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23 Sangue Pedimos ao Espírito Santo a sua luz para nos entendermos melhor neste dia. De fato, no Evangelho que acabamos de ouvir, encontra-se um mandamento explícito que Cristo deu aos seus discípulos: Curai os enfermos; depois, quando chegarmos ao centro da Missa, ouviremos as palavras misteriosas: Tomai e comei todos, este é o cálice do meu sangue, derramado por vós e por todos em remissão dos pecados. Fazei isto em memória de Mim. [...] No pensamento da cultura semítica e dos povos circunstantes na época da presença histórica de Cristo na terra, o sangue valia a vida. Na compreensão do tempo pensava-se precisamente que a vida residisse no sangue, a ponto que dar a vida significava dar o sangue; tirar a vida significava derramar o sangue. Quem matava chamava-se sanguinário. [...] Considerar de modo particular que a finalidade deste derramamento de sangue é o perdão dos pecados, leva-nos a compreender que efetivamente a origem da morte e das doenças está precisamente na maldade introduzida por nós, humanidade; por conseguinte, a origem encontra-se no ódio, na destruição, na soberba egoísta, no culto de si mesmos, no pretender ser o centro de tudo, o critério último de qualquer comportamento, o dominador absoluto ao qual qualquer outro deve submeter-se; esta maldade chama-se cultura da morte. Desarraigar esta cultura da morte, antípoda de qualquer saúde, é impossível com os nossos meios humanos. A história e a realidade que hoje vivemos, a nossa experiência quotidiana, são testemunhos vivos e eloquentes. [...] Vivemos num mundo de símbolos: ações práticas que enquanto se esclarecem, escondem ao mesmo tempo a sua riqueza. A doação de sangue que fazemos inscreve-se dentro deste mundo simbólico: esclarece a nossa solidariedade, a
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nossa compaixão, a nossa responsabilidade, a nossa dedicação ao próximo e escondem o mistério profundo da existência, sobre o qual entrevemos algo na Eucaristia; mergulhamos no oceano imenso de Cristo Redentor; participamos de certa forma da sua efusão saudável de sangue. E a nossa doação de sangue faz com que a saúde física se possa voltar a dar a muitos irmãos nossos; mas a nossa ação transcende também a saúde temporal e prolongase além dos seus limites, até penetrar a própria importância do mistério. A nossa doação de sangue converte-se assim num hino à vida, num hino de vitória e de ressurreição, numa participação que prolonga a entrega do sangue de Cristo [...]. A doação de sangue encontra-se exatamente no ponto oposto desta cultura moribunda. Aliás, para os cristãos significa doar-se a si mesmo a Deus e ao próximo, mesmo até à morte: são estes os verdadeiros vencedores; neste caminho de solidariedade autêntica, e só assim, se realiza a vitória luminosa e a única possível, que é a ressurreição.a
23.1 Do ponto de vista hebraico, o sangue é a sede da vida: Gn 9,4Porém, não comereis a carne com a sua vida, o sangue. 5Ficai também a saber que pedirei contas do vosso sangue a todos os animais, por causa das vossas vidas; e ao homem, igualmente, pedirei contas da vida do homem, seu irmão. 6A quem derramar o sangue do homem, pela mão do homem será derramado o seu, porque Deus fez o homem à sua imagem.
[a] PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PASTORAL NO CAMPO DA SAÚDE. Homilia do Cardeal Javier Lozano Barragán, durante a Santa Missa por ocasião da Jornada Mundial dos doadores de sangue. Domingo, 12 de Junho de 2005.
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Lv 17,10 Se qualquer homem da casa de Israel, ou qualquer estrangeiro residente no meio deles, comer qualquer espécie de sangue b, voltar-me-ei contra esse que come sangue e eliminá-lo-ei do seu povo. 11Porque o sangue é a vida do corpo, Eu vo-lo concedo, a fim de vos servir de purificação sobre o altar, pois o sangue é que faz expiação porque é vida. 12 Por isso, disse aos filhos de Israel: Nenhum de vós comerá sangue, e o estrangeiro residente no meio de vós também não comerá sangue. 13 Qualquer dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros residentes no meio de vós, que caçar um animal selvagem ou uma ave própria para comer, derramará o seu sangue e cobri-lo-á com terra. 14Porque a vida do corpo está no seu sangue, no seu espírito vital, por isso, Eu disse aos filhos de Israel: Não comereis o sangue de nenhuma criatura, porque a sua vida é o seu sangue; quem o comer, será eliminado. Dt 12,23Mas guarda-te de comer o sangue, porque o sangue é a vida, e não deves comer a vida com a carne. 24Portanto, não o comas; mas derrama-o na terra como se fosse água. 25Não o comas, a fim de seres feliz, tu e os teus filhos depois de ti, porque assim farás o que é reto aos olhos do Senhor.
