Coletivo Líquida Ação
Espetáculo ARTE À VENDA. Rio de Janeiro, 2007.
Líquida Ação – Ação em estado líquido. Indefinição formal da ação maleável, incapaz de ser reproduzida de maneira idêntica. Ação cujo desenvolvimento é sensível aos fluxos do tempo/espaço. Tipo de ação que envolve as dimensões orgânicas do corpo atuante. Ação capaz de provocar reações químicas em nossa percepção dos meios físico, social e cultural. Ação com água. Liquidação – Baixa temporária dos preços. Possibilidade de lucro imediato. Grande festa do consumo. Atividade necessária à renovação dos estoques. Liquidez dos produtos pela redução do seu valor financeiro. Na sociedade de consumo: excitação coletiva que se manifesta por ondas de ansiedade e euforia; fenômeno capaz de contagiar indivíduos de qualquer classe social, origem étnica, gênero, grau de escolaridade ou faixa etária.
Neste jogo de palavras, o Coletivo Líquida Ação conceitua sua pesquisa artística: performances (ações líquidas) que manifestam a liquidez dos valores na sociedade de consumo (liquidação).
O Coletivo formado em novembro de 2006, trabalha, de maneira regular e contínua, com a criação de performances artísticas sempre baseadas na utilização do elemento água. Atuando em espaços alternativos como piscina, praças, feiras e chafarizes, o Coletivo manifesta o valor da água-vida na “era do descartável”, quando quase tudo se destina ao lixo, na economia do consumo baseada no desperdício. O valor da água como elemento vital, a velocidade do efêmero e a liquidez dos valores na sociedade de consumo, são os principais eixos da produção artística do Coletivo.
Performance BALDEAÇÃO na feira da Glória. Rio, 2008.
A heterogeneidade dos participantes do Coletivo (teatro, dança, música, circo, cinema, artes plásticas, moda) particulariza suas performances pela mistura surpreendente de diversas linguagens artísticas. Assim, a presença do elemento água nas performances, explorada de maneira espetacular e interativa, provoca alto impacto sensorial e reflexões críticas sobre os valores da água-vida na sociedade de consumo.
Performance BANHO PÚBLICO. Praça XV. Rio, 2007.
O núcleo do Coletivo é composto por seis pessoas responsáveis pela pesquisa intelectual e artística, concepção, produção e realização das performances. A organização deste núcleo, que garante a constância e a consistência do trabalho, forma uma estrutura aberta à participação de outros artistas nas performances do Coletivo.
Coletivo Líquida Ação Trabalhos realizados Espetáculo ARTE À VENDA Encontro das Artes/Gávea :: Dezembro 2006 Casa da Glória :: Novembro e Dezembro 2007 Intervenção Urbana BANHO PÚBLICO Chafariz Mestre Valentim/Pça XV :: Julho 2007 Chafariz Largo do Machado :: Setembro 2007 Mostra Livre de Artes/ Circo Voador :: Outubro 2007 BALDEAÇÃO Mostra Miscelânia/Ouro Preto-MG :: maio 2008 Chafariz da Glória/ RJ :: julho 2008 Evento RioArtmosfera/ RJ :: junho e agosto 2008 Evento Araca/ Zerozero :: setembro 2008 Mostra Livre de Artes/ Circo Voador :: outubro 2008 EUAMOemLíquidaAção Loja EUAMO Vintage/ Santa Tereza :: outubro 2008 Performance-leitura SOLIDÃO - texto de Edson Duarte Costa Galeria Cândido Mendes/ Rio de Janeiro :: janeiro 2009 Vídeo Arte à Venda – Câmera e edição Mihay Freire/ Casa Véia Vó Filmes Banho Público – Câmera Tito Nogueira, edição Mihay Freire/ Casa Véia Vó Filmes Baldeação – Câmera e edição Mihay Freire/ Casa Véia Vó Filmes Participação em Eventos Artísticos-Científicos CORPOCIDADE/ UFBA-Salvador/BA :: outubro 2008 Passo do Elefantinho/ UERJ- RJ :: novembro 2008
Eloísa Brantes (direção artística) Graduada em Artes Cênicas na UNIRIO. Doutora e mestra em Artes Cênicas pela UFBA. Fez especialização em Artes do Espetáculo na Université Paris 8. Desenvolve pesquisas no campo da performance desde 1997, sempre transitando entre a prática artística e trabalhos acadêmicos. Foi professora do Curso de Artes Cênicas na UFOP e atualmente trabalha como professora no Instituto de Artes da UERJ. Publicou na revista Sociedade e Religião artigo sobre arte, performance e ritual. Participou com comunicações em encontros internacionais de Performance promovido pelo Instituto Hemisférico (NYU). Fez cursos de Antropologia Teatral na Dinamarca e na Polônia. É sócia efetiva da ABRACE – Associação Brasileira de Artes Cênicas, e tem publicações nos anais de seus Congressos. Desde 2006 trabalha na direção artística do Coletivo Líquida Ação, associando experimentações práticas e reflexões teóricas em seu trabalho de pesquisa sobre performance.