando dos Magos Vermelhos, e nada seria capaz de tirá-lo de seu trajeto meteórico em direção à fortaleza de Histell, seu nêmesis há dezenas de milênios. Sua velocidade começa a aumentar com sua concentração no alvo, uma torre feita de rocha vulcânica de centenas de quilômetros de altura, envolta por elementais do fogo das mais diversas formas. A tal torre está ainda a centenas de milhares de quilômetros de distância, mas a poderosa visão de calor de Pyros é capaz de identificar todo ser que contenha calor dentro de si. As nuvens negras são arrastadas pela tamanha força que o vôo do deusdragão, gerando um túnel de fumaça negra à volta da trajetória já empreendida pelo senhor da Ordem de Pyros. Outras criaturas 11

tsunamis de chamas intensas, Histell podia criar um verdadeiro dilúvio de lava e labaredas. O crânio de seu nêmesis tinha o segredo, e tal crânio pertenceria ao Senhor Absoluto do Fogo em questão de momentos. Finalmente, a presença de Pyros em Ark-a-nun fora percebida pelos Magos Vermelhos. De todas as direções, aproximavam-se gárgulas de rocha basáltica e interior de puro magma, soldados semi-racionais criados unicamente para destruírem uma ameaça aos Magos Vermelhos arkanitas, com uma habilidade peculiar: ao agarrarem a ameaça, explodem com uma intensidade capaz de desintegrar materiais comuns, liquefazer a carne e quebrar as moléculas de qualquer objeto ou ser vivo. Tal espécie de ameaça nada representa a Pyros, que com um simples olhar explodia os gárgulas basálticos a dezenas de metros de distância, ou exauria o magma em seus interiores, absorvendo a energia vital de tais soldados para si. Em poucos segundos, a quantidade de explosões nos céus arkanitas iluminavam grande parte da abóbada celeste, iluminando o plano com a luz de um crepúsculo, porém este com ribombantes explosões por todo o caminho percorrido pelo deus-dragão dos Warlocks. Finalmente, o flamejante castelo de rocha vulcânica de Histell é avistado por Pyros. Sua velocidade quebrava facilmente a barreira do som, anunciando aos arkanitas a destruição que reverberará por todo o plano, como um verdadeiro grito da morte

encarnada. Nem mesmo os outros Magos com formas dracônicas que buscavam barrar o caminho de Pyros eram suficientes, e eram imediatamente desintegrados, ou repelidos a quilômetros de distância. “Nallo zeyqo noey, Hauv Kabeav Pyros. Seyumv nexdu wuyail...”, estas palavras surgiam em sua mente, sem seu controle. O poderoso ritual de convocação da presença do próprio Pyros, ritual este conhecido apenas pelos trinta e dois mais poderosos Magos da Ordem de Pyros, instruídos a usarem tal ritual apenas e tão só em momentos cruciais à sobrevivência. De pouco valor este ritual de conclamação tinha ao Senhor Absoluto do Fogo, já que ele estava para acabar de uma vez por todas com o milenar conflito entre os Magos Vermelhos e a Ordem de Pyros. As auras arcanas de Pyros e Histell, apesar da distância de alguns quilômetros, já se tocavam, e ambos sabiam da proximidade do combate derradeiro, a decisão pela liderança suprema dos Magos do Fogo na Orbe de Satânia. “Nallo zeyqo noey, Hauv Kabeav Pyros. Seyumv nexdu wuyail, ubjiqakba, Orqa Pyros-pabwo quqbo!”. Os Warlocks supremos não parecem estar usando levianamente tal ritual, senão a primeira interrupção de Pyros já seria suficiente. Eles insistirão, e tais vozes ecoando pela mente do infernita já o atrapalhavam, as vozes de seus mais treinados Warlocks, incluindo o temível Balor, o sumo-sacerdote de Pyros. O dragão-demônio não desiste, e anula mais uma vez a tentativa de conclamação de sua

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presença. A completa aniquilação de Histell supera toda requisição de seus seguidores. Histell inflama seu corpo físico com a Queima Infinita, que lhe dá imenso poder, porém sob a condição de ferir suas vísceras e sua própria alma. Pyros quase toca o exterior da torre colossal onde Histell espera por seu nêmesis. “Nallo zeyqo noey, Hauv Kabeav Pyros. Seyumv nexdu wuyail, ubjiqakba, Orqa Pyros-pabwo quqbo! Qatus, Hoduk, Makvnak, dugafa-itye’Yees! Pyros, jacyo ewzadoy’kapbu, uphamiq, Hagujk! Xeakud! Pyros, Oltu!” O ritual se completa. Todos os sentidos de Pyros se mesclam entre o basalto da torre de Histell, e uma sala escura composta por alguns de seus Magos supremos. Vozes e cores se confundem nas duas realidades às quais a consciência de Pyros está conectada, chamas e escuridão vibram em frente a seus olhos, enquanto o Senhor Absoluto do Fogo busca se recompor, inutilmente. As chamas da Queima Infinita tomam conta de quilômetros à volta da fortaleza do deusdemônio dos Magos Vermelhos, e Pyros nada pode fazer. Nada pode fazer, a não ser fugir à Terra e acabar com este maldito ritual. - Grande mestre das Chamas que Calcinam a Carne, obrigado por atender à nossa convocação! – diz um dos quatro Magos supremos da Ordem de Pyros. - Qual a razão de minha presença ser necessária? – Pyros, com uma imensa fúria contida, questiona. - As profecias estão se concretizando! O Anticristo está na

Terra, e deseja aniquilar todos os seres que não servirem a ele! Foi iniciada a caça aos sobrenaturais, e a Ordem de Pyros é exterminada a cada instante! Poderosos Deep Ones aguardam por nós ao final deste fosso, para se alimentarem de nossas almas em nome de Dagon! - Estas carcaças pútridas de carne que envolvem suas almas não merecem minha proteção. Todo Warlock que não for poderoso o suficiente para suportar as forças militares das armas humanas ou meros servos de tenebritas não merece estar vivo, e nem mesmo um esboço de preocupação. Que suas mortes sejam torturantes e prolongadas, e lhes mostrem que não passam de vermes em meio a conflitos além de sua compreensão. - Dragão divino, os Magos Vermelhos se aliaram ao Anticristo! Histell planeja matar-nos com o auxílio dos exércitos humanos! Histell então pretende enfraquecer a Ordem de Pyros em seu elo mais fraco: os frágeis seres humanos. Sem mais uma palavra, Pyros percorre o túnel de saída do esconderijo de seus Warlocks, em direção aos dois enormes Deep Ones que sentiam sua presença. A intensidade com que Pyros se choca com seus inimigos é comparável com o choque de um rinoceronte a um frágil gnu. Totalmente surpresos e desnorteados com o ataque do deus-dragão, os dois Deep Ones buscam se recuperar dos grandes danos de chamas infernais em seus fracos corpos anfíbios. Sem perder tempo, Pyros materializa sua poderosa espada Frgrur em uma configuração diferente, para ser manejada por sua

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forma dracônica. É raro o Senhor Absoluto do Fogo utilizar sua espada sem assumir a forma humana, mas tal combate deveria ser rápido, e preciso. O movimento de sua arma no próprio ar é capaz de explodir os átomos da atmosfera, liberando toda a energia nuclear de dezenas de metros. O movimento em arco, acompanhado da destruição nuclear conseqüente, irradia uma energia impossível de ser resistida pelos Deep Ones, reduzindo seus corpos e almas a simples partículas dispersas pela atmosfera que busca rapidamente preencher o vácuo da explosão nuclear. Tão rápido quanto saiu, Pyros penetra novamente no túnel, indo de encontro a seus quatro Warlocks supremos. As ameaças foram reduzidas ao mais puro nada. Vocês estão livres. Muito obrigado, ó genitor das Chamas que Calcinam a Carne! Reagruparemos a Ordem de Pyros e rechaçaremos toda ameaça que ouse pensar que pode eliminar os sábios supremos da arte da destruição e do fogo! - Não, Ignem Praetors. Vocês estão livres destas carcaças. – o fim da frase não é ouvido pelos Warlocks, reduzidos a cinzas pelo chão do túnel com uma pequena manifestação do infinito fogo infernal que exala de cada poro de Pyros. O Apocalipse se aproxima... Isso de pouco vale para o poderoso deus-dragão das Chamas que Calcinam a Carne, que já sobreviveu a diversos eventos apocalípticos. A diferença é que ele ainda não

conheceu este Messias Negro, como ocorreu em Infernun milênios atrás. “Não importa”, é a única constatação de Pyros. Sua mente e sua alma estão no momento tão engajados no extermínio de seu nêmesis Histell que um novo giro na Roda dos Mundos não lhe afetará do modo como afetará bilhões de criaturas em toda a Orbe. Mantendo-se em silêncio meditativo, Pyros enxerga através da chama de uma vela em um local muito distante dali, em meio ao deserto do Saara. Tolos Magos Vermelho, emitem calor como ninguém neste plano, e o poder imenso do dragão-demônio é capaz de sentir todos os seres que emitem calor, como o Djinn que segura a vela que porta sua visão além do alcance comum. Este Djinn, Pyros sabe, é um dos supremos Magos Vermelhos seguidores de Histell, e portanto sabe o paradeiro de sua adorada divindade. Sem hesitar, Pyros projeta todo o seu ser para dentro da chama da vela do Djinn. ....................................................... ................................................................ ...................... “Em sua forma de homemdragão, Pyros brande sua espada Frgrur enquanto emite um grito de guerra aterrorizante, enquanto seu exército de grandes guerreiros e magos de todas as nações e povos que conquistou esperam ansiosamente pela ordem de ataque do dragão-demônio. Seus inimigos, grandes guerreiros-filósofos das minas flamejantes de Elsajiq-Rupiaz, são os irmãos Gratt e Histell, que

