P3 Copemar

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COOPEMAR 1. APROFUNDAMENTO DO DIAGNÓSTICO 1.1. INTRODUÇÃO A COOPEMAR é uma cooperativa de catadores que realiza a separação, processamento e venda de materiais recicláveis. A cooperativa conta com 32 cooperados (dado não confirmado), sendo que 12 são triadoras gerais (dado não confirmado), 3 são triadoras de vidro, 3 triadoras de plástico. A maior parte do material tem origem na coleta seletiva realizada pela prefeitura de Belo Horizonte em alguns bairros. Uma menor parcela tem origem de doações feitas por parceiros privados, tais como a CAIXA ECONOMICA FEDERAL. O material, depois de separado e, em sua maioria, prensado, é vendido a empresas que realizam o pós-beneficiamento. A cooperativa funciona em um galpão alugado por capital próprio com uma área aproximada de 7000m2. O terreno do galpão possui declive acentuado na sua porção frontal. Na porção final, o terreno se torna plano. A construção do galpão se aproveitou dos desníveis utilizando docas de recebimento e expedição de material. Tais características, associadas ao aproveitamento da gravidade para a movimentação de materiais, tornam a estrutura do galpão potencialmente favorável à atividade de reciclagem. No entanto, as características favoráveis ainda não podem ser aproveitadas na prática, pois há a necessidade de investimento em algumas modificações, como a construção de um silo de recebimento e investimentos em estrutura elétrica. Outros dois quesitos desfavoráveis na estrutura atual do galpão são a ausência de telhas em grande parte da estrutura, o que obriga as triadoras e operadores a realizarem suas atividades sujeitas às condições climáticas (chuva, sol, etc..) e o chão do terreno que não possui nenhum tipo de pavimentação, dificultando o uso de equipamentos de movimentação. O chão é, também, coberto de pó de minério, o que contamina os materiais e tem gerado reclamações por parte dos clientes.

1.2. PROCESSO PRODUTIVO



Chegada do Material:

A maior parte do material é proveniente da coleta seletiva realizada pela prefeitura de Belo Horizonte. Toda semana, diversos caminhões despejam a coleta no chão, na porção final do galpão, indicada na figura em anexo. Além dos caminhões da prefeitura chegam ao galpão materiais de outras fontes, como empresas parceiras, tais como CAIXA ECONOMICA FEDERAL. O papel doado pela

CAIXA ECONOMICA FEDERAL é recebido dentro do galpão interno, pois muitas vezes é necessário fragmentar os documentos sigilosos. Materiais como sucata pesada e materiais de escritório são acondicionados em partes externas ao galpão. O vidro recebido pela cooperativa atualmente é acondicionado em duas partes do terreno: uma dentro da parte construída e outra na parte externa, conforme indicado na figura. A explicação para isto é que a área interna inicialmente reservada não mais comporta o grande volume de vidro recebido. Está sendo analisada pela administração da cooperativa a opção de alugar um galpão extra para o beneficiamento do vidro. O galpão possui uma caçamba para depósito de sucata leve e uma para depósito de papelão. As caçambas pertencem a um dos clientes, que as coleta semanalmente. O material contido nas caçambas é vendido sem prensar. •

Separação

O material que chega ao galpão via coleta seletiva é empilhado na área indicada na figura 1 em anexo. As triadoras ficam em volta desse monte fazendo a separação da seguinte forma: tetra pack, plástico duro, plástico mole colorido e transparente, PET, jornal, papel branco, papel misto, papelão, papelão colorido e sucata leve. •

Prensagem

O material a ser prensado é conduzido da área de triagem para o galpão interno utilizando-se o caminhão próprio da cooperativa. Tal fato constitui um grande empecilho ao processo produtivo, pois consome recursos desnecessários. Por exemplo, pode-se citar o combustível utilizado para o caminhão interno, o custo em homens-hora para o carregamento e descarregamento do caminhão e as perdas de material durante a movimentação. Tendo em vista as dificuldades associadas à essa movimentação, a administradora da cooperativa está negociando junto a um de seus clientes o fornecimento de mais duas caçambas, uma para depósito de jornal e outra para depósito de papel misto. A motivação para esta ação é a redução do volume de material que será transportado para o galpão interno. A redução de custos associada se dará não só pelos custos de movimentação evitados, mas também pelos custos de prensagem, uma vez que os materiais em caçamba serão vendidos pelo mesmo preço praticado para os materiais prensados. Além da adição das caçambas está previsto também a retirada da caçamba de vidro e criação de uma nova área de triagem onde atualmente se encontra a triagem do vidro. Mais adiante, em anexo, será apresentada uma avaliação dos prós e contras dessa decisão, assim como o croqui da disposição das caçambas no layout atual. 1.3. PROBLEMAS IDENTIFICADOS

