Nota da Autora Aqui está – O Fim! Uhu! Músicas para “O Fim”: Quando Edward está no quarto da Bella – “Better Than Me” (“Melhor que eu”) do Hinder. E a música que sempre será do Edward em Lua Nova para mim: What I’ve Done (“O que eu fiz”) do Linkin Park. Ah, aproveitem, porque esse não é “O Fim” de verdade… ha ha ha
O Fim Depois de uma noite tão estressante, foi quase um alívio entrar no estacionamento da escola. Hoje era o último dia – o último dia em que eu a veria, o último dia do que eu podia chamar de minha vida. Mas ela viveria uma vida muito mais longa e feliz sem mim. Qualquer dor que eu tivesse de agüentar seria um preço baixo se ela pudesse ter a vida humana que merecia. Ela estacionou sua picape, e eu não consegui esconder minha primeira reação. Eu sorri ao pensar nela chegando, antecipando as primeiras ‘notas’ de seu perfume, a eletricidade de seu toque. Eu desviei o olhar rapidamente antes que ela pudesse ver. Eu tivera sucesso em me manter afastado dela nesses últimos dias. Eu não podia me permitir ficar pensando nisso – não hoje. Enquanto ela estacionava, eu me preparava para o ataque contra meus sentidos. Quando eu olhei para cima, meus olhos ficaram vazios de novo. Bella veio para perto de meu carro, seu rosto tenso. Ela podia sentir a mudança vindo, eu sabia disso, mas ela estava lutando. Parte de mim queria que ela resistisse - que me impedisse de ir embora - mas eu cuidadosamente coloquei de lado esses pensamentos egoístas. Ela merecia mais do que alguém como eu. “Bom Dia,” Bella disse, sem nenhuma emoção. Enquanto eu levantava a mochila de seu ombro, eu coloquei minha outra mão no bolso, impedindo que ela entrelaçasse seus frágeis dedos nos meus. Minha garganta começou a queimar intensamente; meu tempo longe de Bella tinha enfraquecido a resistência que eu havia construído contra seu delicioso perfume. Escrito por Blondie AKA Robin – Traduzido por Beatrice_sudoski e nnfarias.
1
Memórias daquele primeiro dia crucial encheram minha mente, mas incrivelmente, o monstro continuou sob controle. Eu engoli em seco e acenei, sem olhar em seus olhos. Ela suspirou e nós fomos para a aula. Seu rosto hoje estava cheio de uma nova determinação, e mesmo que eu tentasse ignorar seus olhos, eu não podia. Eu dava espiadelas durante toda a aula, procurando por pistas do que ela poderia estar pensando. Eu justificava minha curiosidade como uma preparação para o que viria depois da escola. Mesmo agora, enquanto nós estávamos na aula eu podia ver as engrenagens em sua mente girando, tentando entender o que estava acontecendo. Ela estava tentando ler minha mente tanto quanto eu havia tentado ler a dela. O silencio entre nós continuou, e eu me arrependi por não poder ouvir sua voz mais uma vez nesse último dia. Cada segundo com ela era uma agonia, sabendo que restavam tão poucos, mas também extasiantes já que eu sabia que não merecia nenhum deles. Finalmente eu a acompanhei para a próxima aula, uma que nós não tínhamos juntos. “Eu vou te ver depois da escola?” ela perguntou, eu odiei o medo que eu causara em seus olhos. Ela deveria ter medo de mim, eu lembrei a mim mesmo. “Claro,” eu disse com indiferença. Ela franziu a sobrancelha e se virou, entrando no prédio. Eu suspirei enquanto ela desaparecia. O resto da tarde seria preenchido com as duas tarefas que eu mais temia: apagar qualquer evidência de minha presença na vida de Bella e dizer adeus. As aulas começaram na escola toda, mas eu fui para a floresta. Sem pensar, eu automaticamente fui para casa de Bella. Mesmo que fosse um bom dia para uma corrida, essa jornada não me trouxe nenhuma alegria. Nada me traria felicidade novamente, não sem ela. Enquanto eu me aproximava da casa minha garganta ficou seca. Eu peguei a chave debaixo do beiral, ao invés de me dirigir para sua janela. Havia muitas memórias que ressurgiam ao ver aquele simples pedaço de vidro, e eu não podia me dar ao luxo de pensar nelas agora. Eu subi as escadas rapidamente. Quanto mais rápido eu terminar isso, melhor, eu pensei, mas não consegui evitar que eu parasse enquanto entrava no quarto dela pela última vez. Parecia fazer tanto tempo que eu havia vindo aqui, mais do apenas alguns dias. Eu quase que esperava que as coisas estivessem diferentes de algum jeito, mas elas não estavam. Tudo estava exatamente do mesmo jeito, e isso me magoava mais ainda. Direto ao trabalho, eu disse para mim mesmo. Só havia uma razão de eu estar aqui: para apagar minha existência da vida dela. Quanto menos lembranças ela tivesse de mim, melhor. Talvez houvesse um pouco de sabedoria na insistência de Bella para que eu não lhe desse nenhum presente... Havia pouco aqui para recolher.
Escrito por Blondie AKA Robin – Traduzido por Beatrice_sudoski e nnfarias.
