Informativo 3 140809

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Informativo Café Centro de Café ‘Alcides Carvalho’ - IAC Edição 03

Agosto de 2009

Campinas - SP

IAC realiza IX Curso de Atualização em Cafeicultura “Novas Tecnologias em Desenvolvimento no IAC” é o tema da 9ª edição do tradicional curso de atualização em café, organizado pelo Centro de Café ‘Alcides Carvalho’, do IAC, nos dias 25 e 26 de agosto, no anfiteatro Otávio Tisselli Filho. Esta será a oportunidade para profissionais ligados ao agronegócio café, produtores e estudantes receberem informações sobre as pesquisas desenvolvidas no IAC/ APTA, bem como servir de fórum para o debate sobre a potencial aplicabilidade de seus resultados. A programação engloba as principais linhas de pesquisas sobre o melhoramento do cafeeiro, area em que o IAC é referência mundial, desde o melhoramento clássico, até as ferramentas da genômica e cultura de tecidos. Dentre os focos de estudos, serão destacadas as pesquisas visando resistência às doenças, ao bicho

mineiro, à qualidade e ao baixo teor de cafeína. Serão abordados ainda temas variados como fertirrigação, monitoramento agrometereológico e manejo de lavouras em áreas com nematóides. Haverá uma explanação sobre o uso da fisiologia como fator de aumento da produtividade do cafeeiro. Serão apresentadas as contribuições da pesquisa para a melhoria da qualidade da bebida, com informações sobre a importância das condições da produção para agregação de valor ao produto. Além dos aspectos agronômicos, os desafios da

economia cafeeira serão retratados na apresentação dos custos de produção em diferentes regiões dos principais Estados produtores.

Informações: Centro de Café (19) 32120458 - Eventos IAC: (19) 32315422 - ramal 171

IAC: 122 anos de tradição e contemporaneidade O Instituto Agronômico (IAC) completou, em 27 de junho, 122 anos de fundação. Desde sua fundação em 1887, por D. Pedro II, quando era chamado “Imperial Estação Agronômica de Campinas”, o IAC enfrentou desafios para atender à velocidade e à qualidade exigidas no contexto do agronegócio, mantendo-se atualizado nas diversas áreas de atuação. A equipe do Centro de Café ‘Alcides Carvalho’ orgulha-se de pertencer ao Instituto que contribui para o desenvolvimento de cultivares que representam 90% do

parque nacional de café arábica, com um potencial de produção expressivamente superior às

primeiras cultivares de arábica plantadas no Brasil. E a história continua, com pesquisas que abrangem diversas temáticas, como tolerância à seca, ao calor e com resistência às doenças, sistemas adequados de plantio e manejo da lavoura, química de solos, agroclimatologia, valorização da cafeicultura familiar, sustentabilidade, amplificação e caracterização do banco de germoplasma, seleção de clones de robusta, cultura de tecidos, processamento e qualidade de café, fisiologia do cafeeiro, dentre outras.

2 EDITORIAL

Por uma cafeicultura eficiente e pujante O Brasil é um país privilegiado em relação às cultivares de café. Temos muitas cultivares com as mais diversas características que proporcionam um grande número de opções em relação à decisão do que plantar. Todas estas cultivares foram desenvolvidas por meio de trabalhos intensivos de seleção utilizando o que podemos chamar de melhoramento clássico. É importante ressaltar que diversos pesquisadores que trabalham com melhoramento do cafeeiro têm recebido prêmios em reconhecimento ao trabalho constante e profícuo no sentido de atender às necessidades dos produtores, industriais e consumidores. Estes prêmios valorizarm sobremaneira os trabalhos dos melhoristas, que tiveram entre os seus expoentes, o grande mestre Alcides Carvalho, considerado o maior líder científico de nossa cafeicultura. Notadamente, devemos reconhecer novas ferramentas para o melhoramento moderno, com as tecnologias de cultura de tecidos, marcadores moleculares, transgênicos e genoma podem acelerar o processo de obtenção de cultivares. Existem perspectivas para que esta nova frente do melhoramento genético cresça e contribua para o aprimoramento de cultivares, a exemplo de outras culturas. No entanto, mesmo por meio destas técnicas há sempre que se avaliar os materiais agronomicamente. Para o sucesso das avaliações e seleções de cafeeiros em campo, a cafeicultura brasileira dispõe de muitos recursos. Seja por meio do melhoramento clássico ou moderno, ganha o agronegócio com novas opções para acompanhar a demanda do mercado e as condições climáticas atuais e futuras. Os governos estadual e federal, entidades financiadoras e aquelas que premiam os trabalhos nesta área do conhecimento, alicerces para a manutenção da pesquisa científica cafeeira, serão certamente impulsionadores desta nova geração dos programas de melhoramento do cafeeiro. Incentivando os avanços sim, mas, sobretudo, mantendo e reconhecendo a contribuição dos programas tradicionais. Luiz Carlos Fazuoli Diretor do Centro de Café

