Gritos de dor A cada instante correm notícias de dor que se repetem em muitos lugares desta região do Oeste sudanês, ao ponto de transformar o Darfur numa mancha cada vez mais suja no mapa do globo terrestre. Às acções criminosas e mortíferas da responsabilidade do governo sudanês, une-se o mundo árabe e uma boa parte do continente africano, assim como também a China e outros países. Personalidades influentes no norte do mundo falam cautelosas e com voz titubeante, enquanto os seus interesses políticos neutralizam e anulam o direito à justiça, à paz e à vida deste povo. No entanto, os gritos sofredores não param de ouvir-se. Chegam, imediatos e directos, de todas as direcções. Vêm de Abujabra e Mujlad, zonas de petróleo ainda por explorar e já em disputa. Vêm dos lados do Egipto, atravessando o deserto líbio. Vêm da estepe e savana em Gineina, na fronteira com o Chade. Vêm das florestas de Redom, já a penetrar no sul do país. Uma extensão quase cinco vezes e meia maior que Portugal: Porquê os Janjauids? Porquê toda esta situação de medo, violência e incerteza? Porquê a violação de tantas mulheres e mesmo de menores? E as mortes-genocídio? E os campos de a e refugiados dentro e fora do país? Porquê a anarquia e caos? O presidente sudanês, El Bachir, apertado pela iminente convocação a responder por esses crimes perante o tribunal internacional de Haia, continua a enganar os habitantes de Darfur com promessas de reconstrução das áreas destruídas e desenvolvimento da região, a todos os níveis. Mas a paz continua a ser objectivo ausente nos seus planos.
Feliz da Costa Martins 12 de Novembro 2008 Nyala