Geral

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PLANO AQUARELA Marketing Turístico Internacional do Brasil

Metodologia e Coordenação

CHIAS MARKETING

INTRODUÇÃO Quando um país se propõe a estabelecer como prioridade impulsionar o turismo, é necessário formular um Plano de Longo Prazo que seja referência para todas as suas atuações em um âmbito temporal e que estabeleça as bases e estratégias para todas as suas atuações futuras. A obtenção dos grandes objetivos de incrementar o número de turistas do país e suas conseqüências de aumentar os ingressos turísticos e de gerar emprego no país, é sempre o resultado de um árduo processo de planejamento e implantação. Existem dois enfoques metodológicos de planejamento turístico para obtenção dos objetivos de crescimento turístico de um país: Primeiro, a partir da existência de atrativos naturais ou culturais, mas ainda sem produtos turísticos, dá-se prioridade para a formulação do Plano de Desenvolvimento Turístico já que, sem produto, não existem turistas. Outro enfoque é aquele que, tomando como base os produtos existentes inicia-se o Plano de Marketing Turístico que, ao atrair mais turistas dentre os existentes atualmente, atua como acelerador do processo de mudança necessário.

PLANO AQUARELA DO BRASIL. Marketing Turístico Internacional Relatório executivo

1

RECURSOS

PRODUTOS

DESENVOLVIMENTO ATRATIVOS

OFERTAS

MERCADO

MARKETING ATUAÇÕES MERCADOS

NATURAIS E CULTURAIS (patrimônio, artesanato, gastronomIa , intangives )

TRADE

NACIONAL INTERNACIONAL

CONSUMIDOR

INFRA-ESTRUTURAS E SERVIÇOS

PRODUTOS

GERAIS E DO SETOR TURÍ STICO

GERAIS ESPECIALIZADOS

+ TURISTAS + RECEITAS EMPREGOS

PESSOAS POSICIONAMENTO

ORGANIZAÇÃO PLANEJAMENTO E LEGISLA ÇÃO

MAIOR BEM ESTAR

Para preparar um Plano de Desenvolvimento Turístico devem ser, em primeiro lugar, inventariados os recursos existentes no país. Entendemos por Recursos o conjunto de atrativos culturais e naturais de um país, criados e conservados por seu povo ao longo da história. O segundo inventário realizado é o levantamento completo da situação da infra-estrutura geral: transporte, comunicações, saneamento, saúde, comércio, etc., que afetam a mobilidade pelo país e a atenção aos visitantes.

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O terceiro inventário que deve ser realizado está centrado nos equipamentos próprios do setor turístico, tais como hotéis, pousadas, restaurantes, agências de viagens, empresas de aluguel de veículos, serviços de guias, etc. que constituem os elementos sobre os quais atua a chamada indústria turística. O quarto elemento a ser considerado é constituído pelas características gerais e as capacidades das pessoas que prestam os diferentes serviços gerais e específicos do turismo. Sua qualificação e formação profissional são pontos chave nesta parte de um estudo para o desenvolvimento turístico. Quando todos estes recursos se estruturam para seu uso e aproveitamento, se convertem em Produto. Um produto turístico é uma proposta de viagem fora do lugar de residência habitual, estruturada através dos recursos, à qual se incorporam serviços turísticos: transporte, alojamento, guias de viagem, serviços de alimentação, etc. O desenvolvimento turístico tem como objetivo criar e definir produtos a partir dos recursos, para os quais haverá que definir o que se pode realizar propondo um conjunto de atividades: visitar, assistir, participar, estudar, comprar, comer, dormir, etc. e formulando uma proposta de acessibilidade, que são os horários de funcionamento, formas de chegar e preços, por parte de um público. Um recurso no qual a proposta não esteja definida previamente pelo proprietário ou gestor do recurso, não se considera produto, pois não são possíveis nem o uso, nem o aproveitamento por parte do público. Para realizar o processo de planejamento do Marketing Turístico, partimos do produto, quando ele é promovido fora da sua localidade e se converte em uma Oferta.

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3

A oferta é um produto promovido mediante programas de atuações de comercialização, venda e comunicação, dirigidas tanto ao público profissional, o chamado “trade turístico”, como ao turista potencial, ou consumidor. Uma Oferta Turística é, então, um produto turístico promovido através das redes de venda e/ou de comunicação turística. O público, atraído pelo produto e por sua oferta, efetua o consumo turístico. Entendemos por consumo turístico a realização por parte do público consumidor, da atividade proposta no produto: visitar, passear, comer, comprar, assistir, praticar esportes, etc. O Plano Aquarela - Marketing Turístico Internacional do Brasil é o instrumento técnico adequado para alcançar o objetivo de impulsionar o turismo. Em sua formulação foi considerado um trabalho técnico de implantação a ser realizado para que este crescimento turístico seja sólido e sustentável, a partir de um processo de planejamento que vai diferenciar o Planejamento para o Desenvolvimento Turístico do Planejamento para o Marketing Turístico, a fim de que se tenha claro qual é o âmbito dentro do qual o trabalho foi elaborado. Para dar forma ao Plano Aquarela foi utilizado um esquema metodológico pensado para conjugar a liderança institucional do Ministério do Turismo, através da Embratur, com a perícia técnica, o que permitiu um trabalho rigoroso, ordenado, participativo e de busca de consenso e compromisso por parte dos agentes públicos e privados do setor.

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O Plano Aquarela tem três fases distintas:

O ponto de partida deste processo metodológico foi o Diagnóstico. Este não constitui um fim em si mesmo, mas um instrumento de geração de informação e, fundamentalmente de ordenação, sistematização e análise de dados pré-existentes e produção de novos dados. Assim, obteve-se uma radiografia do turismo no país como suporte para um planejamento de marketing consistente e preciso. A formulação da Estratégia de Marketing é decorrente das conclusões do Diagnóstico. A partir daí foi definida a visão de futuro para o turismo do país e, em decorrência, as linhas estratégicas de desenvolvimento do marketing, os objetivos concretos e os programas para alcançá-los. A concretização do Plano Aquarela está no Plano Operacional. Nele estão desenhadas as atuações necessárias para pôr em prática as linhas estratégicas geradas durante a etapa anterior.

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FASE I - O DIAGNÓSTICO A primeira fase, o Diagnóstico, estudou a situação atual, base da análise, que permite incorporar informação técnica precisa para a formulação das conclusões e da estratégia.

Para esta análise foram consideradas 3 realidades . Em primeiro lugar, a realidade do Mercado Turístico, através do estudo do turismo no Brasil, do turismo nas Américas e do Turismo no Mundo.

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Em seguida a realidade interna, Situação da Oferta Turística Internacional, do produto turístico Brasil, e também a realidade da sua Promoção. A Opinião Interna do setor turístico brasileiro foi incorporada através da realização de seminários e reuniões com entidades, líderes de segmentos e grandes corporações. Para conhecer a sua realidade externa, ou seja, qual é a imagem turística do Brasil existente nos mercados turísticos mais importantes foram estudadas a Opinião do Trade Internacional e a Opinião dos Turistas, em 3 pesquisas que permitiram medir o nível de conhecimento e a imagem que têm do Brasil. 1. O MERCADO TURÍSTICO Neste capítulo é apresentada uma breve análise do desenvolvimento do turismo no mundo, tendo como objetivo identificar as principais tendências do turismo no contexto global. Estabelecida uma visão ampla do desenvolvimento turístico mundial, são apreciados os números do turismo internacional no Brasil no período 1990/2003.

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1.1 O turismo no mundo

TENDÊNCIAS DO TURISMO MUNDIAL

MUNDO AMÉRICAS AMÉRICA DO SUL BRASIL

Previsão

Previsão

2010

2020

694

1.006,0

1.561,0

120,0

112,4

190,0

282,0

11,8

12,5

9,3

26,9

42,8

1,99

3,78

4,09

9,0

14,1

1990

1995

2002

457,2

565,4

714,6

92,8

108,9

7,9 1,09

2003

Turismo: Panorama 2020. Previsiones mundiales y perfiles de los segmentos de mercado. OMT, 2004. Com informações fornecidas pelos países membros (Milhões de turistas internacionais)

O volume turístico internacional em 2003 foi de aproximadamente 700 milhões de pessoas (sendo considerado turista a pessoa que realiza uma viagem para além das fronteiras territoriais de seu próprio país) e a receita gerada da ordem de 483 bilhões de dólares. A previsão da Organização Mundial do Turismo (OMT) é de crescimento do fluxo para os próximos anos. Estima-se que em 2010 o número de turistas deverá superar a marca de 1 bilhão e em 2020 esse número chegará a 1,5 bilhões. Os números de 2003 indicam uma recuperação dos fluxos mundiais do turismo e os indicadores preliminares de 2004 são animadores, todos os dados apontam para uma retomada da curva de crescimento e vão confirmando, na prática, a viabilidade das estimativas feitas pela OMT para o ano de 2010.

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TURISMO NO MUNDO 2003 4%

4%

16%

59% 17%

Europa

Asia e Pacífico

Américas

África

Oriente Médio

Fonte: Barômetro OMT del Turismo Mundial. 2a edição, no. 2, julho de 2004.

A Europa segue como o principal mercado turístico do mundo, correspondendo a quase 2/3 do comércio mundial do setor. A mudança mais sensível foi na segunda colocação, com crescimento nos últimos anos a Ásia elevou sua presença no mercado, em 2003 o continente asiático superou as Américas em 1% e ficou com a 2a colocação, recebeu 17% de total de turistas internacionais contra 16% do continente americano.

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1.2 O turismo nas Américas O ritmo de crescimento, que se manteve ascendente durante toda a década de 1990, perde força em 2001. O cenário mundial desfavorável – crise econômica e o “11 de setembro” – provocou um impacto considerável no turismo nas Américas, o efeito direto foi a diminuição no número de chegadas de turistas para os destinos da região, reduzindo a participação das Américas no mercado turístico mundial. (Tendências dos mercados turísticos: as Américas – 2002. OMT).

CHEGADAS DE TURISTAS INTERNACIONAIS NAS AMÉRICAS – 1990/2003

1990

1995

2000

2001

2002

2003

América do Norte

71,7

80,5

91,2

84,4

81,6

76,1

Caribe

11,4

14,0

17,2

16,9

16,1

17,3

América Central

1,9

2,6

4,3

4,4

4,7

4,9

América do Sul

7,9

11,7

15,2

14,4

12,5

14,2

92,9

108,8

127,9

120,2

114,8

112,4

TOTAL

Os dados da OMT incluem estimativas de países para os quais faltam dados (milhões de turistas) Fontes: Tendências dos mercados turísticos: as Américas – 2003. OMT Barômetro OMT del Turismo Mundial. Volume 2, no. 2, julho de 2004. OMT

A situação da Argentina afetou diretamente o desempenho do turismo no extremo sul da região, sobretudo no Chile e no Brasil. Contraditoriamente, o turismo na Argentina favoreceu-se de sua grave crise econômica, a taxa de câmbio extremamente baixa possibilitou um crescimento do volume de chegadas de 7,6% no ano de 2002.

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O VOLUME TURÍSTICO NAS SUB-REGIÕES DAS AMÉRICAS

2003

4% 13%

1990 2%

1995

9%

2%

12%

2000 12%

11%

15%

3%

13%

13%

68% 74%

77%

América do Norte

América do Sul

72%

América Central

Caribe

Fontes: Tendências dos mercados turísticos: as Américas – 2003. OMT Barômetro OMT del Turismo Mundial. Volume 2, no 2, julho de 2004. OMT

• Os mercados A OMT ainda não disponibilizou os dados completos detalhados do turismo por regiões continentais, as informações liberadas até o momento não permite trabalhar com os países ou região de origens dos turistas internacionais em 2003. De acordo com os dados de 2002, o principal mercado turístico do continente americano são as Américas, que representam mais de 70% do fluxo dessa região. Confirmando assim a importância dos mercados inter-regionais e o papel determinante da facilidade de deslocamento no turismo internacional.

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TURISTAS QUE VISITAM AS AMÉRICAS POR REGIÕES DE ORIGEM

REGIÃO DE ORIGEM Américas

1990

2000

2001

2002

72.288

80.284

91.936

88.268

85.969

220

265

418

408

342

6.142

8.901

10.122

8.584

7.863

12.235

16.814

22.933

20.257

18.298

163

214

322

313

179

1.936

2.345

2.194

2.326

2.202

África Ásia e Pacífico Europa

1995

Oriente Médio Origem não especificada

Os dados da OMT incluem estimativas de países para os quais faltam dados (milhões de turistas) Fonte: Tendências dos mercados turísticos: as Américas – 2003. OMT

O turismo no continente americano procurou reagir frente às adversidades do mercado. Multiplicaram-se os esforços para diversificar a oferta, desenvolvendo produtos para segmentos com motivações específicas e nichos especiais de mercado. Outro efeito sintomático da crise no setor turístico nas Américas foi o aumento dos orçamentos de marketing. Segundo a Organização Mundial do Turismo estão sendo “(...) mobilizados recursos promocionais extraordinários, procurando a colaboração entre os setores público e privado”, buscando não só ampliar os orçamentos, mas melhorar o planejamento dos investimentos em promoção. Os resultados quantitativos dos esforços de ampliar a oferta de

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produtos e dos incrementos promocionais ainda não foram verificados (Tendências dos mercados turísticos: as Américas – 2003. OMT, p.14).

• Motivação das viagens dos turistas nas Américas

O TURISMO NAS AMÉRICAS DE ACORDO COM O MOTIVO DA VIAGEM-2001

Ócio, recreação e férias

Negócios e motivações profissionais

VPA, saúde,

Não

religião e outros

especificado

América do Norte

41,0

8,0

22,5

28,5

Caribe

82,0

6,5

7,6

3,8

América Central

51,2

28,0

18,0

2,9

América do Sul

63,7

23,9

12,4

0,0

Os dados da OMT incluem estimativas de países para os quais faltam dados (%) Fonte: Tendências dos mercados turísticos: as Américas – 2003. OMT

1.3 O turismo no Brasil Não existe no Brasil um sistema de dados estatísticos para o turismo universalmente aceitável

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As estatísticas sobre o fluxo de turistas estrangeiros no Brasil, sistematizadas pela Embratur, utilizaram, até 1998, os dados do Departamento de Polícia Federal. São informações extraídas dos cartões de entrada e saída nos países preenchidos obrigatoriamente por esses visitantes. “A partir de 1998 esses dados foram ajustados de acordo com estimativa do fluxo receptivo internacional, pelo método de contagem, realizado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco – FADE.” (Anuário Estatístico 2000. Embratur, p.12) ENTRADA DE TURISTAS NO BRASIL 1990/2003

ANO

TURISTAS ESTRANGEIROS

1990 1991

1.091.067 1.228.178

1992

1.692.078

1993

1.641.138

1994

1.853.301

1995

1.991.416

1996

2.665.508

1997

2.849.750

1998

4.818.084

1999

5.107.169

2000

5.313.463

2001

4.772.575

2002

3.783.400

2003

4.091.590

Fontes: COINF/DPF/Embratur. In: Anuário Estatístico 2003. Embratur.

Barómetro

OMT del Turismo Mundial. Vol 2, no. 2, julho, 2004.

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Nesta série histórica da evolução de entrada de turistas no Brasil, chama a atenção o ritmo de expansão ao longo da década de 1990, sobretudo no ano de 1998 quando o índice de crescimento de entradas no Brasil chegou a quase 70%. Este número é impressionante e deve ser creditado, em parte, à mudança na metodologia adotada pela Embratur. A retração em 2002 também se destaca: o mercado brasileiro registra um encolhimento de aproximadamente 20%, conseqüência provável da crise na Argentina. Os dados do turismo brasileiro em 2003 ainda não foram totalmente sistematizados, mas informações preliminares do ano passado e de 2004 apontam para uma recuperação consistente do setor. Em 2003 a receita gerada pela conta do turismo foi, segundo o Banco Central, de US$ 2,479 bilhões, e em setembro de 2004 a taxa de crescimento já chegava a 33,10% sobre o mesmo período do ano anterior. Também os desembarques de passageiros de vôos internacionais divulgados pela Infraero em setembro deste ano, apontam para um desempenho 14,97% superior a 2003. As estimativas da OMT também são otimistas, no Barômetro do Turismo Mundial, publicado pela entidade em outubro de 2004. As expectativas são de que o crescimento do turismo no continente americano deva obter um crescimento superior a 12% em relação a 2003.

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ENTRADA DE TURISTAS X DESEMBARQUES DE PASSAGEIROS DE VÔOS INTERNACIONAIS 1990/2003

Milhares

6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

TURISTAS

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

DESEMBARQUES

Fontes: Anuário Estatístico 2002 e 2003. Embratur & Boletim de Informações Gerenciais.Infraero

Paralelamente, nesse mesmo período, houve redução no número de turistas brasileiros em viagem ao exterior 1 e, conseqüentemente, diminuição no movimento de passageiros nos vôos internacionais. Por outro lado, a expansão da entrada de turistas estrangeiros no Brasil ao longo da década de 1990 não significou resultados econômicos favoráveis para o país. No mesmo período o balanço de pagamentos da conta turismo Brasil registrou saldos negativos crescentes.

Fonte: Estimativa de saída de turistas brasileiros para o exterior 1996/2003. OMT/Embratur. A redução do número de brasileiros em viagem ao exterior a partir de 1999 foi decorrência da desvalorização cambial promovida naquele ano. 1

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BALANÇO DE PAGAMENTOS – CONTA TURISMO DO BRASIL 1990/2002

Unidade: 1990 US$ Mil 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Receita 1.444.171 1.558.800 1.307.065 1.091.419 1.924.800 2.097.100 2.469.146 2.594.884 3.678.029 3.994.144 4.227.606 3.700.887 3.120.132

Saldo - 114.908 335.231 ND - 800.608 - 1.006.100 - 1.314.800 - 1.968.854 - 2.851.116 - 2.053.971 909.144 334.606 501.887 740.132

Fonte: Anuário Estatístico 2003. Embratur, p.164 (Com informações do Banco Central e Embratur)

• O perfil do turista estrangeiro no Brasil o Origem ou procedência do turista A comparação dos dados da entrada de turistas no Brasil por regiões de residência permanente mostra a tendência nos últimos anos de crescimento real da Europa na participação do mercado turístico brasileiro, evidência também uma recuperação da cota de entrada de turistas norte-americanos que em 2003 volta a representar 19% do total de turistas estrangeiros, índice igual ao de 1990.