Durante o período de avaliação, uma série de problemas puderam ser identificados. Estes podem ser classificados em tipos gerais, como de infra-estrutura, operacionais, de gestão, entre outros. Observou-se que tais problemas muitas vezes estão relacionados entre si, sendo difícil uma separação entre os mesmos. No entanto, para uma maior facilidade de exposição, estes problemas serão brevemente descritos a seguir, sem toda sua complexa interrelação. Os problemas mais críticos observados foram os relacionados à infra-estrutura do galpão pois as inadequações do galpão levaram a uma disposição indesejada dos estoques e atividades produtivas. Como exemplo pode-se citar a falta de cobertura em grande parte do galpão, a falta de pavimentação e a falta de um espaço adequado para o recebimento de materiais. A falta de cobertura do galpão obriga triadoras e operadores a realizarem suas atividades sujeitos às condições climáticas (sol, chuva, etc...), também danificando materias-primas, materiais em processo e produtos acabados. A falta de cobertura também impede que se utilize grande parte do galpão para localizar equipamentos elétricos, pois estes, expostos às chuvas, se danificariam. Isto restringe as opções para localização, por exemplo, de prensas, balanças digitais e elevadores de fardos. Já a pavimentação inadequada do galpão dificulta a movimentação de materiais e impossibilita o uso de alguns equipamentos de transporte, como paleteiras e empilhadeiras elétricas. Foi relatado que, como tentativa de melhoria do piso do terreno, o chão foi coberto de pó de minério pela prefeitura de Belo Horizonte. O resultado esperado era que o minério se compactasse e constituísse um piso adequado. No entanto, observou-se que a compactação do pó de minério só ocorreu em algumas poucas áreas do terreno, e ainda assim não constitui um piso adequado. Muito pelo contrário, o pó de minério tem gerado problemas de qualidade, pois adere ao produto durante a movimentação e armazenagem, sendo fonte de diversas queixas por parte dos clientes. A falta de um espaço adequado para o recebimento de materiais obriga os caminhões a despejarem o material da coleta seletiva no chão do galpão. Forma-se então uma pilha ou monte de material, onde as triadores se dispõe ao redor e executam suas atividades, num arranjo físico posicional. O material despejado no monte é processado em um regime Last in – First out, ou seja, os últimos materiais a serem despejados na pilha são os primeiros a serem processados. Isto faz com que os materiais que não estão no topo da pilha demorem muito tempo a serem processados e acabem por se danificar e se tornam inadequados. As triadoras trabalham em posição pouco ergonômica, tendo de coletar os materiais do solo, despejá-los em bancadas improvisadas e realizar a triagem em pé, por

determinação da administração (para reduzir o ”corpo mole”). O escoamento das águas pluviais também se mostra um problema, uma vez que grande parte da água das chuvas não possui qualquer tipo de desvio e é conduzida para o interior do galpão, molhando os materiais em processo. Tal fator leva à inadequacao de alguns materiais e descontos no preço pago pelos clientes. Muito embora os problemas de infra-estrutura muitas vezes sejam os grandes geradores de outros problemas dentro da associação é importante ressaltar que o galpão tem potencial fortemente favorável à atividade de reciclagem. O galpão foi construído em um terreno com declive acentuado em sua porção inicial e que vai se tornando gradativamente mais plano. Ele se constitui de uma instalação de dois pavimentos e um anexo. A instalação de dois pavimentos, a ser referido a partir daqui como galpão interno, foi construída na porção inicial do terreno, ou seja, a porção com declive acentuado. No primeiro pavimento se localizam o escritório, a cozinha, o banheiro e áreas utilizadas para depósito de materiais que não podem ser molhados e possuem baixo giro, como carcaças de computadores, ar-condicionados e materiais de escritório, recebidos por doação da Caixa Econômica Federal. Já no pavimento inferior se localiza a área de prensagem. O motivo para tal é que as prensas precisam se localizar em área coberta. O galpão anexo foi construído na porção final do terreno, ou seja, a porção mais plana. Embora exista uma estrutura já instalada para a cobertura de toda a extensão o galpão anexo, somente pequena parte deste possui telhamento. Foi relatado que uma parte do telhamento existente foi financiado pela prefeitura de Belo Horizonte e cobre a parte onde se localiza a pilha de estoque para triagem proveniente da coleta seletiva. Outra parte do telhamento existente foi financiado com capital próprio e cobre a parte onde se localiza a pilha de vidro para triagem. Para mais detalhes sobre o exposto vide a figura anexa onde se expõe o layout atual A construção do galpão interno se aproveitou do desnível utilizando docas de recebimento e expedição de material. Além disso, a movimentação de materiais pode ser facilitada pelo uso da gravidade em alguns pontos, por exemplo, via esteira de roletes. No entanto, as características favoráveis ainda não podem ser aproveitadas na prática, pois há a necessidade de investimento em algumas modificações, tais como a construção de um silo de recebimento e investimentos em estrutura elétrica, pavimentação e cobertura. Tais modificações serão posteriormente mais bem descritas. Uma vez que o galpão é alugado, as modificações propostas estão sujeitas à negociações com o proprietário ou aquisição do galpão por parte da prefeitura.

