Unisinos Comunicação Social Língua Portuguesa para Comunicação Profa.: Roberta Sartori Texto 1
Papa manifesta 'profundo respeito' a muçulmanos O papa Bento 16 se encontrou com enviados de nações muçulmanas, em uma tentativa de contornar a crise nas relações entre o Vaticano e o Islã, causada por uma palestra feita pelo sumo pontífice na Alemanha no início deste mês. Bento 16 saudou os representantes
O papa expressou “total e profundo respeito” pela fé muçulmana e disse que o individualmente diálogo entre as duas religiões é vital para o futuro. Em resposta, o embaixador do Iraque, Albert Yelda, disse que "era tempo de deixar o ocorrido para trás e construir pontes entre as religiões". "O papa destacou seu profundo respeito pelos muçulmanos em todo o mundo. Isto era o que estávamos esperando", acrescentou o diplomata. O encontro buscou a reconciliação depois das reações tensas de comunidades muçulmanas em várias partes do mundo e de diversas exigências de retratação. No discurso que fez na universidade de Regensburg, Bento 16 citou um texto do século 14 que definia Maomé como portador de "coisas más e desumanas como a difusão da fé por meio da espada". Diálogo bem-vindo O encontro desta segunda-feira ocorreu na residência do papa, perto de Roma. Embaixadores de 21 países e um representante da Liga Árabe participaram. Dos embaixadores convidados, apenas o do Sudão não compareceu ao encontro. “Gostaria de sublinhar o meu total e profundo respeito pelos muçulmanos”, disse o papa. Bento 16 pediu um diálogo sincero e respeitoso e afirmou que ambas as religiões deveriam rejeitar todas as formas de violência. Ele citou seu antecessor, João Paulo 2º, dizendo que o mundo precisa de “reciprocidade em todos os campos”. Mario Scialoja, conselheiro da divisão italiana da Liga Mundial Muçulmana, que participou da reunião, disse à agência de notícias Reuters que o discurso do papa foi "muito bom e caloroso". "Ele recordou as diferenças mas exprimiu sua vontade de continuar em um diálogo cordial e frutífero", disse Scialoja, que acrescentou que não esperava outro pedido de desculpas. Mohammed Nour Dachan, presidente de um dos vários grupos muçulmanos italianos, que também participou da reunião, afirmou à agência de notícias AFP que a mensagem de Bento 16 foi "clara". "Diálogo é uma prioridade para muçulmanos assim como é para os cristãos", afirmou, acrescentando que, pelo menos para seu grupo, o capítulo da polêmica cercando os comentários do papa na Alemanha já tinha sido encerrado antes da reunião desta segunda-feira. Mas o embaixador da Indonésia, a maior nação muçulmana do mundo, disse à BBC que o papa não fez referência direta à palestra realizada na Alemanha e que causou a controvérsia. "Esperávamos que houvesse um diálogo (durante o encontro), mas não foi o caso", disse Bambang Prayitno. "Não houve uma conversa entre o papa e seus convidados...em geral, ficamos um pouco surpresos pele duração curta do encontro", disse ele. Depois de seu discurso, o papa cumprimentou todos os enviados, um a um. Entre os que presenciaram o encontro, estavam o cardeal Paul Poupard, chefe do Conselho de Diálogo InterReligioso, representantes muçulmanos na Itália e embaixadores muçulmanos no Vaticano. De acordo com Poupard, o encontro era um sinal de que o “chamado do Santo Papa por um diálogo entre culturas e religiões foi bem aceito”. Ponto de partida Yahya Pallavicini, vice-presidente de uma das principais organizações islâmicas da Itália, a Comunidade dos Religiosos Islâmicos, disse esperar que a reunião “fosse o ponto de partida para um diálogo” para fiéis e estudiosos das religiões católica, judaica e muçulmana. José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Européia, defendeu o papa, dizendo que mais líderes europeus deveriam seguir seu exemplo. “Fico desapontado que mais líderes europeus não tenham vindo a público e dito: ‘Naturalmente, o papa tem direito de expressar seus pontos de vista'”, teria afirmado Barroso, segundo o jornal alemão Welt am Sonntag. “O problema não são os comentários do papa, mas a reação dos extremistas”.
