MEUS POEMAS Net 7 Mares
[email protected] MAR DO EGO < Clique aqui para retornar ao Mar do Ego. Clique nos títulos abaixo para ler os poemas. ESCADA POÉTICA*
PEDIDO
A BUSCA EM "DOIS RIOS" *
EU, O MAR E A SEREIA
PERDIDO NO CÉU, PERDIDO NO MAR (máxima marinheira)
A FESTA DA ILUSÃO*
EXCEÇÃO AO RECH
A MUSA MAIS BELA*
EXORTAÇÃO
A VISITA DA SOLIDÃO*
FLOR-DE-LIS
ABRAÇO NATALINO ALFAMETRICORRIMADO
INÍCIO, MEIO E FIM
POESIA MORTA QUE ME IMPORTA RAIOS DE SOL NO INVERNO SANTO ABRIGO INSPIRAÇÃO
AMOR E APARÊNCIA
SILÊNCIO
MAR DE E-MAILS SITE-CUPIDO
AMOR FLORIDO*
MINHA AMIGA MARGARETH
SOB A LUZ DO AMOR
ARCO-ÍRIS DE AMOR* MINHA ÂNCORA-G AS RAZÕES DO AMOR*
SONETO DIDÁTICO
MINHA ESPERA SONETO DO AMIGO
BURACOS NO CORAÇÃO* MULHER VADIA CAMINHOS DE LUZ* CARTA À MUSA*
TE QUERO TANTO... NEGRO AMOR
CÍRCULO* NOS OLHOS O ENCONTRO CONSOLO CONVERSÃO* DECISÃO* DESCONSOLO*
SONETO PROPAROXIBÊBADO
NATUREZA SOLIDÁRIA
TRAVESSEIRO, COMPANHEIRO TU EM MEU PENSAMENTO
NOSSO NINHO DE AMOR O MEU PRIMEIRO CARTÃO
UM MAU SONETO A QUEM VIVE MAL
ODE À RIMA E À MÉTRICA*
VERSINHOS NO ODIGO
ODE À VIDA DOCE FEITIÇO*
"Dois Rios"... Duas horas e meia de caminhada, desde a Vila do Abraão, na Ilha Grande, litoral sul do RJ.
A BUSCA EM "DOIS RIOS"
Te amando, te busco e, na busca imensa, Escolho, a esmo, na ilha, uma trilha, Que é longa e sofrida, mas nela avanço, Porque o que busco a tudo compensa, Não importa onde esteja, em qual canto da ilha... Na busca eu prossigo, com fé, sem descanso.
E vou decidido, em passos medidos, De olhos atentos na tosca estrada, E, enquanto caminho, vou descortinando Cenários tão belos, quão desconhecidos; Mas eu que não vejo beleza em nada, Nas curvas da estrada insisto, buscando.
Os pássaros cantam em todo o caminho, A tudo envolvendo em tal sinfonia, Que é um brinde sonoro à mãe Natureza... Mas isso só aumenta o meu eu tão sozinho, Por isso, insisto na louca mania, Buscando por ti em meio à incerteza.
Agora, o que escuto são águas rolando Do alto da serra, formando um riacho; E a água que bate nas pedras polidas São lágrimas vindas da mata, chorando, Com pena de mim que busco e não acho... São lágrimas vãs nas águas perdidas.
Enfim, eis que chego ao fim desta trilha: Termina em DOIS RIOS, um belo recanto, De onde dois rios deságuam no mar; Entre eles, a praia, maior maravilha! É tudo um cenário de puro encanto! Na busca decido não mais teimar...
Porque vi teu corpo nas curvas da estrada; No canto das aves, ouvi tua voz; No choro das águas, vi tua amargura, Chorando, por ver-se, de mim, afastada; E, desde a nascente do rio à foz, Senti tua presença... P'ra que mais procura?
Iguais, somos rios, mas não somos uno, Pois és um dos rios descendo da serra, E eu sou o outro rio a caminho do mar, Correndo às bênçãos do deus Netuno, Que viu nosso amor começando na terra E, agora, quer nEle esse tão grande AMAR.
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SITE-CUPIDO De mim mesmo, o que eu diria? Sou mistura algo bonita De nobreza militar Com porções de poesia, Que transmite na escrita O que a alma quer gritar: MAS NÃO SOU NENHUM TACANHO DE, PRA AMAR, TER QUE PAGAR, SEM CERTEZA DE ENCONTRAR. EU NÃO PAGO! ISSO É UMA AFRONTA! VOU PRO MAR, POIS, LÁ, MEU SONHO COM A SEREIA É MAIS EM CONTA. Mesmo assim, pouco dizendo — Pois que o espaço é pequenino — Acrescento, como adendo: O poeta que é, de fato, Põe, nas letras, seu destino, O seu mais fiel retrato.
MEU RETRATO De mim mesmo, o que eu diria? Sou mistura algo bonita De nobreza militar Com porções de poesia, Que transmite na escrita O que a alma quer gritar. Digo mais: que a poesia, Sendo manifestação De alegria ou de dor, Paixão ou abstemia, É, no fundo, a exibição Da alma do seu autor E dou fim à alocução — Pois que o espaço é pequenino — Fechando com a conclusão: O poeta — o que é de fato — Nas letras, que é o seu destino, Põe o seu fiel retrato. VOLTAR A MUSA MAIS BELA Net 7 Mares Prá dizer que sinto pena, Te pergunto: Ó, Vinicius! - E a guria de Ipanema? Ah! E o Affonso Romano, A desperdiçar seus versos Co'essas musas de engano... E tu, Machado de Assis, Passa já com essas donzelas De teus versos infantis. Vossas musas são piadas, E sois todos réus confessos De mentiras descaradas. A mais bela do Universo Não são essas heresias Que quereis mostrar em versos. Ah! Sequer, uma loirinha Tereis tido em poesias, Que se iguale à minha musinha. A mais bela do Universo, Que é real, portanto, o inverso Dessas vossas fantasias. @@@@ VOLTAR
ODE À RIMA E À MÉTRICA Net 7 Mares A poesia que eu faço Traz escrito no estandarte: "Abram alas! Quero espaço Pra levar, a todos, arte. Rima e metro que, em mim, vêem São os meus procedimentos, A levar os que me lêem Às jóias dos sentimentos As armas que eu carrego São simplórias, sim; não nego... Mas aqueles dois agentes, Pra levar à emoção Um sensível coração, São mais que suficientes". @@@@ VOLTAR
A VISITA DA SOLIDÃO (Inspirada em obra, de igual título, de Arlete de Andrade)
Vem, Solidão... Entra e fica.
