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DESCOBRIMENTO DO BRASIL PERÍODO PRÉ-COLONIAL PRIMEIRAS DÉCADAS DE COLONIZAÇÃO RESUMO E QUESTÕES DE VESTIBULARES 1. Introdução: Em 2000 o governo brasileiro fez uma ampla programação de comemoração dos 500 anos de descobrimento do Brasil. Colocam-se, então duas perguntas: será que o Brasil começou a ser colonizado em 1500? E será que a colonização é um motivo para se comemorar? A resposta à primeira pergunta está logo a seguir, a resposta à segunda ficou clara no próprio calendário das comemorações, onde em cada evento havia junto uma manifestação indígena rememorando a dor dos povos nativos trazida pela colonização portuguesa.
. O governo central: Em 1549, a Coroa portuguesa decide implantar um governo central na colônia com medo da perda do território para os franceses e após a notícia da descoberta da mina de Potosi pelos espanhóis em 1545, a maior mina de prata do mundo na atual Bolívia. A capitania da Bahia foi comprada pela Coroa portuguesa e lá se estabeleceu o governo-geral, em paralelo ao poder dos donos das capitanias. . As câmaras municipais: Outra esfera de poder na colônia que prevalece em todo o período colonial é o das câmaras municipais, que existiam apenas nas cidades mais importantes. Seus membros, os vereadores, eram constituídos pelos homens bons, grandes proprietários de escravos e terras. Em um momento posterior e em cidades mais mercantis, as câmaras foram ocupadas por grandes comerciantes. Eram importantes centros de poder e de decisão na colônia e algumas vezes se confrontavam com a Coroa. . Os cristãos-novos: Importantes na colonização portuguesa na América foram os cristãos-novos, judeus convertidos forçadamente ao cristianismo. Mais ainda após a instauração da Inquisição em Portugal em 1547, quando estes passam a ser duramente perseguidos na metrópole. . A questão indígena: Havia por volta de 3 milhões de índios na América portuguesa em 1500. Os índios ‘brasileiros’ não tinham sociedades tão complexas como astecas ou incas, mas tinham o controle de uma agricultura itinerante, a coivara, que iria ser adotada em parte pelos portugueses. Segundo a ideologia da colonização, a catequização dos índios era o principal motivo da colonização. Inicialmente, os portugueses fizeram comércio com os índios, mas com as grandes plantações, começam a utilizar a mão-de-obra indígena à força. O trabalho compulsório – obrigatório – indígena é utilizado majoritariamente em toda a colônia até 1600, na maioria das vezes, em forma de trabalho escravo. Depois disso, com a redução da população nativa, o trabalho indígena passa a ser substituído pelo trabalho escravo africano nas regiões centrais da colonização e o braço indígena fica restrito às regiões periféricas, onde ainda há muitos índios. A Coroa portuguesa, logo no início da colonização, proibiu a escravidão dos índios, o que era letra morta até a época pombalina. Mesmo assim, a escravidão dos índios sempre foi liberada em casos de guerra justa. Houve grande resistência indígena a essas formas de trabalho compulsório, sendo emblemática a Confederação dos Cariris.
2. O período pré-colonial (1500-1530): . O descobrimento e o comércio indiano: Após a assinatura do Tratado de Tordesilhas, Portugal continua dando destaque ao comércio com as Índias. Em uma dessas viagens, a frota de Pedro Álvares Cabral, aporta no litoral da América, reconhece o território e segue a sua viagem para a Índia. . O escambo de pau-brasil: Expedições feitas pela costa brasileira em 1501 e 1502 contatam naquele tempo que a única riqueza local era o pau-brasil, uma madeira tinteira. Esse passa a ser explorado em contrato de monopólio e não é explorado de fato pelos portugueses, mas comprado aos índios sob forma de escambo. . A presença estrangeira: Mais que os portugueses, neste período e mesmo depois do início da colonização, estavam pressentes outros estrangeiros no território da América portuguesa, em especial os franceses, que eram os principais compradores do pau-brasil dos índios. 3. A colonização de fato: . A motivação da colonização: A partir de 1530, a Coroa portuguesa se decide pela colonização do Brasil. Os motivos para tal são: a presença crescente de estrangeiros na colônia; a descoberta de ouro e prata na América espanhola; o fim do monopólio português no comércio indiano e a conseqüente crise deste comércio. . O sistema de capitanias hereditárias: Em 1532, tomou-se a decisão de dividir a colônia em 14 capitanias hereditárias, doadas a nobres portugueses que teriam a obrigação de povoar, proteger e desenvolver seus territórios. A grande nobreza e a burguesia portuguesa não se interessaram pelo empreendimento, deixando-o à pequena nobreza. O sistema de capitanias não foi um sucesso porque os colonos não eram poderosos o suficiente para lutar contra os estrangeiros e os índios. Não tinham também um farto capital para investir na colônia. Mesmo assim, o sistema continuou a existir até fins do século XVIII.
