Jornal Laboratório Emfoco Isca Faculdades • Ano 9 • Ed. 56 • Outubro 2009

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Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades • Ano 9 • Edição 56 • Outubro/2009

Enem 2009

Ano 9 Edição 56 Outubro/2009 Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades

Pensar ao invés de decorar

Páginas 4 e 5

CUIDADO COM O BEIJO Beijar na boca também pode representar perigo Página 11

Passeios de ba rco promovem a conscientizaç ão ambiental Página 6

2

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades • Ano 9 • Edição 56 • Outubro/2009

Editorial Depois das férias prolongadas do meio do ano em razão do surto de gripe A, o “Em Foco” está de volta. O assunto principal desta edição é a mudança no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que promete avaliar a capacidade de raciocínio lógico do estudante e aprimorar a interpretação de conteúdos aplicados. Não mais será exigido o domínio de fórmulas de ciências exatas ou simplesmente decorar conteúdos maçantes. O conhecimento irá se sobrepor à “decoreba”. A valorização do aprendizado de competências e habilidades é bem-vinda tanto para a boa realização da prova como para a resolução das problemáticas do cotidiano. Que o novo formato e objetivo da prova são elogiáveis, não se pode negar. No entanto, a mudança pegou

Charge

Expediente muitos de surpresa. Seria necessário um tempo hábil para a preparação de alunos e professores, além da disponibilização de materiais didáticos voltados às novas exigências da prova – um tempo maior para os estudos acabou sendo dado em razão do adiamento do exame após o vazamento das questões.

mo Tribunal Federal) de 17 de junho, que derrubou a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Como prova de que a faculdade é importante na formação dos jornalistas, o “Em Foco” é uma mostra das habilidades e conhecimentos adquiridos durante o curso.

As mudanças no ensino, porém, devem ir além do Enem. Não basta apenas melhorar o quesito avaliação; o resultado final só será satisfatório quando a rede de ensino se qualificar na mesma proporção.

É certo que os estudantes de Jornalismo não devem ser movidos unicamente pelo desejo de ter um certificado de conclusão de curso. A curiosidade e a sede de conhecimento são características essenciais ao jornalista e vão além do diploma. Agora, sem a exigência desse documento, a busca pelo “furo” de reportagem corre risco de se tornar predatória, com riscos à apuração, checagem e seleção de notícias de interesse público.

O Enem pode ser considerado o primeiro passo para o ingresso do jovem na universidade. Enquanto muitos sonham com a formatura, alunos de Jornalismo ficaram decepcionados com a decisão do STF (Supre-

Ano 9 Edição 56 Out./2009

Carvalho, Juan Piva - Editor, Leandro Tetzner, Lídia Baião, Luana Delevedove, Milena Maróstica, Paula Nacasaki, Thayla Ramos e Vanessa Ferreira.

Jornal Laboratório

Endereço

do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Jornalismo) do Instituto Superior de Ciências Aplicadas (Isca Faculdades), entidade mantida pela Associação Limeirense de Educação (Alie)

Rodovia SP – 147

Diretora Geral Rosely Berwerth Pereira Coordenadora de Jornalismo Milena de Castro Silveira Editor Responsável Prof. Rodrigo Piscitelli (Mtb 29073) Produção Gráfica Prof. Renato Fabregat

(Limeira-Piracicaba), Km 4 CEP 13.482-383 Limeira/SP Caixa Postal 98 Telefone 55 (19) 3404-4700 E-mail [email protected] Home Page www.iscafaculdades.com.br Edição Virtual http://emfoconaweb.blogspot.com

Tiragem Reportagem, edição e diagra2.000 exemplares mação Beatriz Belchior, Carlos Gian- Impressão noni, Cintia Ferreira, Diego dos Tribuna Piracicabana Santos, Gerson Américo, Gisele

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Robótica, a ciência do futuro que cresce no presente

Alunos da escola Senai, de Limeira, aperfeiçoam-se nas modalidades de robótica e se preparam para a chegada das olimpíadas estaduais

Gerson Américo

Alunos da escola Senai “Luiz Varga”, de Limeira, vêm se aprimorando cada vez mais no desenvolvimento de projetos direcionados à modalidade de robótica. No ano passado, um grupo de estudantes conquistou a medalha de prata na etapa nacional da Olimpíada do Conhecimento, promovida pelo Senai, em Curitiba (PR). A escola conta com uma área destinada ao desenvolvimento de projetos experimentais, na qual os alunos realizam trabalhos, discutem ideias e se preparam para os campeonatos. A Olimpíada do Conhecimento é dividida em 86 categorias, disputadas primeiramente entre estados e depois nacionalmente. Posteriormente, acontece a fase internacional.