23.2 Beber o sangue seria destruir a vida Beber o sangue seria destruir a vida, que só a Deus pertence: Derrama-se junto do altar para significar o regresso da vida a Deus: [b] O sangue é a vida do corpo. Outra tradução: Porque a alma da carne está no sangue. O termo hebr. néfech (= vida) é também traduzido por alma, espírito; a palavra hebraica deriva de uma raiz que significa soprar, respirar, e designa o princípio da força vital corpórea animal. Para a mentalidade de quase todos os povos do Antigo Médio Oriente, o sangue era o princípio da vida, conceito elementar derivado talvez da experiência: quem perde sangue morre. O sangue do animal, símbolo da vida, somente pode ser oferecido a Deus como expiação dos pecados das pessoas (Hb 9, 22). Deus é o Senhor da vida; portanto, o sangue-vida não pode ser comido (v.10.12.14; Dt 12,16.23-25; 1Sm 14,32-35). Isso significaria apropriar-se de uma vida que só a Deus pertence. Derramar o sangue é um ato religioso. Portanto, só pode ser oferecido em sacrifício a Deus (v.5-7) ou respeitosamente coberto com terra (v.13).
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Lv 19,26Não comereis nada que contenha sangue. Não praticareis a adivinhação nem a magia. Ez 39,17E tu, filho de homem - assim fala o Senhor DEUS diz às aves de todas as espécies e a todos os animais selvagensa: Reuni-vos, vinde, juntai-vos de todas as partes, para tomardes parte no sacrifício que Eu vos preparo, um grande sacrifício sobre a montanha de Israel; e vós comereis carne e bebereis sangue. 18Ides comer a carne de heróis e beber sangue de príncipes da terra: carneiros, cordeiros, cabritos, touros robustos de Basan. 19 Comereis gordura até vos fartardes, e bebereis sangue até vos embriagardes, no sacrifício que Eu vos preparo.
23.2.1 A custo, os cristãos conseguiram libertar-se deste modo de conceber o sangue At 15,19Por isso, julgo que não se devem inquietar os que dentre os gentios se convertem a Deus. 20Mas que se lhes escreva somente que se abstenham das carnes oferecidas aos ídolos, da impureza, das carnes sufocadas e do sangue. [...] 28Com efeito, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor outro peso além do seguinte indispensável: 29que vos abstenhais das carnes sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da impureza. Dessas coisas fareis bem de vos guardar conscienciosamente. Adeus! At 21,24 Toma-os contigo, faze com eles os ritos da purificação e paga por eles (a oferta obrigatória) para que rapem a cabeça. Então todos saberão que é falso quanto de ti ouviram, mas que também tu guardas a lei. 25Mas a respeito dos que creram dentre os gentios, já escrevemos, ordenando que se abstenham do que for sacrificado aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da fornicação.
[a] O grande banquete sacrificial aqui descrito constitui um espetáculo horrível: as aves do céu e os animais selvagens vêm devorar os cadáveres dos inimigos de Israel (Jr 46,10; 48,15; 50,27). Ap 19,17-18.21 tirou de Ezequiel a mesma imagem.
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Rm 14,14 Sei, estou convencido no Senhor Jesus de que nenhuma coisa é impura em si mesma; somente o é para quem a considera impura. 15 Ora, se por uma questão de comida entristeces o teu irmão, já não vives segundo a caridade. Pela comida não causes a perdição daquele por quem Cristo morreu! 16 Não venha a tornar-se objeto de calúnia a tua vantagem. 17 O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo. 18 Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza de estima dos homens. 19 Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua edificação. 20 Não destruas a obra de Deus por questão de comida. Todas as coisas, em verdade, são puras, mas o que é mau para um homem é o fato de comer provocando um escândalo. 21 Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem outra coisa que para teu irmão possa ser uma ocasião de queda. 22 Tens uma convicção; guarda-a para ti mesmo, diante de Deus. Feliz é aquele que não se condena a si mesmo no ato a que se decide. 1Cor 10, 23 Tudo é permitido, mas nem tudo é oportuno. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica. 24 Ninguém busque o seu interesse, mas o do próximo. 25 Comei de tudo o que se vende no açougue, sem indagar de coisa alguma por motivo de consciência. 26 Do Senhor é a terra e tudo que ela encerra. 27 Se algum infiel vos convidar e quiserdes ir, comei de tudo o que se vos puser diante sem indagar de coisa alguma por motivo de consciência. 28 Mas se alguém disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não o comais, em atenção àquele que o advertiu e por motivo de consciência. 29 Dizendo consciência, refiro-me não à tua, mas à do outro. Com efeito, por que razão seria regulada a minha liberdade pela consciência alheia? 30 Se eu como com ações de graças, por que serei eu censurado por causa do alimento pelo qual rendo graças? 31 Portanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus. 32 Não vos torneis causa de escândalo, nem para os judeus, nem para os gentios, nem para a Igreja de Deus. 33 Fazei como eu: em todas as circunstâncias procuro agradar a todos. Não
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busco os meus interesses próprios, mas os interesses dos outros, para que todos sejam salvos.
