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História e Cultura das Artes Classicismo Prof. Sidónio Oliveira 2018-2019
Períodos da História da Música • Antiguidade Clássica (até 400 D.C.) • Idade Média (400 D.C. a 1450 D.C.) • Renascimento (1450 a 1600) • Barroco (1600 a 1750)
•Classicismo (1750 a 1810 [30]) • Romantismo (1810 [20] e 1910) • Música do Século XX • Música do Século XXI
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Contexto Histórico da 2ª metade do séc. XVIII • 1760 – Início da Revolução Industrial em Inglaterra. • 1775 – 1783 – Revolução Americana. • 1778 – Inauguração do Teatro La Scala de Milão. • 1781 – Kant (1724-1804) escreve a Crítica da Razão Pura. • 1789 - Início da Revolução Francesa, Luís XVI é guilhotinado e Napoleão Bonaparte começa a sua ascendência que o levará a se auto proclamar imperador. • 1792 – George Washington é presidente dos Estados Unidos. • 1792 - Mozart é enterrado como indigente.
Contexto SOCIAL da 2ª metade do séc. XVIII • Ascensão da Burguesia e de uma numerosa classe média. • Primeiros passos do processo de popularização e generalização da arte e do ensino. • A filosofia, a ciência, a literatura, as artes plásticas e a musica começam-se a dirigir a um público mais amplo. • Escrevem-se tratados populares para colocar a cultura ao alcance de todos • Os romances e as peças de teatro começam a retratar pessoas comuns com emoções comuns. • O mecenato estava em declínio, mas cresciam as salas de concertos para um “público moderno”.
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Evolução do pensamento ao longo do séc. XVIII • O movimento clássico foi buscar inspiração à arte e à literatura do mundo antigo (Grécia clássica). • O seculo “das luzes” caracteriza-se também pelos seus ideais humanitários. • Estas ideias humanitárias foram “abraçadas” pela Maçonaria. • Crença na eficácia do conhecimento experimental aplicado. • Crença no valor dos sentimentos naturais, comuns a todos os homens. • O individuo é “o ponto de partida da investigação e o critério ultimo da acção”. • A religião, a filosofia, a ciência, as artes, a educação e a ordem social – tudo devia ser avaliado em função do modo como contribuía ou não para o bem-estar do individuo. • A estética deste período defendia que a função da musica e das outras artes era imitar a natureza oferecendo aos ouvintes imagens sonoras agradáveis.
A estética musical do classicismo • A musica devia ir ao encontro do ouvinte e não o obrigar a fazer um esforço para ouvir e entender a sua estrutura. • Devia cativar (através de sons agradáveis e de uma estrutura racional) e comover, mas não surpreender demasiado (através da excessiva elaboração), e muito menos causar perplexidade. Devia evitar a complexidade. • J.J.Rousseau defendia a composição musical como “a arte de inventar melodias e de as acompanhar com harmonias apropriadas”. • À extravasão e densidade Barrocas sucedem-se a contenção e a unidade clássicas. • À artificialidade e exuberância do Barroco, sucedem-se a procura da simplicidade e da naturalidade no Classicismo. • Ao experimentalismo Barroco sucede-se a racionalização clássica. • 1691 – Werckmeister, no seu livro “Valor, Uso e Abuso da Nobre Arte da Musica” afirma: “a musica é uma dadiva de Deus, para ser usada em sua honra”. • 1776 – Charles Burnay, no 1º volume da Historia Geral da Musica, afirma: “A musica é um luxo inocente e, em boa verdade, desnecessário à nossa existência, embora grandemente proveitosa e agradável ao ouvido”.
