Shows & Eventos: “Keane: Credicard Hall - São Paulo/SP”
publicado em 11/03/2009
Por Lizandra Pronin Foto: Gustavo Scatena
A turnê de divulgação do mais recente - e mais dançante - álbum dos ingleses do Keane, “Parfect Symmetry”, passou por São Paulo nesta terça-feira, dia, 10, e lotou o Credicard Hall bem no meio da semana. A surpresa não tão animadora foi descobrir, já no local do show, que havia uma banda de abertura. Quase não houve divulgação sobre o assunto. O Fresno foi a banda escalada para animar o público antes do Keane subir ao palco. Gostos musicais à parte, o show principal terminou tarde e em plena terça-feira isso não pode ser uma boa notícia. Mas para a maioria dos presentes, que foram ao show como se vai a uma balada, o Fresno acabou sendo um bônus na noite. De acordo com a produção do evento, foi o próprio Keane quem pediu que houvesse uma banda de abertura. Perto das 22h30, o trio formado pelo multi-instrumentista Tim Rice-Oxley, pelo vocalista Tom Chaplin e pelo baterista Richard Hughes - acrescidos do baixista Jesse Quin, que não é considerado um membro oficial - iluminou o palco cujo cenário fazia referência à capa do novo álbum. “The Lovers are Losing” deu início à noite dançante do Keane. Mal termina a canção e Tom Chaplin solta um “Oi São Paulo, tudo bom?”. Em português mesmo, para alegria da platéia. “Esqueçam seus problemas e divirtam-se” emendou o vocalista antes da banda tocar a segunda do repertório, “Everyboy’s Changing”. Tom Chaplin não é um cara bonito ou exatamente carismático. Mas é talentoso e conquistou o público logo de cara, que respondeu com animação aos seus pedidos de palmas, de “mais alto” e a seus elogios ao Brasil. Até o manjadíssimo truque da bandeira - trazida por algum fã e pendurada ao pedestal do microfone - fisgou a admiração da platéia. É possível que o esforço de Tom para dizer frases em português tenha provocado essa reação tão simpática por parte dos presentes. Resta saber de onde ele tirou que “Este país é o coração do mundo”. Ok, entendemos Tom, vocês gostam daqui. Com um show perfeito, um som sem microfonias ou distorções e com as letras na ponta da língua dos fãs, o Keane engatou uma música na outra. Em “Again and Again”, o telão mostrava um vídeo com referências a comandos do DOS e a (de)efeitos gráficos de videogames dos anos 80. Outras canções também ganharam vídeo no telão, como a faixatítulo, “Parfect Symmetry”. Para esta, o vídeo mostrava cenas - em sua maioria, paisagens dobradas e em perfeita simetria. “Spiralling”, uma das canções mais dançantes da banda transformou o Credicard Hall numa danceteria: a iluminação foi apontada para a pista, que dançava animadamente. A banda desacelerou o ritmo apenas quando o show entrou numa espécie de interlúdio para Tom Chaplin, sozinho no palco e munido de um violão, anunciar: “Só eu e vocês”. Era a deixa para a bela “Palying Along”. Um dos pontos altos do show foi o ‘hit’ “Somewhere Only We Know”, pouco antes do bis. Alguns fãs mais exaltados aproveitaram para estourar as cordas vocais - e os ouvidos de quem estava ao seu redor. O repertório contou com um ‘cover’. O escolhido pela banda para o show em São Paulo foi “Under Pressure”, do Queen. O Keane encerrou a noite, depois de 1h40 de show, com “Bedshaped”, do primeiro álbum, enquanto algumas meninas espremidas lá na grade derramavam lágrimas de satisfação.
Com a atual turnê, o Keane passa ainda por Belo Horizonte, no dia 12/03, e Rio de Janeiro, dia 13/03.