23.2.2 Porque o sangue é a vida, e esta pertence a Deus, Ele vinga o sangue inocente: Dt 32,43Aclamai, ó nações, o seu povo, porque Ele vinga o sangue dos seus servos; tira vingança dos seus inimigos e perdoa à sua terra e ao seu povo!; Ez 14,19Ou ainda, se Eu enviasse a peste sobre o país e espalhasse sobre ele a minha cólera com sangue, exterminando pessoas e animais,; Ez 33,6Se a sentinela, pelo contrário, vir chegar a espada e não tocar a trombeta; se o povo não foi advertido e a espada vem tirar a vida a alguém, este morrerá por causa da sua iniquidade; e Eu pedirei contas do seu sangue à sentinela. 7A ti, filho de homem, Eu constituí-te sentinela da casa de Israel. Deves ouvir a palavra que sai da minha boca e adverti-los, da minha parte. 8Se Eu digo ao ímpio que vai morrer e tu não lhe falas para o pôr de sobreaviso contra a sua má conduta, ele perecerá em razão do próprio pecado; mas é a ti que Eu pedirei contas do seu sangue. Lc 11,50 a fim de que se peça contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, 51desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que pereceu entre o altar e o santuário.' Sim, Eu vo-lo digo, serão pedidas contas a esta geração.a Ap 16,3Quando o segundo anjo derramou a sua taça sobre o mar, este converteu-se em sangue semelhante ao sangue de um morto e morreram todos os seres vivos do mar. 4Quando o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas nascentes das águas, eles transformaram-se em sangue. 5Então, ouvi o anjo das águas que dizia: Tu és justo, Tu que és, que eras, o Santo; tens razão em dar esta sentença; 6porque eles [a] As mortes de Abel e de Zacarias são a primeira e a última da Bíblia hebraica (Gn 4,8-10; 2Cr 24,20-22; Mt 23,34-35), isto é, a totalidade dos crimes da História santa.
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derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também lhes deste a beber sangue. É o que eles merecem!
23.2.3 Os prodígios com intervenção de sangue anunciam a vingança divina Ex 4,9E se suceder que não acreditem nestes dois sinais nem escutem a tua voz, tomarás da água do rio e derramá-la-ás sobre a terra seca; e a água que tiveres tirado do rio transformar-se-á em sangue sobre a terra seca.a Ex 7,17Assim diz o Senhor: Nisto reconhecerás que Eu sou o Senhor: eis que, com a vara que tenho na mão, ferirei as águas que estão no rio, e elas transformar-se-ão em sangue. 18 Os peixes que estão no rio morrerão, o rio cheirará mal e os egípcios não poderão beber a água do rio.' 19O Senhor disse a Moisés: Diz a Aarão: 'Toma a tua vara e estende a tua mão sobre as águas do Egito, sobre os seus rios, sobre os seus canais, sobre os seus lagos e sobre todos os seus depósitos de água - e que elas se transformem em sangue. Haverá sangue em toda a terra do Egito, tanto nos recipientes de madeira como nos de pedra.' 20 Assim fizeram Moisés e Aarão, como o Senhor tinha ordenado. Ele levantou a vara e bateu nas águas do rio, aos olhos do faraó e aos olhos dos seus servos, e todas as águas que estavam no rio se transformaram em sangue. 21Os peixes que estavam no rio morreram; o rio ficou a cheirar mal e os egípcios não puderam beber a água do rio. E houve sangue em toda a terra do Egito. Sl 78,44quando converteu em sangue os seus rios e canais, para que os egípcios não pudessem beber. Sl 105,29 Converteu em sangue as águas dos rios e matou todos os peixes. Sb 11,6Em lugar da água corrente do rio turvada de sangue e lama, 7em castigo pelo decreto infanticida, deste-lhes, [a] Este sinal, de que encontramos traços em Ex 7,17-18; Is 50,2; Is 51,9-11, é diferente da água do rio transformada em sangue
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inesperada-mente, água abundante,8depois de lhes teres mostrado, pela sede que então sofreram, como castigaste os inimigos. Ap 6,12E, quando Ele abriu o sexto selo, houve um grande terramoto e o Sol tornou-se negro, como um pano de crinas, e toda a Lua ficou como sangue.a Ap 8,8Quando o segundo anjo tocou a trombeta, uma espécie de grande montanha de fogo foi lançada ao mar: a terça parte do mar transformou-se em sangue; 9morreu a terça parte dos seres vivos do mar e a terça parte dos barcos foi destruída. Ap 11,6Eles têm o poder de fechar o céu para que a chuva não caia no tempo da sua profecia. E têm, igualmente, o poder de mudar as águas em sangue, de modo a provocar na terra toda a espécie de flagelos, sempre que o desejem fazer.b
23.2.4 O sangue e a gordura desempenhavam um papel importante nos sacrifícios Lv 1,5Imolará o novilho diante do Senhor, e os sacerdotes, descendentes de Aarão, oferecerão o sangue e, depois, aspergirão o altar, que está à entrada da tenda da reunião, a toda a volta. 6E, depois de esfolada a vítima, cortá-la-ão nas porções devidas.c [...] 10Se a oferta destinada ao holocausto for de cordeiros ou de cabritos, oferecerá um macho sem defeito. 11Imolá-lo-á do lado norte do altar, diante do Senhor, e os sacerdotes, descendentes de Aarão, aspergirão com o sangue o altar a toda a volta. [...] 15O sacerdote oferecerá a ave sobre o altar e lhe torcerá o pescoço; queimá-la-á no altar, depois de ter espremido o sangue sobre os lados do altar.