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resistem aos impulsos entrópicos de todos que são tocados pela tentação da Magia. O exército dos irmãos das minas flamejantes agem como paladinos das chamas de seu reinado, sob um rigor e austeridade inacreditáveis para um povo que vive tão próprio dos bélicos Eldjotnar do reino de Muspellsheim. Pyros deseja as minas flamejantes, um local que, segundo as lendas, guarda o segredo do Kag’rinay Yakdo. Observando a postura decidida dos paladinos de Elsajiq-Rupiaz, o Senhor Absoluto do Fogo aponta para a brigada composta pelos Valarauka do recentemente conquistado reino de Utummo. Os Valarauka, liderados pela Encarnação das Trevas dos Pesadelos, de nome Gothmog, eram demônios feitos puramente de sombras e chamas, com imensas asas dracônicas, chifres compridos e armas feitas do mais puro fogo; sua existência sempre foi apenas a destruição desenfreada trazida pela onda de fogo negro que emanava de suas almas. Com um simples gesto de Frgrur, Gothmog uiva colérico para as nuvens avermelhadas e levanta vôo em direção ao inimigo, seguido por todos os outros Valarauka. O céu começa a obscurecer e adquirir milhares de pontos luminosos das chamas que compõem os corpos dos Valarauka, deslumbrando os olhos despreparados para tal manifestação de poder militar. Em sincronia, os paladinos das minas flamejantes desembainham duas espadas cada um. Tais espadas emitem um forte brilho esverdeado na região central de suas lâminas

sinuosas, como se o próprio metal esteja envolvendo uma energia interna esverdeada. O céu de chamas e sombras desaba em pura fúria sobre os paladinos, levantando uma nuvem de poeira que é expelida com violência para longe da batalha. Os Valarauka são muitos e altamente destrutivos, mas têm como desvantagem a desorganização e a sede insaciável de sangue, tornando-se quase inúteis contra os golpes milimetricamente calculados dos paladinos. Para cada paladino levado ao chão, quatro Valarauka eram reduzidos a matéria morta no campo de batalha. O reflexo das chamas demoníacas emanadas pelos olhos, orifícios e ranhuras no corpo de cada Valarauka são refletidos pelas belas armaduras de zircônio indestrutível dos paladinos. Chamas nucleares chocam-se com línguas sinuosas de metal, berros selvagens buscam vencer o silêncio obediente, explosões de fogo chocam-se com esferas de energia verde. O deus-dragão não tem escolha. Suas garras negras da mão direita apontam para a brigada dos irrefreáveis Fomorians.” ....................................................... ................................................................ ...................... O Djinn flutua sobre o pavimento de rochas antigas, construído muito antes que certas pirâmides que compõem este mesmo deserto. A vela que carrega em suas mãos nunca derrete, sendo este um dos itens mais comuns aos membros dos Magos Vermelhos, que aprendem a feitoria de tal

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artefato nos primeiros meses de doutrinação. Esta noite, entretanto, a chama do item tremula de forma peculiar, como se avolumasse algo extra dentro de si. Algo que lutava para sair. Como híbrido dos poderosos Efreets de Infernun com os arkanos, o Djinn já nasceu com habilidades mágicas de alta escala, e ele obviamente sabe que o ser que busca se teleportar pela chama de sua vela é muito poderoso, pois continua tentando mesmo depois das poderosas palavras de poder que o Djinn invocara. Então, comprovando sua constatação, o ritual de contenção do Djinn se rompe e tal chama explode, liberando todo o corpo do Senhor Absoluto do Fogo à sua frente. Sua simples presença em meio ao deserto transforma paulatinamente os grãos de areia em superfícies de vidro, e enegrece as rochas das colunas em ruínas que acompanham as laterais do pavimento por onde o Djinn se movia. - Yahzid, Bufão da Labareda, sua teimosia em me evitar me diverte, mas todo ser tem limites para a paciência! – Pyros se pronuncia com razoável leveza, demonstrando certa diplomacia para com o Djinn. - Traidor da vontade do Fogo, ousas aparecer à minha frente e considerar que tens o direito de oferecer-me ou tirar-me algo? – o Djinn Yahzid questiona com veemência. – Não uso mais tal epíteto há eras, e insistes em viver do passado! Sabes que nunca revelaria informações da ordem que

traístes, e terei grande prazer em enfrentá-lo aqui e agora! - O que um mestiço das energias da ilusão e quimerismo pode fazer contra um deus infernita? Poderia reduzir sua essência a simples faíscas de uma fogueira de cadáveres, mas contenho-me apenas por uma razão: é chegada a hora de encontrar seu amado mestre invisível, e decidir de uma vez por todas quem será o regente absoluto dos Magos do Fogo! - Tal informação não pode ser dita, pois está oculta em meu próprio ser! Precisarás desmembrar cada feixe de mágica de minha existência para compreender o dado de que precisas! Apenas temo pelo que encontrarás junto a tal dado: veremos se sobrevive aos eternos gritos de dor e desespero de Urri! - Tolo fantoche! – Pyros sorri sadicamente. – Urri não passa de momentos de suspiro meio a milênios de urros e risadas de batalha! Tais palavras não abrandarão os ferimentos que você sofrerá agora, bobo da corte de Horr! Pyros estica o braço direito em direção ao Djinn, que parece se tornar translúcido. Uma monstruosa coluna de chamas infernais explode da mão do deus-dragão e ruma em direção a Yahzid, atravessando-o como se tal coluna de fogo nunca tivesse existido. Quando as chamas se esvaem, Pyros observa o corpo de Yahzid voltar à sua opacidade normal, e então o grande senhor dos Warlocks percebe que a natureza híbrida de seu oponente será um bom desafio para ele. Adquirindo a forma humana, Pyros então

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materializa sua Frgrur nas mãos, partindo para um combate mais físico e menos pirotécnico. A cimitarra de pedra negra de Yahzid surge em suas mãos, chocando-se contra o metal infernita da arma do dragão-demônio. O simples choque das lâminas causa o colapso de diversas colunas à volta do pavimento onde estão, e a própria rocha deste pavimento se racha inteira à volta dos guerreiros. Os rápidos movimentos de Yahzid e Pyros são incríveis, com movimentos que provam seus séculos, milênios até, de vida e experiência. Rastros de fogo seguem os movimentos de Frgrur, se dissolvendo entre as cintilantes faíscas que são expelidas da lâmina da cimitarra negra. A fúria ardente do Senhor Absoluto do Fogo contra a natureza quimérica do Djinn inflama o próprio ar, expelindo do campo de combate ondas térmicas que ondulam pelas areias do Baixo Nilo. O híbrido não pode acreditar no nível de poder que o dragãodemônio Pyros possui, mas deve resistir para que os Magos Vermelhos possam sobreviver. O mestre das Chamas que Calcinam a Carne continuará até descobrir a localização de Histell, localização que apenas Yahzid sabe. Yahzid é um oponente formidável, mas mesmo assim era um jovem quando Pyros já era uma divindade entre os arkanitas e infernitas. O calor sobrenatural que emana do Senhor Absoluto do Fogo é tão intenso que o próprio ar não o suporta: as moléculas da atmosfera começam a se quebrar em íons, cobrindo as areias à volta e gerando

uma grande superfície circular de vidro avermelhado, que nunca se solidifica devido ao próprio calor que a gerou. Tal energia supera as defesas do Djinn, que sente sua própria estrutura física sucumbindo aos poucos a cada investida da lâmina de Frgrur, a cada tentativa de desviar-se dos golpes das mãos, pés e cabeça do mestre das Chamas que Calcinam a Carne, e então ele percebe a razão deste epíteto que seu inimigo recebeu. Sua carne, mística e eterna dos gênios, torna-se aos poucos feixes de energia arcana, jorrando lentamente do corpo de Yahzid. Pyros nota sua vitória iminente, e a apressa. Seu corpo se rasga em pedaços enquanto seu verdadeiro corpo dracônico surge em meio a explosões de fogo e lava. O gênio, enfraquecido a um estado quase cadavérico, nada consegue fazer para se defender da bateria de explosões com a potência de uma bomba nuclear. O segredo que guarda em seu ser não pode mais ser defendido, e sua existência de nada valeu pelos séculos: Pyros sempre soube de sua existência e localização, mas por algum motivo desconhecido nunca sentiu a necessidade de obter o conhecimento sobre o santuário de Histell na Terra. Ao final da liberação de tanta energia demoníaca, nada mais resta que Pyros em sua forma dracônica dedilhando os feixes de energia mística do horrayti vencido, com os pés boiando sobre uma lagoa de vidro vermelho derretido. Pyros sabe onde está Histell está na Terra, e nada mais importa que encontrá-

