Ondas Curtas, Termoterapia

  • July 2020
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PROFA. MAHYRA MOTA TERMOTERAPIA CORRENTE ALTERNADA DE ALTA FREQUÊNCIA É toda corrente acima de 500.000 ciclos seguidos. Produz calor no interior dos tecidos e não produz estímulo motor. Faz vibrações muito altas a nível celular, com energia cinética que produz calor, esse calor é produzido no interior dos tecidos por onde a corrente passa. Pode-se usar o termo Diatermia ou Calor profundo, pois o calor é iniciado no interior dos tecidos e não na superfície. 1. Quanto a variação do intervalo: • Impulsos ou Ondas Sustentadas: Não há intervalos entre os impulsos, só havendo variação de amplitude. • Impulsos ou Ondas Não Sustentadas: O impulso passa com intervalos. 2. • •

Quanto a variação da Amplitude do Impulso: Amortizadas: A amplitude do impulso varia. Não Amortizada: A amplitude se mantém constante, não ocorrendo variação.

Impedância ou Resistência: Se comporta de maneira diferente da corrente de baixa freqüência. A pele oferece uma impedância baixa à passagem de correntes de alta freqüência, ou seja, penetra com maior facilidade. 

Diatermia: É toda corrente de ondas curtas com freqüência de 10 milhões a 100 milhões de ciclos por segundo, produzindo ondas de 3 a 30metros. Podem ser de 3 tipos: Ondas Curtas, Microondas e Ultra-som. ONDAS CURTAS Histórico: As referências do uso clínico de corrente elétrica de alta freqüência podem ser encontradas pela primeira vez no século passado 1890 em Paris, D’Arsonval fez passar uma corrente de 1AMP, numa elevada freqüência através dele próprio e de um assistente. D’Arsonval descreveu apenas uma sensação de calor e trabalhos subseqüentes levaram ao desenvolvimento de métodos indutivos e capacitativos de aplicação de correntes de alta freqüência ao corpo, gerando um calor não superficial que passaram a se chamar “diatermia", que se designa a partir da palavra grega “aquecimento através de”. A energia das ondas curtas pode ser administrada de modo contínuo ou pulsado e é variável, quanto à freqüência e pouca ou nenhuma energia, encontra-se na faixa mestra. Essas ondas são produzidas em resultado de oscilações elétricas e podem ser criados tanto campos elétricos como campos magnéticos, em decorrência de sua ação. Um campo magnético é produzido por uma carga elétrica móvel e, visto que os campos magnéticos exercem força sobre outras cargas em movimento uma corrente elétrica alternada, por exemplo, irá iniciar a geração de um campo magnético que por sua

vez poderá iniciar a produção de uma corrente induzida. Tanto campos elétricos como campos magnéticos podem ser criados em tecidos humanos submetidos à diatermia por ondas curtas. 1.Conceito: É uma forma de corrente elétrica de alta freqüência, 27Mhz, com comprimento de onda eletromagnética de 11 metros, usada com finalidade terapêutica causando calor profundo. Pode ser também chamada de Diatermia. Funciona como um pêndulo, pois os elétrons se movem, ora para um lado ora para o outro. A polaridade muda tão rapidamente que não estimula os nervos motores. O uso do ondas curtas tem sido uma terapêutica conservadora adotada por muitos profissionais fisioterapeutas porém, com os avanços tecnológicos e a necessidade financeira tornou o uso de tal recurso negligente. Ficou esquecido a riqueza de benefícios que ele pode proporcionar ao ser humano em uma vasta gama de afecções. 2. Efeitos: • Calor Profundo Tecidual: A energia é transformada em calor, devido a resistência oferecida pelos tecidos a passagem da corrente elétrica. O calor profundo ou menos profundo está na dependência da posição dos eletrodos(placas), da distância entre as placas e a pele, e da impedância dos tecidos. • Hiperemia (Vasodilatação superficial e profunda). • Aumento do fluxo sanguíneo • Aumento de O2 a nível celular • Aumento do metabolismo (maior aporte de substâncias nutritivas, eletrólitos e uma maior troca a nível celular) • Aumento do fluxo venoso e linfático • Aumento de leucócitos – Diapedese (ação antiflogística) • Regenerador tecidual • Inibe a reprodução de microorganismos (antibiótico) • Analgésico • Relaxante muscular (espasmolítico) • Diminui a P.A. • Aumenta a excreção urinária. 3. Tipos de Eletrodos: • Eletrodos flexíveis de borracha: Podem ser pequenos, médio e grande. Colocados em contato sobre a área a ser tratada. • Eletrodos de Schliephake: Não ficam em contato com a pele. 4. Dose – Potência: Depende da sensação subjetiva de calor que o paciente vai sentir e da fase da enfermidade (aguda ou crônica). Usa-se a escala de Schliephake. 4.1 – Escala de Schliephake: GRAU I – Calor muito débil: Fica abaixo da sensação de calor ou do limiar de sensibilidade. GRAU II – Calor Débil: É a sensação de calor imediatamente perceptível. GRAU III – Calor Médio: Sensação clara e agradável de calor. GRAU IV – Calor Forte: Sensação de calor no limite de tolerância. 4.2 – Fase Aguda:

Deve-se usar o GRAU I e GRAU II da escala. 4.2 – Fase Crônica: Deve-se usar o GRAU III e GRAU IV da escala. 5. Tempo de Tratamento: • Fase Aguda: 5 a 10min. • Fase Crônica: 15 a 20min. Obs: A sensação do calor está na dependência do tamanho dos eletrodos, da distância eletrodo/pele, da posição dos eletrodos e da região a ser tratada. 6. Posição dos Eletrodos: • Transversal: Pode ser um eletrodo na parte anterior e outro na parte posterior, ou, um medial e outro lateral. • Longitudinal: Pode ser um eletrodo proximal e outro distal, ou paravertebral e ainda um na região anterior da coxa e outro na parte posterior da perna ou plantar. 7. Distância Eletrodo-Pele: Poderemos conseguir o máximo de profundidade, se os eletrodos estiverem a uma distância de 3 cm da pele, para isso usa-se uma toalha ou feltro, colocados transversalmente. Na posição longitudinal, ou, um do lado do outro, teremos um calor mais superficial. SUPERAQUECIMENTO SUPERFICIAL: É causado pela aproximação demasiada dos eletrodos à pele – 0,3 cm; 0,5cm; 1cm. AQUECIMENTO IRREGULAR: Quando os eletrodos são colocados desuniformemente à pele ou formando angulações. 8. Sintonia do Aparelho: Depois de colocada uma determinada dose de potência, girar gradativamente o botão da sintonia, até o máximo de deflexão do ponteiro, o qual voltará levemente. Girar levemente no sentido contrário, e ver o ponteiro se movimentar ao ponto máximo para a potência estabelecida. Se aumentarmos a dose ou diminuirmos, teremos que sintonizar novamente o aparelho. Existem aparelhos que para sintonizar uma determinada potência ou dose, gira-se o botão da sintonia até que apareça uma coluna luminosa completa. Mudando a dose, devemos sintonizar novamente. Durante o tratamento, o aparelho pode dessintonizar. Novamente devemos sintonizá-lo. Podemos conseguir uma boa sintonia mudando os tamanhos dos eletrodos ou ainda aumentando a distância do eletrodo/pele (com feltro ou toalha). 9. Indicações de Diatermia com Ondas Curtas: • Artralgia • Fraturas: a ação analgésica e espasmódica permite melhores resultados em sua consolidação • Artrose, Artrite crônica • Anquilose fibrosa, rigidez pós-gesso e atrofia muscular • Artropatias inflamatórias degenerativas (artrite, bursite, periartrite escápulo-umeral, espondilite, epicondilite e espondilo-artrose) • Ciatalgia, Dorsalgia, Lombalgia • Contusão, Contratura, Distensão, Entorse – fase crônica, Espasmos musculares • Mialgias, lombalgias (de origem estática, reumática, focal e traumática),