[a] Ver Ap 16,18; Is 13,10; 34,4-6; 50,3; Ez 32,7-8; Os 10,8; Jl 2,10; 3, 3-4. [b] Fechar o céu à chuva: em 1Rs 17,1, Elias manda fechar o céu à chuva e ao orvalho (Lc 4,25; Tg 5,17-18). Mudar as águas em sangue: Ex 7,17-25. [c] Oferecerão o sangue. É importante o ritual do sangue nos sacrifícios, porque, ao significar a vida em si mesma, coloca o ser humano pecador em relação vital com Deus. Porque a vida só a Deus pertence, o sangue não podia ser utilizado em usos profanos (Hb 12,24; 1Pd 1,2.18-19).
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Lv 3,2Imporá a mão sobre a cabeça da vítima oferecida, que imolará à entrada da tenda da reunião; depois, os sacerdotes, descendentes de Aarão, aspergirão com o sangue o altar, a toda a volta. [...] 8depois, imporá a mão sobre a cabeça da vítima, que imolará diante da tenda da reunião e, com o sangue, os descendentes de Aarão aspergirão o altar, a toda a volta. [...] 13depois, imporá a mão sobre a cabeça da vítima, que imolará diante da tenda da reunião e os descendentes de Aarão aspergirão com o sangue o altar a toda a volta. [...] 17Esta é uma lei perpétua para os vossos descendentes, em qualquer lugar em que habitardes: não deveis comer nem a gordura nem o sangue.a Lv 4,5Seguidamente, o sacerdote consagrado levará parte do sangue do novilho à tenda da reunião; 6mergulhará o dedo no sangue e, com esse sangue, aspergirá sete vezes, diante do Senhor, a face visível do véu do santuário. 7Depois deitará parte do sangue sobre as hastes do altar dos perfumes, que está diante do Senhor, na tenda da reunião, e derramará o resto do sangue do novilho na base do altar dos holocaustos, que está à entrada da tenda da reunião. 8Depois, extrairá toda a gordura do novilho imolado pelo pecado, tanto a que envolve as entranhas como a que lhes está aderente, 9assim como os dois rins com a gordura que os envolve na região lombar e a membrana do fígado, que se tirará juntamente com os rins, 10tal como se procede com o novilho do sacrifício de comunhão. [...] 16Seguidamente, o sacerdote [a] A gordura era a parte mais valiosa da vítima. Nela se via a sede da vida, a manifestação da produtividade das forças vitais, sobretudo a gordura acumulada à volta das vísceras (Gn 4, 4; Ex 23,18). As vísceras e o fígado eram considerados como a sede dos afectos e sentimentos profundos (Lm 2,11); os rins, como sede da força e da energia (Jó 16, 13; 19,27); os lombos (região lombar), como sede do poder procriador. Trata-se de um simbolismo primitivo, que não era do exclusivo domínio hebreu, mas extensivo a muitos outros povos, particularmente os semitas. O fígado devia ser oferecido a Deus e não se deveria fazer dele um meio de práticas de adivinhação, como acontecia em certos povos.
