NEXO CAUSAL nas LER/DORT
Resolução/CFM n.º 1.488/1988 – Art. 2º
Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e exames complementares, quando necessários, deve o médico considerar: a história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigação de nexo causal; estudo do local de trabalho; estudo da organização do trabalho; os dados epidemiológicos; a literatura atualizada; a ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador exposto a condições agressivas; a identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, de acidentes e outros; o depoimento e a experiência dos trabalhadores; os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou não da área de saúde.
SINONÍMIAS • Cumulative Trauma Disorder (USA) • Lesões por Traumas Cumulativos • L A T R - Lèsions Atrubuibles ou Travail Rèpetitif • O C D - Occupational Cervico-Braquial Disorders • O O S - Occupational Overuse Syndrome • Síndrome de Hipersolicitação • R S I – Repetitive Strain Injuries (Austrália) • L E R – Lesões por Esforços Repetitivos • Síndrome Miofascial • W R M D - Work-Related Musculoskeletal Disorders • D O R T - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
DEFINIÇÃO “Lesões de músculos e/ou tendões e/ou nervos, causadas pela utilização biomecanicamente incorreta dos membros superiores, durante o trabalho, que resultam em dor, fadiga e queda da performance no trabalho, incapacidade temporária e, conforme o caso, evoluem para dor crônica.” (Couto, 1998).
Problemas encontrados pelo Perito ¾Falta
do diagnóstico correto; ¾Falta de metodologia específica; ¾Falta de parâmetros diagnósticos; ¾Despreparo no sistema de saúde; ¾Falta de abordagem interdisciplinar; ¾Iatrogenia: medicamentos, cirurgias, fisioterapia, ginástica, alternativos, mitos ¾Local de trabalho modificado
Problemas encontrados pelo trabalhador pela doença; (invisível) ¾ Discriminação no trabalho; ¾ Desconhecimento social da doença; ¾ Associações de portadores; ¾ Falta de perspectivas futuras; ¾ Ganhos secundários; ¾ Massa de manobra; ¾ Descrédito
MÉDICO PERITO Não se trata de PACIENTE e sim de Reclamante ou de Autor; Não há vínculo direto médico-paciente, nem forma de tratamento; Não há participação na escolha do profissional; O Perito não faz tratamento; Existe um interesse, um benefício em questão; A finalidade é estabelecer a VERDADE; VERDADE Recebeu uma incumbência pela sociedade para este ato; Deve ser isento de tendências ou preconceitos. O Perito NÃO decide, só fornece elementos de convencimento para a decisão do Juiz.
Características das Perícias em LER / DORT ¾ ¾ ¾
¾
Subjetividade da Informação Subjetividade dos Sintomas Dificuldades: ¾ Exame Clínico ¾ Exames complementares ¾ Estabelecimento do Nexo Outros fatores e envolvimentos
Características das Perícias em LER / DORT Evolução: ¾ Itinerância
de local dos sintomas; ¾ Melhora com o afastamento / tratamento ¾ Piora com o afastamento / tratamento;
Exames complementares: ¾ Falsos
positivos e falsos negativos; ¾ Mudança de diagnóstico; ¾ Resultados discrepantes;
DIAGNÓSTICO PERICIAL A perícia de L.E.R./D.O.R.T. é perícia de queixa subjetiva. Não existem instrumentos para medir dor. Muitas vezes, não há como saber se o Periciando está ou não simulando, quando relata a história da sua patologia, e ao referir dores às manobras realizadas durante o exame físico. Não há como saber se a empresa alterou o local de trabalho. Essa perícia depende muito da experiência do Perito, de uma boa anamnese, um cuidadoso exame clínico, de exames subsidiários bem indicados e bem feitos, de vistoria rigorosa do local de trabalho, e de uma meticulosa análise dos documentos.
LER / DORT ¾ ¾ ¾ ¾ ¾ ¾ ¾ ¾
Nova Doença? Síndrome? Conjunto de Doenças? Simulação? Oportunismo? Ganhos Secundários? Fenômeno Social? A LER e os DORT
CONCEITO “LER / DORT não é doença, e nem diagnóstico”
Corresponde a uma gama enorme de patologias, hoje agrupadas didaticamente em três grupos: Patologias tendíneas inflamatórias: Neuropatias periféricas compressivas Outras patologias causadoras de dores Atualmente, aceitam-se também outras patologias do pescoço e dorso, compressão do nervo poplíteo lateral e bursite de joelhos, etc...