quando começou a fazer o curso no Senai há dois anos. Para ele, os programas robóticos são muito importantes para um trabalho com melhor precisão e qualidade, além de poderem substituir o próprio ser humano em alguma atividade que ofereça risco à integridade física. Segundo o jovem, essa área envolve diversos campos na realização de projetos, operação de máquinas e construção de robôs. “Já estamos nos preparando há um ano para a próxima olimpíada. Nosso principal objetivo, além de ganhar medalhas e troféus, é adquirir o

O estudante Lucas Roberto do Nascimento, 18 anos, teve o primeiro contato com a robótica

Feira

Na escola Senai, a robótica lego está ganhando espaço há quase dois anos. Na parte industrial, toda a preparação começou a ser realizada neste ano. Mesmo tendo começado recentemente, a expectativa é grande, pois os resultados estão sendo satisfatórios, destacam os estudantes.

máximo de conhecimento, pois quando você ganha muitas portas se abrem”, declara. O Senai trabalha com duas áreas direcionadas ao assunto: a robótica lego e a industrial. Na parte de robótica lego, as peças são fabricadas por kits, que são utilizados na montagem de protótipos. A área industrial trabalha com programações e manipuladores robóticos. Nascimento ressalta a importância dos professores, que apóiam os alunos e se empenham ao lado deles para conquistarem bons resultados nos campeonatos. A aluna Rafaela Tais Ferreira de Freitas, 16, atua na área de programação e enxerga a robótica como um meio de facilitar as situações, principalmente nas indústrias, onde alguns trabalhos necessitam da força de

um robô. “Eu me identifiquei muito com a área de programação, pois pelo fato de ser menina, às vezes é complicado realizar tarefas que necessitam de força física. Assim trabalho numa coisa mais leve”, diz. De acordo com ela, o Brasil ainda é carente em tecnologia, porém os recursos tecnológicos vêm aumentando em relação a outros países. O engenheiro de automação Ronei Bobsin, 32, afirma que a região de Limeira é rica na área de robótica, principalmente nas empresas automobilísticas. Segundo ele, trata-se de uma ciência que envolve outros campos, como engenharia mecânica e elétrica, inteligência artificial, engenharia eletrônica, robótica médica, física, entre outras.

lhos com velocidade e eficiência. Andrade visitou uma feira de robótica em São Paulo e revelou ter se surpreendido com a criatividade dos sistemas. “A grandiosidade do evento era tremenda. Ficamos bastante impressionados, pois havia robôs que faziam desenhos, outros carregavam drinques e tinha até robô jogando futebol”, afirma.

Além do trabalho desenvolvido na área de roNa visão de Rafael Flavio de Andrade, 17, aluno de Mecânica, a robótica é uma ciência bótica, o Senai atua em outras modalidades, como importante, pois por meio dela são criados ro- informática para cegos, elétrica predial e elétrica inbôs que têm a capacidade de realizar traba- dustrial.

“Existem robôs de diversas formas, que são utilizados em diversas atividades simulando as ações humanas”, fala. Para ele, a robótica e a automação serão os principais campos da tecnologia no futuro dentro das empresas. E isso envolve um dilema: a troca dos seres humanos pelas máquinas. Raphael Amaro, 25, técnico em instrumentação, acredita que a inclusão de robôs nas empresas não reduzirá o emprego para o ser humano e sim abrirá novos postos de trabalho, como a criação, manutenção e controle de sistemas. “Com o aumento dessas novas tecnologias, a humanidade só terá a ganhar”, aposta.

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Raciocínio lógico será o passaporte para os alunos ingressarem nas universidades públicas, de acordo com nova proposta do MEC

Diego Rodrigo dos Santos

A nova proposta do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) apresentada pelo MEC (Ministério da Educação) pretende mudar a forma da abordagem dos conteúdos. Uma prova que destaque as habilidades do aluno e não a mera acumulação de fórmulas e informações desvinculadas da aplicação vem causando discussões nos âmbitos escolares. O novo exame prevê a reformulação dos currículos do Ensino Médio tendo em vista a seleção unificada nos processos seletivos das universidades públicas. “O novo Enem é uma oportunidade única, principalmente para os estudantes da rede pública que almejam ingressar no ensino superior”, disse o psicopedagogo e professor do Ensino Médio, Adriano Spatti. A grande mudança da prova se deve ao trabalho

Novo Enem propõe o fim da decoreba

voltado para o aprendizado de competências e habilidades, sem exigir muito esforço da memorização. “Os conteúdos são vistos como ferramentas para que as habilidades possam ser exploradas”. A vivência dessas competências proporciona ao aluno uma visão ampla do processo ensino-aprendizagem, auxiliando-o em seus desafios.