As lágrimas já cessaram, As dores já se acalmaram, Só a saudade futrica Coisas passadas, comigo... Dor e lágrimas dormiram.
Entra, sim, mas sem alarde, Pois será cruel castigo, Um sofrimento sem fim, Se, a esta hora, tão tarde, Aquelas duas despertam... Tem piedade de mim! VOLTAR
AMOR E APARÊNCIA
Tenho ainda, na lembrança, Uma luz tênue e distante Que, piscando, incessante, Me acenava com a esperança...
Insinuando, em mim, certeza Que o encanto e a magia Para sempre existiria Na distante luz acesa.
E, assim, como encantado, Fui em tua direção Para ver verdade ou não Em teu amor tão confessado.
Mas viver é navegar, E o mar de calmaria, Pra virar de rebeldia, Não tem hora nem lugar.
Veio então a tempestade Que já era esperada, A testar, num tudo ou nada, Se o amor era verdade.
E, no teste, a tua exigência De amar sob condição... Não, querida, não amas não; Teu amor é conveniência. VOLTAR
ARCOS-ÍRIS DE AMOR
Alicerçado na areia, De certeza desprovido... Eis o amor que tenho visto, E que em pouco se baseia, Pois se ampara em um só sentido: O da visão, que falseia. A este amor eu resisto; Vez que pouco vai avante, Pois o belo no presente, Fica feio mais adiante, Já que o tempo o desmente...
Mas o amor à minha amada É a certeza no invisível Que não tem cara nem cor; Contra ele, tudo é nada, É eterno, invencível, É de luz o nosso amor, Pois da alma minha e dela É que o nosso amor aflora, Almas-Sóis que, ‘inda distantes, Formam um arco de aquarela, A trocar luz e calor...
Eis o nosso amor de agora: Eu e ela, astros amantes. VOLTAR
BURACOS NO CORAÇÃO
Ah, meu pobre coração! Nem com isso mais parece... Tem lanhos de sobe e desce, Tem buraco em cima e em baixo, Que até os dedos da mão, Nos buracos dele, encaixo...
Mas dos buracos que padece, De tanto amor dado em vão, Há um só que me aborrece, E que a alma não esquece, Pois de amor foi feito não... Foi de dissimulação.
CAMINHOS DE LUZ
Preciso dizer do que sinto em meu peito, Falar dessa luz que está dentro de mim, Mostrando-me as portas de um mundo perdido Que eu não encontrava e me achava iludido,
VOLTAR
Porque eu buscava o mais que perfeito: Viver com alguém um amor sem ter fim.
E nessa procura tão desesperada, Por nada encontrar, via esmorecendo A força que eu tinha e que, assim, se esvaía... O amor que eu queria, então, não existia, E eu estava chegando ao fim dessa estrada Que eu vinha, então e em vão, percorrendo.
Mas eis que aquilo que eu tanto queria Jamais poderia chegar de repente, Varando meu ser de tão intensa emoção... A mim chegaria, aos poucos, senão, A minha estrutura não resistiria... Por isso, chegaste a mim mansamente.
E tão mansamente chegaste, e eu não via Tua luz de energia atuando em mim, Que, vindo dos céus, como algo bendito, É o anjo de luz vindo do infinito, Encanto divino que, assim, me envolvia Na felicidade chegando, enfim.
E eis que te amando nessa aura de luz, Embora distante e, por isso, sofrendo No contentamento ainda incompleto, Estou como estás: de certeza, repleto, Que nossos caminhos é Deus quem conduz No amor infinito que estamos vivendo. VOLTAR
CARTA À MUSA Net 7 Mares Não te irrites, musa amada, Se estanco a ti meus versos, Ou se os mando tão dispersos, Que te deixo acabrunhada;
Nem penses que já te esqueço, Por parecer arredio... Fica certa: em ti confio, E o teu amor bem mereço.
Se, de ti, ando afastado, É que tenho razão forte Que envolve vida e morte, A manter-me atarefado.
Não falo da morte à toa Que acomete os de má sorte; Eu falo é de outra morte: Daquela que n'alma ecoa
Em poemas indigentes, De poetas da indolência, Onde, em versos sem cadência, Rima e metro estão ausentes.
Ah! Sem esses componentes, A alma vai sufocando E, sem voz, vai definhando Nas letras inconseqüentes
De gente "nariz pra cima", Que se mete a poeta, Mas que escreve e não completa Nem sequer um par de rimas.
É gente que desconhece Que'alma vive de poemas Bem rimados nos fonemas, Onde a emoção floresce.
Ou gente fazendo graça Para amizades reles, Aplaudindo, em URLs, A poesia em desgraça.
Contra isso luto e clamo E aqui vou pelejando, Ainda que me afastando Da musa que tanto amo;
Pois, com a alma assim ferida Pela poesia torta, Hei de ver-te, musa, morta, E, sem ti: — Adeus, ó vida. @@@@@ VOLTAR
CONSOLO
Perto de ti... Ah! Como eu quisera... Num átimo de emoção incontida, Abraçar-te forte e envolver-te, querida, E, assim, banir o que te desespera, Extirpando de ti essa dor sofrida.
