LIMEIRA, SÁBADO, 3
2 - GAZETA DE LIMEIRA
DE JANEIRO DE
2009
Renato Fabregat realiza trabalho inédito de caricaturas em tempo real no laptop
VAPT-VUPT “
Nas minhas andanças para fazer palestras por esse mundão brasileiro, sempre acabo descobrindo novos lugares e personagens, coisas que não conhecia. Já tinha visto muitos artistas que trabalham ao vivo, como meu amigo Paulo Caruso, que faz este trabalho há anos no programa ‘Roda Viva’, mas na semana passada encontrei uma novidade nesta área. Em Limeira, no interior paulista, fiquei conhecendo um cartunista que também trabalha em tempo real, mas direto no laptop. É o jovem Renato Fabregat, professor do Instituto Superior de Ciências Aplicadas, onde ele fez minha caricatura, enquanto eu participava da Semana de Comunicação”. O trecho acima foi publicado no “Balaio do Kotscho”, blog de Ricardo Kotscho, um dos mais respeitados jornalistas brasileiros. De fato, como um dos palestrantes da Secom 2008 do Isca Faculdades, realizada em novembro, ele teve sua acabamento com programas como caricatura feita por Fabregat, pro- Photoshop e CorelDraw. “É o mesfessor do curso de Publicidade e mo raciocínio de se desenhar no Propaganda, que também utilizou papel, mas utilizando outras ferraseu laptop para desenhar outros mentas”, explica o publicitário, que participantes do evento. A surpresa descobriu o dom de desenhar logo de Kotscho ao vê-lo trabalhar dire- na infância. “É uma paixão desde tamente no pequeno computador que me conheço por gente”, lembra. portátil se justifica. Afinal, o piraci- “Recebi o incentivo da família e fui cabano Fabregat, radicado em Li- me aperfeiçoando”. meira há três anos, é, até onde se Fabregat gostava de desenhar, sabe, o único artista a fazer carica- para matar o tédio das aulas, perturas em tempo real dessa forma. sonagens da Hanna Barbera em seus “Não conheço outra pessoa que cadernos. Os colegas gostaram e faça isso”, confirma Fabregat, de 30 passaram a pagar para que ele ilusanos, que, além de professor e de- trasse seus trabalhos. Depois, pusenhista, ainda blicou ilustrapresta assesções, charges soria na diree tirinhas em Vou trocando ção de arte e jornais piracicriação a cabanos. Desidéias com a pessoa, agências de de 1995, vem ela se solta e percebo publicidade. expondo tamRealmente é bém no Salão mais detalhes impressionante de Humor de vê-lo trabalhar, Piracicaba. E, Renato Fabregat utilizando, apesar de um conectada ao ou outro curlaptop, uma so, aprendeu mesinha própria para desenhos. A mesmo sozinho, inclusive a fazer caSecom do Isca foi a primeira vez em ricaturas, quando foi convidado para que ele realizou esse tipo de traba- retratar participantes de eventos de lho em tempo real. Ou seja, enquan- Campinas. to o palestrante ia falando, Fabregat “A partir daí fui ganhando ritmo”, fazia sua caricatura. diz Fabregat. As chamadas carica“Já tinha feito esse trabalho em turas-esquete, por exemplo, dessas festas e confraternizações de empre- feitas em festas, ficam prontas em sas, mas sempre no papel”, conta o não mais que três minutos. Uma mais artista. “Direto no laptop, nunca”. caprichada pode levar uns 20 minuApós desenhar utilizando mouse e tos. Para fazê-las, o artista procura uma caneta especial, Fabregat dá o peculiaridades nos rostos que vai
Fabregat com seu laptop; abaixo, o encontro com Kotscho no Isca e a caricatura do jornalista feita no computador
DIVULGAÇÃO
MARCOS PAULINO EDITOR DO PLUG
MARCOS PAULINO
Caricaturas
desenhar. O toque de humor vem com o exagero das características mais marcantes. Fabregat prefere desenhar vendo a pessoa “ao vivo” do que em fotos. “Vou trocando idéias com a pessoa, ela vai se soltando e percebo mais detalhes”, explica. “Vou falando e desenhando. Poucos artistas fazem isso, a maioria prefere desenhar calada”. E, claro, Fabregat vai escutando pedidos, principalmente das mulheres, para maneirar na reprodução de seus traços marcantes. Afinal, para elas, mesma que seja humor, é preciso sair bem na “foto”.