Não é somente o governo federal que está preocupado com o conteúdo e a forma aplicados no Ensino Médio. Em São Paulo, a Secretaria Estadual de Educação apresentou uma nova proposta pedagógica que prioriza um eixo comum a todas as disciplinas. Inclusive cada aluno tem a sua própria apostila para todas as disciplinas, além do livro didático. Desde o ano passado, a secretaria implantou disciplinas de apoio curricular nas áreas de Matemá-

tica, Língua Portuguesa e Geografia. “Cada aluno recebe semestralmente um exemplar do Guia do Estudante, que traz eixos temáticos atuais como água, aquecimento global, entre outros”, falou Spatti. Com as mudanças, a mobilização dos professores é grande nos cursinhos preparatórios para os vestibulares, principalmente neste semestre em que se intensificam os estudos e os simulados acontecem. “O novo Enem irá forçar o aluno a ler e interpretar a problemática nas questões para depois resolvê-las”, disse Guilherme Pinheiro, professor de Biologia em cursinhos. Na unidade onde Pinheiro trabalha, o material didático continua o mesmo. “O conteúdo programático das aulas se mantém, porém é necessária uma melhora nos materiais”.

5 Entre os alunos, a nova prova causou preocupação. Muitos destacaram a falta de tempo para se preparar. “A reforma do Enem foi em cima da hora e teremos pouco tempo para nos informar e nos adaptar”, disse a estudante Aline Cristina Paulino Guilhoto, 17 anos. “A mudança no Enem foi realizada de maneira muito drástica e rápida, sem um tempo de adaptação para as escolas e professores, justamente daí a não alteração nos materiais didáticos, o que envolve custos astronômicos”, falou Fábio Gheti César Júnior, professor de Geografia com oito anos de atuação em cursos pré-vestibulares em várias redes de ensino. Segundo ele, uma mudança no material didático não se faz da noite para o dia. “Esse processo envolve a contratação de profissionais especializados, demanda muito tempo e investimento justamente para garantir qualidade no produto final”. Conforme o estudante Fábio Luiz Consoni, 17, a mudança deveria ter acontecido primeiro no sistema de ensino público, “que não prepara suficientemente os alunos para enfrentar os vestibulares”. O jovem - que é monitor de aulas extras na escola onde estuda - avalia que a educação brasileira precisa se reestruturar e ensinar os alunos a partir de situações presentes no dia-adia, isto é, correlacionar teoria e prática. “Às vezes perguntamos onde será que eu vou usar certos conteúdos? Agora, com a nova proposta do Enem, as questões poderão ser resolvidas com o conhecimento que fomos construindo a partir de leituras e interpretações de

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textos que praticamos”. Diante dos subsídios que se tem para o aprendizado e a nova proposta do MEC, o professor Fábio acredita que haverá um aprofundamento nas exigências em relação aos conteúdos, “o que é ótimo”. “Todavia, acho precoce traçar um panorama sobre o novo Enem. Estamos polemizando sobre uma prova que ainda não aconteceu. Vamos aguardar”, disse. Para o professor de Física, Jean Monteiro, é impossível ensinar a disciplina fugindo de fórmulas, porém a inovação fica por conta da análise de gráficos e tabelas dentro do conteúdo aplicado. “As questões de Exatas na nova prova irão favorecer o aluno que tem um raciocínio lógico e não mecânico”, afirmou.

Enem 2009 O novo exame será composto por 180 questões de múltipla escolha divididas em quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias (incluindo redação); ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias. Cada grupo de testes será composto por 45 questões, aplicadas em dois dias, e não mais um. “Como as questões aumentaram, fazer a prova em dois dias vai ser bem melhor”, afirmou a estudante Yagnes Salomão, 17. “Este

O Enem 2009 será aplicado em 1.826 municípios da seguinte maneira:

ta esferográfica de tinta preta, lápis preto nº 2 e borracha macia.

- 1º dia, 5/12: das 13 às 17h30 – Prova 1: Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Ciências Humanas e suas Tecnologias.

Por motivo de segurança, não será permitido aos participantes se ausentarem da sala de provas antes de decorridas duas horas do início do exame. Os participantes só poderão sair com o caderno de questões após quatro horas de prova.