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Paralelamente reduz o número de visitantes originários da América do Sul, provavelmente um efeito colateral da crise econômica que abateu sobre o cone sul da América do Sul a partir de 2001, sobretudo na Argentina. TURISTAS INTERNACIONAIS NO BRASIL CONFORME REGIÃO DE ORIGEM

2003 1%

1995

1990 3%

2%

2000 1%1% 2%

1%2% 3%

3%

25%

37% 39%

26% 30%

2%

2%

49%

55%

57% 14%

13%

América do Sul

13%

19%

América do Norte

Europa

Ásia

África

Outros

Fonte: COINF/DPF & EMBRATUR. Anuário Estatístico 2003. Embratur

o Portões de entrada São Paulo concentra o maior número de chegada de turistas estrangeiros ao Brasil, afirmandose como principal portão de entrada, mesmo quando o turista tem um outro destino interno.

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PRINCIPAIS PORTÕES DE ENTRADA DO TURISTA ESTRANGEIRO NO BRASIL

2000

2001

2002

Amazonas

27.338

28.015

18.894

Bahia

85.819

88.811

52.603

121.617

108.354

66.591

25.730

16.466

13.025

718.120

522.963

367.702

Pernambuco

65.077

60.251

48.522

Rio G. do Sul

1.240.270

806.967

491.295

Rio de Janeiro

817.900

930.111

738.575

Santa Catarina

240.839

205.286

59.304

Mato G. do Sul Pará Paraná

São Paulo Outros

1.440.712 1.645.907 1.681.809 506.249

359.444

244.898

Fonte: Anuário Estatístico 2002 e 2003. Embratur

o Desembarques e sazonalidade A análise dos dados de sazonalidade, que emergem nos estudos da Embratur sobre a entrada de turistas no Brasil, apontam para um fluxo condensado principalmente entre dezembro e março.

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Milhares

ENTRADA DE TURISTAS INTERNACIONAIS NO BRASIL POR MÊS 2000-2002 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

2000

Jul

2001

Ago

Set

Out

Nov

Dez

2002

Fonte: Anuário Estatístico 2002 e 2003. Embratur

o Estadia e despesas diárias médias por turista Os gastos médios diários dos turistas estrangeiros no Brasil apresentaram tendência de crescimento nos últimos anos, enquanto o tempo médio de permanência oscilou, registrando tendência de queda no mesmo período.

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20

Ano

Despesas

Permanência

1991

US$ 66,44

16,06

1995

US$ 77,10

13,10

2001

US$ 81,21

12,20

2002

US$ 86,17

14,00

2003

US$ 87,99

13,50

Fonte: Anuário Estatístico 2003. Embratur

A análise de dados isolados por região de origem dos turistas no ano de 2003 aponta para a maior taxa de permanência média dos europeus (20,9 dias) e o maior gasto médio diário dos norte-americanos (US$ 106,20) • O turismo na economia brasileira O Brasil não desenvolveu até o momento um sistema de contas de satélites2 que possibilite um exame objetivo do papel real do turismo na economia brasileira, a participação no PIB, a geração de emprego e renda, por exemplo. Existem alguns estudos baseados em fontes indiretas, que permitem apontam para alguns aspectos importantes. Segundo estimativas da FIPE/Embratur3, o turismo no Brasil varia entre 2 a 2,5% do PIB, totalizando as receitas geradas pelo turismo doméstico e internacional. Estima-se que em 1999 o turismo tenha gerado 1,63 milhões de empregos diretos e outros 750 mil indiretos, totalizando cerca de 2,4 milhões de pessoas empregadas nos diferentes setores, isso equivale a 3,3% da população economicamente ativa (PEA). 2 3

Um estudo preliminar foi realizado em 1999, visando a definição de métodos e conceitos para a Conta Satélite do Turismo no Brasil. Impacto econômico do turismo avaliado pela conta satélite do turismo. Fipe. 2002

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2. A SITUAÇAO DA OFERTA TURÍSTICA INTERNACIONAL DO BRASIL Neste capítulo são analisados os produtos turísticos do Brasil, considerando a potencialidade para o mercado internacional e o valor real dos mesmos no mercado mundial. Nesse processo – realizado em várias etapas e envolvendo diferentes segmentos, técnicos, operadores e consultores – foi utilizada a metodologia de valoração de produtos turísticos desenvolvida pela Chias Marketing, testada com sucesso em vários outros planos de promoção turística internacional elaborados pela Consultoria. A partir de uma lista de 219 destinos, dentre eles praias, cidades, parques nacionais e estaduais, disponibilizada pela Embratur, foi elaborada uma ficha técnica de cada um deles e efetuados esforços de organização da grade de produtos conforme conceitos definidos pela Organização Mundial do Turismo e adotados regularmente pelo mercado mundial. 2.1 A grade de produtos O Brasil é considerado um país continente devido à sua extensão, diversidade ambiental e étnicocultural. Com clima e paisagens diferenciadas, o país oferece inúmeras possibilidades para o turismo, já os viajantes podem combinar interesses e atividades múltiplas, cada oferta podendo se converter em destino exclusivo. Poucos destinos oferecem tamanha quantidade e variedade de opções turísticas quanto o Brasil, que conta com uma oferta abrangente, estruturada para 5 grandes segmentos e diversos nichos de mercado e produtos focados:

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22

SOL & PRAIA

ECOTURISMO

CULTURA

ESPORTE

NEGÓCIOS & EVENTOS

CAMINHADAS

ARQUEOLOGIA

AVENTURA

FEIRAS

ESPELEOLOGIA

PALEONTOLOGIA

TREKKING

CONGRESSOS

FLUTUAÇÃO

ÉTNICO

SURF

INCENTIVOS

OBS. DE FAUNA

FESTAS POPULARES

RAFTING

COMPRAS

ORNITOLOGIA

CIDADES PATRIMÔNIO

VÔO LIVRE

MEGA-EVENTOS

CANYONING E

VISITAS TÉCNICAS

INTERCÂMBIO

PRÁTICAS VERTICIAS

MERGULHO CAVALGADAS

CONVENCIONAIS

FUTEBOL

GOLFE

MOTOR

VELA

VOLÊI DE PRAIA

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Com base nos estudos de mercado e nas estimativas dos volumes de viagens por segmento turístico estabeleceu-se uma caracterização dos grandes segmentos, onde são considerados os aspectos diferenciais, a potencialidade geral e dos nichos específicos. A extensão da oferta de Sol & Praia, Ecoturismo e Cultura possibilitou caracterizações mais detalhadas, até por que são segmentos que permitem um posicionamento competitivo imediato e que, pelos fluxos que geram, podem contribuir decisivamente para inserir o Brasil entre os principais destinos turísticos internacionais. Estudos da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam para dois grandes mercados turísticos por volume: o turismo baseado em enclaves turísticos (áreas costeiras e peninsulares, montanhas e desertos, e pontos estratégicos para observação da natureza) e o turismo de interesse geral (circuitos que combinam diferentes segmentos e atrativos). SOL & PRAIA O turismo de Sol & Praia, baseado em pontos de atração costeiros e peninsulares pode ser considerado hoje o mais amplo. A região do Mediterrâneo, por exemplo, que compreende um grupo de 24 países da Europa, África e Oriente Médio é, segundo dados da OMT, o principal destino turístico do mundo, tendo registrado anualmente quase 100 milhões de chegadas de turistas internacionais de Sol & Praia. A Espanha, em conjunto com a Itália, a Grécia, a França e a Turquia representam 85% desse volume. No entanto, esses territórios turísticos costeiros tradicionais de proximidade como o Caribe (para os americanos), o Havaí (para americanos e japoneses) e o Mediterrâneo (para os europeus) estão

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alcançando uma fase de maturidade ou saturação, em função da rapidez e facilidades da viagem. É crescente a tendência entre os turistas dos principais mercados emissores em procurar alternativas para férias em praias consideradas “exóticas”, distantes de seus roteiros habituais.



A potencialidade do segmento de Sol & Praia no Brasil A extensa costa brasileira, em função das diferenças climáticas e geológicas, abriga um rico mosaico de paisagens e ambientes, são mais de 8 mil quilômetros recortados por centenas de praias. Praias que se diferenciam pelo cenário, determinado pela geografia, cor da água, textura e coloração das areias, marés, estuários, ilhas, manguezais, restingas, dunas, falésias, costões rochosos e recifes de corais. As praias brasileiras se caracterizam pela existência da faixa de areia, mas se distinguem uma das outras pelo relevo, pelas ondas que chegam à costa e nuances de cor da areia. Por suas particularidades podem ser agrupadas pelo perfil de inclinação – suave, intermediário e inclinado – e pelo aspecto da areia – grossa, fina, compacta ou fofa –; elementos que, associados aos ventos e a extensão da plataforma continental, determinam o ritmo e o movimento de ondulação das águas do mar. Com predominância de sol durante todo o ano, a costa brasileira é banhada por águas quentes que ocupam grande parte das bordas tropicais e subtropicais do Atlântico Sul Ocidental e ventos brandos que garantem a tranqüilidade de banhistas e adeptos de práticas esportivas como o mergulho, o surfe e a vela. A diversidade da fauna e da flora litorânea, a preservação de extensas faixas da região costeira e a existência de praias isoladas e desertas permite a combinação do segmento de Sol & Praia com atividades próprias de Ecoturismo.

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Mangues, marés, estuários e foz de grandes rios O litoral amazônico vai da foz do rio Oiapoque ao delta do rio Parnaíba e apresenta manguezais exuberantes, assim como matas de várzeas de marés, campos de dunas e rica diversidade em espécies de crustáceos, peixes e aves. A biodiversidade e a intensa variação de marés, que podem oscilar em até 20 metros de profundidade, levam a formação de praias de extensa faixa de areia batida e águas escuras.

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Coqueirais, dunas, recifes de corais e piscinas naturais O litoral nordestino começa na foz do rio Parnaíba e vai até o Recôncavo Baiano. É uma região plana, a paisagem com imensos coqueirais, dunas que mudam ao sabor do vento, praias de areia branca e macia, o mar transparente com águas que oscilam entre o azul e o verde, abriga recifes e corais. A geografia dessa área da costa permite a formação de imensas piscinas naturais, água do mar que se acumula na vazante da maré.

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Mar, montanhas, florestas, riachos e baías. A partir do Recôncavo Baiano até parte do Estado de Santa Catarina, a região costeira é dominada por conjuntos de montanhas e grandes reservas de Mata Atlântica. É uma geografia que favorece a formação recortada, com muitos riachos, quedas de água, estuários, várias baías e pequenas enseadas.

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Ilhas Ao longo da costa brasileira existem centenas de ilhas, a maioria delas resulta do afogamento da costa, sendo, portanto, prolongamentos dos tipos de relevos litorâneos, de suas geologias e demais características dos ecossistemas. a) Ilhas que se apresentam como cristas emersas das porções afogadas da serra do mar, os tipos mais comuns no litoral do país e das quais existem inúmeras;

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b) Ilhas sedimentares de baixa altitude; c) llhas oceânicas, resultantes de fenômenos de vulcanismo que soergueram do fundo atlântico, como Fernando de Noronha e o Atol das Rocas, que são, por isso mesmo, completamente desvinculadas do relevo continental brasileiro. O mercado turístico de Sol & Praia se subdivide em vários grupos: • Destinos de Sol & Praia distantes

São aqueles destinos que estão aos poucos substituindo os destinos turísticos costeiros considerados tradicionais, estabelecidos há bastante tempo, os quais estão cada vez mais alcançando uma fase de saturação, adquirindo uma imagem de antiquados e defasados. Esta imagem motiva a que o turista busque os destinos mais distantes, considerados “exóticos”. Apenas a demanda européia pressupõe entre 10 e 12 milhões de turistas por ano e a OMT calcula que em 2010 representará entre 25 e 30 milhões de turistas, com uma taxa de crescimento anual entre 6,5 e 7%. • Destino de Sol & Praia de “boutique”

Segmento que produze um volume menor de turistas, mas de alto nível social e econômico. São turistas que buscam destinos com instalações sofisticadas, mas em lugares mais tranqüilos e menos desenvolvidos, que preservam mais a sua identidade local. O potencial do mercado europeu para este tipo de turismo de Sol & Praia é considerado hoje em 5 milhões de turistas, ou mais de 50 milhões de pernoites.

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• Férias combinadas

Este tipo de viagem deve combinar o componente Sol & Praia, mais uma visita turística de interesse especial, como cultura ou ecoturismo. A escolha do destino está condicionada em função da concentração de oferta e singularidade, para reforçar os conhecimentos sobre o lugar e a possibilidade de experiências únicas. • Naturismo

A International Naturism Federation (INF) define o naturismo como um modo de vida em harmonia com a natureza, caracterizado pela prática do nudismo coletivo; observando condutas de auto-respeito, respeito pelos outros e pelo meio ambiente. Segundo a INF existem atualmente cerca de mil centros e clubes de naturismo em todo o mundo. O clima tropical, as características geográficas e a extensão da costa brasileira, fazem do país um destino privilegiado para os praticantes do naturismo. Segundo a Federação Brasileira de Nudismo existem atualmente cerca de 250 mil naturistas no país e 10 praias oficiais de naturismo, com legislação própria e proteção aos usuários e mais de 30 praias em que a prática do naturismo é eventual, nesse caso são praias desertas que proporcionam privacidade aos banhistas.

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ECOTURISMO O termo Ecoturismo é definido como um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas. Consiste em viajar para áreas naturais não degradadas ou não poluídas , com o objetivo específico de estudar e fruir a paisagem e sua fauna e flora, tanto quanto manifestações culturais (do passado e do presente) encontradas nessas áreas. É um segmento especializado, no qual o turista tem sempre um interesse peculiar e está disposto a participar ativamente da sua viagem. O ecoturista procura atividades em contato com a natureza, a caminha por trilhas ou a observação da fauna e da flora em seu habitat natural, por exemplo; porém mais do que admirar passivamente, ele busca um entendimento do “meio” que visita, quer explorar, descobrir e aprender, superar os limites aos quais está condicionado e as dificuldades que a natureza estabelece. A Sociedade de Ecoturismo calcula que existam cerca de 35 milhões de ecoturistas no mundo, pessoas que fazem regularmente viagens internacionais motivadas pelo interesse na natureza, isso corresponde a aproximadamente 5% do fluxo turístico mundial e uma taxa média anual de crescimento entre 10% e 15%. O ecoturismo vem se destacando como o segmento que mais cresce nos mercados turísticos emergentes, regiões que experimentam uma rápida expansão, a África do Sul e a América Latina, por exemplo. No ecoturismo a caminhada é uma das atividades mais praticadas, por permitir a acessibilidade aos locais onde a interação com a natureza é mais adequada. As caminhadas ocorrem em trilhas, caminhos estreitos, geralmente em terrenos com vegetação de gramíneas ou em matas. Podemos ir mais longe e dizer que o ato de caminhar também pode transcender estas questões e ser uma forma de relaxamento, prazer, convívio com a natureza ou consigo mesmo.

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A potencialidade dos produtos de ecoturismo no Brasil Com suas dimensões continentais e sua diversidade biológica e cênica, o Brasil destaca-se mundialmente como um dos mais ricos destinos do turismo ligado à natureza. Ocupando um território de 8,5 milhões de km2 e situado em região tropical, o Brasil é constituído por diferentes ecossistemas, frutos da história geológica e da presença humana recente. Com base nesses elementos começou a se estabelecer uma nova geografia do turismo no país, em que prevalece a visão ambiental, na qual o Brasil passa a ser apresentado ao visitante a partir dos diferentes biomas – a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica, o Pantanal, etc. e pontos de beleza cênica singular, como Foz do Iguaçu e os Lençóis Maranhenses, por exemplo. No Brasil difundiu-se na década de 80, acompanhando as preferências de estratos de consumidores-viajantes por acampamento, turismo selvagem e variantes, além de se adequar à conscientização de problemas ecológicos e à fuga de situações de estresse. Uma dificuldade implícita a esse tipo de oferta diz respeito às interferências que a presença de grandes levas de turistas pode provocar no ecossistema natural, contribuindo para o desequilíbrio do mesmo.