Informativo Programa Café do IAC

A marca do IAC no VI Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil A transformação do conhecimento em inovação tecnológica requer uma sinergia entre as perspectivas da classe científica, do setor público e dos programas de transferência e difusão da tecnologia gerada. Ciente desta importância, os pesquisadores do Centro de Café ‘Alcides Carvalho’ participaram do VI Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, em Vitória (ES), no período de 2 a 5 de junho. O Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper) foi a instituição anfitriã do maior evento do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento de Café (CBP&D/Café). O IAC esteve representado por 25 pesquisadores, sete bolsistas e estudantes de pós-graduação, com 41 trabalhos apresentados nas áreas de

genética, melhoramento, climatologia, irrigação, fitotecnia, biotecnologia, cultura de tecidos, qualidade da bebida e atributos químicos dos grãos de café. Homenagem Durante o Simpósio, o coordenador do Programa Estadual de Cafeicultura do Incaper, Romário Gava Ferrão, em nome deste Instituto, prestou homenagem ao pesquisador do IAC Luiz Carlos Fazuoli. “... Sua experiência, conhecimentos, simplicidade e facilidade de comunicação com os “jovens pesquisadores” do Incaper, muito nos ajudou no direcionamento das definições de demandas de pesquisas, problemas, projetos e estratégias de produção de mudas e transferência de tecnologias...”, destacou em pronunciamento.

Centro de Café é mostrado ao mundo A liderança do Brasil quando o assunto é café foi retratado em reportagem especial da TV Al Jazeera, emissora árabe do Catar, com abrangência mundial. A TV visitou o Centro de Café ‘Alcides Carvalho’ em abril, quando esteve no Brasil para o lançamento do projeto Campinas Café Festival, que terá sua segunda edição entre 05 e 08 de novembro de 2009. Em entrevista, o diretor Luiz Carlos Fazuoli apresentou informações técnicas e científicas sobre o cafeeiro, com um resgate histórico das pesquisas realizadas no IAC. Vale lembrar que os manuscritos mais antigos mencionando a cultura do café datam de 575, no Iêmen, onde, consumido como fruto in natura, passa a ser cultivado. Somente no século XVI,

Fazuoli relembra fatos históricos na Pérsia, os primeiros grãos de café foram torrados para se transformar na bebida que hoje conhecemos. Até o século XVII, somente os árabes produziam café, cujo nome é originário da palavra árabe qahwa, que significa vinho.

EXPEDIENTE INFORMATIVO CAFÉ é uma publicação trimestral do Programa Café do IAC/ APTA/SAA, sendo uma iniciativa do Centro de Café ‘Alcides Carvalho’. A distribuição é gratuita e dirigida a todos os segmentos que atuam no agronegócio café. É permitida a reprodução de textos desde que citada a fonte. Produção: Centro de Café ‘Alcides Carvalho’ - IAC Jornalista responsável: Cibele Aguiar (Mtb 06097) Colaboração: Pesquisadores do Centro de Café e parceiros. Instituto Agronômico (IAC) Caixa Postal 28 - 13001-970 - Campinas - (SP) Brasil Telefone: +55 (19) 32120458 www.iac.sp.gov.br

Informativo Programa Café do IAC

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Dia de campo realizado pelo IAC apresenta avaliação de cultivares No início de julho, foi a vez de Garça, na região conhecida como Alta Paulista, sediar mais um dia de campo realizado pela equipe do Centro de Café ‘Alcides Carvalho’, com a presença de técnicos e produtores. O encontro foi realizado na Fazenda Consuelo, de José Renato Miranda Serrado, onde está instalado dois experimentos para avaliação de 17 cultivares submetidos à irrigação e sequeiro. Os participantes tiveram a oportunidade de confirmar o destaque do Obatã IAC 1669-20, além de cultivares de destaque na

Profissionais atestam o desempenho de cultivares no campo região, como o Catuaí Amarelo IAC 62, Mundo Novo IAC501-5 e Mundo Novo Amarelo IAC 4266. Como

esperado, todas as cultivares tiveram produções muito superiores no sistema irrigado.