2
Haviam os presentes de aniversário dela. Eu localizei facilmente as passagens e removi o cd do aparelho. Por um momento eu lutei contra a ideia de remover o rádio da picape dela, mas desisti. Afinal não era meu presente, e deixar um buraco no painel do carro dela causaria mais problemas do que resolvê-los. O mesmo valia para as roupas que enchiam o armário dela que eram cortesia de Alice. Era somente a MINHA existência que tinha que ser removida, para que ela não me seguisse. Ela não iria perseguir os outros. Eu olhei ao redor novamente, e encontrei o álbum de fotos no chão do quarto. As fotos que ela tirou ontem... Eu respirei fundo e tentei não pensar na cama em que eu estava sentado, nas noites que eu passei aqui, com ela em meus braços... NÃO... Delicadamente eu peguei o álbum, abri, e fui recebido pela primeira foto que ela havia tirado. Eu encarei a foto, sem reconhecer meu rosto – meu rosto – sorrindo para mim. Aquilo fora antes – quando eu ainda era inocentemente feliz. Eu tirei a foto e virei à página. Enquanto eu analisava as fotos da escola, descobri que eu aparecia no fundo da maioria, então eu decidi remover todas elas. Ela podia facilmente tirar outras. Então eu fui para a última página. Minha Bella inocente... Eu não consegui impedir o pensamento enquanto encarava a foto dobrada. Mais uma vez eu me confrontava com minha própria imagem, reconhecendo esse rosto morto. Eu tirei a foto e a desdobrei, ela apareceu. Esse é o lado que importa, eu pensei. Eu passei um dedo sobre a imagem brevemente, desejando que pudesse haver uma maneira de eu ficar. Por um segundo eu considerei levar a foto comigo, mas assim como eu estava me tirando da vida dela, eu precisava manter ela fora da minha. Lembranças como essa só serviriam para me tentar a voltar. Só restava sua caligrafia nas páginas, meu nome escrito abaixo de uma página vazia. Eu não podia apagar isso, e mesmo tendo considerado apagar as palavras, eu escolhi não fazêlo. Essa seria a única coisa que eu deixaria. Isso era egoísta, mas ela provavelmente iria destruir a página sozinha. Eu coloquei o álbum vazio de volta no chão e me preparei para ir embora. Eu reuni os itens que eu levaria comigo e olhei ao redor uma última vez, pegando os negativos que estavam em cima de sua mesa. Não havia mais nada que eu tivesse que achar, que eu tivesse que levar embora. O que eu iria fazer com essas lembranças? Eu não podia me livrar delas – elas ainda pertenciam a Bella, apesar de tudo. E eu não podia levá-las comigo. Enquanto eu estava de pé o chão rangeu por causa de meu peso, e eu olhei para baixo. A tábua solta do piso saiu facilmente, revelando um pequeno espaço entre os rejuntes. De algum modo, deixar essas memórias para trás, tão perto dela, me confortava. Ela nunca iria saber, mas eu iria. Um último ato de egoísmo...
Escrito por Blondie AKA Robin – Traduzido por Beatrice_sudoski e nnfarias.
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Enquanto a tábua voltava para seu lugar eu percebi que meu coração estava sendo selado nesse pequeno espaço também. Eu nunca mais estaria inteiro novamente. Eu me levantei, dei mais uma olhada, e depois corri para fora da casa. Adeus, eu pensei, e me preparei para o fim. As aulas já tinham quase acabado, e eu decidi sentar em meu carro e esperar os últimos minutos no estacionamento. Eu abri o porta-luvas e examinei os CDs. Eu tirei um por um lentamente, lendo cada palavra dos encartes. Nenhum deles atraiu meu interesse, mas sendo tão meticuloso, eu consegui fazer com que os últimos minutos antes do sinal tocar passassem. Só restavam mais alguns momentos do meu tempo com ela, então eu fui encontrá-la enquanto ela saía da aula. Forçando meus olhos a olharem para frente, nós fomos para sua picape. Eu não consegui evitar olhar para ela enquanto andávamos, e eu pude ver a determinação se formando em seu rosto. Ela estava se preparando para lutar. Como eu a amava... Mas eu tinha que acabar com isso. “Você se importa se eu aparecer hoje?” eu perguntei, tentando parecer indiferente. O olhar dela mostrava ansiedade. “É claro que não.” “Agora?” eu perguntei rápido demais enquanto abria a porta de sua picape. Bella subiu a guarda. “Claro. No caminho, vou colocar uma carta no correio para Renée. Encontro você lá.” Eu olhei para o envelope no banco, tão cheio que quase não fechava. Ela mandou fazer cópias. Eu um piscar de olhos eu agarrei a carta. “Eu faço isso, e ainda vou chegar à sua casa antes de você.” Eu consegui sorrir, mas ela não devolveu o sorriso. “Tudo bem,” ela disse, e eu fechei a porta para ela. A carta pesava em minhas mãos enquanto eu andava de volta para meu carro sem olhar para trás. Eu teria que ser rápido para colocar isso longe, em um lugar seguro junto com as outras memórias antes que ela chegasse. Por sorte o estacionamento estava cheio atrás de mim, e eu acelerei para chegar à sua casa. Havia pouco tempo, então eu fiz o que não pude fazer antes e pulei sua janela. Abri o envelope cuidadosamente e tirei as fotos, rapidamente colocando-as debaixo do piso. A aba do envelope me convidada agora. Ela tinha aberto facilmente – Bella não tinha fechado direito – e tudo que eu tive que fazer foi lamber de novo a cola.
