Mestre Alma Feminina Aab

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08 Dezembro 2008 - 14h43

Óbito: Escritor tinha 81 anos

Mestre da alma feminina Os amigos evocam um homem bom, íntegro e com sentido de humor. Os leitores, esses recordam o escritor que soube compreender como poucos a alma feminina e para quem escrever um romance era, antes de mais, saber contar uma história. António Alçada Baptista – autor de livros como ‘O Riso de Deus’ ou ‘Tia Susana, Meu Amor’ – morreu ontem, às 15h00, aos 81 anos, e vai ser sepultado hoje, às 13h30, no cemitério dos Prazeres.

As Letras portuguesas perdem um homem que se furtou a uma carreira de advogado – chegou a exercer entre 1950 e 1957 – para se dedicar à escrita e à cultura, que o apaixonavam e às quais Jorge Paula tanto deu. Ao longo da vida, escreveu muito – ensaios, crónicas, romances, livros de memórias –, sempre com elegância e, no juízo do escritor Francisco José Viegas, sentido de sedução. "Alçada Baptista era sobretudo um conversador e um sedutor", afirma. "Ele seduzia as pessoas com quem se cruzava e seduzia os leitores com o tom suave, com a inocência da sua obra. Era difícil não gostar dele." Ainda durante o Estado Novo, Alçada Baptista chamou a si a tarefa de divulgar e promover a cultura portuguesa e investiu a sua fortuna pessoal para fundar a influente revista ‘O Tempo e o Modo’. Foi também, entre 1957 e 1972, director da Moraes Editora, função onde revelou a sua generosidade no apoio a jovens escritores. Na década de 70, conquistou, enquanto escritor, as boas graças do público – algo que o próprio justificava com a forma desassombrada como assumia e descrevia os afectos. Depois do 25 de Abril, dirigiu o jornal ‘O Dia’, foi presidente do Instituto Português do Livro e alargou o âmbito da sua acção de divulgador cultural através de crónicas que escrevia para a rádio, televisão, vários jornais e revistas. Sócio da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Internacional de Cultura Portuguesa, foi presidente da Comissão de Avaliação do Mérito Cultural e administrador da Fundação Oriente. Foi-lhe atribuída a Ordem Militar de Cristo (1983) e a Grã-Cruz da Ordem do Infante (1995). PERFIL António Alçada Baptista nasceu na Covilhã a 29 de Janeiro de 1927, no seio de família burguesa. Estudou no colégio dos jesuítas em Santo Tirso e licenciou-se em Direito em Lisboa. Foi director da Moraes Editores e fundador da revista ‘O Tempo e o Modo’. Deixa ampla obra publicada. PONTE ENTRE DOIS REGIMES Opositor de Oliveira Salazar, António Alçada Baptista foi, em 1961 e 1969, candidato pela Oposição Democrática nas eleições para a Assembleia Nacional. As suas ideias não impediram, porém, que aceitasse um convite do ministro da Educação Nacional, Veiga Simão, para seu assessor para a Cultura entre 1971 e 1974. Conseguindo estabelecer uma ponte – rara – entre os dois regimes, depois da Revolução foi funcionário da Secretaria de Estado da Cultura (desde 1978) e presidiu aos trabalhos da criação do Instituto Português do Livro, a que presidiu até 1986. Foi colaborador de Mário Soares. DEPOIMENTOS "PIONEIRO DA MUDANÇA DE MENTALIDADE" (Margarida R. Pinto, Escritora) "Era uma pessoa afectuosa, um espírito sem idade. Foi, para além de um grande escritor, pioneiro na mudança de mentalidade em relação às mulheres." "OS HOMENS DE CULTURA DEVEM-LHE MUITO" (Mário de Carvalho, Escritor) "É uma das grandes figuras da cultura portuguesa do século XX, um escritor arguto e agradável de ler. Os homens de cultura devem-lhe muito." "ALÉM DE SER CULTO, NÃO SE LEVAVA A SÉRIO" (Inês Pedrosa, Escritora)

08-12-2008 18:02

Correio da Manhã

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"Marcou a cultura portuguesa do século XX. Faz-me uma falta enorme. Além de ser culto, não se levava a sério e era imune às seduções do poder."

Ana Maria Ribeiro com Lusa

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