Giselda Costa Feira do Açaí – Belém do Pará Setembro / 2009
Bem antes do sol nascer, o movimento de comerciantes já é intenso na Feira do Açaí. Desde cedo, barcos disputam lugar para atracar enquanto homens descarregam os balaios cheios de açaí. Senhores puxam carroças abastecidas, comerciantes negociam os preços aos berros, kombis estacionadas recebem o carregamento da frutinha em cestas de vime.
A Feira do Açaí faz parte do complexo do Mercado “Ver-o-Peso” e fica às margens da Baía de Guajará. A feira é o principal ponto de negociação da mais querida fruta dos paraenses.
De longe o açaí lembra uma jabuticaba miúda. Mas ao tocá-lo para exame minucioso e colocá-lo na boca, percebe-se que é semelhante a um minúsculo coquinho. A fruta não possui polpa e sim um enorme caroço revestido com uma fina película arroxeada. Da sua raspagem é que se faz o chamado “vinho” de açaí, a tão conhecida bebida consumida em tigelas.
O açaí é o fruto do açaizeiro, uma palmeira nativa da região amazônica que atinge até 25 metros de altura. De formato redondo e diâmetro de, no máximo, um dedo mindinho, o açaí se frutifica em cachos. Embora seja encontrado o ano todo, é mais abundante entre os meses de julho e dezembro, e deve ser colhido quando estiver arroxeado, já maduro.
O açaizeiro é também conhecido pelo nome de Juçara, principalmente no Maranhão. Dele praticamente tudo é aproveitado: do tronco é extraído o palmito e das folhas são feitos tetos para casas de caboclos. A polpa do açaí é altamente energética e, por ser rica em cálcio, minerais e vitaminas — especialmente B1 e B2 —, equivale a uma refeição. Mas as pessoas que vigiam a balança devem ter cuidado: o açaí é bastante calórico e gorduroso – cada 100 gramas de polpa possui 248 calorias e 9 gramas de gordura.
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