O Bom Trabalho Schumacher

  • November 2019
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Educação para o bom trabalho - Schumacher É possível discutir significativamente o assunto do bom trabalho (ou da educação para ele) apenas se antes esclarecermos as perguntas: "O que é o homem?" "De onde ele vem?" "Qual é o propósito de sua vida?" Sei, é claro, que tais perguntas são chamadas "pré-científicas": "Não há nada parecido com elas na física moderna e na maior parte da biologia", diz o cientista moderno, e ele está bastante certo. Talvez ele pense que a pergunta "O que é o homem?" devesse ser respondida: "Nada, exceto física e biologia". Se isso fosse verdade não haveria sentido em discutir "educação". Se a pergunta "O que é o homem?" é chamada pré-científica, isto pode apenas significar que a ciência não tem importância essencial para a condução da vida humana: boas respostas para perguntas pré-científicas são infinitamente mais importantes. Qual pode ser o sentido de "educação" ou de "bom trabalho" quando nada conta exceto aquilo que pode ser precisamente estabelecido, medido, contado ou pesado? Nem a matemática nem a geometria, nem a física nem a química podem levar em consideração noções como bom ou mau, elevado ou inferior. Elas podem considerar apenas noções quantitativas de mais ou menos. É fácil, portanto, distinguir entre menos educação ou mais educação, e entre menos trabalho e mais trabalho, mas e quanto a uma avaliação qualitativa de educação ou trabalho...? Como isto poderia ser possível? Isto, disseram-nos, seria puramente subjetivo; não poderia ser provado; seria o palpite de alguém, pois isso não pode ser medido nem portanto tornar-se objetivo. A Revolução Cartesiana removeu a dimensão vertical do nosso "mapa de conhecimento"; apenas as dimensões horizontais foram deixadas. Para prosseguir nessa terra plana, a ciência providencia um guia excelente. Ela pode fazer tudo, exceto levarnos para fora da escuridão de uma existência sem sentido, sem propósito, "acidental". A ciência moderna responde à pergunta "O que é o homem?" com frases tão inspiradoras como "um acidente cósmico" ou antes "um produto malsucedido de uma evolução sem sentido ou seleção natural" ou "um macaco nu". E não é nenhuma surpresa que não tenha resposta para a pergunta do que esse produto absurdo e acidental de forças estúpidas deva fazer consigo mesmo, quer dizer, o que o homem deveria fazer com sua mente. (A ciência moderna tem muito a dizer a respeito do que fazer com o corpo do ser desafortunado: "Sobreviva da melhor forma que puder!") O que, nessas circunstâncias, pode ser o propósito da educação? Em nossa própria civilização ocidental - como em todas as outras grandes civilizações - o propósito costumava ser levar as pessoas da escuridão da falta de sentido, da falta de propósito, da loucura, da libertinagem, até uma montanha onde pudesse ser conseguida a verdade que fizesse você livre. Essa era a sabedoria tradicional de todas as pessoas em todas as partes do mundo. Nós, homens modernos, que rejeitamos a sabedoria tradicional e negamos a existência da dimensão vertical do espírito, desejamos de alguma forma, como os nossos antepassados, nada mais que podermos elevar-nos acima do estado monótono de nossa vida presente. Esperamos fazer isso tornando-nos ricos, movendo-nos por aí a velocidades cada vez maiores, viajando para a Lua e espaço afora; mas o que quer que façamos a esse respeito, não nos podemos elevar acima de nosso eu monótono, pequeno, egoísta. A educação nos pode ajudar a nos tornarmos

ricos mais depressa e viajar ainda mais rápido, mas tudo permanece tão sem sentido quanto antes. Enquanto permanecemos presos à "metafísica" representada pela Revolução Cartesiana, a educação pode ser, nada mais, nada menos, que um treinamento que, esperamos, possa permitir às pessoas estabelecerem-se mais confortavelmente - o corpo, não a alma! - na floresta negra da existência sem sentido. Em outras palavras, enquanto persistirmos em nossa arrogância, que despreza a inteireza da sabedoria tradicional como "pré-científica" e que portanto não é para ser tomada em conta seriamente, boa apenas para museu, não haverá base para qualquer educação além do treinamento para o sucesso