Internet Faz 40 Anos

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SÁBADO, 3 DE OUTUBRO DE 2009 O ESTADO DE S. PAULO

NEGÓCIOS B19 NEGÓCIOS B19

MOTOCICLETAS FILIPE ARAUJO/AE

Chineses lançammoto elétrica noBrasil Zongshen, que comprou a Kasinski, vai lançar a 1ª moto elétrica nacional Marianna Aragão

Os chineses estão ampliando seus domínios no mercado de motocicletas brasileiro. Alguns anos depois de se instalarem no País, os fabricantes asiáticos estão conquistando mercado com novos produtos e parcerias – movimento que estádandoânimoà indústria após um primeiro semestre ruim, quando as vendas caíram 20% ante igual período de 2008. “A concorrência está muito mais acirrada”, diz o o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores,Motonetas,BicicletaseSimilares(Abraciclo),Paulo Shuiti Takeushi. Prova do apetite chinês pelo mercado nacional é a estratégia do grupo CR Zongshen. Uma das cinco maiores fabricantes de motos da China, ela chegou ao Brasil em maio com a promessa de investir R$ 80 milhões, e o objetivo declarado de concorrer com as líderes Honda e Yamaha. Três meses após a estreia, comprou a brasileira Kasinski, do empresário Abraham Kasinsky. “A aquisição nos resolveu dois problemas: ganhamos uma marca pronta e com boa aceitação, além de um portfólio

que inclui motos de alta e baixa cilindradas”, diz Cláudio Rosa Júnior,presidentedogrupochinês no País, que vai adotar a marca Kasinski em suas motos. No Salão Duas Rodas, evento do setor que começa na próxima terça-feira, a companhia sino-brasileiramostrará12lançamentos,incluindoumamotoelétrica, a primeira a ser fabricada nacionalmente.Os produtosestão sendo fabricados na unidade industrial da Kasinski em Manaus. Em janeiro, porém, a companhia inicia a construção de um novo complexo industrial também em Manaus, com capacidade de produção de 180 mil unidades ao ano. Segundo o executivo do grupo, a intenção é obter 5% de participação de mercado em três anos. A Dafra, fundada pelo grupo Itavema há menos de dois anos e que acaba de fechar uma parceria com a chinesa Dachangjiang Group (DCJ), tem meta mais ambiciosa. A companhia quer 12% das vendas do setor no prazo de cinco anos. “Para isso precisamos ter uma linha mais ampla de produtos. As parceriassãoumcaminhoseguronessa direção”, afirma o presidente da Dafra, Creso Franco, que prevê lançar um modelo a cada ano, a partir do acordo.

RESULTADO DO NEGÓCIO - ‘Ganhamos uma marca pronta’, diz Cláudio Rosa Júnior, presidente da ‘nova Kasinski’ sobre a aquisição da Kasinski

NÚMEROS

180

mil

é a capacidade de produção prevista pela Kasinski até 2012

12%

de participação de mercado é quanto a Dafra pretende atingir em cinco anos

1,7

milhão é a previsão da Abraciclo do total de vendas do setor este ano

Pelo menos cinco projetos já estão sendo desenvolvidos com oschinesesdaDCJ,maior fabricante de motocicletas da China, com produção de 26 milhões de unidades/ano.A Dafratambém firmouumaparceriade transferência de tecnologia com a indiana TVS e mostrará os primeiros frutos no salão.

COMPETIÇÃO

Os investimentos estrangeiros têm estimulado os competidores já estabelecidos no mercado, acredita o presidente da Abraciclo. “Estamos vendo fabricantes lançarem novidades em suas linhas e aperfeiçoarem tecnologias. Elas foram obrigadas a buscar soluções, o que é muito positivo para a indústria.” Os concorrentes também acirraram a disputa por preço, ao trazerem produtos competitivos, diz o executivo. Para o presidente da Sundown, Walther Biselli, além de demonstrar o potencial do mercado brasileiro, a chegada de novas marcas beneficia as empresas estabelecidas. “Todas estão tendo de trabalhar preço.” Umadas cincomaiores fabricantes do País, a companhia vai lançar cinco modelos durante o Salão Duas Rodas. As novidades incluem o lançamento de

umquadriciclo, o que representaumnovosegmento paraa empresa. “Ao contrário dos novos competidores, temos uma rede devendaseassistênciajámadura, o que nos permite tempo para investir no desenvolvimento de produtos.”