- 2º dia, 6/12: das 13 às 18h30 – Prova 2: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação; e Matemática e suas Tecnologias. Os portões de acesso aos locais de prova serão abertos às 12h e fechados às 12h55. As provas serão aplicadas às 13h em todo o território nacional. É recomendável que o inscrito compareça ao local de realização da prova com antecedência de uma hora. Será necessário apresentar original ou cópia autenticada de documento de identificação, Cartão de Confirmação de Inscrição, folha de respostas do questionário socioeconômico, cane-

ano o aluno vai ser eliminado por falta de conhecimento ou por exaustão e cansaço”, disse Guilhoto.

Segundo o MEC, devido ao adiamento da prova, o resultado final do exame previsto para sair em 8 de janeiro deve atrasar em um mês. O Boletim Individual de Resultado será enviado ao estudante via Correios no endereço indicado na ficha de inscrição. Para consultar os resultados pelo site do Inep (Instituto Nacional de Estudo e Pesquisa) – www.inep.gov.br -, serão necessários o número do CPF e a senha de acesso cadastrados na fase de inscrição.

A redação deverá ser feita a partir de um tema de ordem social, científica, cultural ou política. “A prática da leitura será muito importante na etapa que antecede o Enem porque o aluno que decorar fórmulas vai ficar perdido”, falou a estudante Ana Laura Cicone Julian, 17. De acordo com o MEC, a nova proposta visa democratizar as oportunidades de

acesso às universidades e possibilitar a mobilidade dos alunos pelo país, centralizando os exames seletivos. A intenção é a de que o Enem seja oferecido duas vezes por ano. Em 2009, o exame será adiado para os dias 5 e 6 de dezembro, mas teve que ser adiado em razão do vazamento do teor da prova – situação que está sendo investigada pelo MEC e pela polícia. Não é preciso fazer nova inscrição. No total, 4.146.608 estudantes se inscreveram para prestar o exame em 1.829 municípios. Uma nova edição da prova deverá ser aplicada em março ou abril de 2010.

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Um passeio ecologicamente correto Viagens de barco pelo Reservatório de Salto Grande atraem crianças e jovens da região Thayla Ramos

Desde a Praia dos Namorados até a Praia Azul, um barco leva crianças e adolescentes - acompanhados de monitores - para uma viagem pelo Reservatório de Salto Grande, em Americana (SP). Antes do percurso, acontecem um teatro de fantoches para as crianças e palestras sobre a preservação dos rios em um minilaboratório no barco. Os passeios, que visam promover a conscientização ambiental, são realizados por uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) – a Associação Barco Escola da Natureza. Essa organização possui parceria com diversas empresas que patrocinam suas atividades, como CPFL Energia, Petrobrás, Del Valle e Goodyear. Além disso, conta com apoio do Ministério

da Justiça, Ministério do Meio Ambiente, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Tiro de Guerra de Americana. O Barco Escola é popular entre os jovens da região e tem uma boa avaliação entre os usuários, como mostra sua comunidade no Orkut. Em uma enquete realizada nesse site de relacionamento, 89% dos jovens que fizeram o percurso deram nota dez ao passeio. A enquete não tem valor científico. Atuando desde 2000, a associação possui três projetos que envolvem crianças e jovens de até 18 anos: o “Navegando pelas Águas do Conhecimento” (passeios de barco e palestra), o “Voluntário Ambiental” (cursos e distribuição de mudas de árvores) e o “Jovem Cidadão da Natureza” (aulas e trabalhos socioambientais).

Início Há nove anos, o ambientalista João Carlos Pinto, preocupado com a preservação do Reservatório de Salto Grande, decidiu criar um projeto de conscientização ambiental para a população da região. Na época, ele possuía uma lanchonete na área, que foi transformada na sede do projeto. Desde então, os resultados apareceram. “Já percebemos várias mudanças nas atitudes dos jovens. No reservatório, tínhamos uma grande quantidade de resíduos que desciam junto com a água: garrafas, sacos plásticos, sofás e até geladeira. Essa quantidade diminuiu consideravelmente por meio do trabalho de conscientização que é feito”, diz. Ele destaca o efeito multiplicador

“Genérico” do Barco Escola será feito em Limeira Secretário de Turismo e Eventos de Limeira, Domingos Furgione Filho diz que a cidade terá uma iniciativa baseada no Barco Escola de Americana. O lançamento está previsto para o final de 2009. O projeto está batizado inicialmente como “Rio Vivo”. As atividades poderão ser feitas em uma propriedade ribeirinha da Estrada da Balsa, às margens do Rio Piracicaba.

pouco de nossa flora”, explica. Serão exibidos documentários curtos de até oito minutos e material profissional visando passar mensagens de preservação e contribuição para a melhoria do rio, com a possibilidade de apresentação de palestras.