• Unidades de Conservação: Superfícies de terra ou mar, com características peculiares e de importância ambiental e ecológica, que necessita de normas especiais de proteção, determinadas por legislação própria. reservas naturais dos ecossistemas brasileiros Segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), até o final de 2004, haviam sido criados no Brasil 53 Parques Nacionais e um total de 258 unidades de conservação. Atualmente cerca de 5% do território nacional encontra-se protegido nesta forma. São áreas naturais que, além de ter grande relevância do ponto de vista ecológico, tem exemplar beleza cênica, científica, cultural e educativa. Algumas dessas unidades de

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conservação, pela importância ambiental que apresentam, foram elevadas à condição de Reserva da Biosfera, como o Parque Nacional da Floresta da Tijuca no Rio de Janeiro, considerada a maior floresta urbana do mundo; outros pela especificidade de seus recursos foram inscritos na lista de Patrimônios Naturais da Humanidade - Cataratas do Iguaçu, Parque Nacional das Emas, Chapada dos Veadeiros, Reservas de Mata Atlântica do Sudeste, Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Costa do Descobrimento, Pantanal Mato-grossense e Parque Nacional do Jaú –, o Parque Nacional da Serra da Capivara pelo seu rico patrimônio arqueológico consta da lista de Patrimônios Culturais da Humanidade. Atualmente aproximadamente 25 Parques Nacionais já estão estruturados para o ecoturismo dentro de suas áreas e/ou entorno, que proporcionam aos visitantes atividades relacionadas ao meio ambiente e o contato com a maior biodiversidade do mundo. o

Amazônia A maior floresta tropical do Planeta, a Amazônia sul-americana corresponde a 2/5 da América do Sul e a metade da área territorial do Brasil. A Amazônia possui o equivalente a 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas e o maior banco genético da Terra. Contém 1/5 da disponibilidade mundial de água doce e um patrimônio mineral não mensurado. A Amazônia não esconde a grande variedade de ecossistemas, com destaque para matas de terra firme, florestas inundadas, várzeas, igapós, campos abertos e cerrados. Conseqüentemente, a Floresta abriga uma infinidade de espécies vegetais e animais: 1,5 milhões de espécies vegetais catalogadas; três mil espécies de peixes; 950 tipos de pássaros; e ainda insetos, répteis, anfíbios e mamíferos. Até o final de 2004 o Ibama já havia delimitado na Amazônia brasileira 93 unidades de conservação federal, das quais 10 são Parques Nacionais, 03 Reservas Ecológicas, 24 Reservas Extrativistas, 36 áreas de Floresta Nacional, 09 Estações Ecológicas, 03 áreas de

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Relevante Interesse Ecológico, 01 Área de Proteção Ambiental e 07 Reservas Biológicas; sendo o Parque Nacional do Jaú considerado Patrimônio Natural da Humanidade. Na Amazônia 10 unidades de conservação se destacam pelo potencial para o ecoturismo e atividades vinculadas. o

Cerrado É considerado como um ecossistema tropical de Savana, com similares na África e na Austrália. A área de Cerrado se distribui por todo o Planalto Central Brasileiro e inclui os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, parte de Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal. O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com mais de 10.000 espécies de plantas, sendo 4.400 endêmicas. A fauna apresenta 837 espécies de aves; 67 gêneros de mamíferos, abrangendo 161 espécies e 19 endêmicas; 150 espécies de anfíbios, das quais 45 endêmicas; 120 espécies de répteis, das quais 45 endêmicas; apenas no Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, mil espécies de borboletas e 500 espécies de abelhas e vespas. A paisagem do cerrado é caracterizada por extensas formações de savanas, interceptadas por matas ciliares ao longo dos rios, nos fundos de vale. Entretanto, outros tipos de vegetação podem aparecer na região dos cerrados, tais como os campos úmidos ou as veredas de buritis, onde o lençol freático é superficial; os campos rupestres podem ocorrer nas maiores altitudes com terreno pedregoso e os bosques situam-se sobre os solos mais férteis das encostas e das bases das elevações. O Cerrado abriga 8 Parques Nacionais, dos quais a Chapada dos Veadeiros e a Chapada das Emas estão inscritos na lista de Patrimônios Naturais da Humanidade, além de diversos parques estaduais e estações ecológicas. Sete unidades de conservação se destacaram na valoração da potencialidade dos produtos de ecoturismo.

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Mata Atlântica Originalmente a Mata Atlântica se estendia por toda uma faixa, relativamente, paralela à costa brasileira, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Atualmente a parcela mais representativa do que restou encontra-se nas regiões Sul e Sudeste, onde o relevo de escarpas íngremes dificulta o acesso e, portanto, impediu a devastação. A vegetação da Mata Atlântica é exuberante, as árvores chegam a atingir 40 metros de altura e uma grande variedade de arbustos, com destaque para as samambaias, orquídeas, bromélias, etc. A fauna é diversificada e marcada pela presença de muitas espécies endêmicas, no entanto, várias apresentam baixas densidades populacionais, o que caracteriza alto índice de espécies em risco de extinção. As reservas atuais de Mata Atlântica possuem valor cultural e ambiental extraordinários, por isso mesmo a Costa do Descobrimento e a Reserva do Sudeste são considerados Patrimônios Naturais da Humanidade, além de várias Reservas da Biosfera. O Ibama já delimitou 71 unidades de conservação em áreas da Mata Atlântica, sendo 19 Parques Nacionais, dos quais 11 apresentam potencial e já estão estruturados para o segmento de ecoturismo e atividades afins, como a observação de flora e fauna e a prática de esportes de grande aventura, por exemplo.

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Pantanal Pantanal do Mato Grosso, com uma extensão de 250 mil km2, é a maior planície de inundação contínua do planeta. O rio Paraguai e os outros rios pantaneiros apresentam pouca declividade, o que faz com que as águas que se acumulam nos períodos de chuvas intensas escoem com muita lentidão. Imensas quantidades de água, provavelmente centenas de quilômetros cúbicos por ano, perdem-se por evaporação direta para a atmosfera. O Pantanal pode ser, com justiça, considerado a maior "janela" de evaporação de água doce do mundo. Por tudo isso o Pantanal Mato-grossense está inscrito na lista de Patrimônios Naturais da Humanidade.

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Toda a vida natural esta ligada a este sistema de inundações, o Pantanal é habitado por uma rica fauna de aves e mamíferos que dependem, na sua grande maioria, da alimentação aquática. As aves do Pantanal são um de seus maiores atrativos. Reunidas em enormes concentrações, exploram os recursos alimentares aquáticos. O tuiuiú (Jabiru mycteria), a cabeça-seca (Mycteria americana) e o colhereiro (Ajaia ajaja), além das garças biguás e patos são os mais vistosos. Muitas espécies nidificam em áreas comuns, sobre determinadas árvores, conhecidas como ninhais, que se destacam na paisagem pantaneira. o

Caatinga Entre a Amazônia e a Mata Atlântica, na área do clima semi-árido, encontram-se as caatingas do Nordeste brasileiro, paisagem presente nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Alagoas e parte de Minas Gerais. Elas cobrem cerca de 700 mil km2, aproximadamente 10% do território nacional. O termo Caatinga é originário do tupi-guarani e significa mata branca. A ocorrência de secas estacionais e periódicas estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa a vegetação sem folhas. O cenário mais comum da Caatinga é o da seca, quando a terra fica árida e as plantas têm aparência ressequida, como se estivessem mortas. Contudo, é após as chuvas que a diversidade animal e vegetal das caatingas se torna evidente. As plantas florescem e os animais se reproduzem, deixando descendentes que já possuem adaptações para suportar longos períodos de estiagem. Até 2004 o Ibama havia definido 22 unidades de conservação em áreas de caatinga ou de transição, sendo 06 Parques Nacionais, dos quais 03 se destacam pelo potencial para atividades de ecoturismo. O Parque Nacional da Serra da Capivara, por seu rico acervo arqueológico é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade, e também uma expressiva reserva do bioma da Caatinga.

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o Costeiros

A extensa costa brasileira abriga um rico mosaico de ecossistemas – mares, estuários, ilhas, manguezais, restingas, dunas, praias, falésias, costões rochosos, recifes de corais e uma das maiores extensões de manguezais do mundo. Ao contrário de outras florestas, os manguezais não são ricos em espécies, porém se destacam pela grande abundância das populações que neles vivem. Por isso as áreas de mangues podem ser consideradas um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil. No Norte do País, as espessas florestas de mangue apresentam árvores que podem atingir 20 metros de altura. Na região Nordeste há um tipo de manguezal conhecido como "mangue seco", com árvores de pequeno porte em um substrato de alta salinidade. Já no Sudoeste brasileiro, apresenta aspecto de bosque de arbustos. A faixa litorânea do Brasil possui riquezas significativas de recursos naturais e ambientais, o Ibama já definiu 26 unidades de conservação, entre elas se destacam 4 Parques Nacionais com grande potencial e onde já estão estruturados produtos e atividades de ecoturismo. • Espeleologia

O turismo em cavernas, ou espeleoturismo vem crescendo nos últimos anos tendo em vista o aperfeiçoamento das técnicas de manejo desenvolvidas nas Unidades de Conservação no Brasil. As cavernas fascinam o homem desde sempre. A motivação pode ser o interesse científico, religioso, a aventura, a curiosidade, o contato intenso com a natureza, a possibilidade de estar dentro da terra. As cavernas são o ambiente ideal para a observação da história da própria terra, as formações geológicas seduzem o olhar pelas formas e pelo tempo que a natureza investe em suas constituições. Existem, segundo os dados da Sociedade Brasileira de Espeleologia, cerca de 2.800 cavernas cadastradas em todo o Brasil, embora reconheça que esse o número seja superior. Porém,

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segundo o Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas, apenas 53 cavernas são consideradas como turísticas. • Flutuação

Modalidade de mergulho leve, de pequena profundidade, em que o praticante usa o snorkel (canudo) para garantir uma respiração tranqüila e a máscara para ter uma boa visibilidade do local visitado. A flutuação exige apenas um rápido treinamento, que pode ser feito um pouco antes do início da atividade, e a motivação é a apreciação do ambiente visitado, transfere-se para a água a vivência ecoturística de terra. • Observação de Fauna

Nos últimos 30 anos processou-se uma grande mudança na relação dos homens com a vida silvestre, é crescente o interesse de pessoas, principalmente no hemisfério Norte, na observação de diferentes espécies de animais. O interesse na observação da vida silvestre parece estar diretamente associado à tendência crescente de cobertura dos assuntos ambientais pela mídia, nesse período foram produzidas e veiculadas inúmeras matérias sobre a perda da biodiversidade global. As listas das espécies ameaçadas – e o movimento de resgate que induzem - também geraram um excesso de documentários para televisão e livros ilustrados alardeando as maravilhas que essas criaturas representam. Esse movimento contou com a ajuda dos avanços da tecnologia, que permitiu os fotógrafos e operadores a registrar aspectos das vidas privadas dos animais que nunca tinham sido vistos antes. A observação da vida silvestre, de pássaros mais especialmente, tornou-se uma das formas de lazer ao ar livre de maior expansão na América do Norte, existem pessoas (e organizações)

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dedicadas a observar borboletas, pingüins, golfinhos, baleias, etc. O interesse crescente pela vida silvestre não se limita aos norte-americanos, ela parece ser um fenômeno global, com grandes implicações econômicas e ecológicas. Segundo a Real Sociedade para a Proteção das Aves (RSPB), mais de 1 milhão de pessoas na Grã Bretanha são observadores de aves regulares; atividade considerada a 3ª opção como atividade de lazer preferencial dos ingleses, depois da pesca e do golfe. O crescimento rápido do turismo de observação da vida silvestre possibilitou, em vários casos, a preservação de espécies, seja através da redução da caça ou pela ampliação de áreas protegidas. Costa Rica, Equador, Belize, Quênia, Tanzânia, África do Sul são alguns exemplos em que o turismo de natureza, centrado na observação da vida silvestre, é responsável por quase totalidade da receita turística internacional. A fauna brasileira é rica em espécies, e essa diversidade é própria dos climas tropicais. Segundo dados disponíveis no Anuário Estatístico do Brasil, publicado pelo IBGE em 1997, com base em informações da Sociedade Brasileira de Zoologia a fauna é constituída de 600 espécies de mamíferos, aproximadamente 1700 aves, 390 de répteis e 331 espécies de anfíbios e 8.000 espécies de peixes. • Turismo ornitológico ou observação de pássaros

Observar as aves é um passatempo praticado por milhões de pessoas em todo o mundo. Muitas pessoas viajam grandes distâncias apenas para contemplar pássaros. Atraídas pelo lindo cenário e pelo desafio de avistar e identificar espécies de pássaros, os observadores formam sua própria espécie. Existem aproximadamente 9.700 espécies de aves no mundo, sendo que nos países de clima tropical vivem os pássaros de cor brilhante, considerados mais exóticos e interessantes pelos observadores. No Brasil vivem 1.677 espécies, quase 18% da diversidade mundial de pássaros, onde se destacam inúmeras espécies de araras e beija-flores.

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TURISMO CULTURAL Turismo cultural pode ser definido como a viagem a lugares diferentes da residência habitual de pessoas interessadas em conhecer outras culturas, costumes e tradições diferentes dos seus e a contemplar bens materiais e imateriais, principalmente aqueles relacionados com a história e arte do lugar escolhido. O turismo cultural engloba atrativos do patrimônio tangível e intangível, incluindo também atividades e vivências culturais e programas focados nos costumes de determinado povo ou região. Este segmento proporciona ao visitante mergulhar e desfrutar do estilo de vida dos habitantes do local, das áreas de entorno e dos aspectos que determinam sua identidade e caráter. Nos estudos gerais publicados pela OMT e nas pesquisas específicas realizadas por alguns países, constata-se a crescente popularidade do turismo cultural, tanto dos produtos da cultura erudita quanto da cultura popular. Estima-se que 10% das chegadas turísticas em todo o mundo têm um propósito turístico cultural, o que equivale, em termos quantitativos a mais de 70 milhões de viagens internacionais por ano.



A potencialidade dos produtos de turismo cultural no Brasil Uma das características singulares do Brasil é sua mistura racial e cultural, uma sociedade constituída por portugueses, índios e africanos, aos quais foram se juntando imigrantes de dezenas de outras nacionalidades. Essa miscigenação é o que distingue os traços da “brasilidade” – a amabilidade, a hospitalidade, a alegria e o jeito de ser do brasileiro –, e também a diversidade do patrimônio cultural do país em seus matizes regionais e/ou ambientais: a música, a dança, a arte popular, a religiosidade, o futebol, a arquitetura, a gastronomia, etc...

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O patrimônio cultural brasileiro (tangível e intangível) é inerente a todo o mercado turístico brasileiro, que combina e complementa outros segmentos, garantindo identidade e diferenciação a esses produtos. Mas constitui-se em um segmento diversificado e competitivo, que pode e deve receber tratamento específico e estruturação de produtos exclusivos de turismo cultural; sendo ainda complementado por produtos focados para grupos de público mais restritos e, portanto, considerados como nichos de mercado. A música no Brasil desenvolve-se claramente entre a tradição erudita e as múltiplas formas da música popular, ainda que mantendo trajetórias próprias, elas se cruzam em vários momentos e, são essas “influências” e encontros, que dão vitalidade à produção musical do país. É interessante como a criatividade e o talento do artista brasileiro confirma a nossa formação histórico-cultural, a produção musical do Brasil é o resultado permanente da miscigenação, da fusão, da assimilação de novas influências e sonoridades. A música está presente no cotidiano das cidades brasileiras, nas ruas, bares e casas de espetáculo, mas pode ser conferida em momentos específicos de festas e eventos populares como o do carnaval e o do São João, por exemplo. O Brasil possui uma rica culinária regionalizada, mas as diferenças locais são tão marcantes que quase sempre os próprios brasileiros de um lugar não conhecem o que se come em outra parte do país. As frutas nativas da Amazônia ou do Cerrado são quase sempre ignoradas pelas populações litorâneas, por exemplo. O mesmo acontece com os pratos típicos. “É claro que cada região tem suas características, marcas do passado, da geografia e do meio ambiente que determinam sua comida típica, as comidas de dia de festa, como as dos santos na Bahia, das festas juninas, de Reis, dos jejuns e tudo o mais. É comida a ser encontrada nas festas, é claro, ou nos restaurantes especializados em comida regional” (Nina Horta)

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• Arqueologia

O Brasil possui algumas áreas de excepcional valor o estudo da história da terra e da evolução da vida no planeta. A principal referência nesse nicho de mercado é o Parque Nacional da Serra da Capivara no Piauí, criado para proteger a área na qual se encontra o maior e mais antigo conjunto arqueológico das Américas. Pela importância de seus sítios arqueológicos, o Parque Nacional da Capivara foi inscrito na lista do Patrimônio Cultural Mundial em 1991. Suas formações geológicas são monumentos de rara beleza. A paisagem acidentada gera uma série diversificada de biótipos, com uma profusão de ecossistemas que se caracterizam por uma grande diversidade biológica. As especificidades, beleza natural e patrimônio cultural fazem do Parque Nacional uma região altamente atrativa para o turismo ecológico e cultural. • Paleontologia

Paleontologia pode ser definida como a ciência que estuda os fósseis, restos ou vestígios de animais ou vegetais que viveram em eras passadas e que por condições ambientais favoráveis, ficaram preservados nas rochas. Os primeiros trabalhos significativos sobre os fósseis brasileiros estão publicados nos diários de viagem dos naturalistas do século XIX. Eles realizaram longas expedições pelo Brasil, organizando muitas coleções, posteriormente enviadas aos seus países de origem para serem estudados. Os trabalhos de Peter Wilhelm Lund, cientista dinamarquês, foram de grande importância. Ele radicou-se e dedicou a maior parte de seu trabalho ao estudo de mamíferos pleistocênicos de Minas Gerais. Descreveu mais de uma centena de espécies novas e publicou dezenas de trabalhos importantes. Pelo seu pioneirismo e dedicação é considerado o "Pai da Paleontologia Brasileira".

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Atualmente a Paleontologia no Brasil, apesar de ainda não ter atingido o mesmo nível de pesquisa realizado em outros países, vem apresentando um desenvolvimento considerável. Destacam-se por estarem em ambientes naturais peculiares como a Chapada do Araripe (CE) e a Ilha do Cajual (MA). No entanto apenas o Vale dos Dinossauros em Sousa (PE), conhecido por ser um dos maiores sítios com pegadas fósseis do mundo, está adequadamente estruturado para o recebimento de turistas. • Turismo Étnico

O contexto do desenvolvimento do turismo nos últimos 50 anos possibilitou o surgimento de um perfil de turista experiente em termos de viagens, culto e de alto poder aquisitivo, que constrói o foco da visitação turística na procura pelo diferente, pelo exótico. Mais especificamente demonstram interesse por pequenos grupos sociais em ambientes naturais, com suas particularidades e tradições. Esse fenômeno, denominado como turismo étnico, tem se configurado como um importante instrumento de desenvolvimento, na promoção do crescimento econômico das comunidades visitadas e na revitalização cultural dessas populações em si. Existem atualmente no Brasil cerca de 220 povos indígenas, que falam mais de 180 línguas diferentes e totalizam aproximadamente 370 mil indivíduos. A maior parte dessa população distribui-se por milhares de aldeias, situadas no interior de 614 Terras Indígenas, de norte a sul do território nacional. Como todo grupo humano, os povos indígenas que vivem no Brasil têm culturas que resultam da história de relações que se dão entre os próprios homens e entre estes e o meio ambiente.

