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Diminuindo a Distância entre Você e a Universidade

Domingo, 10 de Junho de 2007 Filo Echinodermata:os Equinodermos

Os equinodermes (gr. echinos = ouriço + derma = pele) constituem um dos filos mais distintos e facilmente reconhecíveis do reino animal, sendo abundantes em todos os oceanos do mundo.

Os equinodermes são um grupo antigo, com abundante registo fóssil desde o Câmbrico. No entanto, tal como com outros filos dominantes, como artrópodes ou moluscos, os fósseis não indicam a origem ou o parentesco filogenético destes animais, sendo esses inferidos do estudo de animais vivos e do seu desenvolvimento embrionário. Atualmente a larva dos equinodermes apresenta simetria bilateral e desenvolvimento deuterostómio típico, com uma metamorfose bastante complicada. Deste facto retira-se que os equinodermes ancestrais seriam igualmente animais com simetria bilateral e que a sua condição actual de animais radiados resulta de adaptação a um modo de vida séssil ou altamente sedentário, como em outros grupos animais (cnidários ou poríferos, por exemplo). Dado que o único outro filo com estas características e um esqueleto interno é o filo Chordata, os equinodermes foram, durante muito tempo, considerados como tendo um ancestral comum com estes animais. Atualmente tal ideia foi posta de parte, não só devido a muitas diferenças importantes entre estes filos, mas também devido ao longo historial fóssil de ambos, onde nunca existem formas intermédias. Considera-se, portanto, que ambos os filos evoluíram por linhas separadas durante

muito tempo.

São todos animais marinhos, grandes, nunca parasitas ou coloniais. Praticamente todos apresentam hábitos bentónicos e vivem permanentemente fixos ao substrato ou deslocam-se lentamente sobre ele. Os equinodermes apresentam uma grande variedade de formas: o corpo pode ser constituído por braços (estrelas do mar), ramificado e plumoso (lírios do mar) ou esférico a cilíndrico (ouriços e pepinos do mar).

A maior estrela-do-mar atinge 80 cm e o maior ouriço, de mares profundos, 30 cm. Uma espécie de holotúria atinge 2 m de comprimento, embora com apenas 5 cm de diâmetro. Um crinóide fóssil atingia, no entanto, 21 m de comprimento.

Neste filo existem formas predadoras, como as estrelas-do-mar, e formas herbívoras, como os ouriços-do-mar.

Os equinodermes são animais muito peculiares e grande parte daquilo que os distingue dos restantes invertebrados resulta das elaboradas divisões do celoma e do seu uso.

O seu celoma divide-se em 3 partes durante o desenvolvimento embrionário: Sistema ambulacrário – também designado sistema vascular-hídrico, consiste num conjunto conspícuo de canais cheios de líquido (água do mar), que se manifesta á superfície sob a forma de pés ambulacrários. Este é um sistema hidráulico (líquido sob pressão), que funciona na locomoção, alimentação e respiração, dependendo da classe de equinodermes (nas formas mais comuns, como estrelas-do-mar ou ouriços-do-mar, o sistema é principalmente locomotor).

Todos os sistemas ambulacrários apresentam um canal anelar em torno da boca, tubos radiais até aos pés ambulacrários com pequenas ventosas terminais e um tubo axial – canal pétreo -, que se dirige do canal anelar para uma placa madrepórica, localizada na zona aboral, que controla a pressão interna. Esta placa perfurada permite que líquido penetre no sistema, equilibrando as modificações de pressão e as perdas devidas a danos nos pés ambulacrários, pois o líquido deve sempre apresentar uma pressão positiva.