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lo. O deus-dragão reúne suas forças e prepara-se para se teleportar próximo ao esconderijo de seu nêmesis, mas é interrompido por um urro leonino, seguido do impacto do punho de um novo oponente. A deusa com cabeça de leão posiciona-se à sua frente, revelando atrás de si um homem elegante, com uma leve cicatriz do lado esquerdo do pescoço, encarando-o como se o Senhor Absoluto do Fogo fosse uma visão corriqueira. Pyros não tem dúvidas: o Anticristo está à sua frente. ....................................................... ................................................................ ......................

compondo com harmonia o local da chegada do grande deus. Sentado em seu trono da madeira silicificada horrayti com gemas multicoloridas, Adsulef observa ansioso o pentagrama ao centro do salão. De repente, o pó avermelhado que compunha o círculo místico inflama-se, criando um círculo de chamas de onde surge o Senhor Absoluto do Fogo em sua forma homem-dragão. Sob os olhares deslumbrados dos seres presentes, Pyros caminha decidido, porém lentamente, em direção a Adsulef, que mantém a cabeça baixa. Adsulef, um Afrit muito antigo e um dos membros mais famosos da Ordem Mármore, sabe que seu poder nada representa ao deus-dragão e tenta demonstrar a mais pura humildade na visita do célebre deus das guerras de Horr. - Esperava por menos gemas preciosas e mais ossadas de inimigos mortos. – zomba Pyros a Adsulef, o Anunciador de Chifres de Latão. - Meu grande senhor Pyros, mestre das chamas da vitória, temos grande prazer e agradecemos a graça de sua visita. Mal pude acreditar quando seu sumosacerdote nos avisou de sua oportuna visita... – Adsulef adula Pyros, mas é interrompido pelo deus-dragão com um simples movimento de sua mão. - Chega de palavras. Conheço a ameaça tenebrita que logo estará aqui. O exército de Berbalahas chegará em poucos dias e os “vastos” poderes do Mármore de nada valerão. Apenas meu leal exército Warlock pode impedi-los,

“Todos os servos de Adsulef correm para todos os lados, desesperados, buscando agradar seu grande senhor Afrit antes da chegada do convidado especial. Nunca antes um habitante de Helakell teve o privilégio de encontrar um deus em alma e corpo, e apenas Adsulef obteve tal graça. Talvez assim todos os cidadãos de Helakell, e talvez até todos os habitantes de Horr, obteriam proteção contra o calor escaldante que assola a capital e a sede da Ordem Mármore. Nem mesmo AlDyniha, Venerável Mestre da Ordem do Mármore, jamais teve a oportunidade de conversar em pessoa com um dos grandes deuses do mundo inferior. Na exata hora marcada, todo o salão central do Palácio de Bronze, morada de Adsulef e sede política de Helakell, estava decorado. Todos os servos perfeitamente posicionados, cada luz, cada detalhe, cada escravo, todos

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mas tal favor demandará obrigações dos habitantes de Helakell. - Tudo o que desejar será realizado, grande deus das Chamas da Fúria. Assim diz o Anunciador de Chifres de Latão! Meu, senhor, preparamos um banquete em sua homenagem, seguindo à risca todas as recomendações dadas por Balor em sua passagem por aqui. Seu sumo-sacerdote nos passou todas as minúcias e instruções, e estamos ansiosos para que banqueteie-se e descanse para a reunião de guerra de amanhã. Pyros aceita o convite com um simples olhar, rumando ao lado de Adsulef para o salão do banquete, onde uma mesa com metros de distância e forma de gota está pronta com pratos preparados com a carne de monstros intragáveis e líquidos venenosos a qualquer arkanita. Na ponta da gota está a cadeira onde Pyros se senta e alimenta-se como se tais pratos fossem alimento normal em seu plano natal. - Senhor Absoluto do Fogo, temos atrações para entretê-lo enquanto se alimenta. – Adsulef bate palmas duas vezes, chamando pelos filhos Djinns, dois jovens de sexos diferentes. - Conheça o admirável Yahzid, Bufão da Labareda: o mestre dos efeitos ilusórios e do malabarismo com adagas de rubi da chama eterna! E esta é sua irmã, Urri, a Dançarina Lasciva! Assim como eu, meus filhos compõem o panteão de Horr, obviamente subordinados aos grandes mestres do mundo inferior, como o senhor! Enquanto se alimenta, Pyros observa as habilidades de Yahzid e

Urri. O homem, um jovem belo e esbelto, manipulador de chamas e criador da arte do combate com adagas de rubi, principal arte marcial horrayti; seu maior defeito é submeter-se a vontades superiores, aceitando ser chamado de “bufão” como se este nome não lhe fosse pejorativo. Já a híbrida, considerada a deusa do amor e da beleza entre os horraytis, prende a visão do deus-dragão a cada movimento seu; certamente a arkanita mais atraente que Pyros já encontrou desde o primeiro contato com Ark-a-nun. Ao final de sua alimentação, os escravos de Adsulef interrompem a música que tocavam em seus instrumentos de latão e pérolas. As escravas da cozinha recolhem as panelas e pratos, enquanto Adsulef levanta-se da mesa e conduz Pyros a seus aposentos temporários. - Adsulef, desejo Urri em minha cama imediatamente. – Pyros fala com naturalidade ao Afrit. - Sim, meu mestre. – Adsulef retira-se em direção ao quarto de sua filha, com certa preocupação, e também satisfeito. Sua filha pode corromper-se com o poder das energias inferiores que existem na essência do dragão-demônio, mas também pode fortalecer o clã Afrit de Adsulef, dando-lhe poder político inimaginável sobre Horr e os outros territórios de Ark-a-nun. Poucos minutos depois, Urri abre a porta do quarto de Pyros e o encontra deitado sobre a cama de almofadas vermelhas e marrons, esperando por sua presença. Sensualmente, a Djinn aproxima-se da cama enquanto deixa peça por peça de roupa pelo caminho. O corpo quimérico da deusa horrayti

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pulsa uma energia intensa, que inebria os sentidos do Senhor Absoluto do Fogo. Cada olhar dela amansa os impulsos bélicos do deus-dragão, enquanto seu toque abranda as chamas de suas escamas. O fôlego sincronizado expele pequenas jorradas de energia mística, e o mestre supremo das Chamas que Calcinam a Carne finalmente alivia sua alma de milênios de batalhas sem fim, e Pyros descansa. Na manhã do dia seguinte, o deus-dragão percebe o olhar atento e penetrante de Urri, mas a ignora e veste-se preparando-se para a reunião de guerra. Percebendo a rejeição, Urri levanta-se e prostra-se em frente à porta de saída. - Senhor Absoluto do Fogo, uma única noite em sua companhia foi mais intensa que séculos com Gênios e Daemons. Senti sua alma me desejando, e cedi o mais profundo de minha essência a você. Não admito ser tratada como uma concubina de um senhor feudal qualquer! Exijo seu reconhecimento a mim, a Dançarina Lasciva! Sou a deusa suprema do amor e da beleza nas terras áridas de Horr, e criatura alguma me dará as costas após sentir minha paixão! - Criança, o Anunciador de Chifres de Latão não a criou bem. Não respeita nem mesmo a encarnação da destruição de tudo o que há, que dirá o dia em que encontrares arrogantemente sua grande mãe! Saia de minha frente agora ou esquecerei de que foi a única criatura que retirou por breves instantes a dor e a fúria que formam minha existência!

- Nunca! Não tenho mãe, pois a arkanita que me deu à luz morreu no meu parto e de meu irmão! Está errado, e exijo ser vista como uma deusa horrayti, mesmo por um deus supremo dos planos inferiores como o poderoso Pyros! - Esta energia de sua essência, a lascívia desenfreada, não percebes? Você não nasceu com a força da paixão irrefreável, ela foi projetada em sua alma. Não sentiu a voz da guerra de meu âmago? Também tenho uma sombra externa, como você. Porém, eu aceitei a influência de Kriene’Lavi, e sua força me dá vitórias além de meus mais ousados planos do passado. Você renega Shaemallast, Aquela que Suspira na Escuridão, e portanto não mereces tal poder. As mãos de Pyros tocam os ombros de Urri, retorcendo dolorosamente o corpo da Djinn, enquanto a semente plantada na alma de Urri por Shaemallast é retirada. A natureza quimérica da antiga deusa do amor e da beleza de Horr se desfaz em dezenas de feixes coloridos, enquanto a semente de Shaemallast se desintegra no ar. Os gritos da Djinn são intensos e horrendos, atraindo todos os moradores do Palácio de Bronze. Em poucos instantes, Yahzid arromba a porta, furioso. Apenas os feixes de Urri são vistos, com o Senhor Absoluto do Fogo terminando de se aprontar, aparentemente pouco se importando com o destino que causara a Urri. Yahzid o olha com o mais profundo ódio pela morte da irmã, mas desvia a atenção para a absorção dos feixes mágicos que ainda podem possuir resquícios da

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personalidade de Urri, que agora farão parte da essência de Yahzid. - Agora que limpou meu quarto deste lixo, chame seu pai e seus generais. A reunião será imediatamente. – Pyros ordena a Yahzid com total desprezo pelo Djinn.” ....................................................... ................................................................ ......................