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• Festas populares

As festas populares traduzem a cultura e a linguagem do povo, tudo que vem dele e de sua alma. São eventos comemorativos e a motivação pode ser religiosa ou profana. Essas celebrações reafirmam laços sociais, as raízes que aproximam os homens, movimentam e resgatam lembranças e emoções. Comumente as festas populares reúnem manifestações musicais de canto e dança e não raramente configuram-se em momentos de catarse social. No Brasil as festas populares são essencialmente musicais e mobilizam milhares de pessoas, tem em comum a característica de envolver todos no ato da “celebração”, é quase impossível uma pessoa permanecer na condição de mero espectador. Nas festas brasileiras como o carnaval, o reveillon ou as festas juninas todos participam, todos brincam. • Cidades patrimônio: arquitetura, arte e história

A arquitetura é uma manifestação objetiva e duradoura da história de um povo, as edificações são exemplos da sua forma de viver, expressão da arte e das técnicas disponíveis. Por constituírem criações mais duráveis do que as outras manifestações culturais – muitas vezes abrigando ou incorporando outras artes como a escultura, a pintura, o mobiliário e manifestações de caráter popular –, as edificações ainda constituem grande maioria dos bens tombados no Brasil, dos quais 9 são inscritos na lista de Patrimônios Culturais da Humanidade da Unesco. Trajetória diferente tem a cidade de Brasília, construída no coração do país para ser a nova capital, o plano piloto projetado por Lúcio Costa e Oscar Niemayer é um exemplo da moderna arquitetura no Brasil.

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• Intercâmbio

Existe certo consenso entre os educadores que a melhor experiência pedagógica é a que possibilita a vivência do conhecimento. Viver e sentir são as chaves que suscitam no “aluno” o desejo de conhecer mais. Segundo Michel Serres, o ensino é uma viagem, que pode ser imaginária ou intelectual, viajar é a experiência de encontrar o outro e é com ele que o sujeito aprende. O intercâmbio cultural ou turismo educativo é o segmento que proporciona viagens motivadas para a realização de programas e atividades de troca de experiências, vivências culturais, aprendizado orientado, treinamento ou ampliação de conhecimentos in situ. O intercâmbio é valorizado e incentivado em vários países, principalmente para faixas de público jovem, sobretudo em idade universitária, com o objetivo do aprimoramento de uma língua estrangeira e/ou em alguma área científica. Diferentemente de outros países, o potencial do Brasil no mercado de intercâmbios não é para o ensino da língua, o português é um idioma de área de abrangência limitada tanto em termos geográficos quanto pelo número de pessoas que o têm como língua oficial. Ainda que, em algumas áreas do conhecimento científico o Brasil possua centros de excelência, o país não é uma referência internacional em termos de qualidade educacional. O potencial do Brasil no segmento de intercâmbio e turismo educativo está exatamente na diversidade cultural e ambiental do país. São os exemplos da sociedade brasileira de convivência com diferenças étnicas, do uso sustentável dos recursos naturais (como no Acre, por exemplo) que podem se converter em produtos e ser estruturados em programas de voluntariado, dentro dos conceitos de responsabilidade social.

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TURISMO ESPORTIVO A relação entre turismo e esporte vem adquirindo grande importância como gerador de fluxos turísticos internacionais, dois fatores são determinantes nesse processo: a popularidade crescente dos grandes eventos esportivos internacionais, como a Fórmula 1, a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas, por exemplo; e a imagem dos benefícios à saúde propiciados pela pratica esportiva regular. O Turismo Esportivo pode ser definido como aquele praticado por indivíduos ou grupos de pessoas que participam ativamente em um esporte competitivo ou recreativo, viajando e residindo temporariamente em lugares distintos de seu entorno habitual. Pressupõe a existência de programas específicos para a prática de atividades esportivas, por amadores ou profissionais. O mercado esportivo define diferentes categorias de públicos: 1o) O turista esportivo radical, aquele que viaja para um determinado lugar com o objetivo exclusivo de participar ativamente de eventos esportivos competitivos, o esporte é objetivo da viagem, o local é uma questão secundária, isso acontece com os Jogos Olímpicos ou as competições por modalidade esportiva, seja ela amadora ou profissional; 2o) O turista esportivo convencional não tem exclusivamente a atividade esportiva como motivação, a atividade esportiva é apenas um complemento, que agrega valor e, por vezes, por ser um elemento importante como fator decisório para as viagens, quando outros segmentos turísticos conseguem agregar produtos esportivos excepcionais; 3o) Os esportes de grande aventura também mobilizam um grupo específico de turistas, pessoas que realizam viagens em busca de atividades orientadas para a prática de esforço físico, geralmente ao ar livre e em contato direto com a natureza, modalidades que podem envolver alguns riscos e exigir habilidades específicas dos participantes. O local onde a atividade esportiva é realizada é determinante na escolha do destino de uma viagem de esporte de aventura.

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Cada categoria de turismo esportivo mobiliza fluxos específicos. As competições esportivas mantêm o controle de seus dados estatísticos através das federações ou dos comitês internacionais por modalidade esportiva e a captação envolve um delicado jogo de interesses, a promoção turística é apenas conseqüência. Estima-se que o turismo dos esportes de aventura apresenta crescimento entre 15% e 20% ao ano e que tenha mobilizado aproximadamente 1 milhão de europeus em 2003; nos Estados Unidos, considerado o principal mercado, estima-se que no ano de 1998, 85 milhões de pessoas tenham feito viagens envolvendo esportes de aventura, das quais 80% na própria América do Norte. O turismo esportivo é diferente do esporte turístico, já que este pressupõe a existência de um evento capaz de motivar a visita de um grande número de pessoas, como, por exemplo os Jogos Panamericanos, a Copa do Mundo, quando os turistas atuam passivamente, apenas na qualidade de espectadores. •

A Potencialidade do turismo esportivo no Brasil Nas pesquisas com os turistas atuais e potenciais verificou-se a importância que algumas modalidades esportivas têm na divulgação internacional do Brasil, como o futebol e o vôlei, por exemplo. O excelente desempenho dos atletas brasileiros em competições mundiais é um fator decisivo na promoção da imagem do país, no entanto, não existem atualmente produtos esportivos estruturados capazes de motivar viagens exclusivas. No entanto, o Brasil é um destino privilegiado quando a atividade esportiva está integrada à natureza, sobretudo na área da costa brasileira, com destaque para o potencial para o vôlei de praia, o surfe, o vôo livre/asa delta, o mergulho e a pesca esportiva, o golfe, entre outros. Desta forma o turismo esportivo no país assume um papel importante como complemento de outros segmentos, Sol e Praia, Ecoturismo e Negócios. Mas são produtos que ainda não estão completamente estruturados, para os quais devem ser criados fóruns especializados, capazes de estabelecer a gestão adequada a cada modalidade.

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• Esportes de Aventura

O turismo de esportes de aventura pressupõe a existência de programas em que o contato com a natureza requer grandes esforços, assumindo conotação de desafio e envolvendo espedições acidentadas, viagens arrojadas e imprevistos. Esse tipo de viagem geralmente é programada para um público de jovens e adultos que gostam de correr riscos. As características peculiares da geografia brasileira – chapadas, rios acidentados, extensa costa litorânea – oferecem lugares excepcionais para o exercício dos esportes de aventura como, por exemplo, as práticas verticais, o canyonning, o rafting, o vôo livre (asa-delta e parapente), e o mergulho. o

Trekking ou Caminhadas Trekking significa migrar, e é justamente essa idéia de mudança, de ir de um lugar ao outro que foi incorporada a essa atividade física na natureza. Na adaptação para o português, o trekking é a modalidade esportiva que pressupõe a realização de caminhada longa, com pernoite, que não exige equipamentos especiais. Proporciona andar em trilhas, caminhar por percursos diferenciados e com diferentes graus de dificuldade. A caminhada em si não faz sentido a não ser que esteja acompanhada de alguma motivação, seja ela física ou psíquica. O praticante é chamado de trekker

o

Surfe Acredita-se que surfe tenha surgido nas Ilhas Polinésias, há mais ou menos 1.500 anos atrás. Os habitantes daquelas ilhas tinham o mar como trabalho e também como diversão e o surfe teria nascido como uma brincadeira, como um exercício de equilíbrio sobre um tronco. Os

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polinésios teriam levado o surfe para o Havaí e daí o esporte ganhou o mundo através da colonização européia no arquipélago. O surfe chegou ao Brasil nos anos de 1930, mais especificamente nas praias de Santos. Mas foi com a Segunda Guerra Mundial que o esporte ganhou grande número de adeptos, influenciados pela presença dos americanos nas praias cariocas. A OMT aponta a popularidade crescente do surfe no mundo e calcula em 5 milhões o número de surfistas, a maioria nos Estados Unidos, Austrália e Europa. O Brasil – com vários surfistas de projeção internacional – está inserido nos circuitos mundiais do esporte em diferentes categorias. o

Rafting O rafting existe desde meados do século XIX descoberto em 1869. Estudiosos afirmam que a primeira viagem desta modalidade, com finalidade comercial, data de 1909 nos Estados Unidos. Mas foi a partir da década de 1980, com o desenvolvimento de novos materiais mais leves e resistentes que permitiram o desenho de novos equipamentos, que o rafting ganhou impulso. Estima-se que existem atualmente 1000 operadoras da modalidade em todo o mundo, sendo que 50% são americanas. Praticado em equipe, o rafting é uma modalidade esportiva que coloca o atleta, esporádico ou praticante regular, diante do desafio, da superação dos próprios limites e gera espírito de equipe, organização, cooperação, comunicação e liderança. Por isso é um esporte que se enquadra ao treinamento com vivência na natureza. A hidrografia brasileira oferece rios com níveis diferenciados de dificuldades para a prática do rafting, desde corredeiras fáceis, com ondas lisas e estáveis para iniciantes, até águas turbulentas com passagens estreitas, que exigem manobras precisas e habilidade do atleta.

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o

Vôo Livre (Asa Delta e Parapente) O vôo livre começou no Brasil em 1974 no Rio de Janeiro e até hoje a primeira rampa, a da Pedra Bonita, é uma referência para praticantes de asa delta e do parapente, as duas categorias do esporte. O clima tropical e o relevo variado do território brasileiro permitiram a formação de várias rampas de vôo livre no Brasil. Além das condicionantes técnicas, como a altitude da rampa e as correntes, a paisagem é um elemento importante na definição de um local para a prática do esporte, a sensação que o vôo possibilita ao praticante é uma experiência considerada fundamental. No Brasil existem mais de 50 rampas oficiais, inseridas em circuitos nacionais e internacionais, destacam-se: As associações de vôo livre estimam entre 200 e 300 mil o número de praticantes em todo o mundo, divididos entre as categorias de asa delta e de parapente.

o

Canyoning (rapel em cachoeira ou cascading) O canyoning pode ser definido como uma espécie de alpinismo praticado em cachoeiras, no ambiente dos cânions e rios em garganta, sendo o rapel em cachoeira (cascading) a atividade mais conhecida. É uma modalidade de baixo impacto no meio ambiente. O canyoning surgiu no final dos anos de 1970 na fronteira da França com a Espanha, a partir de técnicas de exploração "vertical" e do desenvolvimento dos esportes de "águas brancas", como rafting e canoagem. O esporte chegou ao Brasil na década de 1990 com um grupo de espeleólogos, que mapearam e cadastraram mais de 2 mil cachoeiras em 12 estados brasileiros. Em função das condições geográficas e climáticas bastante propícias – relevo extremamente variado e temperaturas amenas o ano todo - o Brasil está entre os 10 principais lugares para a prática de canyoning no mundo.

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o

Mergulho O turismo de mergulho se refere às pessoas que viajam com o objetivo principal de praticar mergulho. O atrativo do destino está quase exclusivamente relacionado com sua qualidade para a prática deste esporte e, em menor grau, com a qualidade de alojamento ou das atrações na terra. O turismo subaquático, o mergulho esportivo e competitivo, o mergulho de resgate histórico e arqueológico e o mergulho profissional são algumas das possibilidades deste setor que movimenta 6 milhões de pessoas em todo o mundo e gera entre 4 e 6 bilhões de dólares por ano. O mercado europeu corresponde a mais de 30% dos praticantes de mergulho, Estados Unidos e Austrália também são mercados expressivos. Em geral, os mergulhadores consideram 5 aspectos na avaliação de um local para a prática de mergulho: a limpidez da água, a visibilidade, as atividades e a diversidade da vida subaquática, as instalações específicas e os equipamentos para a prática do esporte e a facilidade de comunicação com as pessoas do local escolhido. No Parque Nacional Marinho de Abrolhos encontra-se a maior quantidade de corais do Atlântico Sul, as águas de Fernando de Noronha estão entre as de melhor visibilidade em todo o mundo. Estima-se que existam provavelmente 11 mil naufrágios na costa brasileira, aproximadamente 1.600 já foram cadastrados pelo Sistema de Informação de Naufrágios e apenas 600 foram realmente descobertos e explorados. o Cavalgadas

Modalidade esportiva que, colocada neste contexto específico dos produtos no Brasil, exige certa prática e também a disposição física, envolvendo expedições em locais acidentados e viagens arrojadas. Pressupõe o uso de cavalos para locomoção em ambientes naturais e rurais.

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• Esportes convencionais

O Brasil exerce liderança mundial em algumas modalidades esportivas, nos quais os atletas brasileiros se destacam, não apenas pela qualidade técnica, mas principalmente pelo “jeito” como o fazem. Como no futebol, no futebol de areia, e nos vôleis de quadra e de areia, por exemplo. Existe um grande interesse dos turistas estrangeiros que visitam o país, principalmente dos europeus, por visitarem clubes e assistirem partidas. No entanto, não existem produtos estruturados adequadamente, que possibilitam um aproveitamento compatível com a expectativa gerada. Mas o Brasil se destaca também em modalidades esportivas vinculadas aos atrativos naturais do país, como a pesca esportiva. E em categorias onde a exigência é a infra-estrutura própria para a prática, como o golfe, por exemplo. o Pesca Esportiva

A pesca esportiva é uma modalidade ecologicamente correta, sendo a que apresenta maior número de adeptos é a que conhecida como catch & release, que consiste basicamente em fisgar e soltar o peixe, tendo como princípio o prazer e a emoção do pescador na “briga” com o peixe. Vencida a batalha, o peixe é devolvido ao seu habitat para que não se perturbe o ecossistema do local de pesca. A pesca esportiva pode ser praticada tanto no mar, em áreas oceânicas e no litoral, assim como em águas doces de rios e lagos. Por isso o Brasil se destaca como a nova fronteira deste esporte. O Brasil concentra uma das maiores diversidades de peixes do mundo e em seu território estão localizados os rios mais piscosos. A Amazônia, o Pantanal, os rios Araguaia, São Francisco, e Paraná são alguns dos roteiros excepcionais consolidados para a pesca esportiva em águas doces. A esses roteiros no interior do país se pode acrescentar a

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potencialidade dos milhares de quilômetros de costa litorânea, que oferecem ótimas opções para a pesca oceânica. o Golfe

O golfe é o esporte que mais cresce no mundo, com taxa média anual de 10%. Estima-se que dos 50 milhões de jogadores de golfe em todo o mundo, 30% façam viagens internacionais buscando locais agradáveis para a prática do golfe, correspondendo a aproximadamente 15 milhões de turistas, que por conseqüência, são responsáveis por uma receita de 12 bilhões de dólares. O maior grupo é de norte-americanos, onde cerca de 26,4 milhões de pessoas jogam golfe. Os jogadores de golfe querem, hoje, campos de golfe que atendam às exigências de beleza e dificuldades naturais, além de um campo com boa qualidade. É nesse aspecto que o Brasil surge como um importante destino para a prática de golfe e, de acordo com dados da European Golf Association, o esporte tem crescido no país num ritmo superior ao índice mundial, em 2004, o crescimento brasileiro foi de 15%. o Motor

Práticas esportivas e/ou viagens e expedições realizadas com a utilização de meio de locomoção e veículo motor especial, tais como barcos, lanchas, jet-sky, ultraleve, motor home, veículos off road.

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EVENTOS & NEGÓCIOS Existem duas grandes associações que publicam dados e informações sobre o setor MICE – Meetings, Incentives, Conventions & Exhibitions. A Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA) publica informações sobre as reuniões de associações internacionais com mais de 50 participantes, enquanto a União de Associações Internacionais (UIA) trabalha com critérios mais complexos. A UIA publica dados em eventos como 300 participantes no mínimo, dos quais pelo menos 40% devem ser estrangeiros, com representação de no mínimo cinco nacionalidades e uma duração média mínima de três dias. Atualmente 5 países concentram 30% do mercado desse segmento: Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, França e Alemanha. Mas este é um segmento muito sensível às oscilações provocadas por mudanças na economia mundial, espera-se que o crescimento econômico dos países emergentes, sobretudo China, Índia e até mesmo o Brasil possa promover mudanças significativas neste mercado. Não é simples estabelecer o volume turístico do segmento de eventos e negócios, pois cada país trabalha com argumentos distintos na captação, na tabulação e interpretação dos dados sobre a motivação da viagem do turista internacional. No entanto, estima-se que o setor mobilize 20% do total das chegadas turísticas internacionais, o que representa mais de 140 milhões de viagens anuais. O mais importante é que o turismo de eventos e negócios tem excelente rentabilidade. Avalia-se que os gastos individuais de um turista de negócios são em média o dobro de qualquer outro segmento. Cabe ressaltar ainda que este setor é complementar ao turismo em geral, na medida em que facilita a expansão e compartilha a mesma infra-estrutura de serviços, proporcionando benefícios adicionais aos turistas e à comunidade local. Os estudos demonstram que este segmento fomenta o prolongamento da atividade turística e que aproximadamente 40% dos visitantes retornam ao mesmo destino, acompanhado de suas famílias ou amigos.