Na extremidade interna de cada pé ambulacrário existe uma ampola ambulacrária, musculosa, que injecta água no pé, fazendo-o distender-se. O funcionamento conjunto de todos os numerosos pés ambulacrários permite ao animal subir superfícies verticais, abrir conchas de moluscos de que se alimenta ou agarrar-se a rochas batidas pelas ondas. Como defesa existem pés ambulacrários modificados, designados pedicelários, que podem conter substâncias tóxicas. Os pedicelários têm formas variadas, uns parecem garfos, outros pequenas garras, etc.;

Sistema peri-hemal – conjunto inconspícuo de canais internos que incluem cordões de tecidos. Este sistema, que é paralelo ao sistema ambulacrário, mas não é bem compreendido. Apresenta igualmente um órgão axial, formado por um alargamento de tubos. Pensa-se que este sistema pode estar envolvido no transporte de substâncias dissolvidas ou na produção de amebócitos para a defesa imunitária;

Celoma perivisceral – cavidade cheia de líquido que circunda os órgãos internos, provavelmente envolvida na excreção.

Apenas os cordados e os equinodermes apresentam esqueleto interno, cuja função é fornecer pontos de apoio aos músculos, proteger os órgãos internos e dar a rigidez necessária para que os pés ambulacrários operem durante a locomoção.

Nos equinodermes, este esqueleto é formado na derme e consiste em unidades calcárias separadas, designadas ossículos, que crescem juntamente com o animal.

Estas placas podem apresentar expansões que atravessam a derme e surgem á superfície – espinhos. Dado que estes espinhos não aparentam ser revestidos, surge a ideia que o esqueleto é externo. Na realidade, eles são cobertos por uma fina epiderme e fazem parte do esqueleto interno.

O sistema digestivo é completo, com a boca na face oral e o ânus na face aboral. Geralmente, em torno da boca existem “dentes” que no seu conjunto formam uma espécie de mandíbula interna designada lanterna de Aristóteles.

Algumas espécies podem evaginar parte do sistema digestivo, introduzindo-o no

interior da carapaça de um bivalve, por exemplo, e realizando uma digestão parcial in situ, com a ajuda de enzimas digestivas. Ao fim de algum tempo passam o alimento quase liquefeito para o estômago, onde se completa a digestão. Muito incomum para um filo considerado avançado, os equinodermes não apresentam sistema nervoso centralizado. Este é pouco desenvolvido e composto por diversos cordões paralelos ao sistema ambulacrário, unidos num anel circumbucal. Não existe cérebro nem gânglios, tal como órgãos dos sentidos, de modo geral. A recepção sensorial é feita através de células não especializadas da epiderme.

Geralmente não existem igualmente sistemas excretor, circulatório e respiratório, o que também é incomum para animais tão grandes. A excreção deve ser realizada por amebócitos do líquido celómico perivisceral, que têm a capacidade de fagocitar substâncias e de sair do celoma para os tecidos circundantes.

A ausência de órgãos excretores implica que estes animais não apresentam qualquer capacidade osmorreguladora, obrigando-os a serem animais unicamente marinhos.

A respiração pode ser realizada por pés ambulacrários ou por alguma projecção do celoma perivisceral, como as brânquias dérmicas das estrelas-do-mar ou as árvores respiratórias das holotúrias. Os gases difundem-se para e são transportados pelo corpo pelo líquido celómico. Na ausência de sistema circulatório, líquido celómico substitui igualmente o sangue, transportando nutrientes pelo corpo. O corpo dos equinodermes apresenta duas superfícies principais, uma com a boca e geralmente virada para o substrato – superfície oral – e outra contendo o ânus – superfície aboral. Apenas os crinóides apresentam a face aboral para o substrato e as holotúrias estão deitadas sobre um lado. Com poucas excepções, os equinodermes apresentam os sexos separados. Não existem órgãos

copulatórios, nem diferenças externas entre os sexos. A fecundação é externa e, para maximizar a probabilidade de fecundação, a libertação de gametas por um indivíduo estimula a libertação de todos os animais da área.

As larvas são o principal meio de dispersão da espécie pois a maioria dos adultos são sésseis, enquanto a larva é de natação livre.

.........(((...)))......... Postado por Jerry Borges às 11:53 0 comentários: Postar um comentário

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