mundano. A educação para o bom trabalho é quase impossível: como poderíamos distinguir o bom trabalho do mau trabalho se a vida humana na Terra não tivesse sentido ou propósito? A palavra "bom" pressupõe um objetivo; bom para quê? Bom para fazer dinheiro, bom para promoção, bom para fama ou poder? Tudo isso pode ser também obtido por um trabalho que, de outro ponto de vista, seria considerado muito mau trabalho. Sem a sabedoria tradicional, nenhuma resposta pode ser encontrada. O que, então, teria a sabedoria tradicional a dizer? Ela tiraria todas as respostas de seu conhecimento da missão e do propósito da vida humana na Terra. A primeira missão do ser humano é aprender da sociedade e da "tradição" e encontrar sua alegria temporária ao receber orientações de fora. Sua segunda missão é interiorizar o conhecimento que adquiriu, peneirá-lo, classificá-lo, manter o bom e descartar o mau. Esse processo pode ser chamado "individualização", tornando-se autodirecionado. A terceira missão é uma da qual ele não pode se ocupar até que tenha cumprido as outras duas, e para a qual ele precisa do melhor auxilio possível que puder achar. É morrendo para si mesmo, para seus gostos e desgostos, para todas as suas preocupações egocêntricas. À medida que alguém consegue isto, para de ser direcionado de fora e para também de ser autodirecionado. Ele ganhou liberdade ou, poder-se-ia dizer, é então direcionado por Deus (se ele é um cristão, isto é precisamente o que ele esperaria poder dizer). Se essa é a missão de cada ser humano, podemos dizer que "bom" é o que ajuda a mim e aos outros nessa missão de libertação. Sou chamado a "amar meu próximo como a mim mesmo", mas eu absolutamente não posso amá-lo - exceto sensualmente ou sentimentalmente - a menos que eu tenha amado a mim mesmo o suficiente para embarcar nesse bom trabalho de desenvolvimento. Como poderia eu amar e auxiliar o meu próximo enquanto eu tiver que dizer, como São Paulo: "Minha própria libertação me frustra. Pois eu me vejo fazendo não o que eu realmente quero, mas fazendo o que eu realmente abomino?" A fim de tornar-me capaz de fazer o bom trabalho para o meu próximo assim como para mim mesmo, eu sou chamado a amar a Deus, isto é, manter árdua e pacientemente minha mente tencionando e esforçando-se em direção às coisas mais altas, aos níveis de existência acima de mim: somente lá é que a bondade pode ser achada.

Esta é a resposta dada pela sabedoria tradicional, isto é, pela metafísica que deu origem a todas as grandes civilizações. Dela podemos derivar toda a orientação que precisamos. Quais são as maiores necessidades de um ser humano? Como um ser espiritual, ele é primária e inescapavelmente relacionado com valores; como um ser social, ele é primária e inescapavelmente relacionado com outras pessoas e também com outras criaturas sensíveis; como uma pessoa, ele é primária e inescapavelmente relacionado com o desenvolvimento de si próprio. Seguindo o raciocínio - como, sugiro, qualquer um pode confirmar de sua própria experiência - há três coisas que as pessoas saudáveis mais precisam fazer e para as quais a educação deveria prepará-los: Agir como seres espirituais, isto é, agir de acordo com seus impulsos morais Homem como um ser divino. Agir como vizinhos, para prestar serviços para os seus companheiros - Homem como um ser social. Agir como pessoas, como centros autônomos de poder e responsabilidade, isto é, ser engajado criativamente, usando e desenvolvendo os dons com que fomos agraciados - Homem como ele mesmo. Na satisfação das três necessidades fundamentais do ser humano está a alegria. Na sua insatisfação, está a tristeza. De uma forma insidiosa, a sociedade moderna tornou cada vez mais difícil, ou mesmo impossível para a maioria das pessoas, o tempo necessário para encontrar essas necessidades. E "educação", incluindo "educação superior", parece conhecer pouco a respeito delas. Estranho dizer, a maioria das pessoas nem mesmo sabe quais sejam essas necessidades. Por razões bem conhecidas da sabedoria tradicional, os seres humanos são insuficientemente "programados". Mesmo quando criados totalmente, eles não se movem nem agem com a mesma firmeza com que andam os animais. Eles hesitam, duvidam, mudam de