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A Potencialidade do turismo de Eventos e Negócios no Brasil Em 1992, o Brasil foi sede da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio-92, reunião organizada pela ONU, da qual participaram 122 chefes de Estado na abertura e 170 delegações oficiais, com mais de 25 mil participantes, durante duas semanas de trabalho. A partir de 2001, Porto Alegre passou a sediar o Fórum Social Mundial (FMS), organização que tem como objetivo se contrapor ao Fórum Econômico Mundial de Davos; o FSM promove o encontro de representantes de organizações não governamentais de mais de 100 países, reunindo cerca de 50 mil participantes e uma ampla cobertura da imprensa internacional. A Rio-92 inseriu o Brasil no circuito de grandes eventos mundiais e o FSM confirmou a capacidade de realização e as diferentes alternativas que o país oferece a este segmento turístico. A cidade de São Paulo concentra a maioria dos negócios deste segmento, cuja liderança no Brasil e na América Latina neste mercado é indiscutível. Entretanto, há feiras e eventos também no Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e em praticamente todas as grandes e médias cidades do país. Com oferta turística privilegiada e expansão da estrutura hoteleira, o Brasil desponta cada vez mais como potencial destino para congressos, convenções, feiras, exposições e todos os tipos de eventos. Como suporte fundamental a esse importante setor, o país já dispõe de infra-estrutura de centros de convenções capazes de abrigar desde encontros setoriais até grandes congressos internacionais, a exemplo do que já vem ocorrendo. E o Brasil tem potencialidade para ampliar muito sua participação no mercado mundial do turismo de eventos e negócios, por que além da infra-estrutura e serviços específicos para as

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atividades relacionadas aos eventos, a atratividade dos produtos turísticos contribui extraordinariamente nos argumentos de captação dentro do segmento, como elemento de diferenciação. Durante as reuniões, feiras, congressos e ou convenções, a maioria dos participantes sonha com a possibilidade de visitar a cidade e o entorno do local de hospedagem; assim as atrações novas, espetaculares ou únicas facilitam, e muito, a venda de destinos para o turismo de eventos e negócios. De acordo com o último ranking da ICCA, o Brasil está em 14º. lugar dentre os países que receberam eventos internacionais em 2004. • Feiras

A Feira é um momento singular de divulgação em que o expositor pode interferir e investir diretamente em seu público-alvo e é considerada como uma ferramenta imprescindível no processo de internacionalização de empresas. O crescimento econômico do Brasil, proporcionado pela rápida expansão do setor de exportações e ampliação do mercado interno de consumo, insere o país em um contexto de internacionalização crescente, que desperta o interesse dos investidores e empresários de diferentes setores produtivos. Segundo a União Brasileira dos Promotores de Feiras (UBRAFE), é expressivo o crescimento do mercado brasileiro de feiras de negócios no Brasil, o país passou de uma agenda de 38 feiras anuais em 1992 para 160 em 2004. São Paulo concentra 75% das feiras internacionais realizadas no Brasil, são cerca de 120 por ano; que atraem a participação de 45 estrangeiros e centenas de milhares brasileiros de outras cidades e estados do país.

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• Congressos

A repercussão do desenvolvimento científico, técnico e cultural do mundo contemporâneo tem gerado um rápido crescimento do número de congressos, convenções e reuniões internacionais realizados com o objetivo de ampliar o debate, promover ajustes e celebrar acordos multilaterais sobre temas de interesse focado ou que mobilizam diferentes grupos sociais. O Brasil conquistou experiências importantes no cenário internacional com a realização da Rio 92 e das diferentes edições do Fórum Social Mundial, que deram prestígio e contribuíram positivamente na divulgação do país. Em algumas áreas, como meio ambiente, temas culturais e sociais, por exemplo, o Brasil pode exercer uma liderança importante, de destaque, o que contribuiria na captação de encontros internacionais ligados a esses assuntos.



Incentivos As Viagens de Incentivo se transformaram em um importante aliado das ações de endomarketing das empresas em todo o mundo. São consideradas como ferramentas motivacionais, focadas na comemoração de resultados, cujo objetivo é promover a integração e desenvolver aprendizados que possam induzir a produtividade do grupo. Conhecer lugares com diversidade ambiental e cultural, paisagens espetaculares, recursos naturais preservados e que permitem vivenciar inúmeras atividades fora da rotina, são experiências memoráveis, o que garante o sucesso e excelentes retornos para as empresas que promovem viagens de incentivo. O potencial turístico brasileiro transforma o país em um excelente destino para o turismo de incentivo. Por apresentarem excelente oferta de meios de hospedagem, de serviços e atrativos, algumas das cidades brasileiras são consideradas como destinos-âncora; lugares com acomodação

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para grandes grupos e com atividades suficientes para mantê-los ocupados por três a cinco dias; e também por serem bem servidas por vôos internacionais diretos e freqüentes, ligandoas às maiores cidades-portões dos grandes mercados emissores externos. • Compras

O turismo de compras se caracteriza por viagens destinadas a refazer estoques de comerciantes estabelecidos e/ou a manter um comércio informal. Também são realizadas viagens para descoberta de novidades e para aproveitar liquidações no comércio a varejo em centros urbanos com lojas e centros de abastecimento de qualidade superior. • Mega Eventos

Viagens realizadas para participação ativa ou passiva em eventos de proporções enormes, realizados em locais de estrutura física e técnica especiais e que atraem grande quantidade de pessoas dos mais diversos segmentos de consumidor. Por exemplo: Grande Prêmio de Fórmula 1, Jogos Olímpicos, Círio de Nazaré. Estão muito associados ao turismo cultural religioso, ao esporte turístico e à indústria de entretenimento. • Visitas técnicas

Viagens realizadas por estudantes, profissionais e empresários com o objetivo de conhecer novas tecnologias em centros de excelência em suas respectivas áreas. Também ocorre para a compra de novas tecnologias e de produtos. Por exemplo: compra de matrizes de gado em fazendas do Pantanal, visitas técnicas a plantações de frutas em São Paulo.

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2.2 O ranking de produtos A Avaliação dos produtos turísticos internacionais do Brasil foi feita com a metodologia criada pelo Dr. Josep Chias que é a seguinte: • Valor Potencial A primeira fase de valoração de produtos envolveu aproximadamente 20 técnicos do Ministério do Turismo, da Embratur, do convênio Embratur Unesco/Monumenta, do Proecotur, consultores da Chias Marketing e representantes das principais operadoras brasileiras que atuam no mercado internacional. Os produtos foram avaliados separadamente, sendo que cada participante concedeu notas variando entre 1 e 5 pontos para cada um dos três critérios adotados para calcular a potencialidade para o mercado internacional. VALOR INTRÍNSECO Valor de cada um dos recursos, em uma análise comparativa que os faça destacar dentro da sua própria categoria (museus, prédios, natureza, parques)

SINGULARIDADE Valor que tem um recurso pelo fato de ser único no Mundo, na América Latina, no Brasil, na Região ou no Estado. Quanto mais singular, maior será o âmbito de atração geográfica do mesmo.

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CARÁTER BRASILEIRO Valor que tem um recurso pelo fato de ser do próprio local, neste caso do Brasil, ainda que não seja especificamente um recurso turístico. Existe um grande valor diferencial naquilo que forma parte da identidade do lugar.

Posteriormente aplicou-se uma fórmula de ponderação às notas concedidas. O resultado da soma total alcançada por cada produto é o seu valor potencial no mercado internacional. Foram selecionados os 170 produtos que obtiveram as melhores notas. Foram ainda considerados os aspectos relativos à acessibilidade e capacidade de carga de cada produto, excluindo-se da lista aqueles considerados inacessíveis, por não existir acessibilidade ou por não permitirem a visitação, e sem capacidade para o atendimento turístico. Definiu-se então uma grade com 163 produtos. • Valor Real Para a avaliação do valor real atualizado de cada produto no mercado turístico mundial foram considerados os dados das pesquisas realizadas com os turistas estrangeiros no Brasil e com o trade internacional, bem como a oferta desses produtos no catálogo dos operadores internacionais. O objetivo era o de perceber qual o uso de cada produto que o turista internacional faz atualmente e como é a presença ou percepção desse produto no trade internacional. NOTORIEDADE Grau de conhecimento do produto em nível nacional e internacional, tanto pelos turistas, como pelos operadores e pela mídia. Quanto maior conhecimento, maior probabilidade de compra do produto.

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CONCENTRAÇÃO DE OFERTA Valor derivado da existência de mais ofertas para fazer a mesma atividade e/ou outras atividades turísticas e lúdicas – visitar, comer, dormir, passear, praticar esportes – no mesmo destino. É mais fácil atrair o turista quando existem muitas coisas para ver e fazer.

Para o estabelecimento do valor real dos 163 produtos valorizados pela potencialidade foram estabelecidas notas para os critérios de concentração de oferta e notoriedade de cada produto. A avaliação da concentração de oferta considerou a quantidade de oferta de cada destino por linha de produto, as notas mais elevadas foram concedidas aos destinos que apresentaram maior número de oferta e assim sucessivamente. O Objetivo final deste processo de avaliação dos recursos e produtos é triplo: o Definir o “ranking” dos mesmos, para dispor de uma instrumento técnico que ajude a formular as prioridades de investimentos para o desenvolvimento dos recursos e promoção para os produtos; o Determinar o seu Valor Potencial e o seu Valor Real; o Quantificar o grau de aproveitamento do potencial turístico e do produto atual.

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2.3 O uso do produto 2.3.1 A presença do produto no trade internacional Na análise feita nos 18 mercados turísticos internacionais mais importantes foi possível estabelecer que a presença da oferta em folhetos sobre o Brasil está muito concentrada nos grandes ícones como o Rio de Janeiro, a Amazônia, Foz do Iguaçu e a Bahia. 70% 60% 50% 40% 30% 20%

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Ouro Preto

Ilheus + Itacaré

Brasília

São Paulo

Cidades Históricas +Congonhas+Mariana+

Porto Seguro + Trancoso + Santa Cruz

Praia da Pipa + Tibau do Sul

Pantanal

Maceió + Alagoas

Porto de Galinhas + Muro Alto

Angra dos Reis + Ilha Grande

Costa do Sauípe

Natal + Rio Grande do Norte

Búzios

Pernambuco

Recife + Olinda +

Fortaleza + Porto das Dunas + Praia das

Foz do Iguaçú

Manaus + Amazonas + Amazônia

Salvador

Rio de Janeiro

10% 0%

2.3.2 O turista internacional atual As informações utilizadas para o estabelecimento do uso do produto pelo turista internacional atual são: primeiro a estatística de cidades visitadas pelos turistas e segundo a informação baseada na pesquisa ao turista atual de 2004. Nos últimos anos o grupo de cidades mais visitadas por turistas estrangeiros no Brasil se manteve, ocorreram algumas pequenas variações como Florianópolis, que em 1999 era visitada por 17,7% dos turistas e em 2003 recebeu apenas 5,0% do total de estrangeiros em visita ao país. CIDADES BRASILEIRAS VISITADAS PELOS TURISTAS ESTRANGEIROS 1990-2002

CIDADES VISITADAS

1990

1995

2000

2002

Rio de Janeiro

41,80%

41,80%

34,10%

38,58%

São Paulo

22,40%

22,40%

19,70%

20,84%

Foz do Iguaçu

16,00%

16,00%

12,90%

9,28%

Florianópolis

11,40%

11,40%

18,70%

6,48%

Porto Alegre

9,70%

9,70%

5,90%

7,93%

Salvador

8,80%

8,80%

13,50%

12,78%

Camboriú

6,20%

6,20%

6,60%

4,90%

Recife

5,70%

5,70%

5,80%

8,24%

Fonte: Evolução do Turismo no Brasil – 1992/2002. Embratur

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No ano 2004, o ranking de cidades visitadas pelos turistas é o seguinte: 60% 50% 40% 30% 20% 10%

Belém

Ouro Preto

São Luís

Porto Seguro

Costa do Sauípe

Olinda

Angra dos Reis

Maceió

Morro de São Paulo

Campinas

Parati

Porto Alegre

Porto de Galinhas

Pipa

Belo Horizonte

Forianópolis

Búzios

Santos

Curitiba

Recife

Manaus

Natal

Fortaleza

Salvador

Foz do Iguaçu

São Paulo

Rio de Janeiro

0%

Pesquisa realizada em outubro de 2004

Comparando os dois gráficos, de “Destinos ofertados pelos operadores internacionais” e o de “Cidades visitadas pelos turistas atuais” pode-se perceber que existe uma mudança de posicionamento muito importante das cidades de São Paulo, Manaus e também da Amazônia como destino. Os operadores investem colocando a Amazônia como o terceiro produto mais importante do Brasil, enquanto a visitação real coloca Manaus em oitavo lugar. Além disso, até 2003 não aparece na pesquisa da Embratur entre as 10 cidades mais visitadas do Brasil. São Paulo, pelo contrário, é uma cidade cuja promoção é praticamente marginal, mas que tem uma alta visitação, tendo em vista sua posição importante no ranking de destino para eventos e negócios, bem como por ser o portão de entrada do turista internacional no país.

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2.4 A Promoção turística internacional O processo do marketing internacional de países foi iniciado pela Espanha em 1983 com a criação de sua reconhecida marca turística. Segundo pesquisa realizada para a Turespaña em 2002, a notoriedade da marca nos seus mercados prioritários é maior do que 80% , nível similar aos das grandes marcas de produtos de consumo. Esta linha de trabalho foi rapidamente adotada pela França e hoje a maioria dos países líderes em turismo tem planos de marketing com orçamentos adequados tanto ao nível como aos objetivos de suas metas e realidades.

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Nas Américas, este processo de trabalho foi adotado pelo México, por Cuba e pela Costa Rica. No hemisfério sul seguiram-se a Austrália e Nova Zelândia e, mais recentemente, por países emergentes no turismo mundial como Peru, Equador e Chile. A OMT fez uma análise comparativa dos orçamentos promocionais no ano de 1997. Para o Plano Aquarela foi feita uma comparação desses orçamentos com a receita gerada. Os resultados que aparecem na tabela seguinte mostram que o investimento do Brasil é comparativamente muito pequeno e deve ser revisto para que se possa alcançar as metas previstas no Plano Nacional de Turismo.

MÉDIA DO PAÍS

ORÇAMENTO 1990 A 1997 (milhões US$)

% ENTRE DESPESAS E RECEITA

TURISTAS 1997 (mil)

DÓLARES

ORÇAMENTO

INVESTIDOS

2005

POR TURISTA

(milhões US$)

1997 FRANÇA

58

0,21%

67.310

1,0

89,5

ESPANHA

72

0,37%

43.252

1,7

93,6

MÉXICO

40

0,53%

19.351

2,5

60,0

NOVA ZELÂNDIA

26

1,25%

1.417

20,0

40,0

COSTA RICA

7

0,94%

811

8,5

15,0

PERÚ

1,6

0,18%

747

2,2

20,0

BRASIL

30

0,90%

2.850

8,0

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Neste caso, devemos observar que o Brasil sempre fez o seu orçamento em Reais e a desvalorização do câmbio gerou uma queda substancial no investimento promocional em relação aos concorrentes. 2.5 A promoção turística internacional do Brasil O Brasil não adotou na história da sua trajetória turística uma marca. Além disso, ficou também evidenciada a própria descontinuidade no que diz respeito à imagem e à forma de se apresentar, seja através de diferentes símbolos, como através da logotipia da palavra Brasil.

A análise do material utilizado pela Embratur até o final do ano de 2002 constitui-se em um instrumento para a identificação e avaliação da forma como o Brasil turístico foi divulgado para o mercado internacional naquele período.

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Estes materiais gráficos foram editados em diversos idiomas para subsidiar as ações dos agentes nos mercados emissores do fluxo turístico para o Brasil e, representam, importante elemento de venda para os operadores, que distribuem esta peça publicitária em seus canais de venda, formados sobretudo pelas agências de viagens nos seus respectivos mercados. O melhor material que analisamos foi o filme “Brasil - Feel the Passion” distribuído em DVD, onde é feito um sobrevôo sobre o país, sua paisagem, cultura, possibilidades. É um produto que consegue emocionar o expectador embora não forneça nenhuma informação específica dos atrativos que apresenta. Observando o conjunto do material verificamos que não se depreende uma mensagem global que corresponda ao Brasil que se deseja vender ao turista. Cada material ou pequeno grupo apresenta uma visão pontual e específica do destino apresentado, e na maioria das vezes superficial. 3. A OPINIÃO DOS TURISTAS O foco qualitativo com uma base quantitativa forte são os dois pontos mais importantes para um plano de marketing. De acordo com isto foram feitas duas pesquisas com turistas. A primeira foi feita em outubro de 2004, com 1.200 turistas estrangeiros que terminavam a sua visita ao Brasil e outra com 5.000 turistas potenciais, selecionados nos 18 mercados mais importantes da Europa, América e Ásia, dentre aqueles que fazem habitualmente viagens turísticas internacionais. 3.1 A pesquisa ao turista estrangeiro atual no Brasil Os principais objetivos desta pesquisa foram: • A experiência turística no Brasil: as atividades realizadas, a valoração do produto atual; as recomendações e os conteúdos das mesmas.

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• Análise dos turistas novatos e dos freqüentes. • A imagem depois da visita. • As cores e palavras que definem o Brasil As principais conclusões da pesquisa demonstram que o turista estrangeiro que vem ao Brasil é um turista experiente, ou seja, esta não foi a sua primeira viagem internacional. Dentre estes entrevistados temos dois grupos, um dos novatos, ou turistas que visitavam o Brasil pela primeira vez e outro daqueles que já haviam feito duas ou mais viagens ao Brasil, ao qual chamamos de fidelizados.

As fontes de informação que os turistas utilizaram para a viagem foram: em primeiro lugar a Busca Própria, através de internet, guias turísticos e artigos publicados em jornais e revistas especializados. A Recomendação de familiares e amigos, bem como as informações fornecidas por

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Agências de Viagens apareceram em segundo lugar. Destaca-se o pequeno número de turistas que citaram a publicidade como fonte de informação para a viagem ao Brasil.

As razões pelas quais o Brasil foi o destino escolhido para a viagem foram: em primeiro lugar o atrativo Sol e Praia, em segundo Conhecer o Brasil, sendo que “Conhecer o Rio de Janeiro” foi uma das citações recorrentes. A Beleza Natural foi também destacada como um motivo importante, assim como a Cultura Viva e o Povo Brasileiro. A Recomendação, como motivo para a escolha do destino foi citada, mas com pouca importância.

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A Imagem dos turistas estrangeiros com relação ao Brasil, tanto positiva, quanto negativa aparece de forma bastante objetiva. No item imagem positiva, a Natureza é determinante, combinada com o Povo Brasileiro.

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Em seguida, quando a pergunta é feita sobre o Posicionamento do Brasil quanto ao que tem de melhor ou de pior os mesmos argumentos se repetem, mas já com proporções diferentes.