Escrito por Blondie AKA Robin – Traduzido por Beatrice_sudoski e nnfarias.
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Essa seria a última vez que eu sentiria seu gosto… e eu permiti que minha língua se demorasse sobre o papel. Nesse único momento eu me lembrei de seu beijo, mas o sabor era tão forte que trazia muito mais lembranças. Minha mente se encheu de seu gosto – aquele gosto horrível que eu tinha provado em Phoenix, enquanto ela estava dividida entre morte e a transformação. A euforia que seu sangue tinha me trazido e o monstro que ela despertava. Eu sou esse monstro, e é por isso que eu tenho que ir embora. O tempo estava quase acabando; Bella chegaria logo. Eu terminei de selar a carta e o piso, e não me importei em olhar para trás dessa vez. Deslizando para dentro de meu carro, eu escondi a carta debaixo de minha mala de viagem no banco do carona e liguei o rádio. Eu cobri meus olhos com a mão, tentando me concentrar no que havia acontecido nesses últimos minutos. Bella não era boba. Era óbvio que ela estava preocupada, alguma coisa estava seriamente errada, mas minhas verdadeiras intenções pareciam permanecer um mistério para ela. Estava claro que ela iria resistir. Ela não iria entender que esse era o jeito certo – o único jeito de mantê-la segura. Ela iria se machucar com minhas palavras, e pensar na tristeza dela era como enfiar uma faca no meu coração. Como eu faria isso? Onde eu faria isso? Em toda minha ansiedade, eu não havia considerado onde eu estaria quando eu terminasse com ela. Eu assumi que seria em sua casa, mas enquanto eu me visualizava em sua varanda, em sua cozinha, na picape dela, nada parecia certo. Como eu podia contaminar os lugares que ela vivia com uma memória tão desprezível? Eu queria remover qualquer lembrança minha, e não deixar uma mancha impossível de ser retirada pela qual ela teria que passar todos os dias. Meus olhos se levantaram, através do gramado e para a abertura da trilha que aparecia na beirada das árvores. Bella não tinha ido para lá desde que eu a havia avisado dos perigos da floresta meses atrás... E lá não haviam memórias boas para ela, até onde eu sabia. Havia um ponto, bem no começo da trilha. Talvez minha despedida a desencorajasse de ir àquela trilha novamente, mantendo-a um pouquinho mais longe dos perigos que a esperavam na floresta. Eu abaixei o braço e desliguei o rádio. A música não havia ajudado, só servira para me lembrar do que eu estava para desistir. Eu percebi que meu único refúgio não me traria mais paz. A dor em meu peito se intensificou, mas o que eu sentia não importava. Somente ela importava – a segurança dela. Eu tentei respirar enquanto ouvi sua picape se aproximando. Bella parecia nervosa, estacionando na rua. Enquanto eu me movia para encontrá-la, eu não pude evitar gravar cada detalhe desse último encontro. Como seu cabelo se movia ao redor dela enquanto ela vinha em minha direção, o formato de seu corpo, a maciez de sua pele, o calor de seus profundos olhos marrons – tudo estava gravado em minha memória, para sempre.
Escrito por Blondie AKA Robin – Traduzido por Beatrice_sudoski e nnfarias.
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Seu perfume chegou perto de mim, e o fogo em minha garganta ficou mais forte. Dessa vez, eu não tentei mandar embora a sede pelo sangue. Eu a recebi, lembrando da criatura que eu era – porque eu estava aqui – o que eu tinha que fazer. Esse monstro, e todos os outros como ele, tinham que ser removidos da vida de Bella, para o seu bem. Essa era a imagem que eu mantive diante de mim enquanto alcançava o amor da minha existência. Ela relaxou por um segundo enquanto eu peguei sua bolsa. Quando eu cheguei perto dela e coloquei-a de volta na picape a tensão voltou. Ela era tão observadora, tão esperta, tão linda... Não, não faça isso. Eu me reprimi. Isso já seria difícil o bastante sem considerar meus próprios sentimentos. Eu sou um monstro – e ela morreria se eu ficasse. “Vamos dar uma caminhada,” eu disse, me lembrando de repente do primeiro dia em que minha sede por sangue quase havia vencido. Sentado naquela classe, minha sede se revelando como nunca tinha antes, eu havia pensado em milhares de maneiras de matar Bella. Levá-la para a floresta era uma das primeiras opções em que eu tinha pensado – quão irônico que seria desse jeito que eu iria acabar com a minha própria vida. A pequena fagulha de vida que eu tinha encontrado com ela... O calor de sua mão envolveu a minha enquanto eu a levava pelas árvores. Seu coração estava batendo rapidamente, combinando com o ritmo de sua respiração. Eu reconheci a reação de muito tempo atrás – o reflexo de luta. Até mesmo ela podia ver o demônio ao seu lado. Uma fissura começou a se formar no meio de meu peito enquanto nós diminuíamos o ritmo, entrando na cobertura da folhagem. Eu parei, ainda era fácil avistar a casa, soltei a mão dela, quebrando outra conexão entre nós. Bella franziu a testa nervosamente enquanto eu a encarava, distraindo minha atenção por um momento. “Tudo bem, vamos conversar,” ela disse resoluta. Ela não tem a mínima ideia do que eu estou prestes a fazer com ela. Inalando, eu comecei. “Bella, nós vamos embora.” Ela respirou também, mas sua expressão ficou relaxada e meu coração afundou. Isso seria excepcionalmente difícil. “Por que agora? Mais um ano...” ela começou. “Bella, está na hora. Afinal, quanto tempo mais poderíamos em Forks? Carlisle não pode passar dos 30, e agora ele diz ter 33. Logo teremos de começar de novo de qualquer forma.” Eu estudei sua expressão enquanto sua sobrancelha se franzia à medida que ela pensava. Era como se eu estivesse falando grego – ela não conseguia entender. Eu encarei-a esperando que sua mente entendesse o que eu estava dizendo; esperando que ela percebesse como eu estava prestes a magoá-la.
