Informativa Monera

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FICHA INFORMATIVA Nº 5 Ambiente e Desenvolvimento Rural

AGRUPAMENTO VERTICAL DE ESCOLAS DO CONCELHO DE MORA

Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural Ciclo de Formação 2007/2010 Ano Lectivo 2008/09

REINO MONERA Os seres vivos do Reino Monera, são seres vivos unicelulares e procariontes. Conhecidos pela designação muito geral de bactérias, estes microrganismos vivem na Terra há cerca de 3800 M.a. (era pré-Câmbrica), existindo evidências que tenham sido os ancestrais de todas as formas de vida na Terra. Pelo menos até á cerca de 1500 M.a. eram as únicas formas de vida no planeta. Foram identificadas pela primeira vez há cerca de 300 anos, pelos primeiros microscopistas, mas nem todas as chamadas bactérias são iguais. Só nos anos 70 do século passado é que os biólogos descobriram quão radicalmente diferentes as bactérias e as arqueobactérias realmente são e finalmente em 1996, quando se conseguiu fazer a sequenciação completa do seu genoma é que se compreendeu como são diferentes de todos os restantes organismos. Foi este facto que esteve na origem do sistema de classificação proposto por Carl Woese.

HABITATS Apesar da sua simplicidade, estes organismos são, numericamente, a forma dominante de vida na Terra. Habitam uma diversidade muito grande de ambientes, alguns tão extremos que não suportam outras formas de vida. Assim, podemos encontrar bactérias no ar, no solo, na água e mesmo dentro de outros seres vivos. No que diz respeito aos ambientes extremos, existem bactérias em fontes termais, com temperaturas médias perto dos 80 ºC, em locais gelados, como na Antártida debaixo de uma camada de gelo com 300m, ou em habitats extremamente salgados.

ORGANIZAÇÃO As bactérias são seres unicelulares, procariontes, e apresentam dimensões muito reduzidas (1 a 5 micrómetros, em média). Devido a este facto, a sua estrutura só pôde ser melhor conhecida com o auxílio do microscópio electrónico. As suas células são muito simples, sem organitos internos para além de ribossomas. O ADN bacteriano é constituído por uma só molécula circular de ADN, de dimensões reduzidas quando comparada com as moléculas dos eucariontes, que se encontra dispersa de forma irregular no citoplasma. Podem apresentar, na sua parte externa, uma cápsula protectora e algumas formas apresentam um ou vários flagelos que auxiliam na locomoção. Cápsula

Flagelo

ADR – Ficha informativa n.º 5

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As bactérias fotossintéticas apresentam ainda pigmentos que lhes permitem captar a energia luminosa. O maior grupo de bactérias fotossintéticas são as cianobactérias, que diferem das restantes pelo tipo de pigmentos e por apresentarem lamelas internas onde esses pigmentos se encontram inseridos. Do ponto de vista morfológico, podem apresentar várias formas. As mais comuns são:

Bacilos (forma de bastonete)

Cocos (forma esférica)

Espirilos (forma de espiral)

vibriões (forma de vírgula).

Há bactérias que vivem isoladas, mas muitas vezes apresentam-se em grupos de duas células ou agregados filamentosos, em forma de cacho ou com formas mais irregulares. Como se multiplicam muito rapidamente, a grande maioria vive em grandes agregados, denominados colónias.

Colónias de Cianobactérias. Podem ter formas mais ou menos circulares, irregulares ou em agregados filamentosos

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ADR – Ficha Informativa n.º 5

METABOLISMO / MODO DE NUTRIÇÃO Do ponto de vista metabólico, as bactérias apresentam grande diversidade, podendo ser autotróficas por quimiossíntese ou fotossíntese ou heterotróficas por absorção (ver ficha informativa nº3). Reproduzem-se maioritariamente de forma assexuada por divisão binária e têm um potencial de crescimento tão rápido que pode quase ser considerado explosivo, quando comparado com outros seres vivos. Muitas têm um tempo de geração entre uma e três horas, havendo mesmo algumas que se dividem de vinte em vinte minutos.