idéias, correm para lá e para cá, incertos não simplesmente de como conseguir o que eles querem, mas incertos, acima de tudo, do que eles querem. Se a educação não consegue dar a eles o que eles querem, ela serve para alguma coisa? Perguntas como - "O que devo fazer com a minha vida?" - ou - "O que devo fazer para ser salvo?" - referem-se a fins, não meramente a meios. Nenhuma resposta técnica, tal como - "Diga-me precisamente o que você quer e eu lhe ensinarei como consegui-lo" - me dará a resposta. A questão é que eu não sei o que eu quero. Talvez tudo o que eu queira seja ser feliz. Mas a resposta - "Diga-me o que você precisa para felicidade e então eu poderei aconselhar-lhe sobre o que fazer" - de novo não me responderá, porque eu não sei o que eu preciso para a felicidade. Talvez alguém diga - "Para felicidade você precisa da verdade que o faça livre" - mas pode o educador dizer-me o que é a verdade que nos faz livres? Pode ele dizer-me onde encontrá-la, guiar-me para ela ou pelo menos apontar a direção em que eu possa prosseguir? Talvez eu sinta que o bom trabalho seja aquilo que eu realmente esteja procurando. Quem pode dizer-me qual é o bom trabalho e quando o trabalho é bom?

A sabedoria tradicional ensina que a função do trabalho tem, no fundo, três facetas: (1) dar a uma pessoa a chance de utilizar e desenvolver suas faculdades; (2) permitir a ela sair de seu egocentrismo inato juntando-se com outras pessoas numa tarefa comum; e (3) proporcionar os bens e serviços necessários por todos nós para uma existência decente. Eu acho que tudo isso precisa ser ensinado. Qual é o ensinamento atual com respeito ao trabalho? E não sei totalmente, mas, pelo menos até bem recentemente, eu ouvi por toda parte que a função real da educação não era educação para o trabalho, mas educação para o conforto. Talvez esta idéia extraordinária tenha agora sido abandonada. Gente elegante dizendo para almas jovens e ansiosas: "Agora, o que eu realmente quero que vocês imaginem é como matar o tempo quando vocês não tiverem nada de útil para fazer". Como nossos ancestrais já concluíram (isso foi expresso por São Tomás de Aquino), não pode haver alegria na vida sem alegria no trabalho. Esta é uma afirmação que vale a pena ponderar. Preguiça, também sabiam, é a tristeza da alma. Isto também vale a pena ponderar. Um pensador do século XIX disse qualquer coisa como: "Observe apenas um pouco. Se você tem máquinas úteis sobrando, você terá pessoas fúteis sobrando também". Uma outra afirmação que vale a pena ponderar. Surge a pergunta: "Como preparamos os jovens para o futuro mundo do trabalho?" E a primeira resposta, eu acho, deve ser: "Nós os preparamos para poderem distinguir entre bom trabalho e mau trabalho e os encorajamos a não aceitar o último". Isso para dizer que eles deveriam ser encorajados a rejeitar trabalho sem sentido, desagradável, humilhante ou perturbador no qual um homem (ou mulher) seja feito servo de uma máquina ou sistema. Deveria ser ensinado a eles que trabalho é a alegria da vida e é necessário para o nosso desenvolvimento, mas que o trabalho sem sentido é uma abominação. Um trabalhador britânico sensível escreveu: Provavelmente seja errado esperar que as fábricas sejam diferentes do que são. De qualquer forma, elas são construídas para abrigar máquinas, não homens. Dentro de uma fábrica torna-se logo óbvio que o aço que ganha vida pela eletricidade tem precedência sobre a carne e o sangue. O ônus fica com as máquinas de uma tal forma, que elas parecem assumir os atributos humanos daqueles que trabalham com elas. Máquinas tornaram-se tão parecidas quanto pessoas, assim como pessoas tornaram-se como máquinas. Elas pulsam com vida, enquanto o homem torna-se um robô. Há uma premonição do homem perdendo o controle, uma consciência de desastre. Provavelmente seja errado esperar, diz ele, bom trabalho. Ele foi condicionado a nem mesmo esperá-lo! Foi condicionado a acreditar que o homem propriamente não é nada mais que algum sistema físico-químico complexo, nada mais que um produto de uma evolução sem sentido - assim ele pode sofrer quando as máquinas tornam-se como homens e homens tornam-se como máquinas, mas ele não pode realmente ser surpreendido ou esperar nada mais.

