REGISTRO DE OBSERVAÇAO – ESTAGIO BASICO I,II,III Acadêmico(a): Maria Eduarda Cecchin Dados de Identificação Local: CRAS São Cristóvão
Período: 5
Descrição da demanda: Grupo de mulheres Supervisor Local: Dolores Data: 12 de março de 2019 Horário: 09:00 as 10:30 Descrição da Observação O grupo estava formado por 9 mulheres, 1 homem e 5 crianças. O homem presente diz que é marido de uma das mulheres e foi acompanhá-la. As crianças estão no fundo da sala, desenhando com canetinhas hidrográficas. As mulheres e o homem estão em semicírculo, sentados. A psicóloga liga o projetor e diz que elas hoje terão uma atividade diferente, que no caso é uma palestra que aborda “questões femininas” (SIC). Ela então pega uma folha e faz anotação dos nomes dos presentes. Uma mulher entra na sala, é a palestrante. Diz que é biomédica e proprietária de laboratório de exames clínicos, mas veio para falar sobre outros assuntos. A palestrante diz que não é a primeira vez que ela palestra no CRAS e afirma que gosta da atividade, uma mulher do grupo diz que já assistiu uma outra palestra dela e gostou. A apresentação é projetada na tela e a biomédica inicia falando sobre o tema, que, no caso é “Mulheres maravilha”, ela diz que as mulheres têm um problema: cuidam de todos da casa, mas esquecem de cuidar de si mesmas e, consequentemente, adoecem. Ela diz que vai fala sobre saúde da mulher e problemas que podem ocorrer.
O primeiro tópico a ser abordado é o HPV, a profissional fala sobre a contaminação e alerta as mulheres a não compartilharem toalhas e roupas intimas. Fala também sobre a vacina e como ela age sobre o vírus do HPV e também contra o câncer de colo de útero. Fala sobre como é importante fazer o exame preventivo/Papanicolau periodicamente após a primeira relação sexual. A palestrante pergunta quantas mulheres realizaram o exame no ano passado e 6 mulheres ergueram a mão, ela alerta que é necessário realizar o exame pelo menos uma vez a cada ano. Dando continuidade a conversa, é abordado o câncer de mama. Alguns dados estatísticos são repassados, como o número de casos em mulheres brasileiras no ano de 2018. A palestrante fala sobre como é importante fazer o autoexame, dando ênfase em fazer durante o período pré-menstrual ou pós menstrual para melhor veracidade. Além disso, ela demostrou a maneira correta do toque. O outro tópico é sobre TPM e menopausa, como ocorre, a oscilação de hormônios e como isso afeta no humor da mulher. Ela também ressalta sobre o planejamento familiar, que hoje a mulher pode fazer uso de diversos métodos contraceptivos e evitar filhos indesejados. Ela pergunta se alguém quer falar algo ou fazer alguma pergunta, as mulheres dizem que não, então ela diz que vai passar para outro tema. Ela começa a falar sobre a violência contra a mulher, que muitas mulheres sofrem violência física e psicológica dos seus parceiros dentro de casa e é um assunto que, na opinião dela, deve ser discutido. A biomédica fala que as mulheres conquistaram diversos direitos ao longo dos anos e que devem ter força para sair de um relacionamento abusivo. Ela diz que sabe o que está falando pois passou por isso durante muitos anos, onde o seu parceiro a violentava de diversas maneiras e a ameaçava. Diz que muitos julgam as mulheres que continuam com seus parceiros violentos, mas elas só continuam porque já perderam todas as suas forças e, ainda, a esperança de que aquilo um dia acabe. Fala que as mulheres devem denunciar na Delegacia da Mulher e não devem ter medo de uma vida sem um homem, pois as mulheres possuem direitos.
Uma mulher do grupo pergunta se pode dar o seu testemunho, e a palestrante diz que sim. A mulher aparenta ter 65 anos e diz que foi casada durante 40 anos, todo esse tempo o seu marido era violento, mas ela tinha medo e vergonha do que os outros iriam pensar se ela se separasse. A integrante do grupo diz que criou coragem e pediu o divórcio, e diferente do que ela pensava, todos a apoiaram, inclusive seus dois filhos. Diz que hoje em diz mora sozinha mas encontra a paz. A palestrante agradece pelo comentário e alerta que o parceiro pode dar sinais de violência, portanto, não se deve aceitar desde a primeira vez que ele demonstre isso. Ela agradece a todas e pede uma salva de palmas para as Mulheres Maravilha. O lanche é servido, os integrantes comem e então despedem da palestrante e da psicóloga e vão embora