Perto de ti... Ah! Como eu quisera, Olhos nos olhos, dizer que 'inda há vida,
Que por mais dor alguma serás perseguida, Que por mim nunca mais haverá espera, E que a paz voltará e será mantida
Perto de ti... Ah! Como eu quisera... Dizer que, agora, daremos partida Para um novo caminho, a curar tua ferida, E, envolvida em carinho e ternura sincera, Encontrarás, em mim, tua força perdida.
VOLTAR
CONVERSÃO
Vejo um anjo na promessa Do teu nick reticente, E uma imagem envolvente, Aos meus olhos, vem, do nada;
Deste nada material Que a Internet dá à gente, Construindo, em minha mente, Outro alguém a mim igual.
Muito, então, conversaremos; Animados, eloqüentes... O que sinto? O que sentes? Por aí, começaremos...
Devagar, ir-me-ei despindo Dos meus véus interiores, Para que vejas as cores Do que buscas, insistindo.
E no avanço da conversa, Aos poucos, te desnudando, Em mulher vou transformando Aquel’anjo da promessa. VOLTAR
DECISÃO
Eu devia ligar para ti... eu devia, Pra dizer que não sais mais de minha cabeça, E que é inútil tentar a que não aconteça De te ver ao meu lado no meu dia-a-dia.
Eu devia ligar e dizer que eu devia Era ter engolido tuas brigas vazias, E as imagens ruins que de mim tu fazias, Vendo um monstro em mim que não há, nem havia.
Eu devia ligar e dizer, mas não ligo, Pois - tu sabes - mentir para ti não consigo E, se ligo, estaria, ali, pressentindo
Que, ao ouvir teu "Alô! Como vai? Tudo bem?" Sou sincero, mas sou orgulhoso também, E, se ali eu disser “estou bem”, estou mentindo. VOLTAR
DESCONSOLO
Ainda me lembro da triste partida... Sem tua presença, achei-me perdido, E aos céus elevei-me, naquele instante, A ver se nos raios de um sol tão distante Pudesse encontrar, em calor convertido, Um alento, um consolo à dor da tua ida. Talvez, mergulhando no azul infinito, Ali, encontrasse a paz inebriante Que me consolasse a alma ferida...
Em busca do Sol fui, em minha aflição, Mas os raios solares perdiam-se ao léu, E nem tinham o dourado que me seduz Dos cabelos que tive ao alcance da mão... E que graça, ali, eu veria no céu? Pois, ainda que azul e imerso em luz, Faltava-lhe o brilho banhado em emoção, Que eu vi no azul dos teus olhos, querida, Marejados nas lágrimas da despedida.
DOCE FEITIÇO
O que é que me envolve em tão doce encanto, Afastando-me, assim, da rotina diária? Na inicial, já não vejo as notícias do dia, E nem mais vou à page que me embevecia... Foi chegando, chegando de forma arbitrária, Invadindo minh'alma e me enchendo de espanto.
O que é que encobre, assim, como um manto, Essa minha existência demais solitária?
VOLTAR
Devolveu-me aquilo que outrora eu sentia, Quando o amor me fazia ver só poesia, E, amando, eu vivia a existência hilária, Estampada na face alegre de um infante.
Há de ser, da tua voz sensual, o convite? Ou teu lânguido gesto à cabeça volvida, Num trejeito gracioso, tentando ajeitar Os cabelos revoltos na brisa do mar?... Que será que, em ti, me enfeitiça, querida, Pra eu viver, como vivo, esse amor sem limite?
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ESCADA POÉTICA
Numa torre, o som de um sino, E, cá embaixo, uma escada, Levando ninguém a nada... Coisa de gente sem tino,
Pois a algum lugar, de certo, Ela levaria a gente; Mas findava, abruptamente, Na parede de concreto.
E, por não servir p'ra nada, A pobre escada sofria Num caracol de agonia,
Até ver-se reparada De sua dor, ao ser galgada Pelos passos da poesia.
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EU, O MAR E A SEREIA
Vem, amor... Vem estar comigo, Pra poder sentir de perto O que encontrei neste abrigo... É só de estrelas o teto, E o tapete é um vasto piso De areia branca e macia... Um prazer total, completo, Pedaço de um paraíso... Era tudo o que eu queria! A Natureza cantando No piar das gaivotas... Uma palhoça sem portas... Vem, que estou cá te esperando...
Vem, pra ver, enfurecido, O Mar, e a brisa contando Que está Ele reclamando De mim, filho mais querido... Se queixa do meu desprezo, E manda ondas, rolando, A ver se apagam a chama Deste amor em mim aceso.
Mas, ao ver-nos abraçados, Tu e eu, inebriados Pela paixão que inflama; Tu correndo, eu te pegando... Nós dois rolando na areia, O Mar fica sossegado, Porque vai estar pensando: "Meu filho com uma sereia..."
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EXORTAÇÃO
Poetas, atenção! Pegai em armas! Ouvi! Há um dos nossos em perigo. Sabeis que um apaixonado é nosso amigo, E a nós pertencem todos os seus carmas, Suas dores e todos os seus castigos. Munamo-nos da arma poderosa, Capaz de fulminar seu inimigo.
Mas, antes, escutai o que vos digo: A musa dele posa de orgulhosa, E nele nem sequer mais põe a vista, Negado-lhe os louros da conquista; Não é, no entanto, a musa espinhosa O mal que o leva a tanto pôr-se em pranto.
Ainda que se negue a ouvir-lhe, a insana, E diga que não vê mais nele encanto, Lançando em sofrimento o amado irmão, De sua boca, apenas, é que emana O mal que se instalou no coração.