É interessante notar que o mundo moderno toma muito cuidado para que o corpo do trabalhador não se danifique nem acidentalmente nem de outra forma. Se for danificado, o trabalhador pode pedir indenização. Mas sua alma e seu espírito? Se seu trabalho danifica a si próprio, reduzindo-o a um robô - isto também é muito ruim. Aqui podemos ver muito claramente a importância crucial da metafísica. "Metafísica" materialista, ou "metafísica" da doutrina da evolução sem sentido, não atribui realidade a nada além do corpo físico: por que então incomodar-se sobre segurança ou saúde quando se chega a coisas tão nebulosas, irreais como alma e espírito? Nós concordamos, e entendemos a necessidade disso, com o desenvolvimento do corpo de uma pessoa; mas, e o desenvolvimento de sua alma ou espírito? Sim, educação com o objetivo de permitir a um homem ou mulher levar a vida; mas educação com o objetivo levá-los para fora da negra floresta do egoísmo, da mesquinhez e da ignorância generalizada quando muito, isto seria um caso puramente particular: isto não cheira a "fuga" ou "ignorância da realidade?" A metafísica materialista, portanto, não deixa espaço para a idéia de bom trabalho, que o trabalho seja bom para o trabalhador. Qualquer um que diga: "O trabalhador precisa do trabalho para o desenvolvimento e perfeição da sua alma" soa como um sonhador delirante, porque a metafísica materialista não reconhece nenhuma semelhante necessidade. Ela reconhece as necessidades do corpo; o fato de que essas possam ser atingidas apenas pelo trabalho de alguém é algo desagradável, e que talvez a automação logo poderia abolir. Neste meio tempo, o trabalho precisa ser feito. Vamos começá-lo, mas tendo a certeza de que o corpo não seja machucado. Se virmos o trabalho como nada mais que uma necessidade desagradável, não tem sentido falar de bom trabalho. Por que colocar qualquer bondade no nosso trabalho além do mínimo absoluto? Quem poderia arcar com o custo do bom trabalho? Qual seria o motivo de se fazer algo perfeito quando algo imperfeito serviria da mesma forma? Ananda Coomaraswamy costumava dizer: "A indústria sem arte é brutalidade". Por quê? Porque ela machuca a alma e o espírito do trabalhador. Ele pôde dizer isso somente porque a sua metafísica é muito diferente daquela do mundo moderno. Ele também disse: "Não é como se o artista fosse um tipo especial de homem; todo homem é um tipo especial de artista". Esta é a metafísica do bom trabalho. Como, então, poderia haver educação para o bom trabalho? Primeiro de tudo, deveríamos ter que alterar a base metafísica que nos orienta. Se continuarmos a ensinar que o ser humano não é nada exceto o produto de um processo de evolução louco, sem sentido e sem propósito, um processo de "seleção" para sobrevivência, ou seja, o produto de nada mais que utilitarismo - chegaremos apenas numa idéia utilitária do trabalho: que o trabalho não é nada exceto uma necessidade mais ou menos desagradável e quanto o menos disso melhor. Nossos ancestrais sabiam sobre o bom trabalho, mas nós não podemos aprender deles se continuarmos a tratá-los com um desdém amigável - como os ilusionistas patéticos que gastam o seu tempo adorando divindades não-existentes; e se continuarmos a tratar a sabedoria tradicional como uma linha da poesia supersticiosa, que não deva ser levada a sério; e se continuarmos a tomar o cientificismo materialista como a única medida do progresso. Os melhores cientistas sabem que a ciência lida apenas com pequenos sistemas isolados, mostrando como trabalham, e não dão qualquer base para as doutrinas metafísicas amplas como a doutrina da evolução louca. Mas no entanto ainda ensinamos ao jovem que a moderna teoria da evolução é parte da ciência e que ela não

