HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
CRISE NO SISTEMA DE SAÚDE
FILAS FALTA DE LEITOS
FALTA DE PROFISSIONAIS http://www.youtube.com/watch?v=Fhfjry3fw_g
HÍSTORIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL • Homem
como
fruto
do
passado e da história; • Saúde sofreu a influência do
contexto político-social; • Atenção relacionado Fonte: http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/aevolucao-do-homem-frente-as-novas-tecnologias-909757.html. Acesso em 13.11.2013
do
Estado ao
econômico vigente;
–
modelo
HÍSTORIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Evolução histórica das políticas de saúde
Evolução política, social e econômica brasileira
HÍSTORIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Lógica do processo evolutivo sempre obedeceu a ótica do capitalismo
nacional e internacional – saúde na periferia do sistema (endemias e epidemias = maior atenção do Estado)
PERÍODO COLONIAL
Rugendas (1802-1858). Carregadores de Água. As brigas nos chafarizes eram constantes. Na pintura, escravos e um sentinela. Disponível em: http://revistadasaguas.pgr.mpf.mp.br/edicoesda-revista/edicao-06/artigos/chegada-da-corte-habitos-sanitarios-no-brasil-colonia. Acesso em 14.11.2013
PERÍODO COLONIAL País à margem do Capitalismo Mundial – submissão econômica e política e a
economia se processava por ciclos: pau brasil; cana de açúcar- grandes propriedades escravistas; mineração; e café (dinamizou o mercado – início do trabalho assalariado);
Inexistência de um sistema de saúde formalmente estruturado as ações eram focais (pensamento sanitarista) – que se operacionalizava sob a forma de campanhas, e se concentrava nas áreas de maior circulação pessoas e de
mercadorias;
Caracterizado por ações de caráter autoritário e centralizado, articulado aos
interesses econômicos agroexportadores; BERTOLOZZI; GRECO, 1996
PRIMEIRA REPÚBLICA (1889) ATÉ A REVOLUÇÃO DE 1930
Hegemonia do Café - Política de incentivo à imigração (Excesso de contingente,
condições
sanitárias
precárias aliada à falta de políticas sociais e de saúde = eclosão de epidemias como a febre amarela,
cólera, peste bubônica)
Consequências:
para
a
saúde
coletiva e para o comércio exterior;
PRIMEIRA REPÚBLICA (1889) ATÉ A REVOLUÇÃO DE 1930
Saúde vista como problema de estado – questão política;
Governo de Rodrigues Alves – Higienização. Oswaldo Cruz (Diretor do Dep. Fed. de SP): desinfecção, atuação de forma arbitrária e compulsória (EX. campanhas de vacinação com cunho repressivo e compulsório –
campanhas de desinfecção).
MODELO CAMPANHISTA
REVOLTA DA VACINA - varíola, 1904 A grande maioria da população, formada por pessoas pobres e desinformadas, não conheciam o funcionamento de uma vacina e seus efeitos positivos. Logo, não
queriam tomar a vacina.
PERÍODO DE TRANSIÇÃO
As primeiras intervenções no campo da prevenção e controle de doenças,
desenvolvidas sob bases científicas modernas início do século XX orientadas pelo avanço da era bacteriológica e pela descoberta dos ciclos epidemiológicos de algumas doenças infecciosas e parasitárias.
Registro demográfico;
Introdução dos laboratórios como auxiliar no diagnóstico das doenças;
Fabricação de produtos profiláticos para uso em massa;
INTERVENÇÕES: organização de campanhas sanitárias que visavam controlar doenças que comprometiam a atividade econômica, como febre amarela, varíola e peste.
