MIOLO VIRADO Tava quéto no meu canto sem querê muncha fulia mais meus pensamento froxo me troxe uma idéia de arrivilia... Mais de dois ano já fazia que eu acunvidava e ela nun quiria tomá uns quente, ô uns gelado e prosá papo furado.... Tava mermo preparado pra me virá com outro negado mais dessa vez, "ói qui aligria!" eu é qui távinganado... Quéla morena, disse "ô moço", armoço tá bom, sim, sinhô mandô, "ói só!" uma cantiga de artista que cantava com flozô... Ieu mi arrupiei todinho, purqui cunhicia o conversê do estrangêro e a párti quieu mais mió intindia repitia: "vem ligêro, vem ligêro..." E o dia chegô então, apezá de toda confusão, era armoço mas foi jânta cum bebida de montão... Cabada a janta, nóis só ria, se abraçava e se bêjava chêro no cangote, amasso de bode ni uma aligria qui num passava... Nóis resolveu se arregalar e í prum cantão pra nóis si amá i era só o qui nóis quiria, fazê amô até dismaiá... Quéla morena, sim, sinhô, amoleceu meus miolo di tanto amô perdi o estribo, caí do cavalo, tatudo virado e num sei ondi estô... Marcus Sodré
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