ARTIGO

Condições climáticas atuais e cenários futuros para a cafeicultura paulista

A

previsão de aquecimento global tem causado grande preocupa ção para técnicos e produtores ligados à cultura do café. Alguns informes chegam a inferir que “o café vai sumir do cenário agrícola paulista nos próximos 30 a 40 anos, quando a temperatura deverá estar 3 graus centígrados mais alta”. Esta conclusão e outros efeitos devastadores do aquecimento global fazem parte de estudos de alguns órgãos de pesquisa a partir dos relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas). O relatório é obviamente preocupante, muito embora os próprios relatórios contenham um alto grau de incerteza nos resultados dos modelos de previsão a longo prazo. Entretanto, a afirmação de que o aquecimento de 3°C previsto para 2040 ocasionaria muitas mudanças climáticas e inviabilizaria totalmente a cafeicultura da região sudeste do Brasil é no mínimo prematura, sendo necessária uma análise dos possíveis cenários e da situação da capacidade técnicacientífica da cafeicultura atual. Realmente nos últimos 10 anos, a agricultura tem sofrido com temperaturas elevadas, especialmente nos anos de 2002 a 2007, o que confirmaria em parte o problema do aquecimento global atingindo também o Brasil.Os períodos com deficiências hídricas acentuadas tem sido também freqüentes neste mesmo período, o que confirmaria que as adversidades meteorológicas estão

ocorrendo de forma atípica. Entretanto, estas adversidades agrometeorológicas, ocorreram em forma cíclica durante o século XX. Por exemplo, a década de 60 foi marcada por secas acentuadas nos anos de 1961 e 1963 que afetaram a produção de café de forma drástica nos anos de 1962 e 1964. Associadas a estas secas, ocorreram também temperaturas elevadas, principalmente nos meses de agosto, setembro e outubro, que foram as mais altas do século XX. Ao longo de um período mais longo, como indica os dados do posto meteorológico de Campinas , com mais de 100 anos de coleta de dados, podemos observar que as adversidades meteorológicas ocorreram de forma cíclica, com períodos típicos de 15 a 20 anos. No caso de geadas, uma adversidade que não ocorre na cafeicultura do sudeste desde o ano de 2000, observa-se que em média ocorre uma geada severa a cada 15 anos. São exemplos as geadas severas de 1892, 1902, 1918, 1942, 1953, 1975, 1981, 1994 e 2000. Segundo os cientistas do IPCC, com o aquecimento global, as temperaturas seriam mais elevadas, mas as adversidades térmicas, incluindo geadas seriam também mais freqüentes. Entretanto, dentro da comunidade científica responsável pela previsão de longo prazo, dos cenários para as próximas décadas, não ocorre consenso sobre o real

aquecimento do clima da Terra. Entre os relatórios do IPCC, apesar de todos conterem cenários de aquecimento, os últimos têm sido mais amenos chegando a aumentos de 2°C, contra até 10°C do primeiro relatório. Além disto, uma parcela ponderável de cientistas, especialmente de físicos e astrônomos, defendem um cenário inverso até o ano de 2050, quando a Terra chegaria a um grande resfriamento, como ocorreu em meados de 1700, quando os rios Sena e Tamisa chegaram a congelar nos invernos. A ciência meteorológica progrediu muito nos últimos anos. Mesmo assim, não somos capazes ainda de prevermos com antecipação de 3 a 6 meses, como seria a próxima estação. A previsão de cenários ainda mais distantes, como daqui a 10, 20, 50 anos, é no mínimo inconsistente para concluirmos como ficará o cenário do clima para as atividades agrícolas em qualquer parte do planeta. Com certeza, podemos afirmar que continuarão a ocorrer adversidades meteorológicas, como temperaturas adversas, geadas, secas, chuvas excessivas, granizo etc. Mas, a agricultura estará mais protegida com as técnicas agronômicas de adaptação e de mitigação que certamente continuarão a serem pesquisadas. Marcelo Bento Paes de Camargo Luiz Carlos Fazuoli Roberto Antonio Thomaziello