fibrose e torcicolo • Neuralgias, Neurite • Afecções piogênicas da pele: abscessos, furúnculos • Pré-cinesioterapia • Aumenta a extensibilidade do tecido colagenoso profundo • Diminui a rigidez articular • Esporão de Calcâneo 10. Cuidados e Precauções: • Com alterações de Sensibilidade • Com a sintonia do aparelho • Com pacientes Obesos • Com crianças e idosos • Com os testículos • Com a posição de cabos e eletrodos: -Verificar a distância, inclinação e uniformidade dos eletrodos, -Não cruzar os cabos durante o tratamento, -Não deixar os cabos próximos durante o tratamento, -Não deixar os cabos em contato com a pele do paciente durante o tratamento. • Com materiais metálicos • Com o tempo e a dose • Não usar sobre pele úmida ou molhada (pode causar queimaduras) • Isolar mesas e cadeiras metálicas, para não haver aquecimento • Interromper o tratamento ao primeiro sinal de tontura, cefaléia, hipotensão ou mal-estar do paciente. 11. Contra-indicações: • Perda de sensibilidade, • Não usar sobre roupas ou tecidos sintéticos (nylon, plásticos) • Sobre pinos, placas, parafusos, hastes ou qualquer outro implante metálico. • Processos inflamatórios ou traumáticos agudos, • Áreas hemorrágicas • Edemas • Osteomielite • Estados febris • Afecções vasculares periféricas (Erisipela, tromboses, flebites) • Áreas isquêmicas • Sobre gesso ou curativos • Sobre útero gravídico • Infecção renal ou urinária • Período pré-menstrual e Menstrual • Neoplasias • Tuberculose óssea ou pulmonar • Pacientes com marca-passo • Úlceras • Desidratação • Pacientes que não cooperam (p. ex.: não cooperação de fundo físico, em decorrência de distúrbios do movimento ou de déficit cognitivo, ou de alguma incapacitação ou da idade) • Recém-nascidos até a idade de crescimento ósseo (pode atrasar o respectivo crescimento) 12. Técnicas de Aplicação: 1. 2. 3.

Despir a área a ser tratada Posicionar o paciente de forma cômoda e relaxada Mesa, cadeira ou maca deverão ser de madeira ou possuir material isolante

4. Examinar a área a ser tratada 5. Testar a sensibilidade 6. Secar a região a ser tratada 7. Retirar materiais metálicos do paciente (relógio, anel, pulseira, correntes, audiofones) 8. Verificar presença de implantes metálicos 9. Verificar se o paciente usa marca-passo 10. Explicar ao paciente o tipo de sensação que ele deve sentir 11. Ligar o aparelho 12. Zerar o aparelho 13. Cobrir a área tratada com toalha de algodão ou feltro 14. Para eletrodos de borracha flexíveis, colocar os eletrodos uniformes e fixos com fita elástica ou saquinhos de areia. 15. Para eletrodos de SCHLIEPHAKE, colocar os eletrodos a uma distância de mais ou menos 3 cm de distância da pele. 16. Fixar os cabos no aparelho 17. Esperar 1min para seu aquecimento 18. Escolher a dose/potência 19. Sintonizar o aparelho 20. Questionar o paciente constantemente sobre a sensação de calor que ele está sentindo 21. Ajustar a sintonia ou a potência sempre que necessáio 22. Marcar o tempo terapêutico 23. Findado o tempo, desligar o aparelho, desconectar os eletrodos do aparelho 24. Examinar a área que foi tratada 25. Desligar o aparelho. 13. Gaiola de FARADAY: Estudos recentes relatam a influência de campos eletro-magnéticos em profissionais com longas exposições diárias a esse campo, desde cefaléias e tonturas aparentemente sem maiores conseqüências, até a má formação congênita com índice acima da média em fisioterapeutas grávidas. Não existem relatos de influência em pacientes devido ao pouco tempo de exposição a que são submetidos. O Ondas Curtas pode interferir em equipamentos eletrônicos em sua vizinhança, sejam eles eletro-estimuladores, PABx, aparelhos de som e televisão, embora existam certos procedimentos para atenuar as interferências, mas não suprimi-las completamente. Assim, sendo, os países do primeiro mundo adotaram há muito tempo a Gaiola de Faraday como item obrigatório em clínicas de fisioterapia, porém como o tratamento é de curta duração, até o momento nada existe que indique qualquer tipo de conseqüência. O Ondas Curtas é a terapia através de correntes elétricas de alta freqüência, o uso terapêutico das oscilações eletromagnéticas com freqüência maior que 100.000hz. não causa despolarização da fibra nervosa, mas esta energia pode transformar-se em energia térmica no tecido corporal sendo usada de forma terapêutica. Grandes são os efeitos que ele pode proporcionar, basta criteriosidade no seu uso bem como técnica adequada, necessitando aí do profissional competente para tal uso, ou seja, o fisioterapeuta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KITCHEN, S. Bazin, S. Eletroterapia de Clayton. 10 ed. São Paulo: Manole, 1998.

KOTTKE, Frederic J. et al. Krusen: Tratado de Medicina Física e Reabilitação. 4 ed. São Paulo: Manole, 1994. LIANZA, Sérgio. Medicina de Reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

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