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3.2 A pesquisa ao turista potencial nos 18 mercados prioritários Os objetivos desta pesquisa foram: • Conhecer a experiência como turista internacional: o Que viagens fez nos últimos 5 anos. o Quais foram as suas motivações e fontes de informação. • Determinar o interesse na visita a países escolhidos como concorrentes: o Espanha e Estados unidos o China e Índia o África do Sul e Austrália o México, Costa Rica e Cuba o Venezuela, Equador, Perú e Argentina • Determinar a imagem espontânea e o posicionamento atual do Brasil: o O melhor do Brasil o As vantagens e as desvantagens do Brasil frente aos concorrentes o A análise dos imaginários sobre o país o As cores, palavras e símbolos do Brasil o As associações que fazem com pessoas, beleza natural, povo, cidades, cultura, história, eventos, comida e música Os resultados principais são: • A cota de viagens para a América do Sul é muito pequena nos paises da América do Norte, da Europa do Norte e Central e da Ásia que, em conjunto, são os maiores mercados emissores. A cota nos países da Europa do Sul é um pouco maior.

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• O Brasil está posicionado como o primeiro destino de interesse de viagem, apenas em Portugal e na França, nos outros países, aparecem, no quadro abaixo, outras posições relativas ao que chamamos de “lideranças”.

POSIÇÃO

PAÍS

%

1

PORTUGAL

63%

AUS

56%

ESP

48%

EUA

48%

MEX

48%

FRANÇA

43%

AUS

37%

EUA

34%

ESP

34%

MEX

34%

PARAGUAI

58%

ESP

61%

BOLÍVIA

49%

ESP

49%

3

ESPANHA

39%

AUS

57%

ARG

45%

MEX

38%

4

PERÚ

48%

ESP

64%

ARG

54%

EUA

51%

ARGENTINA

38%

ESP

61%

AUS

45%

MEX

44%

CHINA

18%

CHILE

49%

ARG

54%

MEX

54%

AUS

54%

ITÁLIA

28%

ESP

45%

EUA

44%

AUS

42%

SUÉCIA

26%

AUS

52%

EUA

43%

ESP

39%

JAPÃO

16%

EUA

44%

ESP

42%

AUS

42%

VENEZUELA

40%

ESP

71%

ARG

61%

EUA

52%

ALEMANHA

20%

AUS

46%

ESP

37%

EUA

19%

AUS

53%

ESP

37%

MEX

30%

REINO UNIDO

11%

AUS

51%

EUA

46%

2

5

6

9

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LIDERANÇAS

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• A análise detalhada dos dados mostra situações diferentes segundo os mercados, o que vai determinar que seja recomendada uma ação segmentada por países ou grupos de países. Em função disto, o Plano Operacional vai ser construído pelo conjunto de metas e ações específicas. • A nível geral os aspectos positivos do Brasil são Natureza ( praias, clima, beleza natural), o Povo e a Cultura viva. • Os competidores diretos apontados são outros países da América, mas muito especialmente o México, o Caribe (com destaque para Cuba) e a Argentina. • As principais associações foram feitas com ícones como Rio de Janeiro, Carnaval e Samba. Outras associações secundárias foram com a Amazônia, Iguaçu e o Futebol.

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4. A OPINIÃO DO TRADE TURÍSTICO INTERNACIONAL Para conhecer a Opinião do Trade Turístico Internacional foi feita uma pesquisa nos 18 mercados prioritários, com os 5 maiores operadores do país , quer trabalhem ou não com o produto Brasil, e com as 5 operadores especializados que já trabalham com o produto Brasil. Os objetivos desta pesquisa foram: • Conhecer a imagem que o trade internacional tem do Brasil, quais são os principais atrativos. • A definição de concorrentes. • A promoção atual. Os resultados mais significativos são: • Todas as operadoras, exceto em Portugal, afirmam estar carentes de informações sobre o Brasil para transmitir aos seus viajantes. • Ressaltam que os materiais informativos sobre o país devem mostrar toda a variedade e diversidade das atrações locais:clima, geografia, natureza e cultura. • Concorrentes: sob o ponto de vista da imagem, a opinião é de que as praias do México e do Caribe são mais bonitas que as do Brasil. • Não existe infra-estrutura hoteleira e turística adequada fora dos grandes centros.

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5. A OPINIÃO INTERNA Para conhecer a opinião das diferentes áreas envolvidas diretamente com o turismo brasileiro, foram realizadas uma série de reuniões com representantes das organizações, associações classistas, secretários estaduais e lideranças dos setores público e privado ligados ao turismo no Brasil. Durante quatro dias foram mobilizadas aproximadamente 100 pessoas de todo o país e dos diferentes segmentos turísticos num total de15 reuniões setoriais. A função desses encontros foi auferir o modo como os profissionais e as lideranças do setor avaliam as potencialidades do turismo brasileiro para o mercado internacional, sistematizados em aspectos objetivos: pontos fortes, pontos fracos, os mercados, as cores e as palavras que, na opinião dos participantes, sintetizam o Brasil.

Os resultados mais significativos são: • Pontos Fortes PONTOS FORTES 18% 35%

21%

26% Recursos naturais

O povo brasileiro

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Diversidade cultural

O Brasil: a imagem e o conjunto

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Para a sistematização das opiniões foram considerados apenas os pontos fortes mais recorrentes nas opiniões dos participantes. A síntese aponta para um equilíbrio entre o conjunto dos atrativos naturais (35%) e dos aspectos culturais (47%). A cultura está substanciada nos aspectos da “diversidade cultural” (21%) e no “povo brasileiro” (26%). Os “recursos naturais” englobam todas as referências sobre as belezas naturais, os atrativos específicos como o Pantanal ou a Amazônia, por exemplo; ou ainda citações mais generalistas como natureza, biodiversidade, etc. Outro destaque importante é a “imagem do Brasil”, que 18% dos participantes destacam como sendo positiva, onde ressaltam a visão de conjunto do país. Percebe-se que, mesmo diferentes, as opiniões tendem a se complementar, o que, de certo modo, confirma o conceito de diversidade utilizado de forma quase unânime pelos participantes, que afirmam que o diferencial do Brasil está exatamente na “diversidade, na capacidade (e possibilidade) de vivenciar culturas e ambientes”. • Os Ícones A listagem dos mais importantes ícones para o turismo brasileiro deriva dos pontos fortes. Assim, foram encontradas variantes para termos genéricos como a cultura brasileira, o povo brasileiro e uma vasta enumeração de lugares, destinos, dos quais destacamos aqueles que receberam o maior número de citações: • Rio de Janeiro • Amazônia • O povo brasileiro • Cultura/diversidade • Foz do Iguaçu • Brasília

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O Rio de Janeiro e a Amazônia são realçados como nossos maiores símbolos. O primeiro pela imagem estruturada ao longo de anos e referenciada pelo fluxo turístico. “No mundo inteiro o Brasil é conhecido pelo Rio de Janeiro”. O Rio aparece muitas vezes associado à imagem cultural do país, do carnaval e da musicalidade, por exemplo; mas é atingido negativamente pelo lado antigo e estereotipado do turismo brasileiro e também dos problemas decorrentes da criminalidade. Ainda assim o Rio é considerado como “(...) o grande ícone brasileiro lá fora, um destino mundialmente mágico”. Parte significativa dos participantes destacam a Amazônia como a nova imagem do turismo brasileiro, uma imagem positiva, de qualidade e em sintonia com o mercado mundial. “A Amazônia é provavelmente mais conhecida que o Brasil”, mas não recebe o tratamento adequado na promoção. Nas colocações dos participantes, a Floresta agrega os conceitos amplos de recursos naturais, diversidade ambiental e ecoturismo. • Pontos Fracos Na avaliação sobre os pontos fracos foram ressaltadas as questões relativas à imagem do turismo brasileiro.

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PONTOS FRACOS 20% 31%

23%

26% imagem estereotipada

Desconhecimento

Segurança

Papel da mídia

O item “imagem estereotipada” é apontado como o principal ponto fraco do turismo brasileiro, 31% dos participantes o entendem como um reducionismo da oferta turística do país, resultado direto da promoção internacional nas últimas décadas que, na opinião dos diferentes setores ouvidos, privilegiou a praia, o samba, o futebol, a festa, a mulher... O papel da mídia foi duramente avaliado (20%), salientando-se como um dos principais pontos fracos do turismo e que interfere decisivamente na construção de uma imagem negativa. O desconhecimento do Brasil é apontado por 26% dos participantes como sendo um ponto fraco do turismo hoje, mas ressaltam que é algo que pode no futuro ser revertido de forma positiva.

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• Considerações sobre o desenvolvimento As questões de desenvolvimento também foram destacadas pelos participantes, que apontaram as deficiências gerais de infra-estrutura, os problemas de formatação de produtos, entre os quais se sobressaem a limitação dos vôos internacionais e nacionais, o que pode, na prática, inviabilizar o crescimento efetivo do turismo no Brasil.

PROBLEMAS DE DESENVOLVIMENTO 25% 37%

38% Vôos



Produtos

Não falar outro idioma

Observações

Os participantes das reuniões expressaram preocupações quanto ao futuro do turismo brasileiro no mercado mundial, apontaram alternativas para o melhor aproveitamento de nosso potencial, suscitaram dúvidas sobre o modelo de gestão a ser utilizado na implantação do Plano Aquarela e o papel da Embratur, entre outros.

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• Uma marca guarda-chuva e a mensagem do Brasil: o “A promoção deve ser do país e não apenas o resultado da soma dos estados”. É importante definir uma marca turística Brasil, única. o A integração tem que ser desde o produto e não dos Estados. • Modelo de gestão: o "Criar um instrumento para estabelecer um fundo permanente para a gestão do plano, que, inclusive, garanta os recursos para a promoção”. o “Cabe a Embratur ser o articulador” do marketing do Brasil, mantendo-se “em alerta para fazer as correções necessárias”. • Estabelecer um novo inventário, valoração e classificação dos produtos. “É difícil entender os produtos brasileiros lá fora”. • Investir em turismo de qualidade, “que gere empregos e traga turistas de qualidade”. • Pesquisa de opinião: “É importante ouvir os formadores de opinião nos mercados emissores, pois o que pensa o turista e o que pensam os formadores de opinião é sensivelmente diferente”.

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6. O Posicionamento atual do Brasil nos mercados prioritários O posicionamento turístico do Brasil nos mercados está atualmente sob o guarda chuva do posicionamento geral da América do Sul. Isto decorre do baixo nível de conhecimento que os públicos alvo têm de sua oferta turística. Segundo as pesquisas efetuadas podemos estabelecer que os fatores de posicionamento do Brasil a serem considerados são 4. É de acordo com este fatores que os turistas formulam as suas decisões de viagens: • Patrimônio natural • Patrimônio cultural • Exotismo do destino • Estilo de vida Além disso, também foram selecionados 4 destinos importantes que aparecem no imaginário dos turistas potenciais e que apresentam ofertas diversificadas: • Espanha • Austrália • África do Sul • China O posicionamento atual tem que ser considerado segundo os mercados geográficos prioritários considerados para o Plano Aquarela.

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No mercado europeu, a América do Sul representa uma mistura de Patrimônio natural e Estilo de vida conforme aparece no seguinte esquema:

No mercado da América do Norte o exotismo da Austrália diminui e aumenta um pouco o de América do Sul:

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Ao analisar o mercado da América Latina o que muda mas significativamente é a posição da Espanha:

No caso do mercado asiático, exceto para a África do Sul, são alteradas as posições dos países. Isto, porque os conceitos de exotismo mudam 180º:

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A primeira conclusão que podemos formular é a de que podemos trabalhar com um posicionamento geral que, com os necessários ajustes por países, tem um valor comum para os mercados da Europa e América. Tomando este mapa de posicionamento foi estabelecido então o lugar dos países latino-americanos de referência:

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Temos 4 países que formulam um posicionamento com o foco concentrado em um único tipo de produto: • Costa Rica – “Sem ingredientes artificiais” mantém o foco no patrimônio natural •

Peru – “O país dos incas”, mantém o foco no patrimônio histórico



Cuba, tem o seu foco no estilo de vida

• Equador – “A vida em estado puro”, direciona a sua promo e patrimônio natural. No caso do México, em função da vizinhança com os Estados Unidos é adotado um duplo posicionamento: exotismo na América do Norte e diversidade na Europa com a mensagem “Um país, mil mundos”. O caso da Argentina é mais complexo porque não existe hoje uma formulação explícita para o posicionamento, mas aparece com uma imagem que mistura a natureza, a cultura e o estilo de vida. Este conjunto configura o cenário onde definir o posicionamento desejado para o futuro turístico do Brasil.

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6.1 O Posicionamento desejado A análise do produto turístico internacional do Brasil e também a imagem no turista potencial levou ao estabelecimento de um posicionamento competitivo que descarta os posicionamentos focados dos outros países da América Latina, potenciando os dois fatores que caracterizam a oferta existente: o patrimônio natural e o estilo de vida, o qual sintetiza os valores da cultura viva do povo.

É evidente que não queremos turisticamente ser um competidor direto de alguns dos países selecionados e sim ocupar um espaço mental próprio no mercado.

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2. O que vamos promover A estratégia de promoção esta baseada na criação de uma mensagem global para todos os mercados. Esta mensagem global se concretiza em três elementos: • o decálogo, que é o conjunto dos argumentos e dos valores que têm que levar à decisão do turista potencial para viajar ao Brasil. • a mensagem permanente, o slogan que sintetiza a todos os argumentos e valores. • a marca turística como elemento de identidade e reconhecimento nos mercados. Também a estratégia estabelece uma comunicação integrada onde todas e cada uma das ações de comunicação estão acompanhadas pela mensagem global, que assim se converte num guarda.chuva para todos os produtos a serem ofertados. Esta estratégia de integração pretende também chegar a todas as comunicações e promoções internacionais que sejam feitas pelos estados, cidades e também pelo setor privado brasileiro. 2.1 O Decálogo do Brasil De acordo com o posicionamento desejado e as informações sobre as palavras que explicam o Brasil definido pelo turista atual, potencial, trade e o próprio setor turístico brasileiro foram selecionados 5 valores ou conceitos: • Natureza (praia e mar, beleza natural, floresta, patrimônios da humanidade) • Cultura viva (festas, alegria, música, patrimônios da humanidade) • Povo (alegria, atendimento) • Clima (sol o ano inteiro) • Modernidade

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2.2 A mensagem permanente De acordo com as pesquisas do turista atual, o nível de satisfação da visita é muito alto e, além disto, os turistas se surpreendem positivamente pelo que conhecem e pelo que o Brasil tem. Neste sentido, foi proposta uma mensagem que permite sintetizar a estadia do turista: Sensacional 2.3 A marca Para a construção da marca turística do Brasil foi definido um briefing baseado em quatro idéias: • A primeira idéia foi a de que para manter a identidade, na mesma linha em que já trabalham outros países líderes, o nome Brasil, em português, deve ser incorporado como elemento de identidade sem tradução no desenho da marca. • A segunda refere-se as cores para o desenho. Em cada uma das pesquisas de opinião aos turistas atuais, trade e opinião interna foi pedida a sugestão das três cores que para eles identificam o Brasil. Os resultados destas pesquisas mostram que a visão é de que o Brasil é um país colorido:

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o Opinião interna: 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Amarelo

Verde

Azul

Branco

Vermelho

Amarelo

Azul

Branco

Vermelho

Amarelo

Azul

Vermelho

Branco

o Turista atual e trade: 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Verde

o Turista potencial: 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Verde

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O desenho da marca teria que mostrar o Verde das florestas, o Amarelo do sol, das luz e das praias, o Azul do céu e das águas, o Vermelho das festas populares e o Branco da vestimenta e da religião popular. • A terceira se relaciona com o decálogo. A introdução da idéia de modernidade levou a que fossem selecionados alguns ícones da mesma no Brasil. Aparece então a arte, a arquitetura e a música como espaços artísticos mais destacados do Brasil no exterior. A música é difícil de expressar numa marca gráfica e portanto a pesquisa foi orientada para a arte e a arquitetura. Os trabalhos de profissionais como Oscar Niemayer, Lúcio Costa, Portinari e Burle Marx, conquistam o imaginário com força. A pesquisa feita resultou na escolha de um desenho que ilustra a capa de um livro sobre a obra de Burle Marx. Especificamente um desenho para o projeto do jardim da cobertura do prédio do Ministério de Educação do Rio de Janeiro, que foi apresentado como uma referência para os designers gráficos selecionados:

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O concurso de desenho gráfico foi coordenado pela ADG - Associação de Design Gráfico do Brasil e por decisão unânime do júri foi selecionada a proposta de Kiko Farkas que sintetiza a mistura de cores e formas assim como agrega muita modernidade ao desenho:

Como exemplo da sua capacidade de competir no mercado internacional, podemos observar o destaque da marca turística do Brasil no conjunto de marcas mais importantes do mundo:

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FASE III – O PLANO OPERACIONAL Nesta terceira fase do Plano Aquarela do Brasil são apresentados dois Planos Operacionais: • O Plano Operacional de Produtos que, a partir da estratégia de promoção, define as linhas de produtos turísticos brasileiros a serem ofertados nos diferentes mercados internacionais. • O Plano Operacional de Promoção onde formuladas as seguintes propostas: o As Políticas de Promoção que estabelecem as diretrizes para a atuação promocional e sua distribuição orçamentária. o Os Macroprogramas de Promoção que se dirigem aos diferentes mercados, seus desdobramentos em programas, projetos e ações.

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O PLANO OPERACIONAL DE PRODUTOS 1. A DEFINIÇÃO OPERACIONAL DOS PRODUTOS As linhas de produtos turísticos brasileiros a serem promovidos, no curto prazo e nos mercados internacionais prioritários, são decorrentes das estratégias estabelecidas na Fase II deste Plano de Promoção Internacional do Brasil, das quais são considerados três aspectos chave: a grade de produtos, o ranking de produtos e o decálogo. Análises de mercado, envolvendo pesquisas com turistas potenciais em 18 países, fundamentaram a elaboração da grade de produtos e a definição dos mercados turísticos alvo, tanto para os grandes segmentos como para os produtos especializados ou dirigidos a públicos focados. O ranking de produtos, como conseqüência de um detalhado processo de inventário e valoração feito neste Plano. Derivado do posicionamento de mercado, o decálogo é a manifestação dos argumentos gerais para atrair turistas de todos os mercados ao Brasil. 1.1 A grade de produtos O Brasil conta com uma oferta abrangente, estruturada para 5 segmentos e poucos destinos oferecem tamanha quantidade e variedade de opções turísticas, que conta com uma oferta abrangente:

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SOL & PRAIA

ECOTURISMO

CULTURA

ESPORTE

NEGÓCIOS & EVENTOS

CAMINHADAS

ARQUEOLOGIA

AVENTURA

FEIRAS

ESPELEOLOGIA

PALEONTOLOGIA

TREKKING

CONGRESSOS

FLUTUAÇÃO

ÉTNICO

SURF

INCENTIVOS

OBS. DE FAUNA

FESTAS POPULARES

RAFTING

COMPRAS

ORNITOLOGIA

CIDADES PATRIMÔNIO

VÔO LIVRE

MEGA-EVENTOS

CANYONING E

VISITAS TÉCNICAS

INTERCÂMBIO

PRÁTICAS VERTICIAS

MERGULHO CAVALGADAS

CONVENCIONAIS

FUTEBOL

GOLFE

MOTOR

VELA

VOLÊI DE PRAIA

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A grade de produtos atuais foi elemento determinante na formulação de ofertas e orientou o Plano Aquarela para a apresentação como um multi-destino no qual se combinam diferentes segmentos turísticos e atividades de interesses variados.