Aqui, irmão, está nosso amuleto, Que marca-nos perante a Poesia; Verás o que por ti ele fará...
Eu falo é do poder de um soneto; Aplica-te a um, com maestria, Que a tua musa, ao ler, se renderá.
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FLOR-DE-LIS
Te quero comigo, como eu sempre quis, Para, tendo-te presa, envolta em meus braços, Despir teus pudores com gestos devassos, Decidido a busca meu troféu Flor-de-Lis;
Preencher com volúpia os cantos e espaços De teu corpo, a fazer-te minha meretriz; Ler nos teu olhos o que a boca não diz; Romper teus tabus, desatar-te dos laços
E, submetendo-te a estranhos compassos, Flagrar em tua face o róseo matiz De ver-se rainha em poses servis,
Por mim conquistada nos tons violáceos Das marcas dos beijos em pontos esparsos... Flor despetalada, vencida e feliz. VOLTAR
AS RAZÕES DO AMOR I Branca mulher, pele cor de marfim, Teus cabelos negros, esvoaçantes, Cobrem, sutis, teu rosto bonito, A dar-te um ar de mistério sem fim... Teus lábios rubros nos levam além Daqueles sonhos, os mais fascinantes. Nos olhos negros, um quê de infinito... Mas falta-te o que minha amada tem... II Morena altiva, de rosto expressivo, Teus seios que empinam por sob a blusa Têm, para o pecado, eficaz parceiro: O bumbum que tens, tão bem esculpido. Tu és dos poetas a grande musa, Que, quando te vêem, se curvam em "amém" E encanta a todos teu jeito faceiro... Mas, tem, minha amada, bem mais muito além. III Loura que brilha qual raio de luz, Tens olhos azuis que magnetizam Àqueles que ousam fitá-los de frente; Na voz, encanto que a todos seduz, Todas as roupas te caem tão bem... Poucos, aqueles que não ruborizam Se alvos são do teu olhar eloqüente... Ora! Mi’amada bem mais que isso tem. IV Podeis perguntar-me, até com razão: "Que tem tua amada eleita, afinal, Que justifique este teu contestar? Serão as demais somente ilusão? Contr’elas, declamas com destemor, Mas, das tuas razões, nenhum sinal"... Pois digo a vós e a quem mais perguntar: Quem ama não sabe as razões do amor.
INÍCIO, MEIO E FIM
Não sei mais o que é verdade... É o que eu digo, e digo tudo... Terei errado, de novo, Produzindo tempestade, Neste amor tão absurdo?
Recolhido, feito um pinto, Encarcerado num ovo, Não me mexo e fico mudo, P'ra não falar do que sinto, Já que, em falar, não resolvo.
Minha cabeça dói... Por quê? Dói, de tanto bicar casca, - Casca dura como um escudo Descansa, agora, em mãos juntas... Abrir a casca p'ra quê?
P'ra enfrentar fria nevasca Na branca casca e em tudo? Fiquem em branco as perguntas, No "p'ra quê" e no "por quê", No branco da covardia...
Ficarei – não mais me iludo Dentro do ovo, sim, E deixarei a apatia, Ir se apossando de mim, Até pôr-me mudo e mouco,
E que importam as respostas Às perguntas que eu fazia? Já não importam nem um pouco, Pois sou grato, de mãos postas, Liberto do precipício,
ÀquELE em quem tanto creio,
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Por não me importar mais, enfim, Se o amor nasceu no início, Foi minguando pelo meio, E, agora, chega ao fim. VOLTAR
INSPIRAÇÃO
Vem! Descendo, Num crescendo... Vem, como alguém Que tanto esperei, E, na espera, sofrendo... Vem! Sem ti, eu sou ninguém, Alguém que reina, sem ser rei No reino d'alma e do coração. Vem, grande musa Euterpe; por Zeus, vem Honrar-me co'a coroa da inspiração! VOLTAR
MAR DE E-MAILS
Milhões de e-mails vejo no meu mar, Delícia no horizonte a se perder... Meu Deus! É impossível todas ler! Pois deste a mim, de olhos, só um par.
Já sei o que fazer na emergência: Lerei, primeiro, aquelas de urgência, Que vêm da musa que é minha paixão; Depois, vou separando as poesias,
P'ra mais adiante ler co'o coração, Ainda que, a isso, eu leve dias. E às outras musas vou pedir perdão
Por, sem querer, fazer descortesias, Ferindo-as com a maior das heresias: De ser chamado e não dar atenção. VOLTAR
MINHA ÂNCORA
Mergulhar eu quisera no excelso prazer, Embriagar-me no néctar dos teus lábios quentes, Elevando-me a céus de mil rubros poentes, Que os teus seios, beijados, não podem dizer...
O que mais desejar pode, enfim, um poeta Que, te amando, não tem mais nenhuma esperança De viver, novamente, o que, agora, é lembrança Da ventura que, outrora, vivemos completa!
Mergulhar, eu quisera, onde estás mergulhada, Pois, não vês, de onde estás, os meu dias vazios E, tampouco, a tristeza em mi’a face a escorrer,
Como livres anéis de corrente quebrada, Que, sem âncora, correm em meu rosto, vadios, A dizer que, sem ti, meu viver é morrer. VOLTAR
MINHA ESPERA
Continuo, só, na espera... É mais um dia vazio, Mais um inverno sem frio, Um sem flor na primavera
Vazio sem agonia Na espera resignada; Um tudo cheio de nada, Sem dor e sem alegria.
Mas nem toda espera é vã, E, por mais que seja o afã, Sem espera não há bom vinho,
E por ela é que caminho, Na busca pelo sabor Da embriaguez de um novo amor. VOLTAR
NATUREZA SOLIDÁRIA
Cai a chuva... Cai lá fora E estilhaça em minha vidraça... Chuva que só piora A solidão que me abraça.