Após atividades teóricas, haverá um passeio de subida do Rio Piracicaba, de aproximadamente seis quilômetros, por meio de “Nossa proposta é que as pessoas che- barcos que poderão levar de 14 a 70 lugares. guem ao local e encontrem muito verde, prin- O projeto será direcionado a crianças e adocipalmente espécies que possam mostrar um lescentes.

que o projeto gera. “Quando um jovem retorna para a sua residência, ele vai ramificar com a sua família as informações recebidas durante a atividade realizada no Barco Escola”, afirma João Carlos, atual diretorpresidente da associação. O sucesso do projeto foi conquistado com criatividade. Além das palestras em escolas, a associação realiza atividades que permitem o contato direto com o meio ambiente. Nas imediações do reservatório, ficam ancoradas duas embarcações - Suelen e Helena X. Durante o ano, elas carregam 12 mil alunos do ensino fundamental e médio para navegar e fazer um reconhecimento da área. Também são distribuídas mudas de árvores para o plantio, além da

realização de dinâmicas de grupo e discussões sobre a temática ambiental. A associação possui ainda outra atração, o Ecobus. Trata-se de um ônibus interativo contendo um mural com informativos e fotos relacionados à problemática ambiental, videoteca, quadros e animais empalhados, tudo à disposição dos visitantes. Há também no ônibus a Sala Verde, com um acervo de livros voltados às questões ambientais, disponíveis para pesquisas. “A ideia surgiu da necessidade de levar nosso trabalho para os funcionários nas empresas. Deu tão certo que algumas prefeituras se interessaram pelo Ecobus”, conta João Carlos.

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O quarentão

Cíntia Ferreira Movidos pelo desejo de mudança e pela necessidade de expressar este desejo, os movimentos culturais costumam marcar a história ao introduzir novos conceitos na sociedade. Em agosto deste ano, o mais lendário festival de rock – Woodstock - completou 40 anos. A influência desse festival permanece até os dias de hoje. Não apenas musicalmente, em que grandes músicos do cenário do rock e blues se levantaram, mas principalmente nas transformações causadas na sociedade. No período em que o festival aconteceu, jovens faziam protestos regados a flores, drogas e música. De forma pacífica, manifestavam seus interesses como a luta contra injustiças sociais, o racismo, a pobreza e contra a Guerra do Vietnã. No período, marcado pela contracultura, os hippies - principais atuantes desses eventos - não desejavam apenas a mudança de uma sociedade industrial capitalista. Pretendiam refletir nas atitudes mais corriqueiras a sua ideologia. Para a professora de História, Valquíria Maria Augusti, muitas dessas lutas estavam fundadas nas experiências políticas do pós-Segunda Guerra Mundial e dos anos 1950. O Festival de Woodstock acon-

Woodstock

teceu em uma fazenda na cidade de Bethel, estado de Nova York (EUA), mas deveria ter ocorrido na cidade da qual carrega o nome – a mudança ocorreu porque temia-se as reações dos protestantes. O evento atraiu 500 mil jovens e teve como destaques músicos como Jimi Hendrix, Janes Joplin e bandas como Jeffersom Airplane. Apesar de Woodstock ter dado origem a muitos outros festivais, ele ainda é o mais lendário. Para a estudante de Publicidade e Pro-

e aquilo, dos movimentos que não movem nada”, fala.

paganda, Isabela Pizzani, a possibilidade de um novo evento como aquele hoje é nula e isso se deve à geração atual. “É tudo a geração do agora, do imediatismo, da praticidade, do tudo fácil, do pós isso

Na opinião de Isabela, a geração atual tem um perfil “acomodado e distante dos revolucionários de 1969”. “Enquanto Woodstock revolucionou a história em três dias, nossa geração tem mudado no máximo seus perfis em sites de relacionamento”, diz. Ela aponta a atual geração como “escrava do sistema”, já que, segunda a estudante, os jovens nada fazem para mudar aquilo que os prende. “Na-

Em terras brasileiras O Festival de Woodstock não foi o único a se levantar contra os costumes dos anos 60. O período levou jovens de muitas partes do mundo às ruas. Vários lemas e movimentos ficaram conhecidos, como paz e amor, o poder gay, a liberação feminista, o poder do negro e contra o poder das armas.

e morais. Uma minoria luta fora dos padrões”.