Escrito por Blondie AKA Robin – Traduzido por Beatrice_sudoski e nnfarias.
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Seus olhos mudaram e seu rosto ficou pálido. Meu coração de pedra se contorceu de dor. “Quando você diz nós…” ela sussurrou e pausou. Não, não faça isso, tem que ter outro jeito melhor, meu coração gritava, mas eu não seria influenciado. “Quero dizer minha família e eu,” eu disse mecanicamente. Não você... Ela chacoalhou a cabeça, mostrando a briga que eu estava esperando. Bella não falou enquanto minhas palavras lentamente penetravam em seu ser. Surpreendentemente, sua expressão se transformou em alívio. “Tudo bem, eu vou com você.” E começa a briga. Com cada palavra, parte de mim ansiava por ficar, ou por levá-la embora – ficar com ela de algum jeito – somente nós dois. Mas havia sido a minha proximidade que a havia posto em perigo – quase a matando, quantas vezes agora? Não importava onde ela estivesse, eu tinha que estar em um lugar diferente. “Você não pode, Bella. Aonde vamos,” aonde eu vou, “não é o lugar certo para você.” “Onde você está é o lugar certo para mim.” Como eu poderia fazer com que ela visse, que me esquecesse? “Eu não sou bom para você, Bella,” eu disse firmemente. “Não seja ridículo. Você é a melhor parte da minha vida.” Não, isso está errado... Ela é a melhor parte, ela é toda minha vida. Ela sempre via as coisas ao contrário. Alguma coisa se moveu no fundo de minha mente – uma coisa obscura e mentirosa. “Meu mundo não é para você.” E nunca seria, não importa o que Alice visse. “O que aconteceu com Jasper… Aquilo não foi nada, Edward! Nada!” “Você tem razão.” Finalmente ela viu como as coisas eram realmente. “Foi exatamente o esperado.” E aconteceria novamente, na próxima vez que seu sangue fosse derramado na minha frente. Eu me encolhi ao pensar em meus lábios em sua garganta, incapaz de me impedir quando ela fosse ferida de novo. Bella não desistiu, sua raiva mais apelativa que seu argumento. “Você prometeu! Em Phoenix, você prometeu que iria ficar...”
Escrito por Blondie AKA Robin – Traduzido por Beatrice_sudoski e nnfarias.
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“Desde que isso fosse o melhor para você.” Mas minha presença só lhe trazia mais sofrimento, mais dor. Ela fez uma careta enquanto balançava seu braço machucado em frustração. “Não! Isso tem a ver com a minha alma, não é?” ela gritou. “Carlisle me falou disso, Edward. Eu não ligo. Você pode ficar com ela. Eu não quero ela sem você... Ela já é sua!” Eu tirei meus olhos dos dela, colocando minha cabeça para baixo, mas não vendo nada. Quão errada ela estava – eu nunca poderia tomar a alma dela, destruir um espírito tão bonito, tão perfeito. Se eu pudesse dar a minha em troca, talvez, mas a minha tinha ido para o inferno há muito tempo atrás. Eu não permitiria que ela se juntasse a mim por nada nesse mundo, não importa o quanto ela implorasse. Isso seria pior do que vê-la morrer. Mais uma vez, sua lógica era o contrário do que deveria ser. Ela sacrificaria sua posse mais preciosa por mim, pela única... criatura... que não tinha absolutamente nada para dar em troca. Se simplesmente ela pudesse ver as coisas como elas realmente eram... Mas não. E se eu distorcesse meu argumento para combinar com sua lógica? A escuridão em minha mente tomou forma, se transformando na única mentira que seria impossível de acreditar, nem mesmo alguém tão inocente como Bella. Eu não sou bom para você, Bella, eu dissera, mas ela não podia aceitar esse fato. O contrário me trazia agonia só de pensar... Você não é boa para mim... Mas como ela poderia acreditar? Ela havia testemunhado o renascimento de meu ser, transformando uma existência solitária em uma que passava cada momento possível com ela. A evidência não era só emocional, mas física. Esme, Carlisle, até Rosalie tinham comentado sobre minha aparência, o brilho que Bella colocou em meu olhar. Não, ela iria recusar essa mentira antes que ela saísse dos meus lábios. Mas que escolha eu tinha? Discutir com ela até que ela ficasse exausta e caísse no sono? O pensamento de vê-la tranqüila, os olhos confiantes fechados novamente, fazia meus braços doerem para segurá-la. De algum modo eu tinha que convencer Bella de que eu não a amava. Ela enxergava através de tudo com sua percepção sobre-humana – como eu podia convencê-la de uma mentira assim? Mas se ela visse ao contrário, será que ela finalmente entenderia que eu era errado para ela, que ela merecia muito mais? O que eu faria se isso não funcionasse? Eu encarei o chão, tirando cada sentimento, cada verdade com que Bella tinha me enchido e colocando-os de lado. O buraco em meu peito se abriu, e eu deixei que tudo que ela havia me dado desaparecesse nele, descobrindo que não restava nada. Eu tinha ido embora – tudo que Edward Cullen era desapareceu com ela; tudo que restava era a casca de pedra amaldiçoada que eu usava. Foi com olhos vazios que eu olhei para ela e disse as palavras monstruosas, a maior mentira.