QUESTÕES DE VESTIBULAR Questão 1: “Uma vez um velho perguntou-me por que: vindes vós outros mairs e pêros [franceses e portugueses] buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tem madeira em vossa terra? Respondi que tínhamos muitas, mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraímos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com seus cordões de algodão e sua plumas.” (Melatti, Julio cezar, Índios de Brasil, p. 178.) Esta passagem retrata um momento da história do Brasil. Assinale a alternativa correta. A - Conquista e colonização bandeirante no Centro-Oeste. B - Conquista do sertão sulista pelos bandeirantes. C - Exploração da costa brasileira antes da colonização efetiva. D - Colonização do Nordeste através dos engenhos de açúcar. E - Exploração das minas de ouro e diamantes no século XVIII.
Mundo de nets, sites, e / email. / De ciência avançada / Mas também de AIDS e fome / Mundo de pobres / Mundo de ricos / Mundo, imundo, sujo e / poluído. / Enfim ... Homem / É este o mundo que tens / Para nele viver, procriar e / morrer. / De que? / De velhice, de doença, de / fome ou mesmo vítima da / violência. Lenora Maria Considerando o contexto das conquistas marítimas da Coroas Ibéricas, especificamente a proposta de colonização e a chegada ao Novo Mundo, as palavras grafadas no verso “Enfim... Homem, é este mundo que tens, para nele...morrer (...) de doença, de fome ou mesmo vítima da violência” podem expressar a: A - visão do colonizador sobre as condições de vida nas Américas, em face da escassez de alimentos e as epidemias alastradas entre os sobreviventes europeus após a conquista do Novo Mundo. B - impotência dos portugueses diante das dificuldades naturais, inviabilizando a execução plena da proposta colonizadora da Coroa Portuguesa que se baseava no combate às doenças e à fome que atingia os trópicos.
Questão 2: “O Homem e o mundo”. O homem e o mundo / Que mundo? / De guerra, de terror. / Onde a paz se faz ausente / E a violência presente / Que violência? / Do campo? Onde morrem / os lavradores. / Da cidade? Onde o homem / sofre horrores / Mundo de ontem, devagar / Mundo de hoje, apressado, / 1
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C - desilusão do colonizador ao constatar que a construção do paraíso terrestre nas Américas estava comprometida, pois as doenças e a fome, características do novo mundo, enfraqueciam as nações indígenas e os impossibilitava de participar da colonização. D - situação de domínio a que foram submetidas às nações indígenas com os colonizadores nas terras do Brasil, pois as mudanças introduzidas pelos portugueses contribuíram para a difusão de doenças e de violência entre os índios. E - conquista portuguesa ultramarina, que provocou problemas de ordem social em escala mundial, sendo que entre as sociedades primitivas que já habitavam o Novo Mundo, o cenário só melhorou quando foi colocado em prática o projeto de colonização.
B - a Espanha, com base no Tratado de Tordesilhas, impedia a presença portuguesa nas Américas, policiando a costa com expedições bélicas; C - as forças e atenções dos portugueses convergiam para o Oriente, onde vitórias militares garantiam relações comerciais lucrativas; D - os franceses, aliados dos espanhóis, controlavam as tribos indígenas ao longo do litoral, bem como as feitorias da costa sul-atlântica; E - a população de Portugal era pouco numerosa, impossibilitando o recrutamento de funcionários administrativos. Questão 7: Leia as afirmativas abaixo sobre a expedição de Pedro Álvares Cabral, que saiu de Lisboa em março de 1500: I. A missão da esquadra era expandir a fé cristã e estabelecer relações comerciais com o Oriente, para trazer as valiosas especiarias para Portugal; desta maneira, reunia num mesmo episódio os esforços da Coroa, da Igreja e dos grupos mercantis do Reino. II. Chegar às Índias através de um caminho inteiramente marítimo só foi possível após o longo "périplo" realizado pela costa africana, durante o século XV, por diversos navegadores portugueses, cujos expoentes foram Bartolomeu Dias e Vasco da Gama. III. A viagem expressou a subordinação da Coroa portuguesa à Igreja Católica, na época dos descobrimentos, já evidenciada quando o Papa estabeleceu a partilha do Mundo Novo, em 1494, através do Tratado de Tordesilhas. IV. Era objetivo da viagem tomar posse de terras a Oeste, de modo que assegurasse o controle do Oceano Atlântico Sul e, conseqüentemente, da rota marítima para as Índias. Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas: A - somente I, II e III B - somente I, III e IV C - somente II, III e IV D - somente I, II e IV E - todas as afirmativas estão corretas