O silvado que entoa
Um intrometido vento Traz um canto de lamento Que em minha alma ecoa...
E as gotas derramando, Na janela embaçada, São a cópia consumada Dos meus olhos, marejando.
Vou, assim, mal suportando Essa dor de uma amor sofrido... Nunca me dou por vencido, Contra a dor vou pelejando,
E, na luta contra o horror D'em teu amor, não ver certeza, Vou vendo na Natureza As lágrimas da minha dor.
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NOS OLHOS O ENCONTRO
Olhos nos olhos... Nos encontramos... Não como das vezes do cotidiano, Mas qual paralela e meridiano, Que podem encontrar-se na curva ou na reta, Em milhões de pontos comuns de um plano. E num desses pontos, assim, nos olhamos: Um olhar de busca e sofreguidão, Que, embora tão pleno, não se completa.. E, no incompleto, nos rebuscamos, Na busca por mais e mais emoção...
Mãos que se buscam, se entrelaçam, Nossos corpos se abraçam, Minha boca te busca sem direção... Eis que, olhos nos olhos, de novo; Agora, o olhar é de puro tesão... Minhas mãos te alisam, Teu corpo eu movo Por sobre meu corpo em suave torção; E, assim, te tenho em meu peito a cabeça, Teus seios premidos de encontro ao meu plexo... E o bumbum empinado, submetido À minha mão que o percorre, calma e macia, Cujos dedos, num amasso carinhoso e medido, Orientam o encontro do teu com o meu sexo, À mistura de carnes, paixão e magia.
Tua face, agora, bem próxima à minha, Se volta, em busca do encontro maior: Dos olhos nos olhos, na expectativa De, agora, ser tudo: ativa e passiva, De ser possuidora e possuída,
Chegamos, então, à carnal conjunção: Meu sexo rijo em teu ser avança, Explorando teus templos intumescidos Ocupando espaços, tal e qual uma lança, Que te inunda de amor, mel e emoção, Em meio a sussurros, "nãos" e gemidos; Lábios molhados, beijos mordidos...
Cerrados, enfim, perdidos, Em mil sonhos envolvidos, Olhos nos olhos... Não mais... Compõem, agora, somente um corpo, Dos dois de amor consumidos... E... Os olhos? Agora, não olham... Sonham em paz. VOLTAR
NOSSO NINHO DE AMOR
A Pousada onde estivemos, Na Ilha, não há mais bela! Nome: Porto Girassol... Que pintura de aquarela! Nosso ninho, onde vivemos Emoções nunca sentidas; Ali, fomos Lua e Sol Num eclipse de vidas.
Ah! Se alguém disser: "duvido Desse presumido encanto", À Pousada eu o convido; E, ao chegar, lá, no recanto, Vai prostrar-se em louvor, Quando ver que ainda resta, No ar, o clima de festa Das nossas noites de amor.
ODE À VIDA (Em memória de Elizabeth, ex-esposa)
É preciso viver, apesar de tudo... Apesar de saber que só há certeza Do encontro com a dor, agonia e tristeza, À espera de todos num fim absurdo.
Viver, sim, é preciso, apesar de tudo... Vivendo a ilusão de se achar protegido, De sentir-se, entre todos, o mais ungido Na trágica graça de um falso escudo.
VOLTAR
Viver uma vida que não se concebe Ser trilha de lutas, que leva ao nada De uma despedida, e ninguém percebe
Que a morte é porta para novas vidas, Circuito infinito de vindas e idas, Mistério sem marcas de início ou chegada. VOLTAR
PEDIDO
Preciso já duma graça, — Dai-me, Deus, por merecer — Pois preciso arrefecer Prá suportar a desgraça De, por mais força que eu faça, Não conseguir te esquecer...
Confessa-me um passo errado, Um mal feito abominável, Alguma coisa execrável Que tu tenhas praticado, E que torne vulnerável Esse amor tão desbragado.
Se, atendido, me levanto Dessa minha penitência; Mas, seu eu não tiver clemência, Hei de recolher-me a um canto, A morrer por tua ausência, Para em ti viver no entanto. @@@@@@@ VOLTAR
QUE ME IMPORTA
Que me importa o silêncio sombrio da Noite, Que me envolve em seu manto sem luz e Sem cor? Que importância há de ter eu estar só Comigo, Sem poder partilhar o meu vinho com um Amigo, Ou de ter com alguma uma noite de Amor? Que me importa, enfim, esses lanhos do Açoite Que fustigam minh'alma esse tanto Ferida? Se os raios de luz trazem, ao meu Monitor, Pequeninas porções de minha musa Querida.
VOLTAR
RAIOS DE SOL NO INVERNO
Vejo sombrios matizes Neste amor tão dolorido, Que mais dor tem recolhido Do que momentos felizes...
Nas promessas de mudanças Quero crer, mas não consigo, E de estar, enfim, contigo, Disso só tenho lembranças.
Nem mais tenho a expectativa De ver e-mails de amor, Transmudando em calor, De coisa real e viva...
De não sentir mais o frio Da tua presença ausente... Ver teu amor mais eloqüente... Qual? Nem nisso mais confio.
Neste amor de sofrimentos, Vejo, enfim, poucos momentos De felicidade plena... – Raios de sol no inverno –
Que nem sei se vale a pena Tanto fel, tão pouco mel: Amargar meses de inferno Por uns momentos de céu. VOLTAR
SANTO ABRIGO (Em homenagem à cidade de Santa Maria-RS)
Tantas águas naveguei, Tantos portos percorridos... E às mulheres que encontrei Nas cidades onde eu andava, Postei olhos e ouvidos... Tudo em vão... Não te encontrava.