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consagrado levará parte do sangue do novilho à tenda da reunião. 17Mergulhará o dedo no sangue e, com esse sangue, aspergirá sete vezes diante do Senhor, a face visível do véu; 18depois, deitará parte do sangue sobre as hastes do altar que está diante do Senhor, na tenda da reunião, e derramará o resto do sangue na base do altar dos holocaustos, que está à entrada da tenda da reunião. [...] 25Seguidamente, o sacerdote tomará com o dedo parte do sangue da vítima sacrificada pelo pecado e deitá-lo-á sobre as hastes do altar dos holocaustos, derramando o resto do sangue na base do altar dos holocaustos. 26Queimará sobre o altar toda a gordura, como se faz com a gordura dos sacrifícios de comunhão. Quando o sacerdote fizer sobre o príncipe o rito de expiação, o seu pecado será perdoado. [...] 30Seguidamente, o sacerdote tomará com o dedo parte do sangue da vítima sacrificada pelo pecado e deitá-lo-á sobre as hastes do altar dos holocaustos, e derramará o resto do sangue na base do altar. 31Depois, extrairá toda a gordura, como no sacrifício de comunhão, para a queimar sobre o altar, como agradável odor em honra do Senhor. Quando o sacerdote fizer sobre ele o rito de expiação, o seu pecado será perdoado. [...] 34Seguidamente, o sacerdote tomará com o dedo parte do sangue da vítima sacrificada pelo pecado e deitá-lo-á sobre as hastes do altar dos holocaustos, e derramará o resto do sangue na base do altar. 35Depois, extrairá toda a gordura, como no sacrifício de comunhão, para a queimar sobre o altar, como oferta queimada em honra do Senhor. Quando o sacerdote fizer sobre ele o rito de expiação pelo pecado que cometeu, este ser-lhe-á perdoado. Lv 5,8Levá-las-á ao sacerdote, que oferecerá, primeiramente, a vítima do pecado: há-de torcer-lhe o pescoço, junto da nuca, sem a separar do corpo; 9fará jorrar sangue da vítima pelo pecado, sobre os lados do altar, e o resto do sangue será espremido na base do altar. É um sacrifício pelo pecado. 10Com a segunda ave, oferecerá um holocausto, segundo o
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ritual. Assim, fará o sacerdote, por esse homem, a expiação do pecado que ele cometeu, e ser-lhe-á perdoado. Lv 6,20Tudo o que tocar nessa carne tornar-se-á santo. Se o sangue salpicar alguma veste, esta será lavada num lugar santo. 21A panela de barro, em que for cozida, será quebrada; se for cozida numa panela de bronze, esta será esfregada e lavada com água. 22Somente os homens da família sacerdotal poderão comê-la; é uma coisa santíssima. 23Mas a vítima pelo pecado, cujo sangue é levado para a tenda da reunião, para se fazer a expiação no santuário, não será comida em caso algum; será queimada no fogo. Lv 7,1Estas são as leis do sacrifício de reparação. Trata-se de uma coisa santíssima: 2A vítima do sacrifício de reparação será imolada no lugar onde se imola o holocausto, e o sangue será aspergido em torno do altar. 3Depois, oferecer-se-á toda a gordura: a cauda, a gordura que envolve as entranhas, 4os dois rins com a gordura que os cobre na região lombar e a membrana do fígado, que se separa com os rins. [...] 4Retirar-se-á um bolo de cada uma destas ofertas, como tributo ao Senhor e pertencerá ao sacerdote, que tiver derramado o sangue da vítima do sacrifício de comunhão. O sangue dos sacrifícios prefigurava a Verdadeira Vítima, o Cordeiro Pascal, que se imolou para o perdão do Pecado. Jesus Cristo Jo 5,53Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, 55 porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu
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sangue, uma verdadeira bebida. 56Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele. 57 Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim. 58 Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente. 23.2.5 O sangue de Cristo, que é vida, transmite a vida Mt 26,26Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: Tomai, comei: Isto é o meu corpo. 27Em seguida, tomou um cálice, deu graçasa e entregou-lho, dizendo: Bebei dele todos. 28 Porque este é o meu sangue, sangue da Aliança, que vai ser derramado por muitos, para perdão dos pecadosb. 29Eu vos digo: Não beberei mais deste produto da videira, até ao dia em que beber o vinho novo convosco no Reino de meu Pai. Mc 14,22Enquanto comiam, tomou um pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e entregou-o aos discípulos dizendo: Tomai: isto é o meu corpo. 23 Depois, tomou o cálice, deu graças e entregou-lho. Todos beberam dele. 24E Ele disse-lhes: Isto é o meu sangue da aliança, que vai ser derramado por todos. 25 Em verdade vos digo: não voltarei a beber do fruto da videira até ao dia em que o beba, novo, no [a] Deu graças. O verbo grego (eucharistô) está na raiz da palavra Eucaristia, com que se designa a Ceia do Senhor. [b] Derramando o seu sangue na cruz, Jesus conduz ao seu termo a Aliança do Sinai, selada com o sangue das vítimas animais (Ex 24,4-8.6-8). Ao mesmo tempo, Jesus anuncia o cumprimento da Nova Aliança predita pelos profetas (Jr 31,31-34; Ez 37,23-28; Zc 8,8) e se atribui a missão do Servo de Javé (Sl 22, 7; Is 42,1-4; 49,6; 52, 13; 53,12; Zc 12,10); Jesus proclama ainda o valor universal do seu sacrifício por muitos, ou seja, por toda a humanidade (Mt 5,45-48; 20,25-28; Mc 10,45).
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Reino de Deus. 26Após o canto dos salmos, saíram para o Monte das Oliveiras. Lc 22,14Quando chegou a hora, pôs-se à mesa e os Apóstolos com Ele. 15Disse-lhes: Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco, antes de padecera, 16 pois digo-vos que já não a voltarei a comerb até ela ter pleno cumprimento no Reino de Deus. 17Tomando uma taçac, deu graças e disse: Tomai e reparti entre vós, 18pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira, até chegar o Reino de Deusd. 19 Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vóse; fazei isto em minha memória. 20Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: Este cálice é a nova f Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós.
