Tranglomango Mário Cesariny de Vasconcelos
Ouve a leitura de Mário Viegas e completa esta lengalenga com os versos que faltam.
Era uma vez dez meninas de uma aldeia muito probe. Deu o tranglomango nelas não ficaram senão nove. Era uma vez nove meninas ______________________. Deu o tranglomango nelas não ficaram senão oito. Era uma vez oito meninas ______________________ Deu o tranglomanglo nelas não ficaram senão sete. Era uma vez sete meninas ______________________. Deu o tranglomanglo nelas não ficaram senão seis. Era uma vez seis meninas em landas de Charles Quinto. Deu o tranglomanglo nelas não ficaram senão cinco.
Lengalenga da velha Lê o início e o fim desta lengalenga. Descobre as estrofes que faltam. Era uma velha que tinha um gato e debaixo da cama o tinha. O gato miava e a velha dizia. - Mal haja o teu miar que não me deixa dormir nem tão-pouco descansar. Era uma velha que tinha um cão e debaixo da cama o tinha. O cão ladrava o gato miava e a velha dizia. - Mal haja o teu ladrar mal haja o teu miar que não me deixam dormir nem tão-pouco descansar. (…)
Era uma vez cinco meninas _______________________. Deu o tranglomanglo nelas não ficaram senão quatro. Era uma vez quatro meninas qu'avondavam só ao mês. Deu o tranglomanglo nelas não ficaram senão três. Era uma vez três meninas em o paço de Dom Fuas. Deu o tranglomanglo nelas não ficaram senão duas. Era uma vez duas meninas ante um home todo espuma. Deu o tranglomanglo nelas _______________________. Era uma vez uma menina terrada em coval mui fundo. Deu o tranglomanglo nela _______________________.
E vê-se a velha obrigada a tomar a decisão: mata o boi e mata o burro mata o porco mata o galo mata o cão e mata o gato e então dizia: - Acabou-se o teu mugir acabou-se o teu zurrar acabou-se o teu roncar acabou-se o teu cantar acabou-se o teu ladrar acabou-se o teu miar agora posso dormir agora posso descansar. Alice Vieira, Eu bem vi nascer o sol – Antologia da poesia popular portuguesa, Ed. Caminho
Lengalenga do homem que não queria comer as couves
Descobre os versos que faltam para completares a lengalenga.
Era uma vez um homem que não gostava de couves e andava sempre a dizer “couves não hei-de comer”. Manda-se chamar o pau para vir bater no homem; o pau não quer bater no homem, o homem não quer comer as couves: “eu ouvi sempre dizer couves não hei-de comer”. Manda-se chamar o lume, para vir queimar o pau; o lume … … Manda-se chamar a água para vir apagar o lume; a água… …
Manda-se chamar o boi, para vir beber a água; o boi… … Manda-se buscar a morte para vir levar o boi; a morte quer levar o boi, o boi já quer beber a água … “eu ouvi sempre dizer como é bom couves comer!”
Alice Vieira, Eu bem vi nascer o sol – Antologia da poesia popular portuguesa, Ed. Caminho
TRANGLO-MANGLO Continua esta contagem decrescente de oito a um, repetindo o mesmo esquema dos versos sublinhados.
Minha mãe teve dez filhos todos dez dentro de um pote: deu o tranglo-manglo neles, não ficaram senão nove. Desses nove que ficaram foram amassar biscoito: deu o tranglo-manglo neles não ficaram senão oito. … foram pentear o tapete: … foram esperar os reis: … foram depenar um pinto: …
foram depenar um pato: … foram matar uma rês: … foram dar comida aos bois: … foram matar um peru: deu o tranglo-manglo neles, e não ficou senão um.
Alice Vieira, Eu bem vi nascer o sol – Antologia da poesia popular portuguesa, Ed. Caminho