Materialismo em Marx Noções gerais: 1. Filosofia (antes da ciência-depois da ciência), 2. Materialismo, 3. Ser Social (trabalho e linguagem). 4. Historicidade Humana (Produção e Auto-Produção Humana, Determinação Econômica em última instância, Divisão da Sociedade em Classes, Gênero e Etnia, Divisão do Trabalho, Alienação, Modo de Vida, Objetivação/Subjetivação). 5. Reforma/ Transição/Revolução. 6. Dialética. O materialismo consiste em duas teses ontológicas e uma epistemológica 1. Tese Central (axiomática): A natureza é primaria e o espírito é derivado. A matéria é anterior à consciência. A consciência surge ao longo da história da natureza. Não implica em nenhum conceito positivo de matéria ou de consciência. Este seria o terreno da ciência. Se existir um espírito universal ele é derivado, é criatura e não criador. Materialismo Ontológico. O QUE É O SER? Natureza e Espírito Vivente. A consciência é uma propriedade da matéria altamente organizada A matéria é uma rede complexa de partículas e ondas. São afirmações sujeita à prova e contra-prova cientifica. 2. Derivado dessa concepção geral Marx propõe uma ontologia materialista para o Ser Humano: O Homem é um ser natural que tem a natureza e a si mesmo como objetos; o Homem é um ser social que tem o outro e a si mesmo como seus objetos de realização. Em relação à natureza e aos outros homens, o Homem (genérico) se exterioriza, e concretiza enquanto ser vivente, por meio do trabalho e da linguagem respectivamente. Não há prioridade ontológica, nem epistemológica para qualquer um dos dois termos (natural ou social), pois, os seres humanos são naturalmente sociais (a sociabilidade é uma conquista evolutiva de muitas espécies vivas) e socialmente natureza, já que o desenvolvimento biológico humano ocorre sob a influência da cultura, inclusive na escala de tempo filogenética. “O homem é imediatamente ser natural. Como ser natural, e como ser natural vivo, está, por um lado, munido de forças naturais, de forças vitais, é um ser natural ativo; estas forças existem nele como possibilidades e capacidades, como pulsões; por outro lado, enquanto ser natural, corpóreo, sensível, objetivo, ele é, um ser que sofre, dependente e limitado, assim como o animal e a planta, isto é, os objetos de suas pulsões existem fora dele. Mas esses objetos são objetos do seu carecimento, objetos indispensáveis para a atuação de suas forças”. O grande feito de Feuerbach é:
1) a prova de que a filosofia não é outra coisa que não a religião trazida para o pensamento e conduzida pensadamente; portanto devem ser igualmente condenadas (modos de existência do estranhamento). 2) A fundação do verdadeiro materialismo e da ciência real, na medida em que Feuerbach toma, do mesmo modo, a relação social, a “do homem com o homem”, como principio fundamental da teoria; 3) Na medida em que ele confronta à negação da negação, que afirma ser o absolutamente positivo, o positivo que descansa sobre si mesmo e positivamente se funda sobre si próprio. 118
3. Realismo Atenuado – o nosso conhecimento pode representar objetos realmente existentes, mas nem pode capturá-los completamente e nem se pode definir diante mão o que não é acessível ao conhecimento. Só é possível conhecer aquilo que se tornou objeto para o pensamento. O homem e suas propriedades intelectuais são partes da natureza e surge num determinado momento da história universal da Natureza. Todo o conhecimento produzido por ele ou por qualquer outro ser consciente tem, antes e depois de si, uma infinidade de fenômenos impossíveis de serem totalmente compreendidos e representados adequadamente. Disso decorre que: a) O conhecimento é necessariamente limitado, representa apenas parte do mundo. b) O conhecimento é distinto do mundo, é um esforço de entendimento com o nosso corpo externo. “Mas o homem é um ser existente para si mesmo, que toma a si mesmo como objeto. Consequentemente, nem os objetos humanos são os objetos naturais assim como estes se oferecem imediatamente, nem os sentidos humanos, tal como são imediata e objetivamente, são sensibilidade humana, objetividade humana. A natureza não está, nem subjetiva nem objetivamente, imediatamente disponível para o ser humano de modo adequado”.