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A estética musical do classicismo • A musica devia ir ao encontro do ouvinte e não o obrigar a fazer um esforço para ouvir e entender a sua estrutura. • Devia cativar (através de sons agradáveis e de uma estrutura racional) e comover, mas não surpreender demasiado (através da excessiva elaboração), e muito menos causar perplexidade. Devia evitar a complexidade. • J.J.Rousseau defendia a composição musical como “a arte de inventar melodias e de as acompanhar com harmonias apropriadas”. • À extravasão e densidade Barrocas sucedem-se a contenção e a unidade clássicas. • À artificialidade e exuberância do Barroco, sucedem-se a procura da simplicidade e da naturalidade no Classicismo. • Ao experimentalismo Barroco sucede-se a racionalização clássica. • 1691 – Werckmeister, no seu livro “Valor, Uso e Abuso da Nobre Arte da Musica” afirma: “a musica é uma dadiva de Deus, para ser usada em sua honra”. • 1776 – Charles Burnay, no 1º volume da Historia Geral da Musica, afirma: “A musica é um luxo inocente e, em boa verdade, desnecessário à nossa existência, embora grandemente proveitosa e agradável ao ouvido”.
Principais vectores da teoria e prática musicais:
• Estabelecimento dos princípios da harmonia. • Aparecimento da forma-sonata. • Aparecimento da sinfonia como forma instrumental autónoma. • Emergir do piano (piano-forte). • Padronização da orquestra.
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Piano-forte Em 1709 B. Cristofori (1655 – 1731) desenvolve em Florença o primeiro mecanismo semelhante ao Piano, ao introduzir num cravo um sistema de martelos que percutiam as cordas. Quase todos os construtores de órgãos e cravos se interessaram por este novo instrumento que evoluiu bastante depressa.
Estrutura de uma Orquestra Clássica
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Os Filhos de Bach (Pré-Classicismo) Carl Philippe Emanuel Bach (1714 – 1788) • Deixou uma abundante produção de sonatas para Clavicórdio, depois tocadas em Piano-Forte e escreveu o “Ensaio sobre a verdadeira arte de tocar instrumentos de tecla.
Os Filhos de Bach (Pré-Classicismo) Johann Christian Bach (1735 – 1782) • Depois de ter estudado com o pai e com o irmão, vai para Itália onde se converte ao catolicismo. Acaba por se mudar para Londres onde se torna famoso pelos seus concertos para Piano-Forte.
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O classicismo em Portugal João Domingos Bomtempo (1775-1842)
João de Sousa Carvalho (1745-1798)
Marcos de Portugal (1762 – 1830)
Requiem em Dó menor, Op.23 "À memória de Camões" (c.1818)
Andante - Toccata em Sol menor
La Donne Cambiate
Joseph Haydn (1732-1809) • Aos 6 anos muda-se para Viena onde cresce trabalhando e tendo algumas lições de música • Aos 29 anos entra ao serviço dos príncipes Esterhazy, ocupando o cargo de mestre capela por 30 anos • Chega a gozar de grande prestigio sendo mesmo, na altura, considerado o maior compositor vivo • Deixou uma extensa obra musical em que se destacam mais de 100 sinfonias (é por vezes chamado “Pai da Sinfonia”)
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Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) • Nasce em Salzburgo, filho do compositor Leopold Mozart • Tem as primeiras lições de musica (piano e violino) aos 3 anos de idade • Passa a infância e a adolescência a fazer digressões pela Europa, onde é apresentado nos salões das casas nobres como menino prodígio
Minuet em Sol Maior K1
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) • Aos 25 anos fixa-se em Viena, onde casa com Constança Weber • A partir de 1785, com grandes dificuldades económicas, dá aulas, faz concertos e compõe • Morre aos 35 anos sendo sepultado na vala comum do cemitério de S. Marcos em Viena
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Obras mais importantes de Mozart: •
Música religiosa - 8 grandes missas, 10 missas breves, “as vésperas” e o Requiem
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Música orquestral – 41 sinfonias e variadíssimos concertos para solista (violino, piano, flauta, clarinete, etc.)
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Música para instrumento solo
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Música de Câmara – 24 quartetos de cordas e variadas obras para todo o tipo de grupos de câmara – duetos, trios, etc.