- ... e descobrir os segredos da Queima Infinita, não? – Emil pergunta, gerando uma maior aceitação de Pyros em conversar com uma criatura que seja capaz de conhecer o mito da Queima Infinita. – Pois podemos realizar uma aliança: você destrói quantos Magos Vermelhos quiser, e eu não o atrapalho em nada. Em troca, tudo o que peço é que não interfira em meus planos. Troca justa, não acha? Caso aceite, podemos criar novos tratos de cooperação, e você me informa mais sobre o Messias de Infernun... - Nosso trato inicial está de bom tamanho. – Pyros interrompe. – Seu nível de poder é mínimo, posso ver. Alma puramente humana, energia mística de um Mago terrestre mediano, aparentemente nenhum pacto demoníaco. Não compreendo como as forças do Destino tenham te tornado um Messias, e pouco me importa. Deixe-me em paz e não reduzirei este frágil corpo em um monte de carne liquefeita borbulhante, assim como com sua guardiã ludibriada. - Como queira, infernita. Sei que está rumando para Oromos, mas sugiro que tome cuidado. - Cuidado é algo de que o Senhor Absoluto do Fogo não precisa. Não me considere mais um destes seres aberrantes que pensam dominar algo nesta Orbe. É comigo que as criaturas de Satânia devem tomar cuidado! – Pyros desaparece em uma intensa chama de alguns metros de altura. ....................................................... ................................................................ ......................

O Senhor Absoluto do Fogo aguarda o movimento da guardacostas do Anticristo. A guerreira com cabeça de leão fita o deusdragão com uma ousadia que apenas uma criatura consciente de seu próprio poder poderia. Já o homem age como se entre amigos humanos, sem se sentir impressionado com a épica batalha que acabara de presenciar contra o Djinn. Permita-me fazer as apresentações. – diz o Anticristo. – Sou Emil Berthold, Secretário-Geral das Nações Unidas, e esta é minha guardiã pessoal, Sekhmet, a deusa egípcia da guerra e da carnificina. É impossível não saber que você é Pyros, o dragão infernita que comanda as Chamas que Calcinam a Carne, antigo conquistador de Infernun. - Suponho que deseja algo de mim por conhecer meu passado. – Pyros se mantém em posição de combate, pronto para rechaçar algum ataque de Sekhmet. – Pois não será possível usar meus conhecimentos e meu apoio em seus desejos nefastos para com este mundo. A única coisa que me importa é aniquilar Histell e...

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Em sua forma homem-dragão, o dragão-demônio surge nos céus sobre Oromos, na Etiópia. Sua fina percepção de todas as emissões de calor do plano terrestre o auxiliaram na identificação do esconderijo, aparentemente sob um território em uma cruenta guerra civil. Energias decadentes arkanitas emanam da região em uma intensidade rara na Terra. Pyros facilmente identifica de onde tais energias emanam, e para lá ruma voando. Enquanto aproxima-se da superfície, o deus-dragão percebe os antigos habitantes, caminhando como zumbis, sem vontade própria ou energia vital. O ar que respiram é pesado e tóxico, embora para Pyros seja sentido como ainda mais puro que o ar de seu plano de origem. Há chagas espalhadas pelos corpos dos etíopes, e nenhuma energia mágica é sentida – provavelmente todo Mago que havia fora zumbificado ou fugira antes que fosse tarde demais. À frente, uma grande aglomeração de Daemons. Estes demônios são em maioria como nas menções normais sobre o Diabo, com chifes de carneiro, corpo robusto, cauda de lagarto, pele avermelhada, barba longa e asas. Muitos ainda possuem formas animalescas, como pinças e cauda de escorpiãos, enquanto outros são uma espécie de centauros metade lagarto, metade homem. Alguns raros ainda apresentam corpo táurico com metade de águia ou de leão. Os zumbis desviam seu caminho para não trombarem nos demônios, e obedecem cegamente qualquer ordem que um deles dá.

Dentro das ruínas de uma antiga igreja copta, Pyros sente a presença do grande líder e causador do cataclisma etíope. Sob os olhares assustados e desacreditados dos Daemons, eliminando com a força do pensamento os corpos ambulantes que se chocam com seu corpo, o Senhor Absoluto do Fogo adentra o antigo templo. As energias da pestilência tornam-se mais concentradas, capazes de anular a força vital de um ser humano assim que ele entra. Concentrado, o líder dos Daemons levita acima do altar e continua emanando sua energia decadente, tentando expandir cada vez mais sua zona de podridão. - Exijo saber imediatamente a localização de Histell. Diga-me agora se não quiser ver seus planos minados com um simples urro. - Como...? O onipotente Senhor Absoluto do Fogo? – o Daemon líder se surpreende com a presença do deus-dragão. Seus olhos se arregalam de pavor quando percebe que a ausência da resposta à exigência de Pyros não foi dada. – Histell não está mais aqui, espere! O Mestre Invisível dos Magos Vermelhos surgiu há poucas horas apenas para recolher algo de seu santuário secreto! - Pazuzu, você sabe que, se estiver mentindo, a morte será a maior das bênçãos que receberá de mim por séculos! O que estes dalethianos fazem aqui sob sua liderança? - A Roda dos Mundos está prestes a se mover, e Ark-a-nun não oferecerá mais nenhuma chance de sobrevivência. Como antigo conselheiro dos patesi de Daleth,

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tenho o controle sobre estes Daemons que restaram. Grande deus das Chamas que Calcinam a Carne, permita-me dominar este território para reerguer uma nova Balkhor na Terra! Ela será repleta de templos em honra ao célebre e supremo Pyros, com ritos e oferendas... - Chega de adulações, demônio da peste! Vim aqui unicamente para enfrentar meu nêmesis, não para confabular sobre sinais apocalípticos! – Pyros deixa o salão central do tempo e penetra nas catacumbas centenárias. Histell parece estar brincando com Pyros, obscurecendo sua localização. Dentro das catacumbas, Pyros corre sem nada mais que o pensamento concentrado na essência de Histell. Por mais poderosa que seja sua capacidade de ocultamento, a ligação primária entre Histell e Pyros não engana o Senhor Absoluto do Fogo: Histell está no fim deste caminho, esperando por ele, como aconteceu em Ark-a-nun pouco tempo antes da viagem à Terra. Cada vez mais adentrando nas profundezas, o deus-dragão começa a detectar outra presença, também muito familiar. Torna-se clara a estratégia de Histell, mas nem mesmo tal ardil o faria desistir de sua única meta em todos os séculos. Seu nêmesis seria destruído por Pyros, mais cedo ou mais tarde. As duas presenças cada vez mais próximas, e grande fluxo de energia arcana. Talvez armadilhas mágicas, rituais de proteção ou gatilhos de teleporte, tudo preparado para este momento. Histell sabe que não haverá escapatória, e apenas sua

Queima Infinita poderá ajudá-lo a vencer Pyros, e por isso mesmo Pyros deve agir como sempre foi visto em todos os planos da existência: o portador da violência e destruição. Deverá ser rápido, intenso e preciso. Ao final do túnel de centenas de metros, finalmente surge a antecâmara onde Pyros vê a segunda presença que detectara junto a Pyros: seu sumo-sacerdote Balor, o líder político da Ordem de Pyros. Seu corpo levitava, apresentando um tronco aberto violentamente que jorrava sangue e pedaços de órgãos, que por sua vez escorriam ao chão. À sua volta, um pequeno grupo de demônios dalethianos alimentava-se das vísceras pulsantes abaixo de Balor. - Meu mestre... – Balor balbucia. – Histell está pronto para partir! Minha carcaça está condenada a permanecer aqui para sempre alimentando os dalethianos enquanto minha essência se corrompe com a peste mística que Pazuzu trouxe para este plano! A Terra está condenada a um destino muito pior que Infernun ou Ark-anun! Da câmara principal, enfim Pyros vê seu inimigo se aproximar. Histell decidiu combater o Senhor Absoluto do Fogo, e a energia das chamas é emanada intensamente de seu corpo. Com a lança Fogo Inclemente em mãos, Histell não pronuncia uma única palavra, pois nada é necessário dizer quando se encontra aquele que é sua sombra, sua imagem inversa na existência. Pyros assume a forma dracônica e manifesta sua Frgrur em forma demoníaca. Em segundos, o nível de

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calor da antecâmara sobre a centenas de graus Celsius, espantando os horrorizados dalethianos. Ao mesmo tempo, o portador da Queima Infinita e o Senhor Absoluto do Fogo investem contra o outro, em um choque de energia que abala toda a galeria subterrânea e espalha uma onda de calor por quilômetros através do ar e da rocha. A fisionomia furiosa de Pyros, em meio a urros e olhares coléricos, é contrastada pela determinação guerreira de Histell, que mantém-se calado e concentrado. A lâmina de um projeta uma cauda de chamas, e um corpo se esquiva com precisão cirúrgica. Garras e chifres se encontram entre as labaredas de fogo infernal, o grito de guerra de um e o bater de asas flamejantes de outro. Toda a galeria de túneis subterrâneos entra em colapso, desabando sobre os poderosos infernitas e sobre o sumo-sacerdote, para em segundos surgir uma imensa esfera de fogo envolvendo os três e os levando às alturas, desintegrando a rocha com energia nuclear. ....................................................... ................................................................ ......................

