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MARTHA MEDEIROS A boa maré de Adriana Calcanhotto
Antes de comentar o show que assisti ontem, gostaria de agradecer àqueles que confirmaram que a Madonna estará em Santiago do Chile. Nossa, seria perfeito assistir Madonna no Estádio Nacional (provável lugar do show) e ao mesmo tempo matar a saudade da cidade onde morei há tanto tempo, mas não tem como. Vamos adiante. * Ontem fui ver Adriana Calcanhotto no teatro do Bourbon Country, aqui em Porto Alegre. Vou ficar devendo os créditos da equipe, mas estão todos de parabéns: o cenário, a luz, a direção, tudo impecável, de extremo bom gosto. A banda ótima, com destaque para os dois músicos que dividiam a bateria e a percussão. E Adriana é etérea. Lânguida. Cristalina. Uma ninfa. Sei lá como definí-la. Em sua túnica vermelha, me lembrou uma cariátide, uma coluna grega mas com movimento, bossa, humor. Começou meio reservada, na dela, e aos poucos foi se soltando, mas um "soltar-se" elegante, econômico. O que importa é sua voz - estrela maior do show - e o repertório. Cantou músicas do último disco - Maré - e alguns sucessos antigos, quase todos memoráveis. Só não agüento mais ouvir o "piu piu sem frajola, o queijo sem goiabada, o romeu sem julieta do claudinho sem buchecha", mas vá lá, é como se os Rolling Stones não incluissem Satisfaction no seu playlist - não tem como. E Adriana surpreendeu com uma versão linda para Meu mundo e nada mais de Guilherme Arantes ("quando fui ferido/vi tudo mudar/das verdades que eu sabia..."). Nossa, muito eu chorei no escuro do meu quarto, à meia-noite, à meia-luz, ouvindo esse hit... Foi emocionante. Quando terminou a canção, aplaudidíssima, o que Adriana fez? Simplesmente começou a cantá-la de novo, desde o começo: uma cena teatral de flashback. Que nem a gente fazia quando ouvia disco de vinil: acabava a música, a gente pegava o braço da vitrola e recolocava a agulha no início, pra ouvir a faixa de novo. Eu sei, eu sei: pode-se fazer isso num CD player, basta apertar uma tecla, mas fiz questão de voltar no tempo e relembrar velhos costumes, já que essa música é um sucesso antiiiiigo. Mas segue atual. * Que a Adriana volte a Porto Alegre muitas e muitas vezes. * Pessoal de Florianópolis, Curitiba... sim, quero lançar o "Doidas e Santas" aí, só que talvez fique pro início do ano que vem, porque em 2008 (meu Deus, é quase outubro!é quase Natal!!!!) a agenda não está permitindo. Mas se rolar, aviso. * Beijos e até!