ELISSON ANDRADE
Antes de traçar uma estratégia para pagamentos de dívidas, a primeira atitude a ser tomada é parar de fazê-las. Trocar uma dívida por outra até pode ser um interessante primeiro passo, caso se consiga uma taxa de juros menor. Mas esse serve para ser apenas o começo de estratégia, porque dívida se paga com sua renda mensal e não com outra. Quando o assunto é gastança,
MARCOS PAULINO
A mulher era atendida normalmente naquela agência dos Correios. Era final de ano, quando o volume de correspondências aumenta e, conseqüentemente, o movimento nos pontos de atendimento também. Mas não havia muita gente naquele horário. Todos sentados, segurando suas senhas, esperando a vez de serem chamados. Na verdade, muita gente hoje opta por trocar cartões de boas festas virtuais, pela internet, o que, imagino, deve ter diminuído o trabalho dos Correios em dezembro. É só um chute. Deveria, como rezam as cartilhas de jornalismo, checar a informação antes de jogá-la assim, ao léu. Mas, desculpem, não tenho tempo nem paciência para isso agora. Além do mais, o assunto é outro e estou divagando. Assim como os demais usuários daquela agência, eu esperava, de olho no painel luminoso, o momento em que o número da minha senha apareceria. Entre as várias fileiras de cadeiras, estava na quarta ou quinta, contando a partir dos guichês. Bem no meio. Passava os olhos pelas pessoas sendo atendidas quando vi aquela mulher, sem mais nem menos, despencar. Não foi um tombo daqueles em que a pessoa, vítima de uma queda de pressão ou algo que o valha, vai desfalecendo aos poucos, numa esquisita dança rumo ao chão. Ela caiu dura, reta, de costas. O choque de sua cabeça contra o chão fez subir um ruído surdo, opaco. Pisquei algumas vezes para limpar a visão. Mas não era ilusão qualquer. A mulher caíra a poucos metros. Antes que fizesse menção de levantar, almas bem mais prontas que a minha já estavam ao lado da pobre coitada. Um senhor a amparou enquanto um funcionário chamava o resgate. Ela estava sozinha. Aos poucos voltou a si, sentou-se e foi embora na ambulância dos ágeis bombeiros. Nunca mais vou vê-la, acredito. Nem vi bem seu rosto. Mas aquela pessoa vai habitar minha memória talvez para sempre. Vou me lembrar de como podemos precisar, de repente, da ajuda de estranhos. Talvez pessoas que nem tínhamos notado, para a qual negamos um simples bom dia. No corre-corre, só queremos pegar nossas senhas antes que os outros, sermos atendidos primeiro que os demais e seguirmos para tantos infindáveis afazeres. Porém, ali no chão, aquela mulher precisou de ajuda. E ela veio. Quem já se viu num acidente sabe o quanto esse auxílio nesses momentos é importante. Vou tentar me lembrar sempre disso. MARCOS PAULINO É EDITOR DO PLUG
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Veja mais trabalhos de Renato Fabregat em www.desenhosdofabregat.blogspot.com
Dívidas - Parte 2
Um corpo em queda livre
muitas pessoas precisam tomar atitudes drásticas, como destruir o cartão de crédito ou até mesmo procurar ajuda de um psicólogo para conter os impulsos de compras. Geralmente, os parcelamentos são feitos por uma cultura embutida na cabeça das pessoas, de que não é possível adquirir bens e serviços de outra forma. Espera-se que sempre será possível dar um jeitinho de pagar depois. Muitos relutam em aceitar que não sabem se planejar: “Ganho pouco; tenho um monte de contas para pagar; só com meus filhos gasto boa parte do salário; por enquanto não dá para guardar dinheiro”. Essas são frases que escuto aos montes e de pessoas das mais diversas classes sociais e níveis culturais. É difícil aceitar que gasta muito dinheiro à
toa. Fica mais fácil jogar a culpa em qualquer motivo disponível e, como todo mundo pensa igual, a cultura continua: não é possível enriquecer dignamente. Mas as ferramentas estão aí: reveja seus hábitos, faça o fluxo de caixa para ver onde está indo o dinheiro, converse com toda a família e se engajem na diminuição de gastos, conscientize os filhos, fique de olho em oportunidades de ganhar dinheiro, planeje-se. Viver trabalhando para pagar dívidas não é algo salutar para nenhum ser humano. ELISSON ANDRADE É MESTRE EM ECONOMIA APLICADA PELA USP E PROFESSOR DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA FACULDADE DOM BOSCO DE PIRACICABA WWW.EANDRADE.COM.BR PERGUNTAS PARA
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