Escola Secundária de Santo André
Portuguê s
Trabalho realizado pela aluna:
Ana Catarina Marques N.º1
"Quem és tu?" retrata-nos a história de uma jovem, Maria de Noronha, de apenas 13 anos, filha de Madalena de Vilhena e de Manuel de Sousa Coutinho. No entanto, Maria é extremamente branca e frágil, encontrando-se quase sempre atormentada pelo seu estado febril, tudo isto, provocado pela tuberculose. Jovem animada e alegre, curiosa por tudo, é bastante perspicaz. Entusiasta, vibrante de emoção, aventureira, sonhadora, encarnava o ideal romântico. Encontra-se, porém, em constante sofrimento. Por um lado, é a doença que não a deixa repousar e por outro a condenação social, uma vez que é considerada filha do infortúnio por sua mãe ter casado em segundas núpcias. D. Madalena de Vilhena figura nitidamente romântica, dado que os sentimentos submergem a capacidade lógica, sendo completamente dominada pelas emoções e pelo intenso sentido de dever, que inibem a possibilidade de ser feliz. Revela-se bastante vulnerável, sensível, vive afogada em pressentimentos e agouros. Teme o aparecimento do seu primeiro marido, que irá assim, destruir a sua família.
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D. Manuel de Sousa Coutinho, pai de Maria, ilustre cavaleiro de Malta. Demonstra uma serenidade e um equilíbrio característicos de uma razão que domina os sentimentos. Revela-se patriota, corajoso e decidido e não sente ciúmes pelo passado de Madalena. Estas são as personagens principais, em torno das quais a história se desenvolve. Uma das cenas que mais gostei foi sem dúvida, quando Manuel de Sousa Coutinho, num acto de heróico, incendeia a própria casa para evitar que ela seja ocupada pelos Espanhóis. Desperta assim, o entusiasmo da filha, a complacência do irmão e a absurda inquietação e desespero de sua mulher. Por outro lado, tenho a destacar a seguinte citação: "Hoje, hoje... por favor, não me deixem só, aqui hoje!" D. Madalena sabe que foi naquele dia, há muitos anos, ainda casada com D. João de Portugal, que se apaixonou por Manuel de Sousa Coutinho. Entre muitas outras coisas, que fazem daquele dia, o mais angustiante para Madalena. Estando só, com o peso da própria consciência, e apenas vigiada pelo cunhado Frei Jorge, o que ela teme, acontece. Uma estranha figura, um velho romeiro, irrompe na sua casa. Após perceberem que esta figura era muito mais do que um simples romeiro, D. Manuel decide por fim ao seu casamento e como “sacrifício”, ambos têm de enveredar pela vida religiosa. D Madalena luta até ao último momento pelo seu casamento e pela sua querida filha. D. João de Portugal, agora na figura de Romeiro, pede a Telmo para dizer que tudo isto não passou de um equívoco, mas já é tarde demais. Toma esta atitude, pelo facto de perceber, e como ele próprio indica, já não é ninguém. Voltou para repor a sua dignidade e família, mas ninguém o reconheceu. E para além disso, o cenário que
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encontrou, D. Madalena casada e cm uma filha, não era o que esperava. O momento de desfecho deste drama romântico acontece quando a jovem Maria, morre nos braços dos seus pais, amortalhados em hábitos religiosos, após ter suplicado para acabarem com toda aquela cerimónia.
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PATRÍCIA Noronha
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SUZANA BORGES - D. Madalena de Vilhena RUI MORRISSON – D. Manuel de Sousa Coutinho
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ROGÉRIO SAMORA - Frei Jorge Coutinho
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JOSÉ PINTO - Telmo Pais FRANCISCO D’OREY - D. João de Portugal
GUERREIRO
–
D.
Maria
de
20 de Abril de 2009 filme “Quem és tu?” é uma adaptação para cinema da peça de teatro Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. O visionamento deste filme permitiu-me compreender melhor toda a obra. Deste modo, o realizador do filme, João Botelho, procurou reproduzir os acontecimentos da obra da forma mais similar possível. Com efeito, o discurso das personagens é reproduzido bem à maneira de Almeida Garrett, porém com uma suave adaptação do realizador.
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Segundo a minha opinião, os actores do filme, conseguiram encanar bastante bem o seu papel. Desde Maria, passando por Telmo, D. Manuel, D. Madalena e até mesmo o próprio Romeiro. O ambiente é muito interessante e elucidativo, uma vez que as imagens dos palácios, por exemplo, permitem quase sentir o seu ar gélido e medroso. O ambiente de tragédia, vindo essencialmente do palácio de D João, conseguimo-lo perceber claramente através da cena dos retratos imponentes, que revelam bem a tragédia que se encontra sempre presente. No que diz respeito à qualidade da imagem, esta é muitíssimo boa, com contrastes de luz e sombra que acentuam o ambiente próprio do drama romântico como é o caso da obra original. Deste modo, na minha opinião critica, o filme constitui um resultado essencialmente positivo, dado que foi muito interessante contemplar em cena os comportamentos característicos de outrora, em cinema, mas representados como se fosse teatro. Concluindo atribuo uma classificação final de 4 estrelas a este filme, por todos os aspectos já mencionados.
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