Mas, um dia, algo acontece, Quando numa igreja entrei: Ao pedir por ti, em prece, A uma Santa no altar, E em Seus olhos encontrei Palavras a me confortar:
"Deixa estar, filho querido; Mas não é chegada a hora De atender ao teu pedido... Ela há de estar contigo, Tanto quanto está, agora, Protegida em Meu abrigo".
Que abrigo que eu não via?... Cheguei a pensar comigo Que a Santa prá mim mentia... Mas tanto disse a verdade, Que até nome tem o abrigo: O nome da tua cidade. VOLTAR
SONETO DIDÁTICO
Poeta, avia! Desperta E põe mais de tua atenção, Quando leres a lição Da poesia mais certa.
Se é que existe inspiração Descendo em tua mente, Dize, em versos, o que sentes, Mas, dize-o co'o coração.
Evitar o passo manco, Rimar embaixo e em cima, Já é boa melhoria,
Mas preciso, a ti, ser franco: Não basta só metro e rima, Num texto, pra ser poesia. VOLTAR
SONETO DO AMIGO
Amigo é o que está sempre contigo Nas horas de sorriso ou de dor; É o abrigo que, no frio, dá calor; O escudo que te livra do perigo.
Na luta contra o mal que em ti reside, É o teu pedaço bom dentro do peito, A quem, na luta, ofendes num mal-feito, Mas sabes que, dali, não vem revide.
O amigo não tem sexo ou origem, Idade, raça ou endereço certo, E pode ser, até, um "joão ninguém",
Mas, se precisas, ele está por perto; É a solução das dores que te afligem, Pedaço de tu’alma em outro alguém.
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TE QUERO TANTO...
Te quero tanto... Um querer sem fronteira, Como luz que ilumina o meu caminho — Caminho de pedras que estou percorrendo — Ou brisa fresca que bate e refresca Semblante marcado a suor e poeira.
Insisto: te quero, embora sofrendo, Como um pescador que, em busca da pesca, Labuta no ofício, mudo e sozinho... Sou ave perdida e vou te querendo, Gaivota em rochedos, buscando o ninho.
E, por não mais palavras eu ter, querida, O meu te querer ainda for pouco, E vãs sejam as lágrimas que vou contendo, Eu digo: te quero e, querendo, sou louco Porque eu te quero mais que a própria vida. VOLTAR
TRAVESSEIRO, COMPANHEIRO
Perguntas-me se te amo...
Seria fácil responder Sobre o amor que a ti proclamo? Fácil, sim, seria mesmo, Mas não quero responder Como tantos dizem a esmo.
Quero, sim, dizer "te amo", Mas não sei como dizer, Pois, quando por ti eu clamo, Quem me escuta é o travesseiro Que, sem mais poder fazer, Tenta ser mais companheiro:
Em noites tão mal dormidas, Para minorar-me as dores De um coração que não agüenta Mais ausências tão sofridas, O meu velho travesseiro Quer me consolar com flores,
E de lágrimas se alimenta, Para virar-se em canteiro. VOLTAR UM MAU SONETO A QUEM VIVE MAL
Quem vive esta vida que estamos vivendo, Correndo pra cima, pra baixo e pros lados, A ver se é possível ganhar uns trocados, Verá que, em vida, viveu foi morrendo,
Morrendo no sonho não completado, Nas coisas perdidas, nos seus desalentos, Nos longos suspiros soprados aos ventos, Nas lágrimas vindas de um amor acabado.
Verá que viveu, em vida, perdido, Pois não preencheu a sua vida vazia Nem com o dinheiro mal ou bem ganhado;
Igual a um poeta mal inspirado, Que escreve um soneto, este, mal construído, De rimas pueris e mal metrificado. VOLTAR
TU EM MEU PENSAMENTO
Com meu pensamento por ti tomado, Em vez de creme, pasta dental, Esfreguei na face, tão distraído. Ao banho, espuma no olho fechado... Mas, 'inda assim, vi-te sob o portal, E o meu sabonete acabou perdido.
Em vez da toalha, usei a camisa, A ver se enxugava a cabeça molhada. A cueca, eu ia vestindo do avesso... Por sorte, o anjo-da-guarda me avisa: - Se tu recolocas a peça usada, Terás que, ao banho, voltar do começo.
Já na cozinha, o café preparando, Encontrei-te, graciosa, toda sorriso... Olha o que deu, como resultado: Odor de sabão no queijo fritando, Ovo queimado, e mais prejuízo No café intragável de tão salgado...
E pra completar a desdita minha, Ao pedir ajuda à vizinha do lado, - Vê a que ponto estou apaixonado Berrei por teu nome ao chamar a vizinha. VOLTAR
AMOR FLORIDO
Ficam feias essas flores Assim, jogadas num canto... Sem enfeitar coisa alguma, Perdem quase todo o encanto.
As flores pedem carinho; Um altar, em oferenda; Ou um arranjo bem bonito Num vestido azul, de renda.
Imagino, apoiada, Em tu'orelha, uma flor, teus cabelos enfeitando...
Não queria, — Oh, Deus — mais nada, Pois veria, ali, o amor Bem florido, em mim, raiando. VOLTAR
SOB A LUZ DO AMOR
Veja que luz sobre nós, querida!! Luz que, de intensa, paralisa, seduz E nos deixa, assim, tão espantados E, ao mesmo tempo, extasiados... Luz de origem desconhecida... Por que tudo pára no avanço da luz? Seremos, por ela, juntos, sugados? E para onde haveremos de ser levados? Fiquemos, então, bem abraçados, Pois, se luz é o que vem, não é morte, é vida, — O escuro é a morte, almas vencidas — E assim, abraçados, corpos comungados A luz arrebata dois corpos somados Que, enquanto se elevam em lenta subida, Se amoldam um noutro, a poder do calor, A fazer, de dois corpos, um só transformados, Almas reunidas na luz do amor.
