Medalhas? Um pais que não gosta de desporto acorda, de quatro em quatro anos, em sobressalto público com a participação dos atletas portugueses nos Jogos Olimpicos. Os média tal como o tipico português reunem-se à procura da causa do falhanço português nos jogos olimpicos. É estupido que existam 3 jornais desportivos diarios em Portugal que não falem realmente de desporto, simplesmente falam de compras e trocas de jogadores de futebol, não existe espaço para os outros desportos. Isto porque o que ninguem quer ler não vende. O mesmo se passa nos jogos transmitidos na televisão: para quê transmitir um jogo de andebol se os espectadores são os familiares dos atletas? Logo aqui se percebe porquê que os outros desportos não têm fundos nem condições: qual é a empresa que quer gastar dinheiro a promover algo que ninguém quer ver? Mas mesmo assim de quatro em quatro anos todos se perguntam sobre onde estão as medalhas e afirmam, como se tivessem acompanhado minimamente o desenvolvimento dos atletas olimpicos ao longo dos 4 anos antes dos jogos, dizendo que andam a passear com o dinheiro dos contribuintes. Atletas olimpicos, que quase sempre depois do trabalho ou faculdade arranjam semre tempo e motivação para treinar, com esforço fisico e económico do mesmo. Mas mesmo entre os atletas também existem “aves raras”, como o atleta de lançamento do peso Marco Fortes que numa entrevista dizia “só estar bem na caminha”, isto depois da sua prova ter ocorrido de manha e tendo ficado em 35º em 45 atletas. Mas nem tudo é mau. Conseguimos uma medalha de prata no triatlo, modalidade que necessita de treino regular e intenso, alcançada pela grande atleta Vanessa Fernandes, e melhor ainda, a medalha de ouro (algo que não acontecia há 12 anos em Portugal em qualquer modalidade olimpica) no salto em comprimento de Nélson Évora: 17,67 metros, e que no fim ainda disse, com ironia: ”Espero que lá em Portugal se esteja a fazer a festa, tal como acontece com a selecção de futebol”. Também houve abandonos, no caso de Gustavo Lima, praticante de vela. Em palavras do proprio, sem dinheiro e com sacrificio pessoal há coisas que ainda se aguentam, mas, e passo a citar, “para andar a ouvir frases como os portugueses andam a gastar o dinheiro dos contribuintes eu prefiro sair fora e sair de consciência tranquila”. Isto é o que Portugal ganha em dizer mal de tudo e todos: perde verdadeiros atletas, daqueles que não preferem ficar na “caminha”. Também aqui existem o problema da falta de dinheiro, apenas foi investido 15 milhões de euros no comité olimpico, o que pode parecer muito, mas se virmos a Austrália que investiu 33 vezes mais e ganhou 35 medalhas. O problema do desporto português não são as desculpas dos atletas, que são obrigados a isso pela pressão de uma imprensa que não percebe nada de desporto e que julga que se ganham medalhas olímpicas como quem vai à praia. Os portugueses não gostam de desporto. Gostam de ver “os seus” ganhar “lá fora”. Tudo isto faz-nos perguntar se queremos realmente medalhas.