1.3 O decálogo O decálogo é o elemento central na formulação da mensagem global da promoção, uma formulação sintética dos valores e argumentos capazes de motivar o turista potencial no momento da decisão de sua viagem. A denominação “decálogo” é meramente conceitual, não importa o número se 3 ou 11, por exemplo, mas sim os argumentos que devem expressar não só o que é o destino, mas o diferencial de sua identidade. Derivado da análise dos produtos atuais, da análise da imagem, do posicionamento do Brasil e de seus principais concorrentes, o decálogo a seguir foi elaborado na perspectiva do posicionamento desejado no mercado turístico mundial, e ele é a síntese temática que define o que é o Brasil, seus atrativos e sua diversidade.

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DECÁLOGO GERAL DO BRASIL NATUREZA A MAIOR BIODIVERSIDADE DO PLANETA CULTURA VIVA VER, SENTIR, COMER, DANÇAR, OUVIR, FESTEJAR... POVO FÉ, ESPERANÇA, HOSPITALIDADE E ALEGRIA CLIMA SOL, SOMBRA, BRISA E ÁGUA FRESCA O ANO INTEIRO MODERNIDADE JUVENTUDE E MODERNIDADE NUM PAÍS DE CONTRASTES

Argumentos específicos ou o decálogo de cada um dos segmentos Cada segmento de produtos tem características próprias que possibilitam diferentes posicionamentos para cada mercado alvo, assim o decálogo geral do Brasil é complementado por argumentos específicos.

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SOL & PRAIA

• Todo dia é dia de praia: clima tropical, sol o ano inteiro, águas quentes e ventos brandos; • Praia brasileira: extensas faixas de areia que separam o mar do continente; lugar de lazer, de descanso e tranqüilidade para banhistas; espaço para atividades esportivas e para o banho de sol; • 8,5 mil Km de litoral e centenas de praias para escolher: paisagens singulares que mudam conforme as características da geografia e do meio ambiente.

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ECOTURISMO

• País tropical com 8,5 milhões de Km2 de área territorial com imensa diversidade cênica e diferentes ecossistemas; • 258 unidades nacionais de conservação dos diferentes biomas existentes no Brasil: 53 Parques Nacionais, Reservas da Biosfera e 7 reservas inscritas na lista de Patrimônios Naturais da Humanidade - UNESCO; • A maior reserva de água doce do Planeta, aproximadamente 20% do total da disponibilidade mundial; • Amazônia, a maior reserva de floresta tropical do Planeta, abrange mais da metade do território brasileiro. Na Amazônia brasileira já foram catalogadas mais de 1,5 milhão de espécies vegetais, 3 mil espécies de peixes, 950 tipos de pássaros, e insetos, répteis, anfíbios, mamíferos...; • Cerrado um bioma único, embora semelhante às savanas da África e Austrália, porém com diversidade de flora mais expressiva; • Mata Atlântica: a exuberância da floresta com árvores que chegam a atingir 40 metros de altura e inúmeros tipos de samambaias, orquídeas, bromélias...; • Pantanal mato-grossense, a maior planície de inundação contínua e a principal "janela" de evaporação de água doce da Terra, um paraíso para aves e pequenos mamíferos; • Caatinga, vida e diversidade que resistem a longos períodos de estiagem; • Espetáculos da natureza: Cataratas do Iguaçu, Lençóis Maranhenses, Jalapão, o Encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas, a foz do Rio Amazonas (pororoca), as Chapadas...

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CULTURA Mistura racial e cultural; Alegria, fé, esperança e hospitalidade; Música brasileira: uma festa de ritmos e sonoridades; Carnaval do Brasil, espetáculos para assistir e participar. 10 sítios inscritos na lista de Patrimônios Culturais da Humanidade - UNESCO; • Diversidade culinária, com características regionais marcantes que incorporam a riqueza da fauna, da flora e de influências culturais locais. • Expressivo patrimônio arqueológico e paleontológico; • Aproximadamente 210 povos indígenas e 170 línguas e dialetos espalhados por todo o território brasileiro. E uma única língua nacional. • • • • •



• •



ESPORTES Destino privilegiado para atividades esportivas integradas à natureza, como o vôlei de praia, o surfe, o vôo livre, a vela, o mergulho e a pesca esportiva; Único país pentacampeão mundial de futebol e maior exportador de jogadores para clubes em diferentes continentes; Vôlei de praia, um esporte genuinamente brasileiro, nascido nas areias das praias de Ipanema e Copacabana. O Brasil domina o Circuito Mundial da categoria e sempre esteve no podium desde que se tornou um esporte olímpico. Condições excepcionais para a prática de esportes de aventura, tanto na natureza como em centros urbanos espetaculares como Rio de Janeiro, Vitória e Florianópoli.

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• • • •

EVENTOS & NEGÓCIOS A liderança latino-americana de São Paulo no segmento de negócios e feiras internacionais. Infra-estrutura de centros de convenções nas principais capitais brasileiras e grandes cidades do interior. Oferta turística privilegiada e rápida expansão da infra-estrutura de serviços turísticos. Combinação de produtos em diferentes segmentos e ofertas exclusivas de destinos com amplas possibilidades de serviços e atrativos.

1.4 As atividades turísticas O processo de análise técnica dos produtos atuais, com a avaliação do valor potencial e real no mercado turístico mundial, incluiu também um inventário de atividades que cada um deles possibilita ao visitante, com base nestes subsídios e no grau de aproveitamento pelo turista atual, foi elaborado um quadro de atividades e de utilização para cada segmento turístico no Brasil. Ao apontar os usos adequados, o quadro de atividades turísticas se transforma em ferramenta estratégica para a promoção.

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103

DESCOBRIR

O BRASIL

VISITAR

NATUREZA E CULTURA

PRATICAR

ESPORTES NA NATUREZA

DESFRUTAR

PRAIAS E PAISAGENS

COMER

GASTRONOMIA

VIVER

HOTEIS DE SELVA, RESORTS, POUSADAS

ASSISTIR

EVENTOS E FESTAS POPULARES. CONGRESSOS E REUNIÕES

2. A GAMA DE PRODUTOS 2.1 A Definição operacional dos produtos A Gama de Produtos do Brasil é a combinação da Grade de Produtos com as Atividades Turísticas. É conseqüência da avaliação técnica de produtos turísticos feita pelo Plano Aquarela, considerando as especificidades e oportunidades, sem ignorar as necessidades e metas pretendidas no curto e no

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longo prazo. São ofertas que conciliam a potencialidade dos produtos brasileiros com as características intrínsecas dos diferentes públicos-alvos e mercados prioritários, sem perder de vista o posicionamento competitivo atual e futuro.

DESCOBRIR O BRASIL PRAIAS DO BRASIL ECOTURISMO. O MAIOR E O MELHOR DO MUNDO FESTAS POPULARES. A CULTURA VIVA CIDADES, NEGÓCIOS E CONGRESSOS INCENTIVOS, DESCOBRIR E VIVER

Em seguida são indicados os Produtos Focados, identificados como nichos de mercados, apresentados através de uma linha de ofertas direcionadas, quase que exclusivas, voltadas para grupos de público específicos, com interesses peculiares.

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AVENTURA BRASIL GOLFE PESCA ESPORTIVA OBSERVAÇÃO DE PÁSSAROS ESPELEOTURISMO ARQUEOLOGIA PALEONTOLOGIA TURISMO ÉTNICO

A seguir serão apresentados os detalhamentos de cada produto, com a definição dos conteúdos, a indicação dos respectivos públicos e a estruturação promocional necessária. Na fase do Diagnóstico do Plano Aquarela foram identificados e valorados produtos com excelente potencialidade para o mercado internacional, mas ainda com problemas de desenvolvimento; recomenda-se para esses casos, ações coordenadas com o Ministério do Turismo visando fomentar a melhoria do produto e de sua acessibilidade atual.

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2.2 As metas por produtos: Segundo os volumes dos mercados e o potencial.

DESCOBRIR O BRASIL

20%

SOL & PRAIA

40%

ECOTURISMO

10%

CIDADES

105

FESTAS POPULARES

5%

INCENTIVOS

5%

PRODUTOS FOCADOS

10%

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2.3 As fichas dos produtos gerais e dos 5 grandes segmentos:

DESCOBRIR O BRASIL: Circuito 21 dias PRODUTO E PÚBLICO ALVO: Este é o produto principal e está dirigido a todos os públicos nos diferentes mercados. É a base inicial para explorar o potencial do país e descobrir o Brasil. Descobrir o Brasil é o produto para o mercado de Touring, que mobiliza em todo o mundo o equivalente a 150 milhões de viagens internacionais todos os anos. É um público colecionador de viagens e lugares visitados, pessoas que buscam uma visão geral destino, uma apreciação abrangente sem, necessariamente, se dedicar a nenhum atrativo ou atividade profundamente. São turistas habituados a fazer viagens internacionais no período de suas férias, ávidos por novas experiências e com disponibilidade de vários dias para usufruir todas as possibilidades do destino escolhido. O fator de decisão por um determinado lugar também é importante, quesito em que o leque de ofertas diversificadas é um elemento preponderante. Este produto pretende ser o principal gerador de viagens turísticas de larga duração no Brasil. O objetivo específico é apresentar alternativas que permitam ao turista estabelecer uma visão de conjunto, uma panorâmica do Brasil, na perspectiva cultural e histórica (Cidades Patrimônio e as metrópoles), incluindo praias e recursos naturais “selvagens” com ênfase na grandiosidade da biodiversidade brasileira – florestas, o litoral, o Pantanal, águas doces... Ao reunir os principais produtos turísticos potenciais do país, esse Circuito poderá contribuir para suscitar o desejo de uma segunda viagem, com um objetivo mais direcionado, buscando conhecer melhor um ou outro lugar especificamente. Até por quê, no caso do Brasil, a diversidade e as distâncias geográficas são tão significativas, que dificilmente o turista poderá esgotar a oferta e as possibilidades do país em uma única viagem. ESTRUTURAÇÃO A estruturação deste produto está baseada em um circuito de 21 dias, mas também serão definidos circuitos menores para serem realizados em 14 dias de viagem. A proposta considera as dimensões continentais do Brasil e o fato de serem viagens de férias, assim são sugeridas possibilidades diferentes dentro de um mesmo segmento e a estimativa do tempo necessário para a visita, para que a pessoa possa escolher, reservando para a última etapa um período para descanso e lazer nas praias brasileiras. Serão organizados e apresentados em dois formatos. Um baseado na autoprogramação (informação na web – autoPLANO AQUARELA DO BRASIL. Marketing Turístico Internacional

assistida e com folheto virtual – e em folheto gera l) e outro para o turismo organizado como um pacote standard. Relatório executivo

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possibilidades diferentes dentro de um mesmo segmento e a estimativa do tempo necessário para a visita, para que a pessoa possa escolher, reservando para a última etapa um período para descanso e lazer nas praias brasileiras. Serão organizados e apresentados em dois formatos. Um baseado na autoprogramação (informação na web – autoassistida e com folheto virtual – e em folheto gera l) e outro para o turismo organizado como um pacote standard. Como circuito geral que é, recomenda-se a apresentação dos roteiros em um mapa do Brasil. A estes roteiros se integram, na forma de itinerários complementares, com os demais produtos selecionados. Ao circuito geral serão incorporados ainda as atividades de Festas Populares, com sua programação e calendário próprio.

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PRAIAS DO BRASIL PRODUTO E PÚBLICO ALVO: É um produto destinado aos turistas que procuram apenas o descanso e o lazer ao sol e que representam mais de 50% do mercado turístico mundial, o que corresponde cerca de 350 milhões de viagens por ano. A oferta deverá reunir as melhores opções em cada região do país, agrupando por perfil e características comuns. ESTRUTURAÇÃO: O conteúdo deste produto se centra nos conceitos de lazer ao sol, de dolce farniente, com enfâse na tranqüilidade, no conforto e na diversidade das praias brasileiras. A definição dos produtos específicos se orienta em função das características das regiões e dos tipos de acomodação: praias urbanas, praias isoladas, resorts, pousadas, etc.. Incluindo atividades complementares como passeios de barco, bugue ou a cavalo, práticas esportivas rápidas e leves, e visitas a povoados ou atrativos no entorno, junto a opções de gastronomia e festas populares. Este é um tipo de produto em que, quase sempre, é necessário melhorar a oferta atual gerando e implantando políticas de qualidade, assim como de ampliação da oferta complementar. A apresentação da oferta se estrutura da seguinte forma: •

Lazer ou descanso? Seleção das alternativas existentes e das regiões.



Onde hospedar-se? Neste ponto se apresenta a oferta, dando especial destaque aos estabelecimentos de qualidade: o Resorts, pousadas, hotéis.



E além de descansar, que outras coisas quer fazer? Como consequência do lugar e da hospedagem selecionados, se apresenta aqui a oferta complementar disponível, organizada pelos grupos de lugares sugeridos.



Dentro destes, são colocados os atrativos e atividades oferecidos em cada lugar dos produtos existentes hoje, dos quais destacamos os seguintes: o

Ecoturismo

o

Esporte de Aventura

o

Cidades Patrimônio

o

Festas populares

o

Artesanato

o

Gastronomia regional

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ECOTURISMO. O MAIOR DO MUNDO PRODUTO E PÚBLICO ALVO: Segundo a OMT o segmento do ecoturismo vem crescendo numa taxa média entre 10% e 15% ao ano e atualmente representa, de acordo com dados da Sociedade de Ecoturismo, aproximadamente 35 milhões de pessoas, o equivalente a 5% do fluxo turístico mundial. As dimensões geográficas do Brasil, a riqueza da biodiversidade, as belezas cênicas diferenciadas e o clima predominante de sol o ano inteiro, destacam o país como um destino privilegiado ligado à natureza. O objetivo deste produto é reunir e apresentar os conjuntos com maior potencialidade, privilegiando a diversidade ambiental e regional. ESTRUTURAÇÃO: O potencial brasileiro para o turismo ligado à natureza deve se transformar em ofertas competivivas no mercado mundial. A estruturação deste produto deve contemplar a amplição das alternativas existentes hoje, considerando a riqueza ambiental do país, os diferentes biomas, a beleza cênica dos atrativos, possibilitando a percepção dos constrastes existentes e atividades complementares. Este é um segmento em que inúmeros aspectos do desenvolvimento de produto ainda deverão ser encaminhados para que a potencialidade do Brasil se converta em referência mundial. A apresentação da oferta se estrutura da seguinte forma: •

O que você que conhecer? Seleção das alternativas existentes e as regiões.



Onde hospedar? Neste ponto se apresenta a oferta, dando especial destaque aos estabelecimentos de qualidade: Resorts, pousadas, hotéis, hotéis de selva...



E além de conhecer a biodiversidade brasileira, que outras coisa se pode fazer? Como consequência do lugar e da hospedagem selecionados, serão apresentas nesta sessão a oferta complementar disponível, organizadas pelos grupos de lugares sugeridos e, dentro destes, colocados os atrativos e atividades oferecidos em cada lugar dos produtos existentes, dos quais destacamos os seguintes: o

Modalidades esportivas integradas à natureza

o

Gastronomia regional

o

Pequenos sítios culturais, povoados e comunidades locais

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FESTAS POPULARES. A CULTURA VIVA PRODUTO E PÚBLICO ALVO: É um produto destinado aos turistas que têm especial interesse na oferta de produtos culturais, que buscam diferenciação nos destinos gerais. Os turistas culturais respondem por aproximadamente 10% das chegadas turísticas em todo o mundo, equivalendo a mais ou menos 70 milhões de viagens internacionais por ano. A oferta deverá evidenciar a diversidade cultural do país, com ênfase no conceito de cultura viva, dinâmica, sujeito à mudanças, e por isso mesmo cada experiência é única. Este produto, através dos grandes eventos e manifestações da cultura popular, propiciará também contato com as diferentes raízes musicais do Brasil. ESTRUTURAÇÃO: •

Carnaval

Alegria, descontração e criatividade, características marcantes do povo brasileiro, têm sua expressão máxima no Carnaval. Durante quatro dias, o Brasil vive seu momento mais democrático, levando para a “avenida” pessoas dos mais diferentes grupos sócio-econômicos e culturais. O Carnaval é uma data tão importante para o brasileiro que divide o calendário anual em antes e depois da festa. O País pára de Norte a Sul, seguindo os ritmos de cada região – samba, marchas carnavalescas, frevos, maracatus, axé music e muitos outros inventados e reinventados a cada ano - brasileiros e turistas do mundo inteiro transformam-se em foliões. •

Festas juninas

Junho é mês de festa em diversas cidades do Brasil. São Pedro, São João e Santo Antônio são homenageados com fogueiras, show pirotécnico, música, dança e muita festa. Cada região tem uma forma peculiar de comemorar, mas os ingredientes são basicamente os mesmos: muita dança, comida e bebida! Desde a tradicional festa caipira de bairro até os megaeventos de Campina Grande (Paraíba) e Caruaru (Pernambuco), passando pelas tradições do bumba-meu-boi de São Luís do Maranhão e pela arena do Garantido e o Caprichoso de Parintins, têm opções para todos os gostos. Atualmente, milhões de pessoas se mobilizam para as festas juninas, que em centenas de cidades, principalmente no Nordeste, movimentam mais gente que o Carnaval. O conteúdo deste produto está centrado nos conceitos de cultura imaterial, destacando os elementos da brasilidade, essa “essência” que dá vida e significados próprios ao Brasil e que permite ao visitante a experiência de vivenciar o país. A definição dos produtos específicos considera as características regionais e as manifestações culturais existentes, estabelecendo sempre a referência PLANO AQUARELA DO BRASIL. Marketing Turístico Internacional de ofertas e atividades complementares. Relatório executivo

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essa “essência” que dá vida e significados próprios ao Brasil e que permite ao visitante a experiência de vivenciar o país. A definição dos produtos específicos considera as características regionais e as manifestações culturais existentes, estabelecendo sempre a referência de ofertas e atividades complementares. A apresentação da oferta se estrutura da seguinte forma: •

Que festa você quer conhecer? Seleção das alternativas existentes e das regiões: o Carnavais do Brasil o Festas Juninas o Outras festas



Onde hospedar? Neste ponto se apresenta a oferta, dando especial destaque aos estabelecimentos inseridos em um contexto cultural significativo: o



Hotéis, pousadas de charme, ...