Connacht, ordenando aos Fomorians a aniquilação do inimigo. Como uma violenta enxurrada, a onda Fomorian choca-se com os paladinos em posição de defesa. Tal impacto foi suficiente para gerar a fissura que engoliu grande parte de ambos os combatentes, diretamente para as profundezas de magma demoníaco de Infernun. Gratt e Histell, ao longe, observam satisfeitos o imenso poder dos paladinos sob seu comando, sem perceberem que tudo acontece como Pyros planejara. Da fissura, surgem os temidos Gigantes do Fogo de Muspellsheim, contratados em uma aliança entre Pyros e o poderosíssimo Surtur. Magma e tentáculos de fogo intenso são expelidos com violência da fissura, enquanto os paladinos são massacrados e os Fomorians são resgatados pelos filhos de Surtur. Pouco falta para Pyros vencer a guerra e finalmente conquistar para si o cobiçado território de ElsajiqRupiaz. Ordenando carga máxima, Pyros levanta vôo em direção a Gratt e Histell, fazendo com que todas as suas brigadas também partam para a vitória completa contra os poucos paladinos que ainda restaram. O poder do Kag’rinay Yakdo seria seu, e a Queima Infinita finalmente lhe revelaria os segredos do Fogo que existe em todos os mundos. Em seu vôo meteórico, Pyros aproxima-se a poucas dezenas de metros dos irmãos diarcas de Elsajiq-Rupiaz, e apenas a curta distância foi possível ver a terceira presença junto a Gratt e Histell, e então Pyros percebe a ameaça que

“A brigada de Fomorians, liderada pela própria Domnu, realiza sua temida corrida furiosa em direção aos paladinos de ElsajiqRupiaz, enquanto os Valarauka restantes recuam sob a liderança de Gothmog, muito ferido. A mãe dos Fomorians ergue sua maça de rocha esverdeada dos pântanos de

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encontrara: o Messias do Kag’rinay Yakdo, não um simples portador da Queima Infinita, mas sim a encarnação deste poder. Sua existência sempre foi tida apenas como lenda, mas o Senhor Absoluto do Fogo teve a oportunidade de ver com seus próprios olhos. Com Frgrur empunhada e uma colossal coluna de fogo expelida de sua boca, Pyros investe contra o Messias que se aliara aos diarcas.” ....................................................... ................................................................ ......................

seguidores do demônio da peste. Pyros sabe que não há mais nenhum efeito que possam criar para vencer o outro, iniciando agora uma competição não mais por poder, mas sim por resistência: o primeiro a ficar sem energia mística para ativar os poderes será o vencido. O Senhor Absoluto do Fogo sabe que seu fogo nada vale contra o fogo de Histell, e então percebe que novas alternativas são necessárias. A batalha psíquica e o uso de subterfúgios ilusórios se inicia entre os dois senhores da guerra. A longa cauda espinhuda de Pyros atinge dezenas de cópias ilusórias de Histell enquanto o portador da Chama Infinita passa a utilizar a energia da luz para tentar vencer a barreira de pequenas rochas basálticas que rodeiam o deusdragão em alta velocidade. Os céus etíopes se enchem de fumaça e cinzas, afastadas rapidamente do ponto do combate, permitindo que o Sol possa ser visto apenas pelo anel de abertura nas nuvens de fumaça negra que rodeia os dois inimigos. Balor ainda não pode se mover, e sente as energias decadentes de Pazuzu infectando seu corpo aos poucos. A cada minuto, um dalethiano é atingido por um feixe de chamas, tendo seu corpo incinerado. Pazuzu ainda se mantém protegido na catedral, com diversos dalethianos buscando a mesma proteção. Os olhos determinados de Histell começam a brilhar mais intensamente, revelando uma energia oculta que Pyros não esperava: a Queima Infinita foi invocada. O deus-dragão sente o calor se intensificando rapidamente

O Fogo Inclemente encontra Frgrur, com força indescritível a cada encontro. Os dois senhores da guerra sopram cones de fogo ou ventanias de ventos incendiários com as asas, sem efeito nos dois Arquimagos do Fogo. As habilidades de ambos com suas armas é formidável, sem um único milímetro de erro no ataque de um, e sem um mínimo equívoco na defesa do outro. Tal titanomaquia duraria meses para terminar, sem a balança pender para lado algum durante este tempo. O corpo aberto de Balor, sobre a superfície remexida de Oromos, se vê entre centenas de dalethianos estarrecidos com a batalha de deuses que presenciam nos céus. A batalha se torna cada vez mais intensa e violenta, até o momento em que ambos chegam a seu limite de poder, ainda sem desequilíbro algum para um deles. Línguas de fogo e esferas de calor são expelidas para todos os lados, atingindo Oromos e seus habitantes, sejam eles humanos com a peste de Pazuzu, sejam os dalethianos

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e atingindo temperaturas altíssimas, temperaturas que mesmo o Senhor Absoluto do Fogo não consegue alcançar com seu poder. A própria carne de Histell começa a dar lugar a um corpo feito de energia pura, que cresce aos poucos e revelando assim um gigante guerreiro demoníaco de energia nuclear. Pyros utiliza todo o seu poder para acertar o corpo energético de Histell, sem surtir efeito algum. Histell aponta as mãos na direção do dragão-demônio e emite uma rajada de energia plasmática. Frgrur é posicionada para apartar o ataque, mas a força da rajada projeta Pyros para muito longe. O deusdragão percebe uma verdade que nunca aceitou: seu poder não pode vencer a Queima Infinita. Sua postura de combate é desfeita e ele observa Histell voltar à sua forma física, sob grandes dores e fraqueza pelo uso da energia mística de Kag’rinay Yakdo. Histell teleportase para longe dali, deixando a batalha para outra ocasião. Pyros desce à superfície para falar com seu sumo-sacerdote. - Grande mestre das Chamas que Calcinam a Carne - Balor busca forças para falar. - , a Queima Infinita ainda representa um limiar que apenas Histell pode vencer. Se me permite comentar, aceitando a energia tenebrita de Kriene’Lavi o senhor terá uma grandiosa vantagem, capaz de até mesmo superar a Queima Infinita de Histell. - Histell não é o único com a Queima Infinita. Ainda há o Messias de Kag’rinay Yakdo. - responde Pyros, furioso. Sem aviso, as entranhas de Balor começam a se incendiar,

gerando grande dor e pânico no arkanita. Das chamas intensas sobre o corpo de Balor surge uma forma familiar a Pyros, a forma de Kriene’Lavi. ....................................................... ................................................................ ...................... “Com um sorriso sádico, os irmãos Gratt e Histell observam a batalha entre o Senhor Absoluto do Fogo, inimigo há séculos da diarquia fraterna que rege ElsajiqRupiaz, contra o lendário Messias do Kag’rinay Yakdo, criatura que incorpora em sua carne e alma os segredos do elemento Fogo presente em todos os mundos. Fogo contra fogo, um conquistador contra um messias, fúria contra disciplina. O jovem messias começa a levitar lentamente, até flutuar sobre a altura das cabeças de Gratt e Histell, para explodir como um cometa em direção a Pyros. Ambos se chocam com violência incrível, liberando uma onda de choque que atinge todos os partícipes da batalha, em ambos os exércitos, fazendo com que todos caiam ao chão. Ambos movendo-se rapidamente, atacando e defendendo cada golpe do oponente, o deus-dragão e o messias empregam ataques poderosos que jorram em toda a área, aniquilando aliados e inimigos. Pyros expele da boca um jato cônico de fogo negro com algumas dezenas de metros de diâmetro máximo, encobrindo facilmente todo o corpo do messias com as chamas negras mortais. O jato flamejante apenas cessa quando o dragão-demônio vê a montanha

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posicionada atrás do messias foi desintegrada. Com o dissipar da fumaça de tal ataque colossal, Pyros vê a silhueta intocada do inimigo, e voa em sua direção sem hesitar. O Messias adquire a forma de um pássaro de fogo e voa na direção do deus-dragão, pretendendo chocar-se diretamente com o corpo do oponente. Quando a fênix toca a ponta da lâmina de Frgrur, o dragão-demônio é empurrado por dezenas de metros enquanto ainda resiste às labaredas que explodem do Messias. Pyros então emite seu urro enlouquecedor na intenção de pelo menos fazer o inimigo recuar um pouco, mas tal vínculo psíquico projeta na mente do Senhor Absoluto do Fogo imagens do próprio Plano Elemental do Fogo, abalando a resistência da sanidade de Pyros. Com grande concentração e determinação, Pyros vence a bomba psíquica do inimigo e inicia uma grande ventania com farpas de pontudas pedras incandescentes, um de seus poderes mais temidos pela área de alcance. Uma verdadeira chuva de lâminas de rocha flamejante se espalha para todos os lados, atingindo tanto aliados como o exército inimigo, destruindo seus corpos com grande rapidez. A força dos ventos desequilibra o pássaro de fogo, que volta à sua forma demoníaca. Com movimentos das garras, Pyros começa a guiar aglomerados de lâminas, levando-as todos em direção ao oponente. Um turbilhão cilíndrico de ventos quentes e rochas flamejantes afiadas é lançado contra o Messias, que estica os braços para projetar

uma barreira mística e proteger-se do ataque frontal. Em frações de segundos, o Messias percebe então que, enquanto se defende do devastador ataque frontal, Pyros está posicionado atrás dele, pronto para utilizar sua Frgrur. Após centenas de ataques seqüenciais com sua espada mágica, garras, presas, asas afiadas e sua cauda espinhuda, o turbilhão de vento e rochas afiadas em chamas termina e o Messias finalmente tem a chance de se defender dos ataques físicos do oponente. Muito surpreso, o Messias usa sua telecinésia para afastar o deus-dragão de onde está, e o olha com um olhar satisfeito. Quando chega próximo o suficiente, Pyros percebe que o messias se desfez de sua postura de combate e parece aberto a conversar. - Dragão das Chamas que Calcinam a Carne – o messias começa a falar com Pyros –, você nasceu das próprias energias da Queima Infinita, uma força misteriosa pela qual você se dedica com tanto fervor para compreender. Este meu invólucro, que é carne e também espírito, foi criado pela Queima Infinita com o propósito de levar os ensinamentos da Queima Infinita ao merecedor deste mundo. Considerei Gratt e Histell como merecedores, entretanto eles ainda não compreendem o verdadeiro poder do Kag’rinay Yakdo. - Mas ambos possuem agora a Queima Infinita. – Pyros responde, confuso pela conversa que o Messias iniciara. - Ensinei a ambos, mas Gratt nunca compreendeu a Queima Infinita como Histell. Os antigos guerreiros do fogo de Gratt,