IMPORTÂNCIA DOS MONERA - Ao nível dos ecossistemas as bactérias assumem uma dupla importância: - São seres decompositores – sem elas, alguns elementos químicos essenciais à vida ficariam sempre retidos nos cadáveres dos seres que morrem. Assim, a matéria orgânica é libertada e transformada de novo em matéria mineral, que será depois usada de novo pelos seres produtores. - Intervêm em ciclos da matéria – fazem a reciclagem de alguns elementos importantes na Biosfera, interferindo de forma importante em ciclos como o do azoto e o ciclo do carbono, que estudaremos em pormenor mais adiante.

Ciclo do Azoto. O azoto é um elemento químico muito importante para a elaboração de compostos orgânicos. Existe em grande quantidade na atmosfera, mas só se torna disponível para os seres vivos porque as bactérias fazem a sua fixação e o transformam sucessivamente em vários compostos que até terem uma estrutura que os seres vivos podem usar.

- Bactérias simbióticas – são bactérias que estabelecem relações com outros seres vivos, em que ambos beneficiam e um não pode viver sem o outro. É o caso das bactérias que vivem no interior do sistema digestivo dos ruminantes. Estes animais dependem em grande parte da celulose para a sua alimentação, mas não conseguem produzir a enzima necessária para a sua digestão. Esta enzima é produzida pelas bactérias que vivem no seu sistema digestivo, transformando assim a celulose em outros compostos que o animal pode utilizar. - O Homem também possui bactérias no intestino (por exemplo, Escherichia coli), produtora de várias vitaminas essenciais ao nosso metabolismo.

- Bactérias utilizadas na indústria. Há já milhares de anos que o Homem utiliza as fermentações bacterianas para produzir queijo, iogurte, vinagre, cerveja, vinho, entre outros produtos. Algumas podem mesmo ser usadas como forma biológica de tratamento de águas de esgotos.

ADR – Ficha informativa n.º 5

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- Bactérias produtoras de antibióticos. As bactérias produzem compostos que lhes permitem defender-se de outras bactérias ou mesmo de outros seres vivos. Esses compostos podem ser utilizados na medicina para combater infecções. É o caso das bactérias do género Streptomyces, que produzem antibióticos como a estreptomicina e a tetraciclina.

Vista em pormenor de várias colónias de Streptomyces

Embora os organismos do reino Monera desempenhem várias actividades com efeitos benéficos para o Homem, a sua acção também pode ser bastante prejudicial. Por exemplo:

- Bactérias patogénicas. Embora sejam uma minoria no total das espécies do reino Monera, não podemos esquecer que algumas bactérias são patogénicas e prejudiciais à saúde. Grande parte das infecções que afectam o ser humano são de origem bacteriana. É o caso da meningite, pneumonia, tubérculos, tétano, cólera, lepra, etc. A famosa peste negra (ou peste bubónica) tem origem bacteriana e foi responsável pela dizimação de grande parte da população europeia na Idade Média.

- Decomposição de alimentos. Apesar de a decomposição ser extremamente importante nos ecossistemas, não podemos esquecer as bactérias decompositoras também actuam sobre os alimentos, provocando a sua putrefacção, ou sobre matéria orgânica, podendo levar à contaminação das águas.

Ideias-Chave •

O reino Monera é constituído por seres unicelulares procariontes (bactérias).



Existem numa grande diversidade de habitats, e em termos de metabolismo apresentam também grande variedade: podem ser autotróficos por quimiossíntes ou fotossíntese ou heterotróficos por absorção.



Nos ecossistemas ocupam uma posição importante como decompositores (alguns são produtores).



Os seres vivos do reino Monera são muito importantes ao nível dos ecossistemas, estabelecem relações simbióticas importantes com os organismos e são também muito importantes para o Homem, podendo ser utilizados na indústria ou na produção de medicamentos.



Podem ser prejudiciais na medida em que intervêm no processo de putrefacção de alimentos e algumas espécies são patogénicas, podendo provocar problemas de saúde.

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ADR – Ficha Informativa n.º 5

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