[a] Padecer. Jesus designa a sua própria paixão, aludindo talvez a Is 53, 4.8-12. Em Lc e At, o termo tem o sentido de morte (Lc 24, 26.46; At 1,3; 3,18; 17, 3). O mesmo sentido em Hb 2,18; 1Pd 1,21. [b] Não voltarei a comer. A refeição da Páscoa, memorial da libertação de Israel do Egito (Ex 12), é apresentada como figura do banquete messiânico da salvação definitiva (Lc 13, 28). [c] Jesus toma uma taça, como presidente da refeição pascal. Só Lc se refere a esta primeira taça, porque Mt e Mc não descrevem a ceia de Páscoa. [d] O Reino de Deus, aqui, está ligado, não à ideia de um lugar (Lc 22, 16), mas à realeza divina que se deve manifestar no fim dos tempos. Estas palavras estão em Mt 26,29 e Mc 14,25, após a apresentação da taça eucarística (1Cor 11, 26). Ver Mt 26,17.26; Mc 14,1.22-26; 1Cor 11, 23-25. [e] Aqui, e no Lc 22,20, as palavras de Jesus dirigem-se aos assistentes (por vós), enquanto em Mt 26, 28 e Mc 14, 24 o sangue é derramado pela multidão. A fórmula em minha memória, ausente de Mt e de Mc, define a ceia eucarística como memorial do sacrifício de Jesus, no quadro da refeição pascal de Israel (Ex 12,8.11.15.27; Lv 23,4-8; Dt 16,3; 2Cr 35,1-19; Mc 14,1; Mt 26,26). [f] Só Lc e Paulo (1Cor 11,25) qualificam a Aliança com o adjectivo nova, evocando Jr 31,31-34. O tempo da salvação é inaugurado pelo sacrifício de Jesus, pelo seu sangue (Ex 24,8). Sobre a Nova Aliança, ver Jr 31,31-34; Ez 16,59-60; 36,26-27; 37,23-28; Mt 22,2; Jo 3,29; Rm 11,26-27; 1Cor 11,23-25; 2Cor 3,6; Gl 4,21-31; 1Pd 1, 1-2
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23.2.6 Jesus o Pão da Vida Jo 6, 48Eu sou o pão da vida. 49 Os vossos pais comeram o maná no deserto, mas morreram. 50 Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá. 51Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, pela vida do mundo. 52Então, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si, dizendo: Como pode Ele darnos a sua carne a comer?! 53Disselhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último diaa, 55porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, 56 uma verdadeira bebida. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele. 57 Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim. 58Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, [a] O pão que Eu hei-de dar (Jo 6, 51). Este dar é um oferecimento pela vida (salvação) do mundo; a referência à morte de Cristo (Jo 3, 15-16) e à instituição da Eucaristia (Lc 22,19; 1Cor 11,24) é fácil de descobrir. O realismo eucarístico das palavras de Jesus não pode ser mais claro: o pão vivo é a carne (não simplesmente o corpo) de Jesus e, simultaneamente, o sangue que é preciso beber. Tema desconcertante para a fé e a cultura judaica (Lv 1,5; 17,10-11; At 15,19-20); mas Jesus não desfaz um mal-entendido, não apela para um sentido metafórico nem suaviza as suas palavras, antes as reforça com mais clareza. Nos Jo 6,52, 54, 56, 57 e 58, emprega-se um verbo que exprime com realismo o próprio ato de comer com os dentes (mastigar) e que traduzimos por comer mesmo (realmente).
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pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.
23.2.7 Ceia Pascal 1Cor 11,23Com efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmitia: o Senhor Jesus na noite em que era entregue, tomou pão 24e, tendo dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim. 25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim. 26 Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.b
[a] Para remediar os abusos, o Apóstolo recorda as circunstâncias da instituição da Eucaristia. É o relato mais antigo da Ceia do Senhor, de origem litúrgica, semelhante ao dos Sinópticos, sobretudo ao de Lucas (Mt 26, 17.26-30; Mc 14,1.22-26; Lc 22,15-20), com variantes que reflectem as tradições das comunidades de Jerusalém (Mt-Mc) e de Antioquia (Lc-Paulo). A fonte destas tradições remonta a Cristo (15,3-5). O sentido das suas palavras só pode ser compreendido à luz do AT (Ex 24, 6-8; Jr 31,31-34). Fazei isto em memória de mim é repetido por Paulo depois da consagração do pão e do vinho, mencionado por Lc (22, 19) só depois da consagração do pão, e sem qualquer menção em Mt e Mc. Não significa apenas uma comemoração; é um memorial (Ex 12, 14), uma evocação litúrgica que realiza o que recorda. [b] É uma séria advertência contra a recepção indigna do pão e do vinho eucarísticos, que reflete a fé na presença real do Senhor no sacramento. E termina com um apelo a esperarem uns pelos outros, para que a Ceia seja a expressão de uma verdadeira união fraterna.