Recomenda-se fortemente que tais modificações sejam viabilizadas, pois estima-se que o aumento da capacidade produtiva da associação decorrente destas seja expressivo. Os problemas organizacionais são em sua maioria, problemas de fluxo de materiais inadequados. Muitas vezes o fluxo inadequado é gerado pela disposição indesejada dos estoques e atividades produtivas, que por sua vez é gerada pelos problemas de infra-estrutura. Por exemplo, o material a ser prensado é conduzido da área de triagem para o galpão interno (vide figura em anexo) utilizando-se o caminhão próprio da cooperativa. O uso do caminhão é necessário pelo grande volume diário e distância de movimentação. Além disto, sem o caminhão tal movimentação seria realizada sem equipamento auxiliar, arrastando-se os bag´s em piso inadequado e contra um leve declive. É importante lembrar também que alguns bag´s podem chegar a pesar até 120 quilos. Tal fato constitui um grande empecilho ao processo produtivo, pois consome recursos desnecessários. Por exemplo, pode-se citar o combustível utilizado para o caminhão interno, o custo em homens-hora para o carregamento e descarregamento do caminhão e as perdas de material durante a movimentação. Algumas vezes se utiliza uma tirolesa improvisada, que vai do galpão de prensagem à área de triagem. Como o sentido do movimento é contra a gravidade e o içamento da carga é manual, o uso da tirolesa é desestimulado. Alguns materiais, como por exemplo o papel doado pela Caixa Economica Federal, precisam ser processados em ambiente coberto. O resultado é que, dentro da área de prensagem, existem fluxos de materiais e estoques de material em processo que atrapalham a atividade de prensagem e superlotam o local. Os problemas de gestão e controle da produção não foram focados na realização do estudo. Com relação à gestão, observou-se apenas preucupações e dificuldades em estabelecer formas justas de pagamento dos associados. Sobre os problemas de controle da produção, percebeu-se que não existem estudos sobre o custo das atividades e o seu respectivo valor agregado. Por exemplo, foi relatado pela administração que há dificuldades em saber se a triagem do plástico em duas etapas é ou não vantajosa para a associação.

2. APROFUNDAMENTO DOS PROBLEMAS 2.1. LEIAUTE Além destes problemas observou-se também que o galpão coberto pode ter seu fluxo melhorado com poucas modificações. Esta solução previu um espaço para armazenamento de materiais de alto giro ou materiais que estejam sendo processados durante o dia. Previu-se também a

necessidade de corredores de movimentação. Outra preocupação foi a minimização das distâncias de movimentação. Para isto procurou-se alocar os materiais de baixo giro no perímetro de uma elipse, com um dos focos na entrada mais utilizada e outro foco nas prensas. O PET foi alocado na área mais distante do recebimento por ser leve. Já o papel da CAIXA ECONOMICA foi alocado próximo à entrada, por ser mais pesado. Como a triagem destes materiais é feita dentro do galpão, previu-se áreas para armazenamento pré-processo e processamento.