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condecorados Warlocks, foram aprimorados por Histell com meu auxílio. Chegou a hora de ver a Queima Infinita ser manifestada por um verdadeiro prodígio nas artes da chama, e este ser é você. Eu sinto que é você. Pesando rapidamente as palavras do messias, Pyros percebe que não há mais razão para aquela batalha ocorrendo na superfície de Infernun. Em segundos, o deusdragão e o Messias voam como meteoros flamejantes para o centro do império de Pyros, sob um alto sibilar que ordena o recuo dos exércitos do Senhor Absoluto do Fogo. Histell e Gratt, atônitos, observam Pyros e o Messias partirem sem uma única consideração ou manifestação. Simplesmente os ignoraram e assim terminaram a batalha. - Pyros – o messias começa a falar quando chegam à sede do poder político do império de Pyros –, saiba agora que os ensinamentos são difíceis e demandam séculos ou talvez até milênios. A Queima Infinita exige um corpo são e independente, de modo que nenhuma criatura com fé ou sob influência espiritual de outra entidade pode manifestar este poder. Apenas quando os ensinamentos forem aprendidos e sua alma estiver livre de qualquer influência espiritual, despertarei as portas para o fluxo da Queima Infinita em seu corpo. - Messias, enquanto me ensina os mistérios da Queima Infinita, você terá uma habitação à sua altura, no centro de meu vasto império. – Pyros aponta para um vulcão que expele magma, rochas e

fumaça ininterruptamente – Conheça Sava Senria’Lur, as Chamas da Dor do Mundo, minha fortaleza mais protegida e seu palácio a partir de agora. - Pyros, devo lembrá-lo que influências externas sobre sua alma atrasarão o desenvolvimento da Queima Infinita, fazendo com que sua evolução demore séculos a mais do que é esperado. Não me chame mais de Messias. Sou o Olhar da Imolação, sou Kardatnell.” ....................................................... ................................................................ ...................... Kriene’Lavi, o Senhor do Sangue Derramado, manifesta-se na frente de Pyros como um grande gárgula vermelho com uma linda armadura de metal avermelhado. Seu coração bate com uma altura quase ensurdecedora aos raros dalethianos que ousaram continuar próximos enquanto a batalha entre Histell e Pyros ocorria. Com sua gigantesca espada, o tenebrita aponta para Pyros, exigindo que o deus-dragão se ajoelhe à sua frente. O Senhor das Chamas que Calcinam a Carne se recusa, embora tenha sentido uma vontade quase irresistível de fazê-lo, reflexo da corrupção da Espada Furiosa de Mundos Passados sobre sua alma. - Você não cumpriu. – o tenebrita solta um brado de ira incomensurável, ensurdecendo imediatamente os poucos dalethianos que não fugiram com Pazuzu após perceberem a manifestação do Senhor do Sangue Derramado. – Minha mensagem foi simples, e você não conseguiu cumpri-la.

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- Campeão das Trevas, não desejo mais sua energia e sua influência. A energia da guerra insana não vence meu nêmesis, por isso não preciso mais desta semente corruptora que pôs em mim dezenas de milênios atrás. Não sou mais seu agente. - Não há poder em sua alma que vença a cólera de Kriene’Lavi. Resistir é inútil, prova de que o Senhor Absoluto do Fogo servirá melhor a Kriene’Lavi sem esta consciência inconveniente. - Sim, e este foi o motivo pelo qual absorvo as almas de meus inimigos. Dentro de mim reside uma alma líder, que comanda legiões de almas ou farrapos cármicos sob minha vontade. Prepare-se para sair de minha existência, odioso Campeão das Trevas! – Pyros concentra-se e desperta toda a sua energia espiritual composta pelas almas de seus inimigos mortos em dezenas de milhares de anos. Internamente, Pyros luta com suas almas escravas contra a centelha tenebrita que está alojada em seu âmago. Quase como uma brisa que tenta mover uma montanha, a alma de Pyros sozinha nada pode contra o imenso poder do tenebrita Kriene’Lavi. Porém, milhões de almas juntas para um único propósito formam a tempestade que derruba montanhas e forma planícies. O tenebrita percebe que sua semente está ameaçada, que tantas almas vivendo num paraíso compacto dentro do deus-dragão nunca foram usadas ao mesmo tempo para uma única missão como estava ocorrendo. Minutos depois, a faísca de energia

corrompida era desinfetada e Pyros finalmente perde a influência de Kriene’Lavi. Sem pensar duas vezes, Pyros teleporta-se para seu plano natal, com Balor. ....................................................... ................................................................ ...................... Envolvido por uma bolha de energia flamejante extremamente poderosa, Balor vislumbra admirado a arquitetura de Sava Senria’Lur, uma das Sete Fortalezas de Infernun. Explosões de magma são redirecionadas para alimentarem a energia da fortaleza, além de formarem a redoma de proteção que envolve a cidade contra dragões e outros demônios de fogo. As habitações são parte da própria estrutura rochosa do vulcão que abriga a fortaleza, como pequenas cavernas espalhadas pelas gigantescas bordas internas do vulcão. Ao fundo do vulcão, o núcleo de Infernun pode ser visto pulsando quase como um coração, agindo como um oráculo do Plano Elemental do Fogo para seu emissário direto, o guardião Kardatnell. Como faz diariamente, Kardatnell é visto por Pyros no templo erguido muito próximo ao núcleo central, comunicando-se com os espíritos do fogo. Imediatamente, Kardatnell percebe a presença de Pyros e Balor, interrompendo suas orações. - Kardatnell, estou purificado! Pyros inicia a conversa. - Tenho todos os conhecimentos da Queima Infinita, e agora posso ter este poder

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finalmente desperto em minha alma! - Senhor Absoluto do Fogo responde calmamente Kardatnell -, devo antes analisar sua alma, minuciosamente, para que ela não seja desintegrada por conflitos entre a corrupção e a Queima Infinita. Além disso, precisamos verificar os ferimentos de seu sumo-sacerdote, para que as energias corrompidas deste plano não penetrem em seus ferimentos e o destruam junto com a alma. - Não há tempo! Sei onde Histell se encontra na Terra, esta é a chance que perdi há tantos milênios, desde que te conheci apoiando os irmãos diarcas! A própria pressa de Pyros agita o núcleo central, causando uma freqüência muito maior de explosões e esguichos de lava pela fortaleza. Kardatnell toca o ombro do deus-dragão, buscando acalmálo. Pyros enfim decide aguardar o tempo que Kardatnell definir. Enquanto observa Balor sendo tratado por Kardatnell e outros infernitas com poderes curativos, o dragão-demônio lembra-se de eventos de sua vida que o levaram para este momento: as grandes conquistas de Pyros contra Fomorians e Valarauka, a eterna rivalidade contra Gratt e Histell, a aliança com Kardatnell, a vergonhosa derrota para Kriene’Lavi e pacto com o tenebrita, a noite com Urri, a vitória contra os exércitos Ghouls de Berbalahas, e agora a batalha decisiva contra Histell, portando a suprema Queima Infinita. Grandes momentos fizeram parte de sua existência, e apenas esta vitória contra seu

nêmesis será suficiente para satisfazer o Senhor Absoluto do Fogo. Depois de tal vitória, nada mais importará. Com a rápida cura de Balor, Kardatnell volta-se para Pyros e o olha de cima abaixo com olhos repletos de energia nuclear, examinando cada centímetro do infernita em busca de resquícios de poder mágico tenebrita. Ao notar que as almas que Pyros destruiu enfrentando a influência de Kriene'Lavi levaram embora a semente tenebrita, o Olhar da Imolação pouca suas mãos sobre o peito dracônico de Pyros, e então se inicia a invocação do portal ao Plano Elemental do Fogo, que ficará situado dentro do próprio coração do deus-dragão. Cada batida do coração do mestre das Chamas que Calcinam a Carne torna-se uma espécie de ignição, criando faíscas internas para a energia combustível que Kardatnell gera no corpo de Pyros. Minutos depois, uma das batidas finalmente inicia a combustão massiva de toda a energia que se espalhara no corpo do dragãodemônio. A Queima Infinita foi iniciada. - Pyros, Senhor Absoluto do Fogo, a Queima Infinita repousa em seu âmago. Cada vez que tentar usar este poder cósmico, a integridade de seu corpo será testada, e qualquer sinal de impureza será consumido imediatamente pelo Kag’rinay Yakdo, podendo remover pequenos pedaços de pele, ou poderá consumir seu corpo inteiro. Histell sofre esta deterioração e busca aliviar sua natureza demoníaca