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Informativo Programa Café

Cultivar Obatã IAC 1669-20: indicada para plantios irrigados A cultivar Obatã IAC 1669-20 é derivada do cruzamento de Villa Sarchí com o cafeeiro Híbrido de Timor CIFC 832/2. É uma cultivar de porte baixo, altamente resistente à ferrugem, de frutos e sementes grandes e com alto potencial produtivo. Uma limitação é que a cultivar é exigente em água e em nutrição. No entanto, cultivos em áreas irrigadas têm chamado a atenção dos produtores, com produtividades médias de 65 sacas de café beneficiado por hectare. Este resultado pode ser observado, sobretudo, em regiões mais quentes, como em Garça. A cultivar Obatã também mereceu destaque em trabalho desenvolvido pela estudante da Université de Rennes (França), Vanessa Paulain, orientada pelos pesquisadores do IAC, Therezinha de Jesus Salva e

Ótimos resultados com irrigação

Oliveiro Guerreiro Filho, apresentando ótimo desempenho, com lotes finalistas em concursos promovidos pela BSCA, analisados em 2004 e 2006. Das amostras de Obatã selecionadas nas primeiras fases dos concursos, grande porcentagem permaneceu até a fase final, com a chancela de juri internacional.

IAC incentiva a realização de análise de solo O Instituto Agronômico (IAC) iniciou um programa de difusão entre pequenos produtores para a adoção da adubação racional, por meio da realização periódica da análise química do solo. O IAC é responsável por padronizar as metodologias de análises de solo e pelo treinamento dos técnicos em mais de 70 laboratórios espalhados por todo o Estado de São Paulo. O laboratório padronizado recebe do Estado um selo de qualidade e o produtor tem a garantia de proficiência dos resultados. Embora seja uma tecnologia eficiente e barata, estima-se que seja pouco adotada por produtores em regiões menos tecnificadas. De acordo com o pesquisador Heitor Cantarella, coordenador do Programa

Interlaboratorial de Análise dos Solos do IAC, considerando o retorno desta avaliação, o investimento é muito satisfatório. “Com a correção racional do solo é possível atingir produtividades maiores.” De posse da análise de solo, o produtor pode procurar uma das unidades da Casa da Agricultura e pedir orientação do agrônomo. No entanto, muitos agricultores continuam a considerar a análise um investimento desnecessário. “Além de produzir mais, se deixa de contaminar a terra com produtos agroquímicos desnecessários”, avalia Cantarella. É preciso a conscientização de que o uso descontrolado de fertilizantes e os cultivos contínuos causam a acidificação da gleba.

CURIOSIDADE Cultivar Mundo Novo: dádiva divina, aperfeiçoada pelos melhoristas A cultivar Mundo Novo teve em sua origem o cruzamento natural de ‘Sumatra’ com ‘Bourbon Vermelho’. Em Mineiros do Tietê (SP) a planta F 1 cresceu, se desenvolveu e formou uma planta rústica, vigorosa e produtiva. Assim também aconteceu com os cafeeiros descendentes, que foram plantados no município de Mundo Novo (atualmente Urupês), provavelmente na geração F3. Nesta população foi efetuada a seleção de 18 cafeeiros por um grupo de pesquisadores do IAC liderados por Alcides Carvalho. As progênies dos 18 cafeeiros foram plantadas em várias localidades. No início, essa população de cafeeiros tinha alguns defeitos, como plantas mais altas e anormais, elevada porcentagem de frutos chochos e do tipo concha. Entra aqui a mão do homem, corrigindo os seus defeitos e estudando as suas progênies e plantas individuais. Finalmente, em 1952 surge a cultivar Mundo Novo ainda uma das mais plantadas no Brasil. No mesmo ano, novas seleções foram feitas, originando novas linhagens de Mundo Novo. Em 1977 é lançada a cultivar Acaiá, de frutos e sementes grandes. Esta cultivar é mais produtiva que seus genitores, com uma combinação gênica perfeita e mantém uma excepcional qualidade de bebida, o que corrobora a afirmação de que a cultivar Mundo Novo é uma dádiva divina, aperfeiçoada pelo homem.

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