gabriel delannegabriel
delanne
23-03-1857 15-02-1926 gabriel delanne � um pesquisador incans�vel por marcelo coimbra r�gis virada de s�culo, virada de mil�nio, �tima oportunidade para refletir e analisar as diversas contribui��es feitas no s�culo xx ao espiritismo e as chamadas ci�ncias do esp�rito. gabriel delanne (juntamente a leon denis) marca a transi��o do espiritismo do s�culo xix, influenciado pela presen�a de kardec, para o espiritismo do in�cio do s�culo xx, buscando sua afirma��o cient�fica, tentando empolgar os homens de ci�ncia da �poca. nascido em paris, no dia 23 de mar�o de 1857 � no mesmo ano da publica��o de "o livro dos esp�ritos" � delanne foi (juntamente com leon denis) o disc�pulo mais pr�ximo de alan kardec. al�m disso foi provavelmente a 1a grande personagem esp�rita nascida em uma fam�lia esp�rita. apenas para recordar, allan kardec tomo conhecimento dos fen�menos esp�ritas aos 50 anos e leon denis era adolescente quando ouviu falar pela 1a vez do espiritismo. gabriel delanne nasceu em fam�lia esp�rita, seu pai alexandre delanne acompanhou de perto os trabalhos de allan kardec tendo formado um pequeno grupo familiar de estudos esp�ritas tendo como m�dium escrevente sua esposa (e m�o de gabriel) alexandrine delanne. portanto desde crian�a gabriel delanne estava familiarizado com o vocabul�rio espiritista e assistiu desde muito pequeno a numerosas sess�es esp�ritas. delanne, inclusive, travou contato com o mestre kardec na sua inf�ncia � kardec faleceu quando delanne tinha 12 anos de idade. uma vida atribulada e sofrida gabriel delanne iniciou seus estudos no col�gio cluny (em saone-et-loire), depois no col�gio de grau (em haute-soane) e aos 19 anos ingressou na escola central das artes e manufatura. como a situa��o financeira de seus pais n�o permitiu a conclus�o de seus estudos come�ou a trabalhar na companhia de ar comprimido e de eletricidade popp onde esteve at� 1892, dividindo seu tempo entre seu trabalho e sua dedica��o ao espiritismo. delanne n�o gozava de boa sa�de. de menino tinha um abcesso no olho esquerdo � pelo qual foi isento do servi�o militar � o qual resultou numa infe��o que iria progressivamente prejudicar sua vis�o. no curso dos anos seu estado de sa�de foi se agravando. em 1906 a paralisia dos membros inferiores obrigava-o a andar com duas bengalas. nem por isso abandonou as confer�ncias na fran�a e no exterior, sempre divulgando as id�ias esp�ritas. no per�odo da 1a guerra (1914/18) a sa�de de delanne piorou ainda mais. cada movimento era um grande sofrimento e ainda por cima ficou cego. em 1918 j� n�o conseguia mais andar sendo necess�rio o uso de cadeira de rodas. n�o obstante todos esse sofrimento f�sico continuou produzindo incessantemente, retirado na vila de montmorency onde jean myer lhe havia dado asilo. sua morte se deu em 15 de fevereiro de 1926, aos 69 anos de idade. sua sepultura se encontra no famoso cemit�rio parisiense de pere lachaise. contribui��es ao espiritismo como j� dito gabriel delanne marcou a transi��o e a continua��o da obra de kardec. defensor ferrenho do car�ter cientifico da doutrina esp�rita dedicou a maior parte de seus esfor�os na luta por consolidar o espiritismo como uma ci�ncia estabelecida e complementar �s outras. foi presidente da uni�o esp�rita francesa, presidente da sociedade de estudos dos fen�menos ps�quicos, fundador e diretor da revista cientifica e moral de espiritismo. escritor de grande talento dentre suas principais obras destacam-se: o espiritismo perante a ci�ncia, o fen�meno esp�rita, a evolu��o an�mica,
a reencarna��o, a alma � Imortal, katie king, as materializa��es da vila carmen marcam suas obras a defesa ferrenha dos conceitos esp�ritas e o combate ao materialismo. utilizando o m�todo racional empregado na �poca, faz uso de casos e observa��es para comprovar suas hip�teses. apesar de aceitar a revela��o dos esp�ritos, sempre procurou a comprova��o atrav�s dos fatos. no meu entender sua maior contribui��o ao espiritismo foi a tese do perisp�rito. se o conceito do perisp�rito havia sido introduzido por allan kardec, foi delanne quem o definiu, estudou e atribuiu diversas fun��es na economia corporal e espiritual. vitalista, atribui ao perisp�rito a resposta �s quest�es pendentes de sua �poca: como explicar a vida? por que se morre? como a estabilidade org�nica � mantida frente a renova��o celular constante? como explicar a a��o inteligente da alma sobre o corpo? onde se localiza a mem�ria? como se d� a evolu��o an�mica? para todas esses quest�es delanne ofereceu como resposta a exist�ncia do perisp�rito, suas caracter�sticas e fun��es. al�m disso desenvolveu brilhante explica��o acerca dos fen�menos esp�ritas, novamente utilizando o perisp�rito como pe�a central, sempre ressaltando que o espiritismo n�o tinha nada de sobrenatural e se calcava em bases naturais, ou seja, na exist�ncia desse corpo f�sico, por�m et�reo, ponte entre a alma e o corpo f�sico. introduziu tamb�m com muita for�a a no��o do fluido vital. finalmente atribuiu ao perisp�rito a sede da mem�ria, estabelecendo assim uma liga��o entre a reencarna��o e a evolu��o an�mica. de certa forma todo o desenvolvimento cient�fico tentado por diversos autores esp�ritas, como andr� Luiz e hernani g. andrade, baseiam-se nos postulados de delanne. � mister admitir que o progresso da ci�ncia demonstrou que v�rias hip�teses de delanne est�o incorretas, porem � not�vel o esfor�o feito por ele para colocar o espiritismo par a par com a ci�ncia, n�o s� pelo m�todo empregado, mas pela busca constante de fatos que comprovem suas proposi��es. a leitura de suas obras mostra um delanne apaixonado, convencido da for�a das id�ias esp�ritas e mais que tudo consciente do impacto moral das mesmas, como nos atesta o seguinte trecho da conclus�o de sua obra "a evolu��o an�mica" (delanne,gabriel � 6a edi��o; ed. feb � p�g. 252) : "com a certeza das vidas sucessivas e da responsabilidade dos nossos atos, muitos problemas revelar-se-�o sob novos prismas. as lutas sociais, que atingem , nesta nossa �poca, um car�ter de aguda aspereza, poder�o ser suavizadas pela convic��o de n�o ser a exist�ncia planet�ria mais que um momento transit�rio no curso de uma eterna evolu��o. com menos orgulho nas camadas altas e menos inveja nas baixas, surgir� uma solidariedade efetiva, em contacto com estas doutrinas consoladoras, e talvez possamos ver desaparecer da face da terra as lutas fratricidas, ineptos frutos da ignor�ncia , a se dissiparem diante dos ensinamentos de amor e fraternidade, que s�o a coroa radiosa do espiritismo." por toda sua dedica��o a id�ia esp�rita, na defesa do aspecto cient�fico do espiritismo e por seu humanismo gabriel delanne merece lugar de destaque entre os pensadores que contribu�ram para a evolu��o da id�ia esp�rita no s�culo xx. http://www.espiritnet.com.br/biografias/biogabr.htm