Entrada de novos grupos acirra disputa por preço no mercado RECUPERAÇÃO

Outro motivo da retomada do ânimodosfabricantessãoosnúmeros das vendas no último trimestre, que devem dar sinais de recuperação. O resultado de setembro ainda não foi divulgado, mas as vendas de agosto cresceram 14% ante o mês anterior, segundo a Abraciclo.

“O período mais difícil foi ultrapassado”, acredita o presidente da entidade. As empresas do setor devem comercializar 1,7 milhão de unidades este ano – abaixo dos 2 milhões de 2008, mas próximo do patamar de 2007. Algumas medidas, como a criação, por bancos oficiais, de uma linha de crédito com taxas de juros reduzidas para o segmento, ajudaram a indústria a respirar nos últimos meses. Segundo Takeushi, a iniciativa do governo está estimulando outras instituições financeiras a diminuir o custo dos financiamentos. Para os fabricantes, porém, o créditoaindanãofoi normalizado. “Falta apetite das financeiras”,avaliaCláudioRosa,daKasinski. Já opresidente da Dafra, CresoFranco,acreditaquearecuperação ocorrerá apenas em meados de 2010. ●

TECNOLOGIA

DEFESA DA CONCORRÊNCIA

Internet faz 40 anos e busca novos caminhos

Cade terá de julgar de novo caso Nestlé

Pesquisadores discutem mudanças nas tecnologias básicas da rede

Decisão, do TRF, acontece 5 anos após Cade vetar compra da Garoto

CLAYTON DE SOUZA/AE–24/9/2009

TECNOLOGIA Renato Cruz

Aos 40 anos, a internet precisa se reinventar. Em 29 de outubro de 1969, foram conectados os laboratórios de computação daEscola deEngenharia eCiência Aplicada da Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla) e da SRI International, um instituto de pesquisas em MenloPark,naCalifórnia,narede que viria a ser chamada de Arpanet, a precursora da rede mundial. Criada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a Arpanet foi a primeira rede de pacotes do mundo. A rede telefônica convencional é uma rede decircuitos.Ouseja,osdoistelefones que se falam são ligados por um circuito. As centrais fazem as vezes da telefonista que

Aumento de velocidade tem até implicações ecológicas conectava os interlocutores com um fio. Na rede de pacotes, as mensagens são divididas em pequenos pacotes de dados, com o endereço, e a rede decide a cada momento qual é o melhor caminho para chegar ao seu destino. Essa estrutura básica da internet, que a torna resistente a problemas, dificulta algumas aplicações que estão se tornan-

FUTURO – Projeto Giga pesquisa novas aplicações na internet

do importantes na rede mundial. A internet não foi pensada para ser móvel, para comunicações em tempo real (como televisão) e para a transferência de arquivos de grande tamanho. “Além de móvel, a internet precisaserubíqua”,disseTaniaRegina Tronco, pesquisadora do CPqD. Isso significa que todos os serviços precisam estar disponíveis ao usuário com a mesma qualidade, onde quer que ele esteja. Um evento realizado no mês passado em Campinas pelo CPqD, centro de pesquisa e desenvolvimento que pertencia à Telebrás, discutiu o futuro da internet. Tania apresentou o projetoArquiteturadeRedepara Comunicações Móveis sobre IP (Arcmip). O TCP/IP, sistema de endereçamento da internet,identifica os usuários como local onde eles estão, o que pode ser um problema nas aplicações móveis. “É necessária uma nova in-

VELOCIDADE

10

gigabits por segundo é a velocidade do núcleo da rede do projeto Giga, que equivale a 5 mil vezes os 2 megabits por segundo oferecidos na banda larga residencial

1

petabit por segundo é a capacidade de rede prevista pelo Japão em 2020, o que corresponde a 1 bilhão de megabits por segundo

fraestrutura,masserá muitodifícil fazer com que seja adotada no mundo todo”, afirmou Serge Fdida, professor da Université Pierre & Marie Curie. “Existe uma discussão se essa mudança precisa ser evolucionária ou se é preciso partir do zero, com uma nova internet e, depois, integrar as duas redes, como foi feito entre a internet e a rede de telefonia”, explicou Tania.