DNS – DEPARTAMENTO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA ( Carlos Chagas - Saúde Pública questão social)
OBJETIVO: Estender os serviços de saneamento urbano e rural, além da higiene industrial e materno infantil;
Carlos Chagas assumiu o comando (1920), houve uma mudança de paradigma – criação de alguns programas que introduziram a propaganda e a educação sanitária para a população como forma de prevenção de algumas doenças;
Esse movimento sanitário difundiu a necessidade da "educação sanitária" como uma estratégia para a promoção da saúde e o conteúdo dos discursos eram permeados por intensas fermentações de ordem liberal (Nascimento da Saúde Pública)
MODELO SANITARISTA CAMPANHISTA. BRAGA; PAULA, 1987
NASCIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Processo de industrialização - acompanhado de urbanização crescente e
ausência de garantias trabalhistas;
Trabalhadores mais articulados politicamente - Mobilização da classe operária na luta por direitos e melhores condições de trabalho – organização das CAPs;
Aprovação da Lei Elói Chaves (1923) – marco inicial da previdência social no Brasil – beneficiando parcela da população que contribuía mensalmente e forma compulsória (CAP’s – Caixa de aposentadoria e pensão – embrião do
Seguro Social); POLIGNANO, 2008
A SAÚDE PÚBLICA – CRISE DO CAFÉ
Brasil - processo de transformação político social e demográfico radical - população rural e economia agrária – impulsionou o processo de industrialização e urbanização;
Processo migratório - busca de novas oportunidades nas grandes cidades;
Preocupação das políticas públicas era voltada para promover o crescimento econômico e acelerar o processo de industrialização;
PERÍODO DA (1930 – 1945)
SEGUNDA
REPÚBLICA
Sucede a crise mundial do café – afetou a economia mundial – Revolução de 1930; Trabalhadores do café – migram para as cidades, impulsionam a indústria, porém a piora nas condições de vida da população + falta de infra estrutura sanitária = surtos epidêmicos; Mudança de foco da atenção – espaço de circulação para o corpo do trabalhador
O POPULISMO E A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO ESTADO NOVO
Nova forma de organização previdenciária – Institutos de Aposentadoria e Pensão – IAPs (transformação das CAPs em IAPs) – organizado por categoria profissional e com maior participação estatal;
Superávit formando um patrimônio considerável – despertando interesse
do Governo; objetivo a contenção de gastos para acumulação de capital afim de investir em outras áreas de interesse do governo;
RONCALLI, 2003
APÓS A II GUERRA MUNDIAL • Influência americana na área da saúde; • Modelo hospitalocêntrico e curativo;
• Tendência a construção de hospitais cada vez maiores em quantidade e extensão; • Surgimento da medicina de grupo e convênios; • Centralizado no Estado (dicotomia entre as ações de saúde e a assistência médica);
DÉCADA DE 60
Nº grande de contribuintes e beneficiários – impossibilidade de atendimento a toda população – direcionamento dos recursos públicos para a iniciativa privada;
SURGIMENTO DA LEI ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – unificação dos IAPs e criação do INPS (reunindo os IAPs, o SAMU e a superintendência dos
serviços de reabilitação da Previdência Social);
REGIME MILITAR
AI 1 – Suspensão das garantias constitucionais e dos direitos políticos;
Extinção das organizações que exigiam reformas de base;
Surgimento dos movimentos sanitários nas universidades;
Privatização dos serviços médicos;
Criação do INPS;
EXPANSÃO DO CAPITAL PRIVADO NA ÁREA DE SAÚDE
INPS passou a ser o grande comprador dos serviços privados de saúde – lógica do lucro (criação do complexo médico-industrial);
Era um excelente negócio:
O governo comprava os serviços de assistência médica às grandes corporações médicas privadas, principalmente hospitais e multinacionais fabricantes de medicamentos.
O Estado tinha renda garantida, uma vez que a contribuição previdenciária era obrigatória . Aumento do nº de beneficiários, impossibilidade de atender à demanda por parte do Estado – direcionamento para a iniciativa privada;
CRIAÇÃO DO INAMPS – MODELO HOSPITALOCÊNTRICO
Criação do INAMPS (1978) - Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social - que ajudou na intermediação dos repasses para a iniciativa privada;
O direito à assistência à saúde não era uma condição de cidadania; POPULAÇÃO DE MAIOR PODER AQUISITIVO – serviços privados de saúde – medicina liberal; MODELOS ASSISTENCIAIS
PREVIDENCIARIOS – Contribuíam com o IAPs, logo tinham a garantia de atendimento; NÃO PREVIDENCIÁRIOS - Contavam com os escassos serviços públicos e instituições de caridade, além das praticas populares de tratamento
MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA
Em 1976, é fundado o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – CEBES – que marca o início da mobilização social que se convencionou chamar Movimento da Reforma Sanitária Brasileira – MRSB.
O MRSB inseria-se na luta contra a ditadura militar e preconizava um novo modelo assistencial que destacava a importância da assistência primária de
saúde.
O MRSB foi o grande indutor de convocação da 8ª Conferência Nacional de Saúde.