A partir da leitura do texto, faça o que se pede. 1.
Diga se o texto pode ser caracterizado como uma narração ou narratividade. Justifique sua resposta.
O texto é caracterizado como uma narratividade, porque é marcado pela seqüência de acontecimentos, pela sua transformação, por não pertencer a um campo de ficção, transmitindo fatos reais e por não haver marca de narrador. Assim, havia uma situação A (Papa, em uma palestra na Alemanha, faz um comunicado dito “ofensivo” aos muçulmanos), que uma sucessão de acontecimentos (protestos de extremistas contra discurso feito pelo sumo pontífice) levou a uma situação B, distinta da inicial (Papa encontra-se com enviados de nações muçulmanos na tentativa de contornar a crise entre Vaticano e o Islã). 3. Transforme em discurso indireto os trechos assinalados no texto. 4. Comente de que forma o uso de diferentes tipos de discurso contribui para a versão jornalística do fato. 5. Entre três formas diferentes usadas no texto para referi-se ao Papa. Texto 2 Aprenda a chamar a policia! Falando em desarmamento Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal da minha casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupada mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranqüilamente. Liguei baixinho para a polícia informei a situação e o meu endereço, perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível. Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma: - Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro de escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara! Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade de resgate , uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo. Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do comandante da Polícia. No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse: - Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão. Eu respondi: - Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível. 6. Diga se o texto 2 consiste numa narração ou numa narratividade. Justifique sua resposta. 7. Que tipo de narrador caracteriza o texto? Justifique sua resposta. 8. Transforme o trecho assinalado no texto 2 no outro tipo de narrador, fazendo as adaptações necessárias. Ana Carolina tem o sono muito leve, e numa certa noite notou que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de sua casa. Levantou em silêncio e ficou acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passar pela janela do banheiro. Como sua casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não ficou muito preocupada, mas é claro que não deixaria um ladrão ali, espiando, tranqüilamente. Ligou baixinho para a polícia e informou a situação, o seu endereço, perguntaram-lhe se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Esclareceu que não e disseram-lhe que não havia nenhuma viatura por perto para ajudá-lo, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível. Um minuto depois ligou novamente e disse com a voz calma: 9. O trecho a seguir foi extraído do debate que se seguiu à palestra do poeta Paulo Leminski, Poesia: a paixão da linguagem. Reescreva-o de forma a adequá-lo à modalidade escrita culta. Estudei durante seis anos muito a vida de um paulista e fiz um filme sobre ele, que é o Mário de Andrade, um puta poeta muito pouco falado pelas vanguardas modernistas (...) Hoje em dia, felizmente, já existe muita gente reavaliando a poética do Mário, que ela é muito mais importante e profunda do que
aparentemente pareceu neste últimos anos. Estudando o Mário, eu descobri que o Mário foi um exemplo do cara que morreu de amor, mas de amor pelo seu povo, pelo seu país, pela sua cultura (...) Um outro cara que eu também fiz um filme é o Câmara Cascudo. Um cara como o Câmara Cascudo morre, os jornais dão uma notinha desse tamanhinho, escondidinho, um cara que deveria ter estátua em praça pública, devia ser lido, recitado. Durante seis anos, estudei intensamente a vida de um famoso poeta, Mário de Andrade, que culminou com um filme. Hoje em dia, felizmente, a poética de Andrade vem sendo reavaliada por muitas pessoas: ela é mais importante e profunda do que pareceu nesses últimos anos. Estudando o autor, descobri que ele fora um exemplo de pessoa, que morreu por amor, amor pelo seu povo, seu país e sua cultura. Produzi também um filme sobre Câmara Cascudo, cuja importância não é reconhecida. Câmara era merecedor de uma estátua em praça pública, devia ser lido e recitado por muitos, e, no entanto, morre, e no máximo ganhar uma pequena nota nos jornais. Data da entrega 10/10