Gil Vicente

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GIL VICENTE

GIL VICENTE •

-Viveu entre 1465 e 1537.



-Foi ourives, até por volta de 1502. quando encenou a sua primeira peça o Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro, em homenagem ao nascimento do filho de D. Manuel com D. Maria. A peça fez tanto sucesso que o levou a elaborar outras, igualmente cheias de êxito.



-Gil Vicente foi sem dúvida um homem que viveu um conflito interno, por conta da transição da idade Média para a Idade Moderna. Isso quer dizer que foi um homem ligado ao medievalismo e ao mesmo tempo ao humanismo, ou seja, um homem que pensa em Deus mais exalta o homem livre.

GIL VICENTE - O Autor critica em sua obra, de forma impiedosa, toda a sociedade de seu tempo, desde os membros das mais altas classes sociais até os das mais baixas. - Influência do teatro espanhol de Juan Del Encina no primeiro momento, desenvolvendo no segundo uma obra absolutamente original. -Teatro popular: Gil Vicente não seguiu as Três condições básicas do teatro universal:tempo, espaço e ação. -Com sua formação teológica (teocêntrica, religiosa), Gil Vicente atacou a sociedade época, preocupando-se com a “Salvação das Almas”.

GIL VICENTE •

-Seu teatro é constítuido por uma sucessão de quadros alegóricos, servindo de pretexto à passagem de tipos sociais; rei, papa, padres namoradores, alcoviteiras, parvos (bobos), políticos corruptos, componeses, médicos incompetentes, mulheres adúlteras, maridos traídos, mulheres beberronas, juízes desonestos, velhos, donzelas, soldados, moças da vila..



-Assim, já ficou evidente que o teatro do Gil Vicente é satírico e moralista e que criticou procedimentos da nobreza, do clero e do povo, ainda que tenha revelado a simpatia pelo lavrador, visto por ele como vítima das classes superiores, através de uma estrutura social francamente injusta.

GIL VICENTE



-Teatro versificado, explorando a redondilha maior (sete sílabas ou heptassílabo).



-Segundo alguns estudiosos, a crítica generalizada no teatro de Gil Vicente à modernização dos costumes se deve à sua condição de pensador medieval-cristão.



GIL VICENTE •

Assim Gil Vicente escreveu textos sob as formas especificas abaixo.

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- Auto: peça de caráter religioso.



- Romanescos: temas extraídos das Novelas de Cavalaria.



- Fantasias alegóricas: as personagens são -alegorias e simbolizam entidades do Estado ou do Clero, principalmente.



- Mistério: trechos da Vida do Jesus Cristo. Aconteciam no Natal ou na Páscoa.



- Milagre: narração de algum milagre realizado por um santo.

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- Moralidade: conteúdo se destina a moralizar certos costumes.



- Momo: encenações carnavalescas com as personagens usando máscaras.

- Farsa: história do cotidiano e as personagens são tipos populares.

- Arremedilho: imitação cômica das pessoas ou dos acontecimentos.

GIL VICENTE •

As obras de Gil Vicente podem ser divididas em três fases distintas:



1ª fase (1502/1508) - Juan del Encima - Temas Religiosos



2ª fase (1508/1515) - Problemas sociais Decorrentes da expansão marítima Destacando: - "O Velho da Horta" (obra de cunho hedonta); - "Auto da Índia".



3ª fase (1516/1536) - Maturidade artística - "Farsa de Inês Pereira", que tem como tema é a educação feminina; - "Trilogia das Barcas", uma critica social e religiosa.

GIL VICENTE •

A obra teatral de Gil Vicente pode ser didaticamente dividida em dois blocos:



Autos: peças teatrais de assunto religioso ou profano; sério ou cômico. Os autos tinham a finalidade de divertir, de moralizar ou de difundir a fé cristã. Os principais autos vicentinos são: Monólogo do Vaqueiro; Auto da Alma; Trilogia das Barcas (compreendendo: Auto da Barca do Inferno; Auto da Barca da Glória, Auto da Barca do purgatório); Auto da Feira, Auto da Índia e Auto da Mofina Mendes.