E se tiver energia, que outras coisas se pode fazer? Como consequência do lugar e da hospedagem selecionados, se apresenta aqui a oferta complementar disponível, organizadas pelos grupos de lugares sugeridos, dentro destes, são colocados os atrativos e atividades oferecidos em cada lugar, dos quais destacamos os seguintes: o Praia, o Artesanato, o Gastronomia local.

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CIDADES, NEGÓCIOS E CONGRESSOS PRODUTO E PÚBLICO ALVO: O segmento de turismo de negócios inclui todas as atividades realizadas por pessoas que viajam para além do local de residência habitual, motivadas pela participação em reuniões, conferências, congressos ou rodadas de negócios; ainda como acompanhante de uma pessoa que participará da mesma. Avalia-se que este segmento movimenta 127 milhões de viagens internacionais por ano em todo o mundo. No Brasil estima-se que o turismo de negócios seja responsável por cerca de 26% do volume turístico internacional do país. O produto são as grandes cidades brasileiras, lugares com infra-estrutura adequada e com as melhores opções de serviço. São cidades modernas, contemporâneas, cosmopolitas, com boa acessibilidade aérea. Os principais centros urbanos do país, a exceção de São Paulo, estão localizados na área da costa litorânea e, por isso mesmo, são também excelentes destinos de sol e praia; alguns preservam conjuntos arquitetônicos do período colonial e concentram também uma espécie de síntese cultural da região geográfica em que se encontram. ESTRUTURAÇÃO: Congressos e reuniões, uma realidade a potencializar. Segundo o São Paulo Convention Bureau, a cidade de São Paulo movimenta atualmente 75% do mercado das feiras e congressos realizados no Brasil. O potencial da maior metrópole da América do Sul esta em sua infra-estrutura de serviços, na melhor acessibilidade aérea do país, a oferta gastronômica mais variada e de padrão internacional, além da agitada vida noturna e de um circuito artístico-cultural amplo. Esses fatores são responsáveis por prolongar a estada dos visitantes que chegam à cidade apenas para participar de eventos e acabam se rendendo às suas delícias. Sejam elas gastronômicas ou culturais. O potencial de outras cidades pode ser o rico patrimônio cultural, associado ao forte apelo do segmento Sol e Praia, como a Salvador e Recife/Olinda; ou se localizam em áreas ambientais privilegiadas como Belém e Manaus; ou para as quais não existe comparação, como é o caso do Rio de Janeiro. O potencial do Brasil para este segmento inclui possibilidades e inúmeras combinações, a oferta é ampla e diferenciada, inclui destinos para variados públicos a serem identificados de acordo com o perfil do evento a ser realizado: •

As metrópoles brasileiras: acessibilidade, hospitalidade, infra-estrutura e serviços de qualidade

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Cidades patrimônio: arquitetura, arte e história

Onde hospedar? Neste ponto se apresenta a oferta, dando especial destaque aos estabelecimentos inseridos em um contexto cultural significativo :Hotéis, pousadas ... •

E depois do trabalho, que outras coisas se pode fazer? Como consequência do lugar e da hospedagem selecionados, se apresenta aqui a oferta complementar disponível, organizada pelos grupos de lugares sugeridos e, dentro destes, colocados os atrativos e atividades oferecidos em cada lugar, dos quais destacamos os seguintes: o Festas populares e religiosas, o Esportes ou esportes de aventura, o Atividades de ecoturismo, o Artesanato, o Gastronomia local.

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INCENTIVOS: DESCOBRIR E VIVER PRODUTO E PÚBLICO ALVO: O nicho de mercado de turismo de incentivos inclui todas as atividades realizadas por empresas para viagens que objetivam estimular os melhores funcionários, distribuidores ou clientes. Os dados do mercado de incentivo brasileiro movimenta US$ 700 milhões destinados às viagens, sendo que apenas 50% são para destinos nacionais. Avalia-se que este segmento movimente US$ 300 billhões por ano e, segundo pesquisas norte-americanas, as atividades promocionais crescem 20% anualmente. O público-alvo final da viagem é composto pelos profissionais e funcionários que conseguiram os melhores desempenhos dentro de uma empresa, mas o negócio é feito entre as empresas e operadoras ou agências de promoção especializadas que faz com que todos os detalhes da viagem correspondam ao esforço feito para atingir as metas. O tempo de permanência da viagem na memória do premiado varia de 8 a 12 anos. A escolha de destinos brasileiros para grupos que vão de 20 a 1000 pessoas vem crescendo, tendo em vista a alta do dólar nos últimos 3 anos, bem como pela profissionalização do setor. o cidades modernas, contemporâneas, cosmopolitas, com boa acessibilidade aérea. Além disso os projetos de responsabilidade social das grandes empresas têm estimulado as viagens pelo Brasil agregando esperiências de conhecer outras culturas e realidades no próprio país, bem como os destinos ecoturísticos. O trinômio que sustenta o mercado de incneitvos é o mesmo da competição esportiva: motivação, reconhecimento e recompensa. Por isso, o formato do produto tem que ser sempre planejado de forma a que seja uma viagem que não possa ser comprada, ou seja única. Ainda que o destino escolhido esteja acessível através de agências de viagens e operadoras, o programa, atividades interativas, a gastronomia especial são programados especialmente para cada participante e que seja sinônimo de honra perante a sua comunidade. Os principais destinos na país são aqueles que tem a maior auto-suficiência, ou seja, com serviços e atrativos para manter um grupo de incentivo ocupado durante um mínimo de 4 dias. ESTRUTURAÇÃO: Os resorts têm no Brasil a maior fatia de mercado das viagens de incentivo, pois permitem um grande volume de participantes em condições de hospedagem absolutamente iguais além de permitir que esteja tudo incluído e que o premiado não tenha que desembolsar nada. Os cruzeiros marítimos pela costa brasileira são o segundo tipo de formato mais escolhidos pelas grandes empresas e os destinos ecoturísticos respondem por uma parte das viagens em crescimento. PLANO AQUARELA DO BRASIL. Marketing Turístico Internacional Relatório executivo

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premiado não tenha que desembolsar nada. Os cruzeiros marítimos pela costa brasileira são o segundo tipo de formato mais escolhidos pelas grandes empresas e os destinos ecoturísticos respondem por uma parte das viagens em crescimento. O Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Búzios, Salvador, Fernando de Noronha, Natal, Fortaleza, Manaus, Brasília, Pantanal e Foz do Iguaçu, combinados ou isoladamente, são destinos para grupos de viagem de incentivos. Os destinos ecoturísticos como os Parques Nacionais da Serra do Cipó, dos Lençóis Maranhenses, Chapada Diamantina, Chapada dos Veadeiros, Serra da Bocaina e Apardos da Serra, com sua a oferta da prática de esportes de aventura também geram programas de incentivo diferenciados, na medida em que permitem agregar experiências únicas e desafios inusitados. A estrutura utilizada para as viagens de incentivo é a mesma dos outros segmentos: sol& praia, práticas esportivas convencionais e de aventura, cultura, ecoturismo e cidades, o que reúne a melhor oferta do Brasil de hotéis, resorts, frotas de ônibus especiais, limusines e carros de passeios, guias profissionais e empresas especializadas em receptivo para incentivos.

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O PLANO OPERACIONAL DE PROMOÇÃO 1. POLÍTICAS DE PROMOÇÃO 1.1 O portfólio operacional de produtos e mercados Segundo a estratégia de portfólio estabelecida na segunda fase do Plano Aquarela e, considerando as informações complementares fornecidas pelas pesquisas do turista potencial, foi definido um novo portfólio, agora já operacional, baseado nos seguintes critérios: Uma segmentação de mercados mais operacional O primeiro aspecto desta mudança é resultado da análise das pesquisas feitas aos turistas potenciais, pelas quais conclui-se que temos que sub-segmentar os mercados geográficos que serão alvo da promoção, pois os aspectos mais positivos do produto turístico do Brasil (praias, natureza, clima, povo, etc.) e as intenções de visita apresentadas configuram demandas diferenciadas por países. O detalhe das regiões e países prioritários: • EUA + Canadá • Países vizinhos (Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia). • Outros países da América (Peru, Venezuela, Colômbia, México). • Europa do Norte (Suécia, Alemanha, Holanda, Suíça, Grã-Bretanha). • Europa do Sul (França, Espanha, Itália). • Portugal • Ásia (China, Coréia, Japão).

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Uma gama de produtos mais operacional No Plano Operacional de produtos foi estabelecida a seguinte definição da oferta de produtos baseada em um produto geral para descobrir o Brasil (Brasil 21), 5 produtos principais e um bloco de produtos focados que são complementares aos anteriores como oferta complementar ou se dirigem a mercados muito específicos chamados nichos de mercado. • Descobrir Brasil • Sol e praia • Ecoturismo, natureza • Cidades, negócios, congressos e cultural. • Festas Populares, como manifestações de cultura viva. • Incentivos, como atividade para empresas. • Produtos focados, tais como esportes, aventura e outros produtos específicos para nichos de mercado.

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2. MACROPROGRAMAS DE PROMOÇÃO A formulação detalhada dos macroprogramas de promoção constitui o elemento central para a implantação das estratégias formuladas na Fase II do Plano Aquarela. Este conjunto de Macroprogramas foi estruturado a partir de uma definição inicial dos diferentes tipos de programas, projetos e ações que recomendamos como os mais adequados ao turismo internacional do Brasil hoje. Este conjunto de macroprogramas e ações estão detalhados em fichas específicas para sua implantação e controle. O Macroprograma Geral está constituído por todas aquelas ações que são necessárias para iniciar a atividade promocional e que podem ser aplicadas a todos os mercados. Por exemplo, o desenho e o manual de uso da marca turística, o desenho e manutenção do Portal, o desenho dos diferentes materiais de base, tais como as publicações para o trade e o consumidor, materiais como cartazes e CD’s de banco de imagens, os pontos de identidades para feiras, apresentações e os escritórios brasileiros de turismo no exterior. Neste Macroprograma foram estabelecidos 3 Programas para atuação da Embratur: • O Programa de Identidade • O Programa de Tecnologias da Informação • O Programa de Base.

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PROGRAMAS

PROJETOS Marca e Manual

P1 IDENTIDADE Imagens Portal

MACROPROGRAMA GERAL

P2 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO (TI)

Newsletter Cadastros

Publicações Trade

Publicações Consumidor

P3 BASE Materiais

Pontos de Identidade

AÇÕES A 1 Criação da Marca A 2 Manual de Uso da Marca A 3 Criação do Banco de Imagens A 4 Seleção e Produção de Imagens A 5 Produção de CD de Imagens A 6 Desenho A 7 Desenvolvimento A 8 Manutenção A 9 Desenho A10 Manutenção A11 Imprensa A12 Trade Internacional A13 Receptivo Brasil A14 Folheto Geral A15 Folheto de Segmentos A16 Manual de Incentivos A17 DVD de filme A18 Folheto Geral A19 Folheto Segmentos A20 Folhetos Nichos de Mercado A21 Sacolas feiras A22 Bolsas A23 Adesivos e pins A24 Camisetas e Bonés A25 Objetos:Moda, Cultura, Design A26 Estande feiras A A27 Estande feiras B A28 Estande workshops A29 Apresentações A30 Seminários A31 Escritórios

A importância que se pretende que adquira o turismo do Brasil exige uma mudança formal importante que deve ser percebida por todos os públicos. Com esta finalidade o Programa de

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Identidade Turística inclui o desenho da marca, o decálogo, a mensagem permanente e a normatização dos mesmos, assim como a preparação de um banco de imagens próprio para a nova imagem que pretende-se implantar. O Programa de Tecnologias da Informação inclui os projetos do Portal de Turismo, com o desenho e a manutenção cotidiana dos novos conteúdos, o Projeto News e os Cadastros de Imprensa, trade Internacional e Trade Brasil. O Programa de Base reúne todos os projetos que constituem precisamente a base desta mudança e que mostrarão diretamente aos vários Públicos a nova identidade turística do Brasil. Reúne os Projetos de Publicações para o Trade e para o Consumidor, o Projeto de Materiais e o Projeto dos Pontos de Identidade. O Projeto Publicações é responsável por todo o conjunto de folhetos gerais e especializados, tanto dirigidos ao setor profissional como ao consumidor final. O Projeto de Materiais reúne o desenho e a produção de todos os materiais complementares e os brindes necessários para atender a todos os públicos, tanto trade como consumidor. O Projeto dos Pontos de Identidade Física inclui o desenho dos diferentes modelos de stands para feiras, workshops e apresentações profissionais, assim como também as suas aplicações nos Escritórios de Informação Turística. Durante o primeiro ano de implantação do Plano, o Macroprograma Geral deve ter um orçamento superior ao normal, por ser o ponto de partida do Plano de Marketing. Nos anos seguintes o seu valor será reduzido.

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O Macroprograma Mercado Internacional inclui os programas que estarão diretamente ligados às ações por público alvo, mercados prioritários e segmentos. São 5 programas: • O Programa Produtos do Brasil • O Programa de Atenção • O Programa de Imprensa • O Programa Trade • O Programa Turistas

MACROPROGRAMA MERCADO INTERNACIONAL

PROGRAMAS

PROJETOS

Bureaux de Comercialização de Segmentos P4 PRODUTOS DO BRASIL

Bureaux de Comercialização de Nichos de Mercado

Programa de Excelência

P5 ATENÇÃO

Escritórios EBT

Agentes Brasil

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AÇÕES A32 Descobrir Brasil A33 Sol & Praia A34 Ecoturismo A35 Cultura A36 Esportes A37 Eventos & Negócios A38 Resorts A39 Golfe A40 Pesca A41 Intercâmbio A42 Incentivos A43 Mergulho A44 Aventura A45 Escolha de competidores A46 Organização do trade A47 Realização da viagem A48 Portugal A49 Espanha A50 Itália A51 França A52 Alemanha A53 Inglaterra A54 Estados Unidos A55 América do Sul A56 Outros mercados

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PROGRAMAS

PROJETOS Kit de imprensa

P6 IMPRENSA

Boletim Press trips Monitor Brasil Publicidade Boletim

P7 TRADE

Caravanas Brasil Apresentações Treinamento Publicidade própria Publicidade cooperada

P8 TURISTAS Bem-vindo ao Brasil Eventos “Brasil” RR.PP.

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AÇÕES A57 Elaboração A58 Distribuição A59 Manutenção A60 Manutenção A61 Organização A62 Realização A63 Manutenção A64 Revistas Especializadas A65 Internet A66 Distribuição A67 Manutenção A68 Organização A69 Realização A70 Institucionais A71 Seminários vendas A72 Agências de viagens A73 Workshops de operadoras A74 Mídia Eletrônica A75 Revistas de viagens A76 Revistas Gerais A77 Trade internacional A78 Destinos do Brasil A79 Produtos do Brasil A80 Organização A81 Execução A82 Pesquisa A83 Realização A84 Contratação A85 Manutenção

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O Programa Produtos do Brasil inclui as Linhas de Produtos e ações para os segmentos chave. O projeto dos Bureaux de Comercialização visa incrementar a venda dos produtos “nichos de mercado” e o Programa de Excelência em Turismo, que visa o estudo de produtos competitivos. O Programa de Atenção inclui as instâncias de atendimento direto nos mercados, tais como os EBT’s – Escritórios Brasileiros de Turismo já instalados e programados e os Agentes Brasil nos outros mercados prioritários. O Programa de Imprensa reúne os projetos do Kit de Imprensa, Boletim, Press trips e o Monitor Brasil. O Programa Trade inclui os projetos de publicidade em revistas e internet, o Boletim Informativo, as fam trips, chamadas Caravanas Brasil, as apresentações em feiras e seminários de vendas e o Treinamento de agência de viagens e parceria nos workshops dos operadores. O Programa Turistas inclui os projetos de Publicidade Própria, Publicidade Cooperada, Bem vindo ao Brasil, Eventos Brasil e o programa de Relações Públicas. O Macroprograma Aquarela objetiva manter o Plano como ferramenta de gestão e controle de programas, ações, metas e orçamentos. Inclui os Programas de Informação, de Pesquisas, de Apresentações e de Organização.

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PROGRAMAS

PROJETOS

AÇÕES

PROGRAMAS

PROJETOS

AÇÕES

P9 INFORMAÇÃO

Boletim Aquarela

MACROPROGRAMA AQUARELA

Mercados prioritários

P10 PESQUISAS

Novos mercados Planos Operacionais Manuais de Operação

P12 ORGANIZAÇÃO Planos Operacionais anuais

A86 Interno Embratur A87 Trade Nacional A88 Imprensa Nacional A89 Briefing A90 Execução A91 Seleção de Mercados A92 Briefing A93 Execução A94 Apresentação Anual A95 Apresentações Específicas A96 Feiras A97 Caravanas Brasil A98 Viagens de Imprensa A100 Elaboração

MACROPROGRAMA RESERVA CONJUNTURAL

O Macroprograma de Reserva Conjuntural deverá ser definido durante a Implantação do Plano Aquarela. O orçamento do mesmo deve ser considerado como aquele que permite atuar sobre ações não incluídas no detalhamento deste Plano ou para atuar de forma reativa a demandas que aparecem como resultado de situações não previsíveis (desastres naturais, segurança, e outros).

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