As óperas de Mozart •
MOZART fez quase uma fusão entre os géneros cómico e sério
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Entre as suas óperas mais ao estilo sério encontram-se: – Il Pastore (1755), Idomeneu, rei de Creta (1781), La Clemenza di Tito (1791)
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Nas óperas de estilo Buffo sobressaem: – As Bodas de Fígaro (1786), Cosi fan Tutte (1790), D. Giovanni (1787) Nas óperas em Alemão compôs Singspiels como: – Bastien und Bastienne (aos 11 anos de idade), O Rapto do Serralho (1782), A Flauta Mágica (1791)
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A ópera do classicismo
• A ópera em Italiano: – Continua a ser o modelo mais utilizado no período clássico sendo escrita não Itália mas também em Inglaterra, Portugal, Espanha, Rússia e algumas colónias da América do Sul – Continua a desenvolver-se nas duas vertentes de ópera séria e ópera buffa
só́ em
Ópera Séria com temas históricos ou mitológicos, enfatizando os valores morais e os sentimentos nobres, mas ao contrário da ópera barroca, tem normalmente um final feliz. Ópera Buffa com temas da vida quotidiana, mistura o elemento cómico com o sentimental • A ópera em Francês – Em França o estilo mais divulgado é o da “Opéra Comique”, com temas da vida burguesa e campestre – Após a revolução aparece também a “Opéra de Sauvetage” (opera de libertação), normalmente relacionada com temas de liberdade e opressão em que um dos protagonistas se encontra prisioneiro sendo libertado no final
A ópera do classicismo • A ópera em Alemão – Na Alemanha continuava-se a escrever principalmente ópera em Italiano, no entanto aparecem alguns exemplos de óperas em alemão, são eles:
A “Grand-ópera” alemã é o equivalente à Ópera Séria mas cantada em alemão, normalmente com temas mitológicos O Singspiels – o equivalente à ópera cómica, que sendo vista como o “género menor”, Mozart projectou para grandes níveis de qualidade
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Ludwig van Beethoven (1770 – 1827) • Nasce em Bona em 1770, nono filho em que dois eram cegos, dois eram surdos e um era atrasado mental • Recebe as primeiras lições de seu pai que esperava fazer dele um fenómeno igual ao de Mozart • Aos 22 anos muda-se definitivamente para Viena de Áustria, onde estuda com Haydn e Salieri, entre outros, e onde vive das aulas e concertos que dá
As três fases da música de Beethoven •
1ª Fase – até 1802 – Fase Clássica, muito dependente da tradição vienense Obras mais importantes desta fase: – 1ª e 2ª Sinfonias – 1º e 2º Concertos para Piano – Primeiros Quartetos de Cordas e as 11 primeiras Sonatas para Piano
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As três fases da música de Beethoven •
2a Fase – de 1802 a 1814 – Fase do amadurecimento Principais obras desta fase: – Sinfonias nº 3, 5 e 6 – Quartetos de Cordas “Razumovsky”, Ópera Fidélio – Sonata para piano op. 27 (Sonata ao Luar)
As três fases da música de Beethoven •
3a Fase – 1814 – 1827 – Fase da transcendência (monumentalidade, densidade musical, grande liberdade formal e mensagens universais) total surdez e isolamento. Principais obras: – 9ª sinfonia – Missa Solene, Sonatas nº 28 a 32 – Quartetos op. 127, 130, 131 e 135
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Classicismo (1750 a 1810 [30])
Contexto Histórico da 2ª metade do séc. XVIII Contexto Social da 2ª metade do séc. XVIII Evolução do pensamento ao longo do séc. XVIII A estética musical do classicismo Principais vectores da teoria e prática musicais Compositores mais influentes
• Antiguidade Clássica (até 400 D.C.) • Idade Média (400 D.C. a 1450 D.C.) • Renascimento (1450 a 1600) • Barroco (1600 a 1750) • Classicismo (1750 a 1810 [30])
•Romantismo (1810 [30] e 1910) • Música do Século XX • Música do Século XXI
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