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O MEU PRIMEIRO CARTÃO POSTAL
É o meu primeiro cartão que, hoje, estou te enviando. Sim, eu sei que houve outros: de aniversários, fins de ano... Mas, a ti, este é o primeiro.
Os outros eu fiz às pressas, com versos curtos, mal feitos, e, às vezes, nem tinham versos; bem diferente de agora, quando, a ti, faço o primeiro.
Eu podia buscar versos, rimas, métrica perfeita, a tentar emocionar-te... Mas não o farei por ora; não neste que é o primeiro
Porque, neste, o que quero nada tem a ver com aqueles que fiz por obrigação... Ah! Neste primeiro cartão quero algo diferente:
Mostrar, na caligrafia, que o amor em mim contido vai crescendo, tanto e tanto, que, sem ter como fluir, aproveita, enquanto escrevo, p'ra fluir por minha mão. VOLTAR MINHA AMIGA MARGARETH
No caminhar pela vida, Muitas coisas vão ficando Pelo caminho, perdidas... Coisas sem grande importância Que a gente vai descartando: Aqui, deixei a intolerância; Ali, mágoas recolhidas, Embrulhadas na arrogância.
Manter tais coisas às costas, Com o corpo, assim, vergando, Só às pedras e ervas daninhas Do chão a visão converte.
Não se vê o sol raiando, Nenhuma maravilha, das sete... Nem luzes que brilham, sozinhas, Como a amiga Margareth. VOLTAR
A FESTA DA ILUSÃO Net 7 Mares
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Final de eleição num Rio cinzento... Último dia da festa acabada: Anjinhos, bailando ao sabor do vento, Anunciavam a sorte lançada. Em regozijo com a plebe festiva, Como de sempre, estiveram presentes Santos que ofertam, à massa passiva, A esperança estampada nos dentes. Envolto em papéis de cores sangrentas, O que antes se via como quimera Veio na caixa de promessas bentas: Vinho "PT" de doze anos de espera. Na festa, bebeu-se do vinho antigo, Ninguém quis saber da água, a razão; E, hoje, a ressaca e, nela, o castigo Na urina com cor e fedor de traição. @@@@@@
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SONETO PROPAROXIBÊBEDO A bela madeirense, em seu sorriso esplêndido, Deixou entusiasmado a mim, poeta mísero, Que, crente neste amor longíquo, oceânico, Vislumbra u'a Madeira mais próxima e íntima. E, amando-a, não arredo os olhos do Atlântico, Pois, quando o sol se põe em rubros raios fúlgidos, Desenha-me, no céu, em cor e em linhas nítidas, Imagens que alimentam o sonho em meu espírito. O astro rei aquece o meu sonhar onírico, Trazendo-me a musa envolta em raios cálidos, Que, em beijos, me embriaga e lança-me em êxtases; E, ao fim, num panorama plácido e lânguido, Na areia, jaz, inerme, um poetaço bêbedo, Enquanto, no horizonte, o sol se esconde, cínico .
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MULHER VADIA Nunca mais serei bom moço — Vida de glória vazia — Eu quero o amor sem esforço... Eu quero a mulher vadia. Agora, só quero o esboço Do amor que, antes, queria... Marcar a bunda e o pescoço, Eu quero, da minha vadia. Cansei de esperar em vão Por aquele amor completo Que só existe em poesia; Seja eu luz, seja ela inseto... Sejamos, mas, solidão, Não viverei com a vadia. VOLTAR
PERDIDO NO CÉU, PERDIDO NO MAR (máxima marinheira) Em resposta à homenagem do amigo e poeta Nathan de Castro. Dizer que uma honraria enobrece A quem concede e a quem receberá, E que jamais alguém o feito esquece, É o mesmo que jogar água no mar. Mas, se é em letras a exaltação, Elaborada, toda, em poesia, Lembrando o mar e a mim em louvação, Ungindo-me com a luz da astronomia, Palavras se embaralham em minha mente E, por não ver, em mim, merecimento, A minha alma cala na emoção. Me perco em céu e mar, completamente, E emudeço no agradecimento, Porque boca não há no coração.
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POESIA MORTA A quem dentes não tem, não se dá rapadura; E quem tem perna dura não pode nadar. Se o remédio que amarga é o que melhor cura, Uma forte trombada algo pode mudar. Ao banguela, o que damos é sopa bem rala; Aos que não nadam bem, exortamos a andar; Mas ao que escreve bem e a um poetaço se iguala, Uma boa empurrada devemos lhe dar: Poesia que morre enterrada em gaveta, Ou se mostra somente aos que vão à Internet, É um atleta capaz, mas que nunca compete; É uma jóia dourada que, em si, vê cor preta... Uma musa bonita que não vai ao mar, Temerosa de, ali, co'um Vinícius topar. VOLTAR
Negro Amor (Najah ÐL® e Net 7 Mares) Enquanto divido meu homem com ela, eu canto o samba do "Eu gosto. Me engana". Sei bem que ele anda atrás da cadela, Mas passo por boba a ela e ao sacana, Pois, quando ele abre as pernas da bisca, Fecho as janelas do meu coração, Mas deixo-lhe, à vista, sempre a mesma isca que, em mim, reconhece: latente tesão. Assim, vou levando-o na marra e na raça, Pois sei que, um dia, eu ganho essa luta. Não diz, mas quando me beija e me abraça, Eu sinto que ela é, apenas, sua puta. Um dia, hei de tê-lo somente pra mim — Momento que tanto espero e espreito — E, juntos, veremos, da peça, enfim, no palco, os atores que eu tinha no peito E que interpretaram, tão bem, minha sina na ópera-bufa de enganos e tombos, onde o garanhão, na história, termina com lanhos na alma, em vez de no lombo. VOLTAR EXCEÇÃO AO RECH Net 7 Mares Venha ele do Céu ou do Inferno, Não abro PPS nem a pau; Nem os que me prometem sol no inverno... Levam, todos, solene pá de cal. PPS não é mídia adequada Pra enviar em e-mail a quem tem pressa; Power Point é pesado e, 'inda que nada, Toma espaço na RAM... espaço à beça. Todavia, há aqui uma exceção Que eu debito na conta da emoção: PPS que traz obra do Rech, Que é Solange no nome e é poeta, Para ele, a porta está aberta: Sua verve, na alma, nos remexe.