Questão 3: "(...) mais fortes, mais robustos, mais entroncados, mais bem dispostos e menos sujeitos a moléstias, havendo entre eles muito poucos coxos, disformes, aleijados ou doentios.” (Jean de Lery, Viagem à Terra do Brasil, RJ, BIBLIEX,p.101) O discurso de Lery, um dos primeiros mais detalhados sobre a vida dos ameríndios no litoral da América Portuguesa no século XIX, destoa de uma visão tradicional de incapacidade para o trabalho da qual o indígena seria portador, o que justificaria a importação de africanos para o trabalho escravo. Esta interpretação mascara dois preconceitos: A - o português não serviria como trabalhador na colônia por sua aversão à atividade agrícola e sua total incapacidade de viver em um ambiente tropical desprovido dos prazeres existentes em sua terra de origem. B - a América portuguesa, ao contrário da Espanha, seria incapaz de gerar riquezas para sua metrópole, e seus habitantes tradicionais sempre foram hostis para com os colonos, dificultando o contato entre eles. C - O ameríndio, desacostumado às práticas do trabalho sistemático para outro, era tratado como preguiçoso, enquanto o africano, retirado à força de sua terra, recebia a pecha de ser um “bom trabalhador” (escravo). D - As práticas indígenas de canibalismo e as guerras inter-tribais horrorizavam os colonos, o que levou a repudiar qualquer contato entre eles e a estimular a vinda de africanos muito mais civilizados. E - O ameríndio sempre foi dócil à ação dos missionários católicos que impediam a sua escravização, enquanto os africanos, por sua formação islâmica, em sua maioria, reagiam com violência, à pregação jesuítica.
Questão 8: Nos trinta primeiros anos da História do Brasil, Portugal se preocupa apenas em garantir sua posse através das expedições ___________________ contra corsários estrangeiros. A resposta certa é: A - de povoamento; B - guarda-costas; C - comerciais; D - colonizadoras; E - exploradoras.
Questão 4: É correto afirmar que a prática da antropofagia entre algumas tribos indígenas brasileiras se devia: A - ao barbarismo daqueles povos, que não possuíam religião ou normas morais capazes de refrear seus instintos; B - à crença de que, ao devorarem os inimigos, os índios estariam incorporando suas virtudes e qualidades; C - à influência dos conquistadores europeus, uma vez que os índios procuravam responder à crueldade dos brancos; D - a uma estratégia de apavorar os adversários, que ficavam com medo de combater os antropófagos. Questão 5: Acerca das pretensões iniciais da exploração e conquista do Brasil, assinale a alternativa correta: A - Interesses antropológicos levaram os portugueses a fazer contato com outros povos, entre eles os índios do Brasil. B - O rei dom Manuel tinha-se proposto chegar às Índias navegando para o ocidente, antecipando-se, assim, a Cristóvão Colombo. C - O interesse científico de descobrir e classificar novas espécies motivou cientistas portugueses para se lançarem à aventura marítima. D - Os conquistadores estavam interessados em encontrar terras férteis para desenvolver a cultura do trigo e, assim, dar solução às crises agrícolas que sofriam em Portugal. E - Os portugueses estavam interessados nas riquezas que as novas terras descobertas podiam conter, além de garantir a segurança da rota para as Índias.
Questão 9: “Porém a terra em si é de muitos bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Doiro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá. Águas são muitas, infinitas, e em tal maneira é graciosa que querendo-a aproveitar dar-se-á nela tudo...” (Carta de Pero Vaz de Caminha. ed. crítica de Jaime Cortesão. A carta de Pero Vaz de Caminha, Lisboa: portugália, a. d, p.256.) Pelo documento acima citado é possível deduzir que: A - os portugueses somente procuravam terras com clima semelhante ao de Portugal para transferir a população do Doiro e Minho; B - o objetivo de Caminha era atrair portugueses para as terras do Brasil, pois havia problemas de clima e de falta de água em Portugal; C - Caminha, escrivão da esquadra de Cabral, descreve para o rei de Portugal a região descoberta como um paraíso com o clima e a natureza favoráveis à ocupação; D - os portugueses somente procuravam áreas para o plantio de café e para isso enviaram Caminha como explorador; E - os portugueses procuravam terras graciosas na América e, dessa forma, enviaram Caminha no comando da expedição. GABARITO: questão 1: C - questão 2: D - questão 3: C - questão 4: B questão 5: E - questão 6: C - questão 7: D - questão 8: B - questão 9: C
Questão 6: Os portugueses chegaram ao território, depois denominado Brasil, em 1500, mas a administração da terra só foi organizada em 1549. Isso ocorreu porque, até então: A - os índios ferozes trucidavam os portugueses que se aventurassem a desembarcar no litoral, impedindo assim a criação de núcleos de povoamento; 2