Escrito por Blondie AKA Robin – Traduzido por Beatrice_sudoski e nnfarias.
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“Bella,” seu nome me esfaqueava, “eu não quero que você venha comigo.” Eu olhei para seu rosto, mas não encarei seus olhos. Eu não conseguia agüentar testemunhar a raiva que devia estar lá. Mas ela não se moveu, e ficou me encarando sem expressão. Sua sobrancelha se franziu como se estivesse tentando entender uma frase tão simples. Ela devia estar escolhendo seu próximo argumento – ela sabe que eu vivo por ela. Quantas vezes eu havia confessado meu amor por ela nesses últimos meses? Nós dificilmente passávamos uma hora separados. Eu não havia ficado mais do que alguns minutos longe dela desde que nós havíamos voltado de Phoenix. Como eu podia convencê-la que todas as minhas ações não tinham significado nenhum, se na verdade elas tinham sido as primeiras coisas que valiam a pena que eu havia feio em minha vida? Seus lábios começaram a se mover. “Você... não... me quer?” Sua voz estava confusa – e aquilo me chocou. “Não,” foi tudo que eu consegui dizer. Eu continuei a encará-la, sem piscar, escondendo todos meus pensamentos. Ela tinha que conseguir ver além dessa mentira – como ela podia acreditar nisso? Sua expressão mudou ligeiramente, mas não para a descrença furiosa que eu estava esperando. “Isso muda tudo,” ela disse com uma voz calma. Meu coração escondido dela, se partiu em dois; e eu tive que desviar o olhar. Bella acreditou em mim e aquilo me feriu muito mais. Como ela pôde aceitar facilmente a mentira de que eu podia simplesmente jogar seu amor fora. Agora era como se ela estivesse me deixando. O argumento que eu tinha planejado se alterou levemente na minha mente, e uma versão diferente das mesmas palavras começaram a fluir para fora da minha boca. “Eu deixei tudo isso ir longe demais, eu sinto muito por isso,” eu terminei, efetivamente colocando um pouco de verdade na frase. Eu era um mentiroso descarado, eu a encarei, duramente. “Não lamente”, ela sussurrou, “Não faça isso.” Cada palavra sua me rasgava por dentro. Não, não faça isso! Meu coração gritava concordando. Eu repeli as palavras para longe. Ela tinha que viver. “Você não é boa para mim, Bella,” eu menti novamente. O rosto dela desmontou, acreditando totalmente em minhas palavras. Como você pode acreditar em mim – sem você eu não sou nada. Nunca existirá ninguém tão perfeita para mim como você, meu amor. Ela deve viver, eu argumentei silenciosamente.
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Ela lutou para encontrar as palavras certas, começou a falar algo, mas depois parou. Eu esperei, quase não suportando a tortura. Seus pensamentos iriam permanecer um mistério para mim, para sempre. “Se… é isso que você quer,” ela disse suavemente. O que eu quero não importa... Ela tem que viver. Eu pude apenas assentir com a cabeça – agora a dor era muito forte. Seu comportamento mudou de novo, ficando distante. Suas mãos balançavam rente ao seu corpo, e medo correu por todo meu ser só de pensar que ela poderia desmaiar. Havia somente mais uma coisa a dizer, e depois eu iria embora. “Eu gostaria de lhe pedir um favor, se não for demais.” Seu rosto se acalmou por um momento e eu pude perceber que ela faria qualquer coisa por mim, que ela se importava o suficiente comigo. Todas as células do meu corpo me imploravam mais uma vez para terminar com isso, para colocar meus braços ao redor dela e nunca mais deixá-la ir embora. É tudo mentira! Meu peito começou a doer e eu tive que lutar para respirar, cuidadosamente eu escondi a verdade do meu primeiro e único amor. “O que você quiser.” Ela disse, com uma pitada de força por trás daquelas palavras. Eu não podia esconder meus sentimentos enquanto eu fazia este último pedido a ela. Eu olhei fixamente dentro de seus olhos, deixando que ela percebesse o quanto eu a amava, o quão importante ela era para mim. Perdido em seus perfeitos olhos castanhos, eu tive que me lembrar de falar. “Não faça nada estúpido ou imprudente. Você entende o que eu estou dizendo?” eu ordenei. Ela acenou fracamente com a cabeça, e eu sabia que ela havia entendido. Cuidadosamente eu tentei ocultar todo o meu amor, toda minha preocupação, minha vida inteira, escondendo tudo isso dela de novo. Deixando tudo isso bem longe, porque sem ela eu não era nada. Mas ela irá continuar viva. Eu reforcei a mentira. “Eu estou pensando em Charlie, é claro. Ele precisa de você. Cuidese... por ele.” E por mim. “Eu vou me cuidar,” ela respirou, balançando a cabeça uma vez mais. Pelo menos ela não questionou meu pedido. Eu devia a ela meu próprio juramento, embora isso soasse superficial, misturado com todas as mentiras. “E em troca eu também vou lhe fazer uma promessa. Eu prometo que