Segundo Eliana, que também é mestre em Educação e Cultura, a falta de tempo e o individualismo contribuem para a apatia que impera. “Uma sociedade voltada para o trabalho e para o consumo distanciou-se do outro, da natureza de No Brasil, por exemplo, conta a socióloga Elia- si mesmo”, comenta. na de Gasperi, muitos jovens ingressaram nas Apesar do rock, há 40 anos, ter embalado os guerrilhas e levantaram-se contra o regime milisonhos dos jovens, que negavam os valores contar. “Não podemos ver 1969 isoladamente. Está no contexto de uma década. A bandeira do pa- sumistas e as formas de agir do capitalismo, a cifismo é o lema que unificava grande parte dos socióloga afirma que aquela “rebelião nos costumovimentos de contracultura”, diz. Hoje, fala a mes” não tardou muito para ser incorporada pelos socióloga, o contexto social é outro. “A sociedade interesses das grandes gravadoras e empresários, de consumo impera. As pessoas se classificam na tornando-se mais um artigo de consumo. A rebelescala social do consumo, não dos valores éticos dia virou grife.

quela época, era quase inevitável que a juventude se envolvesse com as questões políticas e sociais em geral. Era um tempo em que a existência girava em torno da luta por ideais de liberdade”, declara. A professora ressalta, porém, a necessidade de conhecer quais os interesses dos jovens da atualidade, já que mesmo nas décadas de 60 e 70 nem todos participaram do movimento da contracultura e nem todos queriam uma sociedade moldada pela visão de mundo dos hippies ou dos intelectuais de esquerda. “Não creio que o jovem de hoje não se expresse. Penso que talvez nós nos tomemos como referência para pensar a expressividade deste ou daquele jovem, mas entendo que é urgente refletirmos sobre a politização da juventude para o fortalecimento da democracia”, diz Valquiria. Para ela, a escola, a família e a sociedade em geral têm o papel de mostrar que a participação política é uma das formas legítimas de ação e posicionamento no meio social. Valquíria prega que essas instituições devem incentivar a participação juvenil nos grêmios, centros acadêmicos, partidos políticos, formando jovens mais ligados às questões sociais que os cercam.

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O futuro profissional mais perto do que se imagina

Alunos que trabalham na faculdade dão continuidade à vida profissional na instituição Beatriz Belchior

Aprender com a prática Estagiários e aprendizes têm a oportunidade de vivenciar o dia-a-dia das empresas e desenvolver habilidades

Gisele Carvalho Oportunidade de aprender na prática a teoria absorvida durante as aulas. É o que buscam oferecer as leis do aprendiz e do estágio. Além de preparar o estudante para o desenvolvimento em ambiente de trabalho, elas têm como objetivo a promoção de uma mudança social ao contribuir para o desenvolvimento profissional e cidadão do jovem. A lei do estágio – número 11.788/2008 - trouxe mudanças em comparação às regras anteriormente em vigor. Entre as novidades, destacam-se a redução da jornada de trabalho de oito para seis horas diárias, não podendo ultrapassar 30 horas semanais, e o direito a um mês de férias remuneradas por ano. A idade mínima para ser estagiário é de 16 anos.

Muitos alunos de graduação têm como realidade o fato de estudarem e trabalharem simultaneamente. Grande parte das instituições de ensino superior oferece oportunidades de emprego na própria unidade e proporciona aos alunos vantagens como descontos nas mensalidades dos cursos e bolsas de estudos. Muitos desses estudantes, depois de formados, acabam permanecendo na faculdade como funcionários. Vanessa Fernandes, 26 anos, publicitária formada pelo Isca (Instituto Superior de Ciências Aplicadas), teve a oportunidade de trabalhar na faculdade enquanto fazia seu curso. Ela diz que a experiência só lhe trouxe vantagens, pois tinha mais facilidade para obter informações e tirar dúvidas com os professores. “Conhecia todos os colaboradores e professores de maneira mais pessoal,

o acesso era mais fácil”, fala. Após o término do curso, Vanessa teve uma surpresa. “No dia da formatura, tive a notícia de que fui contratada pela faculdade e ainda fui contemplada com uma bolsa de estudos para pós-graduação”, conta. Para Talissa Silva, 22, aluna de Direito do Isca, a oportunidade de trabalhar surgiu em um momento de dificuldade financeira. “O serviço social da entidade me ofereceu uma bolsa-estágio para atuar na tesouraria. Assim consegui continuar meu curso”, afirma. A estudante também vê nas vantagens de trabalhar na faculdade um diferencial para seu futuro profissional. “Quando surgiu a oportunidade, tudo se tornou mais fácil para minha vida pessoal e profissional”. Se para Talissa continuar trabalhando na faculdade é um desejo, para João Batista Bernardo, 48, isso já é uma con-