LEIAUTE ATUAL

Primeira opção: Nesta opção o fluxo se torna linear. É utilizado um silo de recebimento de material na entrada do galpão. Este silo aproveita o caimento existente no terreno e conduz o material para o galpão interno. O silo permite o processamento dos materiais em um regime FIFO (fist in- first out). Neste silo são previstos de 6 a 8 postos de triagem. Uma bancada anexa ao silo torna a posição de triagem mais eficiente e confortável, evitando que o material seja triado diretamente do solo. As caçambas de papelão e sucata foram alocadas próximas à triagem para minimizar a movimentação de bags com peso elevado. Uma bancada para triagem fina do plástico foi idealizada para aproveitar o desnível entre o galpão interno e a parte atualmente sem cobertura. Uma segunda área de triagem foi proposta, caso seja necessário expandir o numero de postos de triagem. Esta área não é perfeitamente adequada ao processamento dos materiais, mas pode vir a ser, caso seja feita a construção de uma rampa externa e mais um silo de recebimento. O plástico duro a ser posteriormente triado proveniente desta segunda área de triagem deverá ser inadequadamente elevado até a bancada de triagem de plástico fino ou ser triado próximo ao setor de triagem em bancadas comuns. A área de prensagem foi alocada na parte final do galpão seguida por uma área de armazenagem de fardos.

LEIAUTE PROPOSTA I

2.2. MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM Devido às más condições do piso do terreno, a movimentação dos bags exige muito esforço por parte dos associados. Para contornar tal problema, foi demandado pelos associados a elaboração de um desenho para orientação na construção de um equipamento para movimentação de bags. A fabricação será custeada pela própria associação, aproveitando alguns dos materiais disponíveis em estoque, tais como barras e chapas de aço. Os critérios utilizados para a elaboração do desenho foram: • Pequena altura (ou altura compatível com a da balança existente) da plataforma de suporte para o bag, em relação ao solo • Boa manobrabilidade • Rodas capazes de superar as condições desfavoráveis do terreno • Facilidade de uso Com o objetivo de atender aos critérios estabelecidos se desenvolveu duas opções. Uma utilizando rodas maiores e pneus com câmara de ar e outra utilizando rodas menores e pneus de borracha maciça (“roda seca”). As duas opções foram avaliadas e a preferida foi a com rodas menores e pneus maciços. Os motivos da escolha foram a maior facilidade de fabricação e o fato de que os pneus de borracha maciça não furam. A determinação das dimensões do equipamento está condicionada às dimensões das rodas a serem adquiridas. Com relação à armazenagem dos materiais, foi demandada uma solução para conter a pilha de estoque pré-triagem dentro de um espaço delimitado, sem interferir no recebimento dos materiais e no trabalho das triadoras.

3. OUTRAS QUESTÕES TRABALHADAS Adição de mais duas caçambas Tendo em vista os custos associados à movimentação de materiais usando o caminhão interno, a administradora da cooperativa está negociando junto a um de seus clientes o fornecimento de mais duas caçambas, uma para depósito de jornal e outra para depósito de papel misto. A motivação para esta ação é a redução do volume de material que será transportado para o galpão interno. A redução de custos associada se dará não só pelos custos de movimentação evitados, mas também pelos custos de prensagem, uma vez que os materiais em caçamba serão vendidos pelo mesmo preço praticado para os materiais prensados. Além da adição das caçambas está previsto também a retirada da caçamba de vidro e criação de uma nova área de triagem onde atualmente se encontra a triagem do vidro.

Análise das mudanças causadas pela adição de duas caçambas Prós: • O uso de caçambas evita a necessidade de prensagem dos materiais em questão. Com isto reduz-se significativamente os custos operacionais associados à atividade de prensagem e à movimentação de materiais da área de triagem à área de prensagem. • As vendas continuarão a ser realizadas semanalmente e os preços de venda permanecerão os mesmos. Com isso não há alteração nos custos de armazenagem. • Redução no volume de materiais do galpão interno. Contras: • O uso das caçambas irá atrapalhar a entrada dos caminhões para descarregamento de materiais na área de triagem • A nova área de triagem se encontra muito afastada do local previsto para colocação da caçamba de papelão, o que aumenta as distancias de movimentação. • A mudança está condicionada à melhoria da qualidade do material (redução na quantidade de pó de minério) • Haverá alteração nos cargos de alguns dos funcionários

LEIAUTE ATUAL COM POSICIONAMENTO DAS DUAS NOVAS CAÇAMBAS

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