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essa será a última vez que você me verá. Eu não vou voltar. Eu não a farei passar por isso de novo. Você pode seguir em frente com a sua vida sem mais nenhuma interferência minha. Será como se eu nunca tivesse existido.” À medida que eu falava aquelas palavras, eu tentava imprimí-las no meu coração. Ela não merecia nada diferente de mim. Bella vacilou na minha frente. De novo eu temi que ela pudesse desmaiar – se eu tivesse que carregá-la para casa eu acho que eu não conseguiria manter minha decisão. Minhas palavras eram gentis, calmas, pelo menos para ela. “Não se preocupe. Você é humana – sua memória é como uma peneira. O tempo cura todas as feridas para a sua espécie.” Mas não para mim... E como se ela pudesse ler minha mente ela perguntou, “E as suas lembranças?” “Bem…” Como eu queria contar-lhe que eu iria me lembrar de cada pequeno detalhe dela. Seu cheiro, seu toque, cada palavra que ela havia me dito, cada olhar, cada sorriso, cada lágrima, mesmo seu gosto inacreditavelmente delicioso estava permanentemente gravado na minha memória, nunca iria me deixar, estariam sempre lá para me assombrar até o fim dos meus dias. Eu nem podia mentir para ela – ela iria ver isso através de mim em um segundo. “… eu não vou esquecer. Mas minha espécie… nós nos distraímos com facilidade.” Eu tentei sorrir, para convencê-la, e a mim mesmo, que aquilo era verdade. E naquele instante, eu não podia entender como eu poderia evitar que eu pensasse nela, nesse momento. Victoria, minha mente sussurrou, mas o nome sumiu na brisa. Bella tinha acreditado em mim, acreditado na mentira ultrajante, e isto era o fim. Era o momento de ir embora. Se eu ficasse mais, eu não conseguiria partir nunca. Eu dei um passo para trás, meu peito vazio exceto pela dor – a dor com a qual eu teria que conviver até o final da minha existência. “Eu acho que isso é tudo. Nós não vamos incomodá-la de novo.” À medida que eu me preparava para ir embora, a expressão de seu rosto mudou para surpresa, e isso me pegou desprevenido por um segundo. “Alice não vai voltar.” Parecia que eu devia continuar torturando-a, e a mim mesmo. “Não. Todos eles já foram embora. Eu fiquei apenas para me despedir de você.” Sua face agora não demonstrava nenhuma emoção – completamente vazia, assim como o meu espírito.
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“Ela queria se despedir, mas eu a convenci que seria melhor para você uma ruptura sem traumas.” Eu lutei para impedir que a visão de Alice, Bella e eu felizes juntos, penetrasse na minha mente. Agora aquele futuro iria desaparecer. Bella estava tonta de novo, seu rosto branco, seus olhos vazios. Ela tomou fôlego. Como eu queria abraçá-la. Está na hora… deixe-a viver. “Adeus, Bella,” eu disse calmamente, olhando pela última vez para seu lindo rosto. Antes que eu pudesse me mover, ela veio em minha direção. “Espere!” ela engasgou, e estendeu as mãos na minha direção. Eu prendi seus braços, evitando cuidadosamente que ela me alcançasse, mas antes que eu pudesse evitar eu já havia me inclinado, encostando tolamente meus lábios em sua testa. A mesma eletricidade que eu sempre senti toda vez que eu tinha tocado sua pele não havia diminuído nada nesses últimos dias atormentados, e passou por mim como um raio durante aquele meio segundo de contato. Eu saboreei o calor, o perfume, a sensação do pulso dela em minhas mãos e sob os meus lábios, e por mais um instante o som do seu coração. Meus sentidos estavam encharcados dela, e meu coração tentou novamente. Não faça isso! Fique com ela, para sempre... ela precisa de você, ela TE AMA. Lutando contra cada um dos meus instintos, eu a deixei ir. “Se cuide,” eu murmurei, me virando e sumindo antes que ela pudesse abrir os olhos. Ela vai sobreviver… mas as palavras eram vazias, já que eu sabia que a minha vida tinha acabado. Sem ela eu apenas sobreviveria, até o dia que ela morresse. Então aí eu cessaria de existir também, e haveria paz. Tinha que haver paz... Sem olhar para trás eu corri o mais rápido que eu pude. Cada passo rasgava minha pele, arrancando outro pedaço do meu coração e deixando-o para trás. Em três batidas de seu coração eu já estava do lado do meu carro. Eu fiquei esperando para ver se ouvia algum som, mas eu ouvi um barulho muito mais perturbador; o leve ruído de folhas secas sendo pisadas. Ela estava tentando me seguir. Bella, não tente me encontrar.... Meus olhos se moveram novamente para as árvores, minhas pernas implorando para ir encontrá-la, mas com todas as minhas forças eu virei para a direção oposta e corri para dentro de sua casa. Eu encontrei um pedaço de papel e rapidamente rabisquei um recado imitando a letra de Bella dizendo onde Charlie deveria ir para achá-la no caso dela se perder. Eu olhei rapidamente para o relógio e deixei o recado perto do telefone. Ele estaria