Farsas: são peças cômicas de um só ato, com enredo curto e poucas personagens, extraídas do cotidiano. Destacam-se Farsa do Velho da Horta, Farsa de Inês Pereira e Quem tem Farelos?



A obra vicentina completa contém aproximadamente 44 peças (17 escritas em português, 11 em castelhano e 16 bilingües).

GIL VICENTE • AUTO DA BARCA DO INFERNO •

-Os autos, peças de caráter religioso, que se constituem, geralmente, em alegorias sobre o conflito entre a virtude e a dissipação moral, remontam sua tradição ao final da Idade Média. E o teatro do dramaturgo português Gil Vicente mostra, sobretudo em Auto da barca do inferno, o conflito entre os vícios e as virtudes em uma série de peças em que ridiculariza as crenças supersticiosas, as orações maquinais e as indulgências religiosas.



-Entre as personagens apresentadas, as únicas a merecerem a Barca da Glória são o Parvo, por sua irresponsável inocência e os Quatro Cavaleiros Cruzados, pelo ideal de cristianização, lutando em defesa do catolicismo.

GIL VICENTE • AUTO DA COMPADECIDA •

-O autor mostra um povo religioso, de pé no chão, acuado pela seca, atormentado pelo fantasma da fome e em constante luta contra a miséria. Traça o perfil dos sertanejos nordestinos que estão submetidos à opressão a que foram, e ainda hoje são, subjugados por famílias de poderosos coronéis que possuem terras e almas por vastas áreas do Brasil.



-Dentro desse contexto, João Grilo é a figura que representa os pobres oprimidos, é o homem do povo, é o típico nordestino amarelo que tenta viver no sertão de forma imaginosa, utilizando a única arma do pobre, a astúcia, para conseguir sobreviver.

GIL VICENTE •

-Encontramos também nas duas obras uma severa crítica aos maus costumes dos representantes da Igreja, que abusam de seu poder, contribuindo para a corrupção da instituição, uma vez que favorecem os ricos e têm hábitos que são condenados pela própria Igreja.



A oposição bem x mal, tipicamente da visão maniqueísta cristã, que conseqüentemente divide o mundo em céu e inferno, é característica que consta nas duas peças. O julgamento é moral, portanto condenam-se os vícios e as vaidades e glorifica-se a modéstia e a humildade.



-Encontramos também nas duas obras uma severa crítica aos maus costumes dos representantes da Igreja, que abusam de seu poder, contribuindo para a corrupção da instituição, uma vez que favorecem os ricos e têm hábitos que são condenados pela própria Igreja.

GIL VICENTE •

-Essa diferença começa a ser percebida nos títulos das obras. Em Gil Vicente, Auto da barca do inferno denuncia uma tendência humana para o mal, passando a idéia de que os erros humanos são considerados imperdoáveis na visão divina e os autores desses erros, sem direito à defesa, devem ser condenados ao inferno.



-Em contrapartida, o título da obra de Suassuna, Auto da Compadecida, remete à noção de que o homem é um ser passível de erro, mas é possível que seja perdoado, por intermédio da “Compadecida”, Nossa Senhora, que, na Igreja Católica, é considerada pelos fiéis a advogada capaz de interceder pelos pecadores junto a Jesus Cristo.

GIL VICENTE •

-Portanto, na obra moderna, a visão religiosa é mais flexível e o julgador, Nosso Senhor Jesus Cristo, é capaz de ouvir a justificativa dos seres que estão sendo julgados, interrogando o motivo de tais atitudes consideradas mundanas na sociedade. O bem acaba prevalecendo sobre o mal, ao contrário do que acontece no Auto da barca do inferno, em que o Diabo é protagonista.

• -Apesar de toda a simbologia moralizante cristã representada em personagens alegóricas, a atenção, tanto de Gil Vicente, quanto de Ariano Suassuna está voltada para a centralização do mundo que os rodeia e para a observação da sociedade.

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