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23.2.8 O sangue é reparador e expiatório Rm 3, 23todos pecaram e estão privados da glória de Deus. 24 Sem o merecerem, são justificados pela sua graça, em virtude da redenção realizada em Cristo Jesus. 25 Deus ofereceu-o para, nEle, pelo Seu Sangue, se realizar a expiação que atua mediante a fé; foi assim que ele mostrou a sua justiça, ao perdoar os pecados cometidos outrora, 26 no tempo da divina paciência. Deus mostra assim a sua justiça no tempo presente, porque Ele é justo e justifica quem tem fé em Jesus.; Rm 5,6De fato, quando ainda éramos fracos é que Cristo morreu pelos ímpios. 7Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa boa talvez alguém se atreva a morrer. 8 Mas é assim que Deus demonstra o seu amor para conosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós. 9 E agora que fomos justificados pelo Seu Sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dEle. 10 Se, de fato, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu Filho, com muito mais razão, uma vez reconciliados, havemos de ser salvos pela sua vida. 11Mais ainda, também nos gloriamos em Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem agora recebemos a reconciliação. Ef 1,7É em Cristo, pelo seu sangue, que temos a redenção, o perdão dos pecados, em virtude da riqueza da sua graça, 8 que Ele abundantemente derramou sobre nós, com toda a sabedoria e inteligência. Ef 2,13Mas em Cristo Jesus, vós, que outrora estáveis longe, agora, estais perto, pelo sangue de Cristo. 14Com efeito, Ele é a nossa paz, Ele que, dos dois povos, fez um só e destruiu o muro de separação, a inimizade: na sua carne, 15anulou a lei, que contém os mandamentos em forma de prescrições, para, a partir do judeu e do pagão, criar em si próprio um só homem novo, fazendo a paz, 16e para os reconciliar com Deus, num só Corpo, por meio da cruz, matando assim a inimizade.
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23.2.9 Cristo, mediador da criação e da redenção Cl 1,15 É Ele a imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a criatura; 16porque foi nele que todas as coisas foram criadas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, os Tronos e as Dominações, os Poderes e as Autoridades, todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele. 17Ele é anterior a todas as coisas e todas elas subsistem nele. 18 É Ele a cabeça do Corpo, que é a Igreja. É Ele o princípio, o primogénito de entre os mortos, para ser Ele o primeiro em tudo; 19porque foi nele que aprouve a Deus fazer habitar toda a plenitude 20e, por Ele e para Ele, reconciliar todas as coisas, pacificando pelo sangue da sua cruz, tanto as que estão na terra como as que estão no céu.
23.2.10 O sacrifício de Cristo é definitivo Hb 9, 11Mas, Cristo veio como Sumo Sacerdote dos bens futuros, através de uma tenda maior e mais perfeita, que não é feita por mão humana, isto é, não pertence a este mundo criado. 12 Entrou uma só vez no Santuário, não com o sangue de carneiros ou de vitelos, mas com o seu próprio sangue, tendo obtido uma redenção eternaa. 13Se, de fato, o sangue dos carneiros e dos touros e a cinza da vitela com que se aspergem os impuros, os santifica, purificando-os no corpo, 14quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo a Deus, sem mácula, purificará a nossa consciência das obras mortas, para que prestemos culto ao Deus vivo! Hb 13,11De fato, os corpos dos animais, cujo sangue é levado pelo Sumo Sacerdote ao santuário para a expiação dos pecados, são queimados fora do acampamento. 12Por isso, também Jesus, para santificar o povo com o seu próprio sangue, padeceu fora das portas. [a] A oferta do sangue de Cristo substitui o antigo cerimonial do Dia da Expiação (Yom kippur). Por meio dela, chegam os bens futuros, ou as realidades definitivas; a tenda é o próprio corpo de Cristo (Jo 2, 19-21); a vítima é Ele mesmo, que derrama o seu sangue; o templo é o céu, onde Ele entrou.
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Ap 1,5e da parte de Jesus Cristo, a Testemunha fiel, o Primeiro vencedor da morte e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama e nos purificou dos nossos pecados com o Seu Sangue, [...] Ap 7,14Eu respondi-lhe: Meu Senhor, tu é que sabes. Ele disse-me: Estes são os que vêm da grande tribulação; lavaram as suas túnicas e as branquearam no Sangue do Cordeiro. 15 Por isso, estão diante do trono de Deus e servemno, noite e dia, no seu santuário, e o que está sentado no trono abrigá-los-á na sua tenda. [...] Ap 22,14Felizes os que lavam as suas vestes, para terem direito à árvore da Vida e poderem entrar nas portas da cidade.
23.2.11 Isto é o meu sangue §610 Jesus expressou de modo supremo a oferta livre de si mesmo na refeição que tomou com os Doze Apóstolos na noite em que foi entregue (1Cor 11,23). Na véspera de sua Paixão, quando ainda estava em liberdade, Jesus fez desta Última Ceia com seus apóstolos o memorial de sua oferta voluntária ao Pai, pela salvação dos homens: Isto é o meu corpo que é dado por vós (Lc 22,19 ). Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados (Mt 26,28 ). §1365 Por ser memorial da páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. O caráter sacrifical da Eucaristia é manifestado nas próprias palavras da instituição: Isto é o meu Corpo que será entregue por vós, e Este cálice é a nova aliança em meu Sangue, que vai ser derramado por vós (Lc 22,19-20). Na Eucaristia, Cristo dá este mesmo corpo que, entregou por nós na cruz, o próprio sangue que derramou por muitos para remissão dos pecados (Mt 26,28).