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vivendo entre os humanos, mas esta medida é apenas para atrasar o inevitável, que um dia invariavelmente reduzirá seu corpo a cinzas. Concentre-se e mantenhase fora de influências externas, e não sofrerá tal destino! - Sim... - Pyros olha para dentro de si e sente o poderoso fogo que arde em suas vísceras, vislumbrando sensações sobre o calor que nunca teve, em todos os milênios de sua existência. - Posso sentir o calor de todos os habitantes de Muspellsheim, posso ver uma ilha de fogo flutuando no Plano Elemental do Fogo, posso sentir o fluxo de calor que emana de crianças humanas na Terra, posso ouvir o crepitar de chamas místicas em Katmaran! Histell sofrerá o poder máximo das chamas! Sem mais nenhuma palavra, Pyros teleporta-se para fora do plano de Infernun, deixando Balor em repouso no templo de Kardatnell. ....................................................... ................................................................ ......................

quente contra o corpo de Histell na parede. - Chegou o momento de eliminar definitivamente o sobrevivente dos diarcas de ElsajiqRupiaz, e assumir como mestre máximo de todos os Magos do Fogo da Orbe! - quando termina a frase, a pressão do ar se reverte de modo tão explosivo e instantâneo que lança Histell através de alguns andares acima do templo e vários metros de rocha e areia. Lançado sobre o Deserto de Gobi, Histell mal tem tempo para manifestar o Fogo Inclemente quando Pyros surge abaixo dele em uma coluna de areia e rochas flamejantes. Histell começa a concentrar fogo dentro de sua boca, quando percebe que Pyros já está à sua frente, levitando sem o uso das asas e com a garra direita tapando a boca de Histell. - Você e seu fraco irmão nunca compreenderam a Queima Infinita, e a ensinou pobremente ao que vocês erronaeamente chamaram de Warlocks. Eu sou o senhor dos Warlocks! A fúria da guerra e os olhos sedentes por sangue são o melhor combustível para os poderes do fogo e da destruição! Veja o quão fracos seus Warlocks eram, e o quão poderosos são os meus Warlocks! A garra direita de Pyros tornase rocha magmática, ferindo o rosto de Histell enquanto o mestre dos Magos Vermelhos tenta se desvencilhar da garra. Ao se soltar, Histell apenas vê a serpente de chamas que jorrou da garra direita diretamente em sua face, bloqueando sua visão e o ferindo ainda mais. Com a Frgrur manifestada e com a lâmina envolta em plasma

Histell se assusta com a aparição repentina de Pyros à sua frente, num dos templos mais secretos dos Magos Vermelhos. O deus-dragão enrijece seu corpo, em uma força mística tão alta que todo o ar da câmara onde Histell se recuperava é expelido para longe de Pyros, gerando pressão nas paredes forte o suficiente para rachá-las e pressionar Histell contra a parede à frente do Senhor Absoluto do Fogo. - A Queima Infinita é um poder tentador, não? - Pyros continua intensificando a força do ar

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superaquecido, Pyros inicia o combate armado contra o Fogo Inclemente de Histell. Ambos possuem grande velocidade, mas Histell tem mais dificuldades enquanto busca atingir o inimigo certo em meio a dezenas de cópias ilusórias. Histell projeta contra o oponente um turbilhão de rochas afiadas incandescentes, girando todas em alta velocidade em volta de um concentrado feixe de fogo nuclear. Tal ataque atinge Pyros em posição defensiva, tocando apenas a lâmina de plasma da Frgrur, mas projetando o deus-dragão para dezenas de metros mais longe. Pyros percebe todas as emissões de calor deste plano e de todos os outros, notando facilmente estágios de raiva ou o uso dos poderes de Histell. Ele também percebe os Magos Vermelhos saindo do templo secreto escondido sob as areias mongóis, prontos para defender seu mestre supremo. Vagamente, sente emissões de calor chegando dos céus, mas ainda muito longe e em alta velocidade. - Você verá que o poder da disciplina unido à capacidade destrutiva das chamas é a sabedoria suprema do Fogo! - brada Histell, esperando por um ataque em massa dos Magos Vermelhos contra um Pyros muito mais poderoso, diferente do infernita que enfrentara poucas horas antes. Todos os Magos Vermelhos começam a projetar jatos, cones, tentáculos, esferas, turbilhões e chuvas de fogo na direção de Pyros, arrancando um sádico sorriso de Histell e um olhar de desprezo do deus-dragão. Quando todos os ataques de fogo se aproximavam do

Senhor Absoluto do Fogo, ou eram imediatamente absorvidos pelo corpo do dragão-demônio, ou refletidos diretamente contra Histell, que era obrigado a se defender dos Magos de sua própria ordem mística. Assustado, Histell ordena que seus Magos cessem os ataques. Iniciando pelos olhos, Histell começa a transformar seu corpo demoníaco em uma forma humanóide gigante formada inteiramente por energia superaquecida, da mesma forma como fizera no último combate contra seu nêmesis. Porém, Pyros reage como se já estivesse prevendo tal manifestação, e ele também assume uma forma composta totalmente por energia superaquecida, mas ainda com uma forma dracônica. Sem asas, com três cabeças, quatro membros superiores e uma grossa cauda no lugar dos membros inferiores, Pyros voa em velocidade supersônica de encontro a Histell, levando-o a grandes altitudes sobre o Deserto de Gobi. Enquanto ambos trocam golpes físicos e sobem acima das nuvens, Pyros sente as emissões de calor passando abaixo deles sobre onde os Magos Vermelhos estão. Grandes clarões de calor são sentidos pelo deus-dragão. Histell começa a tentar transcender a energia plásmica em seu corpo e busca penetrar no corpo de Pyros como um espírito do fogo. Facilmente, o Senhor Absoluto do Fogo segura o braço de Histell que busca penetrar em seu corpo, afastando-o de seu corpo. Como num movimento de inspiração para encher os pulmões com ar, Pyros começa a absorver a energia

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plasmática de Histell, aumentando ainda mais seu tamanho e reduzindo o nêmesis à sua forma original, muito enfraquecido. Pyros ilumina a estratosfera onde estão como uma pequena estrela, enquanto Histell, semiconsciente, começa a cair das alturas, sem forças para manifestar. Pequenos focos de fogo começam a estourar sobre o corpo de Histell, eliminando tais partes - efeito da Queima Infinita tentando eliminar as impurezas dos ferimentos que Pyros causara. De sua posição, Pyros desce como uma estrela cadente sobre Histell, tentando incinerar o corpo do inimigo enquanto ambos caem em altíssima velocidade. Durante a queda, Pyros pode ver o que ocorre nas emissões de calor sobre os desertos mongóis: caças militares combatendo os Magos Vermelhos. Mísseis e minas de alto impacto são lançados contra os guerreiros arcanos, que respondem com grandes destruições pirotécnicas sobre os céus. Histell apenas se concentra em manter seu corpo vivo, resistindo com todas as forças à manifestação da Queima Infinita do mestre das Chamas que Calcinam a Carne. No caminho da queda, Pyros apenas enxerga um símbolo semelhante a uma asa negra saindo de um ouroboros de bronze escurecido. O símbolo estava estampado no alto de um caça militar, que é então aniquilado e explodido pelos infernitas que atravessam o avião, em direção às areias. Chegando ao chão, o impacto gera uma onda de choque que cria uma tempestade de areia muito intensa, que se espande por

centenas de quilômetros à volta, sem atingir o ponto central da queda, agora uma cratera em meio à areia, com centenas de metros de abertura e profundidade. Ao longe, Pyros nota a presença do Anticristo e sua guardiã egípcia a seu lado, observando os combates tanto de Pyros contra Histell, como dos Magos Vermelhos contra os caças militares. Pyros vê os cadáveres de muitos Magos Vermelhos e poucos aviões abatidos, ainda restando um número enorme nos céus, formando um mosaico de metal negro intercalado ao azul vivo dos céus sobre o deserto. Histell ainda não consegue se mover e continua cada vez mais ferido, com a Queima Infinita ainda se alimentando de seu corpo. O deus-dragão aproxima-se vitorioso em direção ao inimigo, preparado para se defender, embora sinta que também esteja muito enfraquecido. Os olhos dos rivais se encontram: em um, a expressão do derrotado; em outro, a determinação de chegar até o fim. A Frgrur é erguida ao alto, e desce em linha perfeita sobre o tórax do irmão de Gratt. A Queima Infinita abandona o corpo de Histell com extrema violência, reduzindo todo o corpo do infernita a cinzas e chamas. Enfim, Histell está morto. Enfim, Pyros é o mestre máximo dos Magos do Fogo, Warlocks e Magos Vermelhos. ....................................................... ................................................................ ...................... Em um piscar de olhos, Pyros surge na frente de Emil Berthold, que leva um pequeno susto mas não

