Intimidade

Intimidade, Amor e Amizade. Renato Morais

As Relações de Intimidade: O Amor . Segundo a Psicologia a palavra amor é das mais utilizadas pelas pessoas, ligadas a formas de exprimirmos o que sentimos pelos outros. É também sabido que os homens encaram o amor de uma forma diferente das mulheres. Pela sabedoria popular todos sabemos por exemplo que: . •

As mulheres apaixonam-se, mais cedo que os homens e continuam apaixonadas mais tempo que eles. • Não nos apaixonamos por pessoas muito próximas, nem nos casamos com elas. • As mulheres têm de ser difíceis na conquista se pretendem que um homem as aprecie. . . . Para a Psicologia a questão do amor não pode ser vista de uma forma tão superficial, e avançam com uma análise mais profunda, que consideram cientifica e mais verosímil.

. . , Tipos de Amor . Vamos ver o que têm em comum as várias espécies de amor, e como compreender as suas diferenças? O psicólogo R.Sternberg respondeu a esta problemática, através do modelo triangular. . Segundo este, o amor apresenta três dimensões: 1- Intimidade - proximidade emocional e compreensão mútua. 2- Paixão – intenso desejo sexual e uma grande necessidade de estar como outro. 3- Compromisso- comprometer-se em manter a relação.

. Que aparecem em proporções diferentes, consoante o tipo ou modelo de amor: . . • Não existe amor: quando não há nenhuma destas dimensões. • Amor paixão: Quando apenas existe a 2ª dimensão. • Amor amizade: Quando apenas existe a 1ª dimensão. • Amor vazio: quando apenas existe a 3ª dimensão. • Amor romântico: quando existem a 1ª e 2ª dimensões. • Existe amor: quando há a conjugação das três dimensões. . . . Para Sternberg o verdadeiro amor implica uma grande partilha de intimidade, paixão e compromisso, ou seja, uma tomada de decisão consciente de participar activamente na mais complexa relação de intimidade.

A Intimidade As relações entre os indivíduos são processos resultantes da interração entre as pessoas comum certo grau de intimidade. Esta intimidade varia consoante a pessoa a quem nos dirigimos, os nossos sentimentos em relação a ela, a nossa situação laboral, escolar, social, etc.. Então, a intimidade está ligada com os sentimentos de afecto entre parceiros num relaciomento.

Estes sentimentos podem ser mais ou menos fortes se os intervenientes na relação, por exemplo, não confiarem um no outro. Tais intervenientes não vão partilhar os seus momentos mais pessoais pois não existe reciprocidade na relação nem à-vontade para tal. Podemos afirmar que a intimidade comporta dimensões relacionais e pessoais já que cada relação é influenciada pelo próprio ( na sua história pessoal e no seu dia-a-dia) e pelo outro que condiciona o meu comportamento consoante o que eu penso dele. Outro aspecto importante é a condição social que intervém na intimidade, ou seja, s demonstrações de intimidade podem variar consoante o tempo e o espaço. Acções consideradas agora vulgares podem não o ter sido à 50 ou 100 anos atrás. A intimidade pressupõe, então, uma relação mutual, de estabilidade e confiança, onde prevalece o diálogo e uma partilha de emoções, ideias, pontos de vista. Num casal toda esta intimidade é mais intensa, mais frequente e mais duradoura. Tal relação só pode prevalecer mediante alguns tipos de interação como as interações verbais que comportam as palavras que dizemos para expressar as nossas ideias e emoções, e as interações não verbais como o contacto físico, o sorriso, o olhar, os gestos. Toda esta panóplia de artifícios permitem-nos avaliar quantitativamente o grau de intimidade entre dois indivíduos. As principais formas de intimidade são a intimidade emocional e a intimidade física. A intimidade intelectual, familiaridade com a cultura e os interesses de uma pessoa, é comum entre amigos. Os membros de grupos religiosos ou filosóficos também partilham de uma intimidade espiritual no seio da sua comunidade comunidade. Iremos abordar agora duas das expressões de intimidade mais importantes: A amizade e o amor. O amor A palavra amor, de tão usada, já está banalizada e com uma vasta gama de significados que lhe são atribuídos. Por exemplo amor pode ser:

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desejo,

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libido

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afeição,

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compaixão,

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misericórdia,

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inclinação,

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atração,

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apetite,

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paixão,

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querer bem,

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satisfação,

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conquista,

Ainda existem várias conotações envolvidas com os vários tipos de Amor. Por exemplo, podemos amar os nossos pais e amor a Deus, mas será que os dois tipos de amor serão iguais?

A resposta é Não. Podemos dividir o Amor em várias categorias tais como: •

Amor romântico

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Amor sexual

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Amor platónico

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Amor religioso

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Amor familiar

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Amor verdadeiro

Porém, apesar de tantas categorias diversas, existem 3 componentes que fazem parte de todas: a intimidade, a paixão e o compromisso. Conforme estes três items, podemos ainda fazer uma separação dos tipos de amor resultantes das categorias: •

Sem intimidade, paixão e compromisso não há amor.

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Pode haver paixão

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Se só houver intimidade só existe amizade.

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Se só houver compromisso, o amor é vazio.

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Se houver paixão e intimidade, o amor é romântico.

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Se houver intimidade e compromisso, o amor é companheiro.

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Se houver paixão e compromisso, o amor é fátuo

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Se houver intimidade, paixão e compromisso, o amor é verdadeiro.

A Amizade Nunca ninguém conseguiu definir verdadeiramente o que é a amizade. Apesar de todos termos amigos, colegas, companheiros ou até melhores amigos, nunca conseguiríamos dar-lhe uma definição, acabando apenas por atribuir determinadas características que acabam por distinguir a amizade de outros tipos de interacções sociais.

Assim, como principais elementos para a sua caracterização temos: •

Pessoal;

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Informal;

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Voluntária;

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Que implica reciprocidade;

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Que envolve atracão pessoal;

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Que facilita os objectivos que os envolvidos querem atingir;

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Positiva;

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De longa duração.

Sendo estas características essenciais para a sua definição, cada um pode acrescentar outras dependendo do seu conceito de amizade. Nas diversas relações sociais que estabelecemos durante a vida, podemos definir diferentes níveis, como por exemplo, o de melhor amigo e de um colega, ou de uma amizade superficial. Nestas definições não existe nenhum conjunto de características essenciais, contudo há algumas que ocorrem com mais frequência. A partir da análise do gráfico vemos que há certas características que são mais valorizadas face a outras, como o caso da confiança, lealdade, carinho, etc. Como em todas as amizades, estas envolvem reciprocidade, ou seja, a existência de expectativas em relação aos amigos.

O psicólogo britânico Michael Argyle, debruçou-se muito sobre a psicologia social dando-lhe um grande impulso. Dentro deste ramo da psicologia estudou várias temáticas, abordando também a amizade, seleccionando cinco características que considerou mais importantes numa relação de amizade: •

Defender o amigo quando está ausente;

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Partilhar com ele os acontecimentos e ocorrências relevantes;

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Apoiá-lo emocionalmente sempre que precise;

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Confiar no outro e ser verdadeiro;

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Apoiar o outro de forma espontânea e voluntária, sempre que necessário.

Apesar das relações de amizade serem muito importantes no período de vida das pessoas na sociedade, estas como “tudo” também têm um fim. Esta ruptura pode causar perturbações com mais ou menos importância dependendo das idades em que ocorrem, e dos diferentes tipos de amizade. As amizades variam segundo um conjunto de factores. Existem diferentes circunstâncias que distinguem as relações de amizade, como: •

Idade

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Género

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Contexto social

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Características individuais