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em casa em alguns minutos para assistir o primeiro tempo do jogo, ela não conseguiria ir longe. Ele iria verificar se ela estava segura. Eu voltei para o meu carro, e a ouvi novamente, ainda andando pela folhagem. Não havia mais nada dentro de mim a não ser dor, e a cada som a dor se intensificava. Se eu ficasse mais um segundo eu não seria capaz de me segurar e iria atrás dela. E uma vez que ela estivesse nos meus braços, eu nunca a deixaria ir. Rapidamente eu sentei atrás do volante, mal enxergando a estrada enquanto eu ia embora pela última vez. Seu perfume estava impregnado no interior do Volvo, criando uma visão fantasmagórica que me chamava do banco do passageiro, implorando para que eu voltasse. Eu segui cegamente para fora da cidade. Enquanto isso, as mentes dos outros motoristas ao meu redor eram apenas um zumbido no fundo da minha cabeça. Eu saí da estrada principal e fui para a floresta. Eu não sabia exatamente onde eu estava. Eu encostei o carro, incapaz de agüentar mais um pouco daquela tortura. O último vislumbre de seu rosto, com os olhos suavemente fechados, estava permanentemente gravado na minha memória e cada vez que eu piscasse aparecia diante de mim novamente. Não podia existir agonia maior do que essa... Mas poderia existir sim, eu me lembrei. Outra imagem veio na minha mente, aquela do sangue, misturado no lindo cabelo de Bella, ao redor do seu corpo machucado. Não um pesadelo – uma memória. Muitas vezes sua vida havia sido colocada em perigo por minha causa, por entrar contato com o meu mundo. Era apenas uma questão de tempo até que ela se machucasse de novo, provavelmente de um jeito fatal. Então ela iria embora para sempre, e seria minha culpa. A dor daquele pensamento fez com que eu colocasse minhas mãos no meu rosto, à medida que meu peito era dilacerado e tudo que estava dentro dele desaparecia. Tão vazio quanto eu havia me tornado ao deixá-la, o pensamento dela morrendo literalmente apagou minha existência. Eu me forcei a respirar, para me acalmar, mas a sensação agora era permanente. Ao menos sem mim ela iria viver. Ela iria desfrutar de uma vida humana, e um dia iria morrer como os humanos. Em seguida encontraria o paraíso que eu nunca iria ver. Ela iria me esquecer, eu pensei, e a dor apenas aumentava. O jeito que ela me olhou, como ela aceitou facilmente a minha rejeição, dilacerou-me novamente. Como ela pôde acreditar que eu poderia simplesmente abandoná-la? Eu estava preparado para ouví-la argumentar, implorar, para tornar impossível que eu a deixasse, mas eu fiquei chocado quando ela não fez nada disso. Seu amor havia me mudado de tantas maneiras; eu havia assumido que era assim para ela também. Eu estava errado todo este tempo? Eu tentava respirar, mas eu não conseguia. Cada pensamento que passava por minha mente apenas me causava mais dor. Mesmo quando eu tentei pensar o quanto Bella estaria melhor sem o perigo que meu mundo significava, eu não achava nenhum conforto.
Escrito por Blondie AKA Robin – Traduzido por Beatrice_sudoski e nnfarias.
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Conforme ela seguisse em frente com sua vida, a minha acabaria. Não havia mais nada para mim agora, nada... A tortura silenciosa foi quebrada pelo meu telefone vibrando dentro do porta-copo. Eu abaixei minhas mãos e peguei-o, tentando decidir se isso era mesmo uma distração ou seria apenas uma amplificação da dor. Finalmente eu olhei para o identificador de chamadas, esperando que fosse Alice. Eu fiquei levemente surpreso que não era. “Sim, Carlisle,” eu disse fracamente. Minha respiração ficava irregular á medida que eu lutava para conseguir ar suficiente para falar. “Você já falou com ela,” ele disse, no mesmo tom. Ele ficou em silêncio, esperando. “Sim,” eu soluçava, sem lágrimas. Como uma palavra tão pequena podia carregar tanta tristeza. Minha garganta se fechou, e eu não podia mais falar. Eu não podia respirar, eu não podia pensar, eu não enxergava mais nada. “Fique onde você está,” ele disse, e o telefone ficou mudo. Alice tinha dito onde eu estava. Minha mão se moveu para a chave, se preparando para ir, mas eu ainda não havia recuperado as forças. Uma parte de mim ansiava pela companhia do meu pai, apenas por um momento, mas minha dor não era dele, nem deveria ser. Lentamente eu tentei respirar. Ele merecia um adeus de verdade. Eu me endireitei e esfreguei as mãos no meu rosto, tentando apagar um pouco da tristeza. Minhas emoções não podiam mais ser trancadas novamente, Bella tinha a única parte de mim que permitia isso – meu coração. Por favor, espere Edward, nós estamos quase aí, os pensamentos de Carlisle invadiram minha mente. Por favor Edward… e os de Esme também. Minha cabeça caiu no volante só de pensar em encarar minha mãe – seria tão difícil dizer adeus para ela como havia sido com Bella. Novamente eu tentei alcançar a chave, tentando encontrar forças para escapar deles, mas naquele momento um carro preto conhecido estacionou perto do meu e eu tive que parar. Eu forcei outra inspiração, então peguei a bolsa preta de couro e abri a porta do carro. O fantasma de Bella sorriu para mim, sentado perto da carta que eu havia prometido colocar no correio. A aparição ficou no carro quando eu fui embora. Eu fiquei esperando, os olhos fixos no chão. Esme me alcançou primeiro, não me deixando dar nem um passo sequer em sua direção. Ela colocou seus braços ao meu redor e colocou a cabeça no meu peito.