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se abala. Sekhmet, com sua face furiosa, está pronta para atacar com toda a sua ira contra o infernita. O calor da batalha corre pelo corpo da deusa guerreira, calor este que para Pyros é tão facilmente perceptível quanto um objeto brilhante a seus olhos. Instantes de concentração de Pyros fazem com que tal calor no corpo da paradisiana seja quase eliminado, levando a deusa a quase desmaiar. - Ela não te atacaria se eu não ordenasse, não há motivos para torturá-la. - Emil fala com a mais completa calma. - Vejo que agora Pyros, o Senhor Absoluto do Fogo, é também o senhor absoluto dos Magos do Fogo! Finalmente sua missão foi cumprida, e a Queima Infinita faz parte de sua essência! - Sim. Tenho o comando absoluto sobre os Magos do Fogo deste e de outros mundos. Cumpri meu trato com você, e nada lhe devo. O que está fazendo aqui? - Vim aqui eliminar todos os Magos Vermelhos refugiados no último templo organizado dos seguidores de Histell. Você felizmente possui uma essência muito característica que Sekhmet detecta estando do outro lado do mundo. Eu o segui até aqui e reduzi este templo em ruínas. A obliteração dos seguidores de Tenebras logo chegará ao fim! Seu comportamento combativo reflete com facilidade sua afinidade com a união de sua alma a Kriene'Lavi, e tal fato não será tolerado na Terra! Apenas para registro, Kriene'Lavi nada representa em minha alma. Não mais. Sou um perfeito representante da Queima Infinita, e não de um deus-monstro

corrompido de Tenebras! Parta imediatamente ou terá a oportunidade de ver o que o Senhor Absoluto do Fogo é capaz de causar a um simples humano arrogante! Sua deusa egípcia não é nada perto da Queima Infinita, posso destrui-la com a facilidade com que um furacão dilacera uma folha de papel! - Partirei, mas não antes de cumprir minha missão aqui neste deserto. - Emil manipula um controle em suas mãos. - Asa Negra, unidade aérea: continuar a eliminação dos Magos Vermelhos, com alvo prioritário sendo Pyros, seu líder máximo! - Sekhmet salta do chão e agarra Emil rapidamente, teleportando-os do local. O bombardeio das dezenas de caças militares se inicia sobre o Deserto de Gobi. Todos os Magos Vermelhos são exterminados, um a um, com os mísseis guiados por movimento, as metralhadoras de canos múltiplos e as minas terrestres de alta capacidade explosiva. Explosões ininterruptas cobrem toda a superfície, levantando grande poeira e areia ao ar, dificultando a visão dos Magos Vermelhos que buscam desesperadamente sobreviver e abater tantos caças quanto puderem. O deus-dragão sozinho enfrenta grandes quantidades de aviões, embora muito enfraquecido pela batalha contra Histell. As explosões causadas na superfície atrapalham a concentração e a pontaria de Pyros, que decide levantar vôo. Porém, Pyros é atingido por diversos projéteis no momento em que se livra da areia e fumaça, caindo ao chão muito enfraquecido. Concentrando-se,

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Pyros explode todas as fontes de calor dos aviões, gerando uma reação em cadeia que elimina rapidamente quase toda a frota aérea. Os poucos aviões restantes batem em retirada, deixando Pyros ferido em meio a inúmeros cadáveres de Magos Vermelhos. Sem a capacidade de reagir instantaneamente, Pyros é atacado pelas garras de Sekhmet. Alguns metros afastado, está Emil Berthold, em seu impecável uniforme militar, com o emblema da ONU. Sekhmet ataca incessantemente e em uma fúria cega, tentando tirar a vida de Pyros a todo custo. Mesmo assim, o Senhor Absoluto do Fogo sofre pouco perto do grau de destruição que Sekhmet causaria a outra criatura. - Admiro seu imenso poder, mestre das Chamas que Calcinam a Carne! - Emil fala em tom jocoso. Já sabia que meu exército da Asa Negra nada poderia contra um deus infernita, e que mesmo Sekhmet não tem os atributos místicos para vencer um enviado dos planos elementais, como você se tornou. Tenho mais um aliado, treinado para eliminar ameaças como você, que vivem pela conquista incessante e corrupção dos mundos em nome de infernitas e tenebritas! Pyros mal tem tempo para se defender dos ataques de Sekhmet quando sente as sombras de suas pernas sendo paralisadas, conseqüentemente paralisando suas próprias pernas. Um gigantesco rasgo de garras surge nas costas do deus-dragão, fazendo-o urrar de dor e cólera. A visão do infernita começa a nublar, como se um véu de escuridão estivesse se formando

sobre seus olhos. A criatura misteriosa, com pele de sombras e olhos vermelhos, morde a região entre o ombro esquerdo e o pescoço de Pyros, mostrando ao líder máximo dos Magos do Fogo que a criatura tem extremo poder, para conseguir usar as presas para perfurar a resistente pele do deusdragão. A criatura nada diz, não expressa nada em seu rosto com forma de babuíno e cabelos compridos e desgrenhados. Apenas ataques com garras, presas e tentáculos de sombras, enquanto Sekhmet inicia seu banho de sangue sobre o corpo moribundo de Pyros. Jatos de sangue e fogo jorram à volta, ferindo o monstro sombrio e Sekhmet, mas nenhum deles pára seus ataques contra o corpo dracônico do Senhor Absoluto do Fogo. Certo tempo depois, a energia divina guerreira unida aos poderes sombrios e especializados na destruição das energias inferiores, combinados, obrigam o coração do deus-dragão a parar seus batimentos cardíacos. A Queima Infinita, sem o coração para fluir o fogo do plano elemental, se acumula no tórax. Sekhmet e seu aliado sombrio se afastam para perto de Emil, enquanto o peito de Pyros incha exageradamente; segundos depois, a integridade do corpo não suporta tanta energia contida, e explode tudo à volta. Uma nova cratera surge, com Emil e seus dois aliados a seu lado. No centro da cratera, nada mais que areia derretida e fumaça se esvaindo, para revelar ao Anticristo a Frgrur, fincada no lago vítreo.

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- Às Musas que inspiraram Marcelo Del Debbio a criar um cenário tão vasto e rico, digno da admiração de todo RPGista e leitor (que saiu ganhando com tantos contos derivados deste cenário). - À Sandra Sansone e à Marina Mizioka, minhas colegas de trabalho que fizeram ótimos trabalhos gráficos com os teasers enviados por email e na animação disponível no YouTube. - Ao Hatalíbio “Dr. H” Almeida, meu parceiro principal neste grande projeto. - A todos os outros membros do Fórum da Editora Daemon, que sempre busca ajudar quem tem dúvidas quanto ao cenário, e me deram inúmeras sugestões para este e os próximos Netbooks (em especial Padre Judas, Lobo, Kruger, Darkchet, Lord Metatron, Grigori Semjaza). A todos os artistas desconhecidos por mim que disponibilizaram as imagens pela Internet, imagens estas que eu peguei emprestadas para este Netbook.

- “E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Pois são espíritos de demônios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do Deus TodoPoderoso.” Interessante trecho do Apocalipse, não? - Emil fala com Sekhmet e o personagem misterioso, ao mesmo tempo em que retira da cratera a Frgrur. - Se é assim, devo me apressar para que esta profecia se torne realidade logo. Vocês dois, me acompanhem: o Concilium Mundi logo se realizará, e nada me impedirá de dominar as nações e os deuses! As três criaturas somem em meio à tempestade de areia, deixando para trás um cenário desolado de cadáveres e aviões estraçalhados, junto à cratera que agora serve de lápide ao Senhor Absoluto do Fogo. AGRADECIMENTOS - Aos meus pais, que sempre me incentivaram ao prazer da leitura e nunca condenaram minha curiosidade extrema... Aos meus queridos Jogadores, que me aguentam como Mestre desde 1996 (em especial o Tico “Slinker”, o Rodrigo “Chuck Norris”, o Rafael “Feijão”, o Rafael “Ruffles”, o Dalton, o Lucas “Wargods”, o Renato “Cocaman”, os primos Luiz, William e Gabriel e principalmente meu irmão César). - À minha namorada Dayana, pela simples existência dela na minha vida.

CONSIDERAÇÕES Este conto é parte de um projeto de vários objetivos: antes de mais nada, preparar o terreno para o lançamento do Netbook “Trevas: Campanha Épica”, que vem sendo preparado há muitos meses por vários membros do Fórum, e que temos certeza de que revolucionará o sistema Daemon e o próprio estilo de Campanhas em Trevas. Iniciado como uma ação de marketing na internet, diversas pessoas receberam um email

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misterioso com imagens que questionavam sobre o assassinato de Pyros, protagonista deste conto. Depois, um “trailer” foi produzido e inserido no YouTube, para gerar ainda mais expectativa. Por fim, este conto aqui é lançado no dia prometido, AINDA sem dizer claramente quem assassinou Pyros. Sim, a resposta definitiva estará no Trevas: Campanha Épica, que detalhará os planos de Emil Berthold e seus dois guardiões. Espero que tenham gostado, e aguardem pelo próximo Netbook!

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