Carlos Alberto Faraco Nova ortografia Carlos Alberto Faraco - 20/05/2008 O governo brasileiro ainda n�o definiu o cronograma de implanta��o da nova ortografia decorrente do Acordo Ortogr�fico assinado pelos pa�ses de l�ngua oficial portuguesa em 1990 (ver nosso artigo �Mudan�as ortogr�ficas no horizonte� neste mesmo site). Deve, no entanto, faz�-lo em breve. O FNDE j� estabeleceu (talvez prematuramente) que os livros did�ticos que ser�o distribu�dos �s escolas em 2010 pelo PNLD (Programa Nacional do Livro Did�tico) dever�o estar j� na nova ortografia. Nos demais casos (concursos, vestibulares e edi��es em geral), vai haver, necessariamente, um per�odo de transi��o durante o qual as duas ortografias ser�o aceitas. At� que este prazo ven�a, teremos tempo para nos adaptar �s mudan�as (que s�o poucas). Elas podem ser assim resumidas: A � Supress�o de acentos 1. n�o use mais o trema: lingui�a, tranquilo, cinquenta, sequestro; 2. n�o use mais o acento agudo para marcar os ditongos abertos oi e ei em palavras parox�tonas: paranoia, paranoico, boia, jiboia, assembleia, ideia, plateia; 3. n�o acentue mais as duplas oo e ee: voo, enjoo, aben�oo, leem, creem, deem; 4. n�o - para - pera - polo - polo - pelo - pelo - pela - pero
acentue mais as seguintes palavras: (verbo parar); (fruta); (substantivo: polo Norte, polo industrial); (substantivo � um tipo de falc�o); (substantivo � o pelo do gato); e pela (verbo pelar); (substantivo � um tipo de bola e de jogo); (substantivo � uma variedade de ma��);
5. n�o acentue mais o u e o i t�nicos em palavras parox�tonas quando precedidos de ditongo: baiuca, feiura; 6. n�o acentue mais o u t�nico de verbos como averiguar, apaziguar, arguir: averigue, apazigue, arguem; 7. a palavra forma (�) pode ser grafada com ou sem o acento circunflexo (forma ou f�rma). B � H�fen 1. no caso de palavras formadas por prefixa��o, s� se usa o h�fen nos seguintes casos: � o segundo elemento come�a com h: super-homem, semi-hospitalar, sub-humano; Exce��o: manteve-se a regra atual que descarta o h�fen nas palavras formadas pelos prefixos des- e in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial (desumano, in�bil, inumano).
� o prefixo termina em vogal e o segundo elemento come�a com a mesma vogal: contra-almirante, supra-auricular, auto-observa��o, micro-onda, infra-axilar; Exce��o: manteve-se a regra atual que descarta o h�fen com o prefixo co- (mesmo quando o segundo elemento come�a com o): coopera��o, coobriga��o, coordena��o, coadministra��o, coparticipa��o, coprodutor. � o prefixo � pr�-, p�s-, pr�-: pr�-prim�rio, pr�-fabricado, p�s-gradua��o, p�s-moderno, pr�-europeu, pr�-reitor; � o prefixo � circum- ou pan- e o segundo elemento come�a com vogal, h, m ou n: circum-adjacente, circum-mediterr�neo, circum-navega��o, pan-americano, panhelenismo, pan-m�tico. 2. fica abolido o h�fen: � quando o segundo elemento come�a com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas: antirreligioso, contrarregra, antirrugas, infrassom, antissemita, microssistema, minissaia, contrassenso; Exce��o: manteve-se, neste caso, o h�fen quando os prefixos terminam com r � hiper-, super-, inter-: hiper-requintado, hiper-rancoroso, inter-racial, inter-regional, super-realista � quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento come�a com uma vogal diferente: antia�reo, agroindustrial, hidroel�trica, aeroespacial, autoestrada, autoaprendizagem, extraescolar. Observa��o O Acordo estipula que n�o se usa mais o h�fen em palavras compostas em que se perdeu o senso de composi��o e cita paralamas e mandachuva. O texto do Acordo, por�m, n�o arrola todos os casos em que isso vai ocorrer, o que constitui um problema para a implanta��o da nova ortografia. Conseq��ncia: para resolver esta d�vida, temos de aguardar a publica��o do Vocabul�rio Ortogr�fico Comum que dever� ser organizado, sob supervis�o do Instituto Internacional da L�ngua Portuguesa (da CPLP- Comunidade dos Pa�ses de L�ngua Portuguesa), por uma comiss�o com representantes da Academia das Ci�ncias de Lisboa, da Academia Brasileira de Letras e de entidades cong�neres dos outros pa�ses. Enquanto aguardamos o Vocabul�rio Ortogr�fico, passe a grafar paralamas e mandachuva. C � Letras mai�sculas Se compararmos o disposto no Acordo com o que est� definido no atual Formul�rio Ortogr�fico brasileiro, vamos ver que houve uma simplifica��o no uso obrigat�rio das letras mai�sculas. Elas ficaram restritas a:
� nomes pr�prios de pessoas (Jo�o, Maria), lugares (Curitiba, Rio de Janeiro), institui��es (Instituto Nacional da Seguridade Social, Minist�rio da Educa��o) e seres mitol�gicos (Netuno, Zeus); � a nomes de festas (Natal, P�scoa, Ramad�o); � na designa��o dos pontos cardeais quando se referem a grandes regi�es (Nordeste, Oriente); � nas siglas (FAO, ONU); � nas iniciais de abreviaturas (Sr. Cardoso, Gen. Mello, V. Ex.�) � e nos t�tulos de peri�dicos (Folha de S. Paulo, Gazeta do Povo). Ficou facultativo usar a letra mai�scula nos nomes que designam os dom�nios do saber (matem�tica ou Matem�tica), nos t�tulos (Cardeal/cardeal Seabra, Doutor/doutor Fernandes, Santa/santa B�rbara) e nas categoriza��es de logradouros p�blicos (Rua/rua da Liberdade), de templos (Igreja/igreja do Bonfim) e edif�cios (Edif�cio/edif�cio Cruzeiro). ______________ *Professor Titular (aposentado) de L�ngua Portuguesa da Universidade Federal do Paran�. Email:
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