quista. Formado em Geografia, ele atua como auxiliar de coordenadorias do Isca e diz que a oferta de uma bolsa de estudos foi decisiva na hora de optar por estudar e trabalhar na faculdade. Depois de formado, segundo Bernardo, as vantagens se estenderam. O operador de audiovisual Evandro dos Santos, 35, também seguiu sua carreira profissional no Isca, apesar de não atuar na sua área. Bacharel em Direito, ele espera pela oportunidade de trabalhar nesse ramo na própria instituição. “Prefiro aguardar e continuar estudando, até mesmo me especializando em determinada disciplina jurídica”, declara. Segundo o departamento de Recursos Humanos do Isca, há 20 ex-alunos trabalhando na instituição, além de oito estudantes atuais. Outros 16 alunos são estagiários.

Já a lei do aprendiz 11.180/2005 – é voltada a jovens entre 14 e 24 anos. Conforme o artigo 9º do decreto 5.598/2005, que regulamentou a lei, empresas de qualquer natureza são obrigadas a empregar um número de aprendizes equivalente a 5% no mínimo e 15% no máximo dos trabalhadores cujas funções demandem formação profissional. Coordenadora de Recursos Humanos da empresa Stampline, Juliana Oliveira diz que, na prática, essa cota é discutível. Segundo ela, a forma de avaliação da cota está em discussão junto ao Ministério do Trabalho, que dará a palavra final. Apesar dessa questão, Juliana diz que para a empresa é importante a contratação dos aprendizes porque eles podem contribuir com o desenvolvimento de novas tecnologias. E há a chance do jovem ser efetivado. Ela explica que para participar do processo seletivo, o interessado deve estar vinculado a uma instituição de ensino profissionalizante, como o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). O candidato é escolhido pela escola

após análise das notas e desempenho nas aulas. Em seguida, é encaminhado ao RH da empresa para entrevista. Se aprovado, é registrado em regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), como todos os funcionários. Apesar das leis de incentivo à contratação de jovens, há problemas. No caso dos aprendizes, diante das expectativas criadas, ainda é pequeno o número de pessoas beneficiadas - cerca de 150 mil. Segundo o Ministério do Trabalho, o governo estuda mudanças na legislação visando alcançar a meta de 800 mil jovens atendidos. Para ajudar a atingir esse objetivo, a Fundação Roberto Marinho e o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) criaram o “Aprendiz Legal”, um programa voltado à preparação e inserção de jovens no mundo do trabalho. São oferecidos cursos em várias áreas de atuação. Daniel Silveira, 34 anos, é eletricista de manutenção formado pelo Senai. Aos 14 anos, foi contratado como aprendiz pela antiga Citropectina – onde atuou por 13 anos. Estudava em período integral e atuava na empresa nas férias e nos dias em que não tinha aula. Ele atribui a essa oportunidade a sua formação de cidadão e profissional. “Só na empresa eu conseguia aprender na prática os macetes da profissão e entender como proceder em cada caso no dia-a-dia”, fala. Com emoção, Silveira conta que foi escolhido porque tinha boas notas e era bom aluno. Pelo trabalho, recebia todos os meses o equivalente a um salário mínimo, o que para um adolescente de 14 anos era um “dinheirão”, diz ele. “Quando recebi meu primeiro salário fiquei emocionado porque nunca tinha visto tanto dinheiro em minhas mãos. Logo comprei uma bicicleta que usava para ir à escola”, fala.

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Jovens criam colegiado para discutir política

Para participantes do grupo, envolvimento juvenil com as questões político-partidárias deveria ser maior Carlos Giannoni

