Estética e Moral: uma relação a ser discutida Felipe Soares Rocha Mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo
É perceptível a alternância conceitual sobre o senso de moralidade estética, ao observarmos diferentes cenários culturais dos quais fazem parte todos os indivíduos. São inúmeras características políticas, físicas, filosóficas e religiosas. Capazes de fomentar discussões em torno dos limites de certo e errado dentro dos padrões estéticos aceitos socialmente. Atualmente, é impossível desconsiderar as interferências culturais do Ocidente ao Oriente e vice-versa. Arquitetura, escultura, pintura, música e moda - artes construídas a partir da manifestação íntima dos sujeitos - consideradas como fenômenos culturais relevantes das civilizações contemporâneas. Cada contexto social atribui, em si, diretrizes que são utilizadas como mecanismo de interação dos indivíduos. Estes mecanismos intentam a facilitar a comunicação entre os sujeitos de forma que sejam minimizados conceitos primários e superficiais da essência do sujeito. Entretanto, na realidade, ocorre exatamente o contrário. Cada linguagem estética representa a expressão íntima do indivíduo, seja ela transitória ou não. Pela forma, a estética assume a identidade do indivíduo como produto do sentimento humano exteriorizado. Os conceitos morais, éticos e filosóficos norteiam cada etapa deste processo de apresentação dos indivíduos através das artes. Qualquer traço, forma, som ou sombra significa bem mais do que a livre fruição imaginativa do seu criador. Estabelecem uma aura de conteúdos culturais que forjam a identidade pública do indivíduo. É quase inevitável que, ao contrário de se tornar uma ferramenta de interação e integração na sociedade, antes, torne-se um filtro para as relações sociais que enxergam nas formas o principal componente de apresentação da personalidade, muito mais do que o verbo falado ou escrito. Faz-se necessário um reelaboração conceitual de moral que é bem mais ampla do que o externo do indivíduo. A moral é minimizada e minimiza a estética quando cria esta relação predatória, que por fim se transforma em preconceituosa e limitadora das relações sociais, em vez de ser expansiva, integrando os sujeitos, ao indicar a linguagem que cada um utiliza.
Dezembro 2008, São Paulo / Brasil.