novembro, 2009
Artigo Espírita - Dia de Finados
Antes de escrever sobre Finados, no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa encontrei a seguinte definição: findar, finar-se, acabar, desmaiar, perder os sentidos. No mesmo dicionário encontra-se finar-se de: padecer de, morrer de. Finado: Pessoa que faleceu, defunto. Cultuar os mortos é uma prática das mais antigas e fundamentada em quase todas as religiões, pois esteve inicialmente ligada aos cultos agrários e da fertilidade. Acreditavam que, como as sementes, os mortos seriam sepultados com vistas à ressurreição, ou seja, retorno à vida que deveria surgir de algo oculto e misterioso. Com essa crença, os antigos festejavam o dia dos mortos junto aos túmulos, com banquetes e alegria, costume ainda usado em certas culturas do planeta. Retrocedendo no tempo, encontra-se na História o registro de que a filosofia dos druidas, na antiga Gália, deu origem às novas escolas espiritualistas, dentre elas a Doutrina Espírita, pois também cultuavam o sentido da infinidade da vida, as existências progressivas da alma e a pluralidade dos mundos habitados; além do que, a raça gaulesa tinha conhecimento dos mistérios do nascimento e da morte. Assim, a comemoração dos mortos foi de iniciativa gaulesa, pois comemoravam a Festa dos Espíritos, não nos cemitérios – os gauleses não honravam os cadáveres – mas sim, em cada habitação, onde evocavam as almas dos defuntos. Entretanto, um nevoeiro denso caiu sobre a terra das Gálias, através da mão brutal de Roma que expulsou os druidas e introduziu o Cristianismo eclesiástico da época, que também foi combatido pelos bárbaros, sobrevindo uma noite de dez séculos, chamada Idade Média, que obscureceu o espiritualismo e fez eclodir a superstição e o fanatismo no ser humano. Somente no século X que a Igreja Católica instituiu oficialmente o dia dos mortos em 02 de novembro. Atualmente, esta data transcendeu o lado religioso, passando mais para o lado emotivo e comercial, quando ocorre grande comercialização de flores e velas e a preocupação maior com a conservação dos túmulos, os quais, muitas vezes, ficam o ano inteiro esquecidos e abandonados. Entre os sentimentos internos e as práticas externas, entre os conhecimentos novos da espiritualidade e o
OLHAR ESPÍRITA Mauricio Malinverne
comodismo da prática exterior, o Homem procurou o lado mais cômodo para si, arraigando-o ao formalismo material e desprezou a realidade espiritual, razão que fez Jesus assim se expressar aos escribas e fariseus da sua época: “sois semelhantes aos sepulcros caiados (pintados de cal), que por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos de cadáveres e de toda espécie de podridão” (Mateus 23:27). Quando o espírito, ao desligar-se do corpo físico, conserva a mesma personalidade, os mesmos defeitos e qualidades, méritos e deméritos, não havendo assim com a morte física qualquer transformação do Espírito, somente a transformação vibratória da sua nova vivência. Agora questiono, o dia 02 de novembro será consagrado aos mortos que se foram, ou aos que ficaram na carne? Existem duas categorias de mortos, os assim considerados por ter deixado a vestimenta carnal e os que ainda continuam vivendo encarnados, mas mortos para a vida espiritual, pois somente vivenciam a vida animal. Para o mundo, mortos são os que despiram a carne; para Jesus, são os que vivem imersos na matéria, alheios à vida primitiva que é a espiritual. É o que explica aquele célebre ensinamento evangélico, em que a pessoa prontificou-se a seguir o Mestre, mas antes queria enterrar seu pai que havia falecido, e Jesus conclamou: “Deixai aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos, tu, porém, vai anunciar o Reino de Deus”. Assim, com a fé que as religiões pregam com respeito à vida futura e com a certeza advinda pela Doutrina Espírita, pode-se afirmar que os mortos são realmente os que habitam a crosta terrestre, enraizados na matéria e nos vícios, e não os vivos que povoam o Mundo Espiritual, ficando assim designados: vivos-mortos, os que se acham inumados [enterrados] na carne. No entanto, esse culto de visitação aos túmulos, essas manifestações de choro e desespero junto aos sepulcros dos mortos, denotam ainda um instinto confuso da imortalidade da alma, mesmo naqueles que se elegem como cristãos. Sentenciados à morte estão todos os homens, no entanto, destinados à imortalidade, logo, morrer, é assumir a imortalidade que permanece no corpo físico ou fora dele, e bem afirma o padre Leonardo Boff, “os mortos são apenas invisíveis, mas não ausentes”.
página 7
FALANDO COM AMOR Realizou-se nos dias 17 e 18 de Outubro, o 5º Encontro Falando com Amor. O evento, promovido pela USE Intermunicipal Bauru, iniciado em 2007, tem por objetivo a formação de novos oradores espíritas. Em sua quinta versão, o encontro conduzido pelo Grupo de Trabalho Paulo dos Gentios, contou com a participação de 10 inscritos oriundos de casas espíritas das cidades de Agudos, Bauru, Pederneiras e Pirajuí, que durante os dois dias do evento, receberam informações técnicas sobre a preparação, elaboração e realização da palestra espírita, bem como exercitaram o aprendizado em diversas dinâmicas e laboratórios propostos. Na foto, o momento de encerramento do evento registrando a presença de todos os participantes do encontro.
JORNAL OLHAR ESPÍRITA ÓRGÃO INFORMATIVO DA USE INTERMUNICIPAL BAURU Diretoria executiva da USE Interminicipal Bauru Presidente: Edgar Miguel Vice-Presidente: Olinda Maria dos Santos 1ª Secretária: Rosana Aparecida Dal’Elevedove 2º Secretário: Wellington Aparecido R. Balbo 1ª Tesoureiro: Nicolau Assis Neto 2º Tesoureiro: Nelí Del Nery Prado Dir. de patrimônio: Carlos Cesar Antunes Jornalista Responsável: Daniela Bochembuzo - MTb 26260 Coordenação: Wellington Balbo e Equipe Impressão: Jornal da Cidade - Bauru Informações para este jornal devem ser encaminhadas até o dia dez, para o e-mail da USE INTERMUNICIPAL BAURU Rua Virgílio Malta, 7-60 - Bauru - SP CEP 17015-220 - Fone (014) 3227-0770 e-mail:
[email protected] www.useinterbauru.com.br Tiragem: 5000 exemplares - Distribuição Gratuita