REFORMA SANITÁRIA
Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito da
Previdência Social - Plano do CONASP. O plano propõe um reversão gradual do modelo médio assistencial através do aumento da produtividade e da melhoria da assistência em saúde;
PREV-SAÚDE: visava a reorientação do sistema vigente com ênfase
na atenção primária e na participação comunitária por meio das ações integradas de saúde;
DÉCADA DE 80
Aprofunda-se a crise no modelo de saúde previdenciária, agravada pelo alto
custo da assistência que é complexa e pouco resolutiva e insuficiente para atender a demanda – Caos do serviço público de saúde;
Insatisfação da sociedade e surgimento dos movimentos sociais, denunciando a ineficiência das estruturas de saúde pública e previdenciária, requerendo melhores condições de vida às populações menos favorecidas;
Realização da V Conferência Nacional de Saúde, discutindo os problemas de insuficiência, má distribuição e falta de coordenação dos serviços de
saúde, além de sua inadequação e ineficácia
AIS (1983) CRIAÇÃO DO PROGRAMA DAS AÇÕES INTEGRADAS DE
SAÚDE – Projeto interministerial (Previdência – Saúde – Educação), visando um novo modelo assistencial que incorporava o poder público, procurando integrar ações curativas – preventivas – educativas ao mesmo tempo;
criação de Unidades Básicas de Saúde, contratação e capacitação de recursos humanos para os serviços de atenção básica (Convênio com o MS e Estados permitiram o repasse de 10% do que recebiam aos municípios)
TRANSIÇÃO – FIM DO REGIME MILITAR
MOVIMENTO DAS DIRETAS JÁ (1985) E A ELEIÇÃO DE TANCREDO NEVES, MOVIMENTOS SOCIAIS DE SAÚDE – CONTRÁRIAS ÀS POLÍTICAS DE PRIVATIZAÇÃO;
MRSB – impulsionou a realização da VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, enfatizando a necessidade de participação social e trazendo as bases do SUS;
ELEIÇÃO
DA
ASSEMBLEIA
NACIONAL
CONSTITUINTE;
CONSTITUIÇÃO DE 1988 e as LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE;
MODELO MEDICO NEOLIBERAL – ATENÇÃO MÉDICO-SUPLEMENTAR • Setor médico – privatista se beneficiou durante anos dos sistema; • Setor público em crise – setor privado passou a formular novas alternativas para sua estruturação;
• Direcionou seu modelo de atenção médica para parcela da população
(medicina de grupo, cooperativas médicas, auto gestão, seguro-saúde e plano de administração). • Baseando-se
em
contribuições
mensais
dos
contrapartida a prestação de determinados serviços);
beneficiários
em
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Estabelece o Sistema Único de Saúde – SUS:
De caráter público, formado por uma rede de serviços regionalizada, hierarquizada e descentralizada, com direção única em cada esfera de governo, e sob controle dos seus usuários.
O SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um Sistema, um conjunto de unidades, de serviços e ações que interagem para um fim comum, realizando atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde.
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS
UNIVERSALIDADE: é a garantia de atenção à saúde, por parte do sistema, à todo cidadão;
EQUIDADE: é assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que cada caso requeira. Todo cidadão é
igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades até o limite do que o sistema pode oferecer;
INTEGRALIDADE: cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade. As unidades prestadoras de serviços formam um todo indivisível e devem ser capazes de prestar assistência integral. O homem
é um ser integral, biopsico social e será tendido de forma holística;
PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS REGIONALIZAÇÃO HIERARQUIZAÇÃO RESOLUTIVIDADE DESCENTRALIZAÇÃO GESTÃO PARTICIPATIVA
COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO
CONCLUSÃO
A saúde pública apresenta muitos problemas, mas percebe-se claramente
que o que se conseguiu até agora é muito importante. A partir do entendimento que todos nós temos de saúde enquanto direito é dever nosso lutar para que esse sistema seja desenvolvido em sua plenitude como forma de promover a justiça social, mais democracia e mais humanidade dentro da sociedade.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
Você considera que a Reforma Sanitária já atingiu sua plenitude? Quais
os desafios e progressos se observam na organização atual dos serviços de saúde mediante a política do SUS ?
Quais os traços que ainda persistem na organização e nas práticas dos serviços de saúde que se reportam à história do modelo que foi hegemônico no período anterior ao SUS?
Como podemos contribuir para mudar em direção aos princípios
defendidos pela Reforma Sanitária?
REFERÊNCIAS 1.
BERTOLOZZI, Maria Rita; GRECO, R. M. As políticas de saúde no Brasil: reconstrução histórica e perspectivas atuais. Rev. Esc. Enf. USP, v.30, n.3, p.380-98, dez. 1996.
2.
BRAGA, J. C. de S. PAULA, S. G. de. Saúde e Previdência - Estudos de política social. São Paulo, CEBES/HUCITEC, 1987.
3.
BRAVO, Maria Inês Souza; MATOS, Maurílio Castro de. Reforma Sanitária e Projeto Ético-Político do Serviço Social: Elementos para o Debate. In: Saúde e Serviço Social BRAVO, M. I. S. et al. (Orgs). São Paulo: Cortez; Rio de Janeiro: UERJ, 2004.
4.
BUSS, P. M. Saúde e desigualdade: o caso do Brasil. In: BUSS, P.M.: LABRA, M.E. (org.). Sistemas de Saúde: continuidades e mudanças. São Paulo, Hucitec/Fiocruz, 1995. p.61-102.
5.
FALEIROS, V.P. A construção do SUS: histórias da reforma sanitária e do processo participativo. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
6.
PAIM, J.S. Uma análise sobre o processo da reforma Sanitária brasileira. Saúde em Debate, rio de Janeiro, v. 33, n. 81, p. 27-37, jan./abr. 2009.
7.
POLIGNANO, Marcus Vinícius. Histórias das Políticas de Saúde no Brasil: Uma Pequena Revisão. Cadernos do Internato Rural - Faculdade de Medicina/UFMG, 2001.
8.
ROSSI, S. S. A constituição do sistema de saúde no Brasil. São Paulo, 1980.
9.
VARGAS, Jeferson Dutra de. História das Políticas Públicas de Saúde no Brasil: revisão da literatura. Rio de Janeiro - RJ, 2008.
http://www.youtube.com/watch?v=JGYOQhk4gt8