deixa espaço para guia ou projeto divino, criando então injustamente um aparente conflito entre ciência e religião e causando uma confusão indescritível. A educação para o bom trabalho poderia começar com o estudo sistemático da sabedoria tradicional, onde respostas devam ser achadas para as perguntas - "O que é o homem?" - "De onde ele vem?" - "Qual é o propósito da sua vida?". Seria revelado então que há de fato um objetivo a ser alcançado e que há também um caminho para o objetivo - de fato, que há muitos caminhos para o mesmo cume. O objetivo pode ser descrito como "perfeição" - seja portanto tão perfeito como o seu pai, que está no céu, é perfeito - ou como "o reino", "salvação", "nirvana", "libertação", "iluminação", e daí por diante. E o caminho para o objetivo? Bom trabalho. "Busquem sua salvação com diligência." Não enterrem seus talentos e não deixem mais ninguém enterrá-los. Aquele a quem muito foi dado, dele muito será pedido. Em resumo, a vida é algum tipo de escola, e nessa escola nada conta, exceto o bom trabalho, trabalho que enobrece o produto, ao mesmo tempo em que enobrece o produtor. No processo de realizar o bom trabalho, o ego do trabalhador desaparece. Ele se liberta do seu ego, de modo que o elemento divino nele pode tornar-se ativo. É claro, nada disso faz sentido se nos baseamos nas pressuposições básicas do cientificismo materialista. Como poderia o produto de uma evolução louca, cujas habilidades são apenas aquelas selecionadas pela natureza cega pelo seu valor utilitário na luta universal para sobreviver - como poderia tal produto do acaso e da necessidade libertar a si mesmo do seu ego, o centro do seu desejo de sobreviver? Que proposição mais sem sentido! E a suposição da existência de um elemento divino no homem, claro, é inteiramente pré-científica! "O mundo do trabalho", como visto e de fato criado pela moderna metafísica, é – que pena! - um lugar desagradável. Pode a educação superior preparar as pessoas para ele? Como você prepara pessoas para um tipo de servidão? Que qualidades humanas são requeridas para tornar eficientes servos, máquinas, "sistemas" e burocracias? O mundo do trabalho hoje é o produto de uns 100 anos de "desabilitação". Por que ter o trabalho e arcar com o custo de deixar pessoas adquirirem as habilidades de um marceneiro, quando tudo o que se quer é um operador de máquina? As únicas habilidades que valem a pena serem adquiridas são aquelas de que o sistema precisa, e elas não valem nada fora do sistema. Elas não têm valor de sobrevivência fora do sistema e portanto nem mesmo conferem autoconfiança ao espírito. O que um operador de máquina faz quando (digamos) uma queda de energia pára a sua máquina? Ou um programador de computador sem um computador? Talvez a educação superior poderia ser desenvolvida para se chegar a um mundo diferente do trabalho - diferente daquele que temos hoje. Isto, de fato, seria a minha mais sincera esperança. Mas como isto poderia acontecer, já que a educação superior se agarra à metafísica do cientificismo materialista e à sua doutrina da evolução louca? Não pode ser. Figos não podem dar em espinheiros. Bom trabalho não pode nascer de tal metafísica. Tentar fazê-lo crescer de tal base não dará em nada, exceto aumentar a confusão predominante. A necessidade mais urgente do nosso tempo é, e permanece, a necessidade por uma reconstrução metafísica, um esforço supremo para trazer claridade às nossas convicções mais profundas com respeito às perguntas - "O que é o homem?" "De onde ele vem?" - "Qual é o propósito da sua vida?".

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