Manuscritos econômicos-filosóficos. Karl Marx 1844 Sinópticos (1841) Onde ele (Bruno Bauer) frente a Strauss, põe a “consciência-de-si” do homem abstrato no lugar da substancia da “natureza abstrata” pg 115 Nem sequer na linguagem mostram diferença em relação à concepção hegeliana, mas, ao contrário, repetem-na literalmente: Eles (os materialistas franceses) não puderam ver ainda que o movimento do universo tornou-se primeiro e efetivamente para si enquanto movimento da consciência-de-si e caminhou junto, em direção À unidade com sigo mesma (Bruno Bauer)116
Passo 1: [O negativo = estranhamento da substancia (o infinito, abstratamente universal, abstração absoluta e fixa)] Religião e Teologia. Passo 2: [O positivo = a substancia, o sensível, o real, o finito, o particular, o efetivo] Filosofia Passo 3: Supra-sume o positivo, restabelece o infinito, a abstração. Religião e Teologia.
Mas na medida em que Hegel apreendeu a negação da negação – conforme a relação positiva que nela reside, como a única e verdadeiramente positiva, e conforme a relação negativa que nela reside, como o ato unicamente verdadeiro e como o ato de autoconhecimento de todo o ser – ele somente encontrou a expressão lógica, especulativa para o movimento da historia, a historia ainda não efetiva do homem enquanto um sujeito pressuposto, mas em primeiro lugar ato de produção, história da geração do homem. 122 A humanidade da natureza e da natureza criada pela historia... o objeto aparece apenas como consciência abstrata e o sujeito apenas como consciencia de si. 123 A grandeza da Fenomenologia hegeliana e de seu resultado final – a dialética, a negatividade enquanto principio motor e gerador – é que Hegel toma, por um lado, a autoprodução do homem como um processo; é que compreende a essência do trabalho, e concebe o homem objetivo, verdadeiro, porque homem efetivo, como resultado do seu próprio trabalho. O comportamento efetivo, ativo do homem para consigo mesmo na condição de ser genérico efetivo, ou o acionamento de seu (ser genérico), como ser genérico efetivo, isto é na condição de ser humano, somente é possível porque ele efetivamente expõe todas as suas forças genéricas – o que é possível apenas mediante a ação conjunta dos homens, somente enquanto resultado da história – comportando-se diante delas como em frente a objetos, ..... 123 “Vemos aqui como o naturalismo realizado, ou humanismo, se diferencia tanto do idealismo quanto do materialismo e é, a um so tempo, a verdade unificadora de um e de outro. Vemos igualmente como só o naturalismo é capaz de compreender a ato da historia universal” Ser um objeto corpóreo e sensível significa: ter fora de si objetos dos quais depende para existir e se realizar enquanto ser no uso e consumo, incorporação e criação destes objetos. Significa que ele tem objetos como objetos de sua manifestação de vida. A fome é a carência confessada de meu corpo por um objeto existente fora dele, indispensável à sua integração e externação essencial. Ser sensível é ser padecente, um ser apaixonado. A paixão é a força humana essencial que caminha energicamente em direção ao seu objeto.
Aspectos Dialéticos do Materialismo: A Unidade do Ser – todos os fenômenos estão universalmente interconectados. A complexidade. O problema do Absoluto e do Infinito – brechas no materialismo. A determinação econômica em ultima instancia e os níveis hierárquicos da realidade. O movimento permanente – as formas de movimento. O papel de agente dos seres sociais – a ação humana tem força material é a atuação de uma força objetiva
Tese Central : A natureza é primaria e o espírito é derivado. A matéria é anterior à consciência.