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Eu sinto muito, Edward… Nós amamos você... Por favor não vá… ela repetia esses pensamentos em sua mente enquanto me abraçava forte. Eu a amava tanto, minha mãe, e eu a abracei também, descansando minha bochecha no seu cabelo. “Você sabe que eu tenho que ir. Eu vou dar notícias, eu prometo,” eu murmurei Ela balançou a cabeça e não se moveu. Eu finalmente abaixei meus braços, mas ela se recusava a me deixar ir, e eu estava com medo que teria que repetir a mesma cena que eu havia sofrido com Bella. Ainda bem que Carlisle intercedeu. “Esme, nós temos que deixar Edward escolher seu próprio caminho,” ele disse gentilmente enquanto tirava os braços dela de mim. Seus pensamentos espelhavam suas palavras, embora houvesse algo mais... Esme finalmente me libertou, mas em seguida ela puxou meu rosto para perto dela e meu um beijo. “Não se esqueça que nós amamos você também. Por favor, volte logo para casa,” ela implorou. “Eu também te amo, mãe,”, eu disse com a voz rouca. Eu olhei dentro de seus olhos por um momento, mas quando meus lábios começaram a tremer e eu tive que desviar o olhar, encarando as árvores escuras. Ela deu um passo para trás, e Carlisle a segurou por um instante, tentando confortá-la sem trair sua própria tristeza. Esme se arrastou para o carro e eu olhei relutantemente para meu pai. Eu tenho que perguntar uma última vez, este é o único jeito? Ele estudou meu rosto, agora incapaz de esconder sua própria tristeza. Eu tentei engolir o nó que se formou na minha garganta. Ele perguntou apenas como uma última tentativa, mas isso me atingiu em cheio, me tentando de novo. Mais uma oportunidade de voltar atrás... “Sim, é,” eu disse firmemente, desviando o olhar mais uma vez. A tentação aumentava á medida que Carlisle relembrava a descrição da visão de Alice que não mais existia, e a imagem que eu havia visto na mente dela retornava. Eu tinha meus braços ao redor de Bella, vestida de branco, e eu me inclinava para beijá-la. Um futuro que Alice ainda acreditava. Na minha mente o branco se transformava no carpete macio que costumava existir na minha casa, o vermelho dos seus lábios uma piscina de sangue ao redor de sua pele clara.
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Eu tranquei minha mandíbula diante daquela visão. A versão do futuro de Alice estava bem longe de ser perfeita, e não haveriam mais erros. “Muita coisa pode acontecer entre hoje e amanhã,” eu respondi asperamente enquanto meus olhos encontravam os dele. Remorso me atingiu na hora. “Eu sinto muito, Carlisle. Tem que ser desse jeito. Eu a amo muito, e o perigo é muito grande,” Por favor entenda, eu pensei. Eu inalei novamente, mas o ar não preencheu meus pulmões. De repente eu me lembrei que minha mão não estava vazia. “Contudo, tem uma coisa que você poderia fazer por mim.” Eu estendi minhas chaves. “Você poderia por favor colocar no correio a carta que está no banco do passageiro? É uma carta de Bella… para a mãe dela.” Minha garganta fechou ao som do seu nome como se algo me perfurasse. Cuidadosamente Carlisle pegou as chaves da minha mão com um aceno de cabeça. Ele olhou fixamente para mim, preocupado. Para onde você vai? Nossa família vai ficar incompleta sem você, Edward. Minha tristeza agora era a mesma que havia em seus olhos, e aquilo trouxe a dor de volta para o meu peito. Eu não suportaria torturá-los também. “Eu vou matar Victoria.” O nome mudou parte da minha tristeza em ódio enquanto eu via a mulher de cabelos vermelhos através da mente de minha mãe. Ela estava ouvindo atentamente cada palavra minha. “Ela não tem o direito de ameaçar qualquer pessoa, muito menos Bella.” Carlisle estudou minha expressão e por um momento pensou em se oferecer para ir comigo. Antes que eu pudesse protestar ele pensou em Esme e mudou de ideia. Ele colocou as mãos sobre meus ombros. Fique seguro, filho. Eu amo você, ele pensou enquanto punha seus braços ao meu redor e me dava um abraço de despedida. Minha voz saiu rachada.”Eu também te amo, pai.” Ele deu um passo para trás, e sem outro olhar eu me virei e corri para a floresta. Os pensamentos de Carlisle e Esme estavam cheios de tristeza e de amor enquanto eles me viam desaparecer. O ar frio e úmido castigava o meu cabelo enquanto eu corria, mas nada disso me acalmava. Somente me ajudava a lembrar do buraco vazio que havia no meu peito. Incapaz de chorar, de dormir ou de esquecer – agora eu sabia o que significava estar realmente amaldiçoado.
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Apenas um pensamento podia me distrair, e enquanto as árvores passavam borradas ao meu redor, eu via as palavras na tela do computador um pouco obscurecidas pela imagem de Bella na minha cabeça. “Mochileiro encontrado ferido na trilha perto de Billings,” gritava o título. Victoria estava caçando...
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