A evolução da internet, com seu aumento constante decapacidade,tem até implicações ambientais. Hiroaki Harai, do National Institute of Information and Communications Technology (Nict), identificou alguns desafios existentesnoJapão.“Seguindo a tendência atual de crescimento de tráfego, a velocidade necessária chegará a 1 petabit por segundo (Pbps) em 2020”, explicou Harai. “Cem roteadores (equipamentosderede)nessavelocidadeconsomemaenergiagerada por uma usina nuclear.” Um Pbps equivale a umbilhãodemegabitsporsegundo (Mbps), unidade mais comum para se medir a velocidade da internet hoje. OCPqDparticipadoprojeto Giga, em parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Trata-se de umaredeexperimentaldealta velocidade, que está recebendo investimento de R$ 25,54 milhões em sua segunda fase, num período de três anos. Atualmente, a rede conecta 25 instituições e 70 laboratórios em Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, com velocidades de 10 gigabits por segundo (Gbps) no seu núcleo e 1 Gbps nos acessos. Um Gbps equivale a 1 mil Mbps. Na segunda fase, a capacidade no núcleo da rede poderá chegar a 40 Gbps e a 10 Gbps nos acessos. “Existe hoje um descompasso na internet brasileira”, afirmou Alberto Paradisi,gerentedoCPqDecoordenador-geral do projeto. “As pessoasprecisam de umacapacidade maior do que é oferecida.” ●

Paula Pacheco

A Nestlé terá de encarar novamente a polêmica sobre a compra da Garoto. Ontem, depois de quase cinco anos de julgamento, foi publicada no Diário Oficial de Justiça a decisão da 5ª Turma do Tribunal Regional Federalda1ªRegião(TRF-1)determinando que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica(Cade)volteajulgaraaquisição da Garoto pela Nestlé, anunciada em 2002. A decisão foi por dois votos a um e acolhe parcialmente um pedido feito pela Nestlé. A companhia suíça de alimentos queria a anulação da decisão do Cade. Em abril de 2004, o conselho vetou integralmente a operação.

Nestlé entrou na Justiça para tentar anular decisão do órgão antitruste A Nestlé chegou a propor na ocasião abrir mão de 10% do mercado com a venda de uma fatia da empresa que incluiria chocolates em barra, tabletes e bombons. A proposta foi rechaçada pelos conselheiros do Cade. Na época do julgamento do caso, o Cade considerou que a união das duas fabricantes de chocolatesresultariaemprejuízo para a concorrência e para o consumidor por causa da grande concentração. Nas contasdo órgão, juntas as duas empresas teriam 58% de participação no mercado nacional de chocolate. Quando recorreu, a Nestlé apresentououtros números. Os

dados apontavam que as duas empresas baixariam de 47,8% para 38,1% de participação – muito perto do porcentual da principal concorrente, a Kraft, com 33%. Agora, depois da decisão do Tribunal para que o Cade faça um novo julgamento, tanto o próprio conselho quanto a Nestlé podem recorrer. Consultado, o Cade informou que até o início da noite de ontem o procurador Gilvandro Vasconcelos Coelho de Araújo ainda não havia tomado ciência dadecisão.Apósestudar asfundamentações é que Araújo vai se pronunciar. Em nota, a Nestlé informa que, a partir da publicação do acórdão, terá de avaliar que posição tomar. “A Nestlé recentemente investiu mais de R$ 200 milhões na ampliação e modernização de linhas de operação. Desde 2002, a fábrica localizada em Vila Velha (ES) vem ampliando exportação e hoje seus produtos chegam em mais de 60 países”, informou. MEMÓRIA

A Garoto, empresa familiar do setor de chocolates fundada há 80 anos, vinha passando por dificuldades financeiras quando recebeu a oferta de compra da Nestlé. Comentou-se na ocasião que a multinacional suíça teria pago entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões. Estefoioprimeirograndenegócio de aquisição depois da compra da Antarctica pela Brahma. Na época, concorrentes com uma fatia menor do mercado nacional de chocolates, como Kraft, Hershey’s e Mars, também tentaram arrematar a Garoto, mas não tiveram sucesso. ●

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