Olhar Reflexo Uma coisa tão importante, também pode ser extremamente difícil de se notar. Nota-se a cor do olho, mas deixa-se passar desapercebido o brilho do olhar. O verde luminoso da íris pode revelar da morte o negro desvão. A íris negra da moça brejeira, pode iluminar a mata em meio à escuridão. Janelas das almas são os olhos, revelam tudo o que se passa dentro de todos nós. Brilham de alegria os olhos castanhos, enquanto os olhos azuis às lágrimas dão foz. Gotas translúcidas de vida e de emoção brilham, feito água sob o sol do meio dia. Na face de um deixam claro o ódio e a morte, na de outro o amor, e a alegria. Olhos cinzentos, ou ainda cor de mel, furta-cor, ou vermelhos, tudo refletem. Reflexos de nosso interior, traidores de nossas segundas intenções, incômodos espelhos. Quem não tem tais intenções, não vive ou mente, não precisa de olhos de qualquer cor. Quem nunca mentiu por algum motivo, jamais se incomodou com isso, mas também não viveu um grande amor. Amar talvez nos leve a mentir ocasionalmente, mas revelamos a verdade no espelho do olhar. Água que reflete a luz do sol e da lua, água que é vertida em lágrimas, água que limpa e refresca. A verdade mais pura é a que nos mostra a todos como grandes mentirosos, mas que mostra também que o fazemos por amar. Mentimos para não ver o ser amado sofrer, mentimos para simplesmente sonhar, e fazer do sonho uma verdade. Poetas são mentirosos, sonham demais com qualquer coisa que se lhes apresente, assim são todos os amantes. Mentimos para criar aquilo que não existe, e fazer brotar na alma das pessoas, um sentimento verdadeiro. Esta verdade passa pelas janelas coloridas dos olhos, e mostra nossas verdadeiras intenções. No final, a nossa mais intima verdade, nasce de uma doce mentira de amor, que vaza pelos olhos.