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SILÊNCIO
Net 7 Mares
Há o silêncio do medo E, também, da ignorância De quem não sabe a distância Que há entre o triste e o ledo. Há o silêncio que fala Em olhos embevecidos. E o silêncio dos vencidos, Que não têm direito à gala? Há o silêncio da morte, Da dor, da desesperança... Há o silêncio da criança Que não tem, na vida, um Norte. No político solerte, O silêncio está ausente, Até porque, se presente, O silêncio compromete. @@@@@ VOLTAR
ABRAÇO NATALINO ALFA-MÉTRICO-RIMADO Net 7 Mares
A primeira no alfabeto do Ateneu é a Arlete, Tendo quinze outros nomes, a Celinha é a seguinte; Em terceiro, eu, Capita, que, a viver pintando o sete, Na cabeça, tem orelhas que a Cris trata com "requinte", E a Elane, sua afilhada, que não vê nisso um mal, Usa o coração e a mente pra pensar só no Faiçal Fica Fátima na estrofe que tem “F” de feliz E, embaixo dela, o Ferro, que é fera no cordel Luta com o Mestre Cula: versos do mais doce fel... Impedidos de brigarem — Quero paz! — Kika lhes diz. Zombarias, nem em versos — soneteia aos dois, Nathan No prosar que admiro, vem a Olga. Sou seu fã. Atenta à métrica, a Sandra alerta que faltam três; T, no acróstico, é de Teca, e, antes que me falte espaço, Adiciono a Watfa ao fim e, antecedida por Valdez, Ligo todos nos meus versos pra caberem em meu abraço. VOLTAR
CÍRCULO Net 7 Mares Não quero mais o sucesso, Que me oprime, me isola... Do sucesso, me despeço. O sucesso é muito triste, É onde a gente se imola A um deus que não existe. O que eu quero é ser só gente; Caminhar por entre o povo, Esperançoso e contente E, da fama, enfim, egresso, Voltar a sonhar de novo Dia e noite co'o sucesso. VOLTAR
VERSINHOS NO ODIGO A TROCA
BEIJOS FLORIDOS
Sei que vou correr perigo, Mas ainda encontro um jeito... Ao clicar no link "ACEITO", Pra no Odigo estar contigo, Tiro o coração do peito Mandar a ti pra ver, co'efeito, Tu, a mim, vindo n'Odigo. VOLTAR
Se eu estivesse mais pertinho De você com esse carinho Que acompanha o meu amor, Mais florido o teu caminho Poderia eu compor, Transformando meus beijinhos, Cada qual em uma flor. VOLTAR
GOTINHAS
EM PERIGO
Navegando no meu barco, Na Internet, li, um dia, Que essa tal felicidade São gotinhas de alegria... E, hoje, delas me encharco -Que felicidade a minha!Pois, embora bem distante, Vejo que isso é bem verdade, Quando vejo, exultante, Minha musa na telinha.
Breve me verei ferrado; Não estarei mais navegando... Norton desatualizado, Todo o tempo me avisando Que estou sempre em perigo Com anexo nocivo... É que quando o micro eu ligo, Não há outro objetivo: Carregar só o Odigo, Prá estar sempre contigo. VOLTAR
COMPENSAÇÃO
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FRUSTRAÇÃO
Ah! Eu sofreria, sim... Muito mais do que eu penso, E, talvez, não suportasse, Quando o micro eu ligasse, Para ter-te junto a mim, Não tivesse tua presença Pois é nela que compenso Minha solidão sem fim...
No peito sinto a pressão: Lamentos do coração... Além disso, o desalento E a sensação de castigo, Por não alcançar meu intento... Acontece isso comigo, Diante da frustração De não te ver no Odigo. VOLTAR VOLTAR
MANHA FELINA Embora me maltratando E, como rebelde menina, Fazendo pirraça comigo, Minha musa nem imagina Que, mesmo se rebelando, Com tanta manha felina, Vai por mim se apaixonando, Lendo meus versos no Odigo.
ODIGO E O SUCO
VOLTAR PRESENTE DIFERENTE Enquanto, esquecido da vida, Pela musa vou esperando, Aos meus botões vou perguntando: Como deixá-la contente? "Não complique, seja prático", Diz o botão mais simpático, "Olhando-a nos olhos, de frente Diga: Eis, minha musa querida, Meu coração de presente". VOLTAR
A ESPERA QUE MATA Cada minuto de espera Por você na minha tela É uma lágrima escorrida Que, qual cera derretida, Se alonga em mim, vela, Consumindo-me a vida.
Odigo, meu velho amigo, Companheiro de jornada... Te encontrar foi grande sorte... Tantas coisas tu me deste!! Navegando, então, contigo, Me deste minha musa amada, Amigos do leste ao oeste, Desde o Sul até ao Norte. Preciso de ti, me escuta: Minha amada está sedenta, Tão fraca, que não se agüenta... Leva prá ela e converte Meu arquivo "Suco_fruta". DEPOIS... Odigo, cabra safado, Que fizeste com o arquivo? O arquivo "Suco-Fruta" Que mandei, esperançado... Arquivei com tanta luta E você, filho da puta, Com cara de prestativo, Pega o meu arquivo e some. Minha musa, tão tristonha, Se acabando em sede e fome; E tu, com o ato lesivo, Me matando de vergonha. VOLTAR
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