AVALIAÇÃO DO TRABALHADOR
Avaliação do Trabalhador Anamnese Clínica; Anamnese Ocupacional; Antecedentes; Exame Clínico (Detalhado); Exame Específico; Auxílios Diagnóstico; Diagnóstico Diferencial; Hipóteses Diagnósticas; Nexo causal;
ANAMNESE CLÍNICA Queixa Atual Duração História da moléstia atual Evolução Fatores de melhora Fatores de piora Medicação uitilizada Procedimentos realizados
CARACTERIZAÇÃO DOS SINTOMAS •
DOR Localização inicial, evolução e situação atual Duração, intensidade Tipo (pontada, facada, agulhada, peso, queimação, formigação, outras) Irradiação Fatores de melhora ou piora
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EDEMA, INCHAÇO CHOQUES CÃIMBRAS DORMÊNCIA E FORMIGAMENTO QUEDA DE OBJETOS INTERFERÊNCIA NO SONO ESTADO, LOCALIZAÇÃO E CLÍNICA ATUAL
ANAMNESE OCUPACIONAL Profissão • Funções Ocupadas • Trabalho exercido na época dos sintomas • Tempo de aparecimento dos sintomas • Tempo de trabalho pré-afastamento • Atividades realizadas • Trocas de função • Aspectos especiais do trabalho •
FATORES CONTRIBUTIVOS Doenças do tecido conjuntivo; Distúrbios hormonais, Diabetes; Defeitos congênitos e mal formações; Obesidade, Sedentarismo; Sexo feminino; Gravidez; Convalescença; Outros;
FATORES CONTRIBUTIVOS Baixa autoestima, Fragilidade emocional; Personalidade obsessiva compulsiva; Depressão; Distimia; Somatização; Desestruturação pessoal e familiar; Falta de reconhecimento social; Insatisfação; Falta de perspectivas; Medo circunstâncial
Atividades da Vida Diária (AVD) Atividades Domésticas; Costura, Tricô, Crochê; Lavar, Estender, Passar roupas; Pintura, Jardinagem, Digitação; Dupla Jornada, Pedreiro, ...eiros; Esportes em geral; Dirigir Veículos;
ANTECEDENTES PESSOAIS PROFISSÕES ANTERIORES CIRURGIAS FRATURAS DE MEMBROS SUPERIORES ACIDENTES PATOLOGIAS REUMÁTICAS MAL FORMAÇÕES USO DE ANTICONCEPCIONAIS ATIVIDADES EXTRA OCUPACIONAIS ATIVIDADES E EXERCÍCIOS FÍSICOS
AVALIAÇÃO DO POSTO DE TRABALHO
Avaliação do Trabalho Descrição do local de trabalho; Inspeção do local de trabalho; Descrição da atividade; Análise da atividade; Mensuração adequada; Fotografia e/ou filmagem; Estabelecimento do nexo causal;
CARACTERÍSTICAS DAS TAREFAS O QUE FAZ - HÁ QUANTO TEMPO - COMO FAZ QUAIS OS MOVIMENTOS EXIGIDOS NA EXECUÇÃO QUAIS AS FERRAMENTAS - COMO SÃO MANIPULADAS QUAL A POSTURA QUE ADOTA - QUAIS AS TAREFAS QUE EXACERBAM OS SINTOMAS QUAL A PRODUTIVIDADE INDIVIDUAL QUAL O PARÂMETRO QUE É UTILIZADO
Nexo Causal BIOMECÂNICOS (OCUPACIONAIS) Força; Repetitividade; Posturas inadequadas; Compressões mecânicas; Velocidade excessiva, sem pausas; Vibrações; Outros ou Soma de Fatores;
FATOR BIOMECÂNICO TEMPO DE APARECIMENTO DO SINTOMA TEMPO DE SINTOMA PRÉ-AFASTAMENTO PESQUISA DO MOVIMENTO CRÍTICO PESQUISA DA FERRAMENTA UTILIZADA PESQUISA DA POSTURA HABITUAL PESQUISA DO POSTO DE TRABALHO TROCA DE FUNÇÃO PARA ALIVIAR-SE
Nexo Causal FATORES ORGANIZACIONAIS Pressão excessiva, Horas extras; Desprazer; Insatisfação; Mau relacionamento; Ambiente hostil, Mobiliário inadequado Medo circunstancial; Treinamento inadequado;
Nexo Causal FATORES ORGANIZACIONAIS Falta de Programação; Sazonalidade; Estilos gerenciais; Incentivos à produtividade; Gargalos de produção; Monotonia; Exigências cognitivas; Outros;
ASPECTOS ESPECIAIS PICOS DE PRODUÇÃO LINHAS DE MONTAGEM CONTROLE RÍGIDO DE PRODUÇÃO AUSÊNCIA DE PAUSAS PESSOAL INSUFICIENTE NA ÁREA PRÊMIO DE PRODUTIVIDADE DUPLA JORNADA (SEMELHANTE) ATIVIDADES DOMÉSTICAS