23.3 Batismo de sangue §1258 Desde sempre, a Igreja mantém a firme convicção de que as pessoas que morrem em razão da fé, sem terem
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recebido o Batismo, são batizadas por sua morte por e com Cristo. Este Batismo de sangue, como o desejo do Batismo, acarreta os frutos do Batismo, sem ser sacramento.
23.4 Sangue dos mártires semente de cristãos §852 Os caminhos da missão. O Espírito Santo é o protagonista de toda a missão eclesial. É ele quem conduz a Igreja pelos caminhos da missão. Esta missão, no decurso da história, continua e desdobra a missão do próprio Cristo, enviado a evangelizar os pobres. Eis por que a Igreja, impelida pelo Espírito de Cristo, deve trilhar a mesma senda de Cristo, isto é, o caminhos da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação de si até a, morte, da qual Ele saiu vencedor por sua Ressurreição. É assim que o sangue dos mártires é uma semente de cristãos.
23.5 Sangue e água símbolos da Igreja de Cristo §766 Mas a Igreja nasceu primeiramente do dom total de Cristo para nossa salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na Cruz. O começo e o crescimento da Igreja são significados pelo sangue e pela água que saíram do lado aberto de Jesus crucificado. Pois do lado de Cristo dormindo na Cruz é que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja. Da mesma forma que Eva foi formada do lado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração traspassado de Cristo morto na Cruz. §1225 Foi em sua Páscoa que Cristo abriu a todos os homens as fontes do Batismo. Com efeito, já tinha falado da paixão que iria sofrer em Jerusalém como de um batismo com o qual devia ser batizado. O sangue e a água que escorreram do lado traspassado de Jesus crucificado são tipos do Batismo e da Eucaristia, sacramentos da vida nova: desde então é possível nascer da água e do Espírito para entrar no Reino de Deus (Jo 3,5). Vê, quando és batizado, donde vem o Batismo, se não da cruz de Cristo, da morte de Cristo. Lá está todo o mistério: ele
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sofreu por ti. E nele que és redimido, é nele que és salvo e, por tua vez, te tornas salvador.
23.6 Ladainha do Preciosíssimo Sangue Senhor tende piedade de nós. Jesus Cristo tende piedade de nós. Senhor tende piedade de nós. Jesus Cristo ouvi-nos. Jesus Cristo atendei-nos. Pai Celeste que sois Deus tende piedade de nós. Filho Redentor do mundo que sois Deus, tende piedade de nós. Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós. Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós. Sangue de Cristo, Sangue do Filho Unigênito do Eterno Pai, salvai-nos. Sangue de Cristo, Sangue do Verbo de Deus encarnado, salvainos. Sangue de Cristo, Sangue do Novo e Eterno Testamento, salvainos. Sangue de Cristo, correndo pela terra na agonia, salvai-nos. Sangue de Cristo, manando abundante na flagelação, salvai-nos. Sangue de Cristo, gotejando na coroação de espinhos, salvainos. Sangue de Cristo, derramado na cruz, salvai-nos. Sangue de Cristo, preço da nossa salvação, salvai-nos. Sangue de Cristo, sem o qual não pode haver redenção, salvainos. Sangue de Cristo, que apagais a sede das almas e as purificais na Eucaristia, salvai-nos. Sangue de Cristo, torrente de misericórdia, salvai-nos. Sangue de Cristo, vencedor dos demônios, salvai-nos. Sangue de Cristo, fortaleza dos mártires, salvai-nos. Sangue de Cristo, virtude dos confessores, salvai-nos. Sangue de Cristo, que suscitais almas virgens, salvai-nos. Sangue de Cristo, força dos tentados, salvai-nos. Sangue de Cristo, alívio dos que trabalham, salvai-nos.
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Sangue de Cristo, consolação dos que choram, salvai-nos. Sangue de Cristo, esperança dos penitentes, salvai-nos. Sangue de Cristo, conforto dos moribundos, salvai-nos. Sangue de Cristo, paz e doçura dos corações, salvai-nos. Sangue de Cristo, penhor de eterna vida, salvai-nos. Sangue de Cristo, que libertais as almas do Purgatório, salvainos. Sangue de Cristo, digno de toda a honra e glória, salvai-nos. Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor. Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor. Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, Senhor. V.: Remistes-nos, Senhor, com o Vosso Sangue. R.: E fizestes de nós, um reino para o nosso Deus. Oremos: Todo-Poderoso e Eterno Deus, que constituístes o Vosso Unigênito Filho, Redentor do mundo, e quisestes ser aplacado com o seu Sangue, concedei-nos a graça de venerar o preço da nossa salvação e de encontrar, na virtude que Ele contém, defesa contra os males da vida presente, de tal modo que eternamente gozemos dos seus frutos no Céu. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. Assim seja.