É muito comum ouvir que os jovens são o futuro da nação. Mas até que ponto o jovem de hoje é politizado para de fato interferir na realidade? Dirigente do Colegiado Jovem de Limeira, Pietro Parronchi, 24 anos, avalia que a postura considerada pró-ativa do jovem de antigamente não existe mais. E essa mudança de comportamento se deve a uma mudança de cenário, diz. Para ele, a juventude atual é menos sociável e mais individualista. Isso se reflete até na ferramenta de luta pelos ideais: no lugar das ações coletivas, as redes sociais - como blogs, Twitter e Orkut. É justamente para mudar essa realidade que foi criado o Colegiado Jovem. Trata-se de um grupo de diversas juventudes partidárias que se reúne para discutir assuntos políticos. A reunião do colegiado realizada em 4 de setembro, na Câmara de Limeira, contou com

a participação de 12 pessoas entre membros e convidados. O assunto da pauta foi o entretenimento na cidade para o jovem. Para Pablo Augusto dos Santos Biazotto, 17, membro do colegiado, a Internet é a forma que o jovem hoje usa para protestar. Na avaliação dele, as grandes manifestações populares ficarão apenas na memória. Cursando o último ano do Ensino Médio na escola “Trajano Camargo”, Biazotto avalia que o jovem está descrente na política devido aos sucessivos escândalos que acontecem no país. Segundo ele, é muito difícil atrair novos jovens para a vida política. Ele relata que em sua escola, quando abordou um colega para convidá-lo a participar do colegiado, recebeu como resposta uma atitude de reprovação. Para Biazotto, filiado ao PR

(Partido da República), não basta apenas votar, é preciso cobrar o que foi prometido em campanha. Ele diz que só participando ativamente da política o momento atual pode ser alterado. Parronchi define política como a arte de fazer o debate sobre questões gerais, de interesses diversos. “O homem público não se pertence, ele cede a sua vida profissional ao coletivo”, diz o jovem, que sonha ser presidente da República. Por isso, começou cedo na política e trabalha para alcançar esse objetivo. Na última eleição para vereador em LImeira, Parronchi foi candidato e obteve 1.122 votos, ficando como suplente.

Estrutura O Colegiado Jovem ainda não tem um estatuto e regimento próprios, mas há algumas obrigatoriedades

para participar das reuniões. É preciso ter entre 15 e 30 anos, faixa etária padrão adotada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para os jovens. É necessário ainda ser filiado a um partido político. Só duas pessoas por legenda partidária têm direito a voto na mesa de reunião, o que não impede que demais membros de um mesmo partido participem. Segundo Parronchi, essa regra tem por finalidade não “viciar” o colegiado, cujo princípio é ser um grupo pluripartidário. O dirigente ressalva que até agora nenhum assunto precisou entrar em votação, pois sempre houve uma decisão unânime. No colegiado, o poder é rotativo, com mandatos de seis meses, sem reeleição. Isso possibilita que todas as frentes partidárias assumam o comando - constituído por um diri-

gente, um vice-dirigente e um secretário administrativo. O grupo não tem poder de legislar. Quando questionado sobre como é a relação com os vereadores, que poderiam lutar pelas reivindicações dos jovens, Parronchi diz que todos são muito receptivos, mas ressalta que só irá acioná-los quando houver um projeto bem definido e estruturado para apresentar. As reuniões do colegiado acontecem todo primeiro sábado de cada mês na Câmara Municipal das 10 às 12h. O Legislativo de Limeira fica na Rua Pedro Zaccaria, 70, no Jardim Nova Itália. Quem deseja ter mais informações pode ligar para Parronchi pelo número (19) 3033-0056.

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Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades • Ano 9 • Edição 56 • Outubro/2009

Tenente da PM orienta sobre abordagem policial

Polícia Militar tenta conscientizar a população por meio da campanha Vanessa Ferreira

A Polícia Militar (PM) de São Paulo está realizando desde o dia 17 de agosto uma campanha para a conscientização sobre a abordagem policial. Com o tema “Vamos virar o jogo”, ela está sendo divulgada pela imprensa e também durante as próprias abordagens, quando panfletos são entregues às pessoas. Os objetivos dessa iniciativa, segundo o tenente Herlon Corrêa de Paula, são informar quanto à importância da abordagem e também tentar mudar a atitude do policial, fazendo com que ele interaja mais com a sociedade. Um dos principais focos das abordagens policiais no dia-adia são os jovens e este contato nem sempre é amistoso. Não é raro haver queixas de que a abordagem ocorreu de forma

ríspida. “Se você mora na periferia é bandido. No Centro da cidade a gente nunca toma ‘batida’”, dizem R.C.V.B, de 17 anos, e E.C.R.C, 18. Ambos não quiseram se identificar e relatam terem sido alvos de várias abordagens que consideram abusivas. Sobre a campanha de conscientização, ainda não ouviram falar a respeito. Conforme o tenente, a principal contribuição da polícia em relação à segurança é justamente o contato entre o policial e a população. Esse contato, diz ele, é fundamental para a identificação de indivíduos infratores. “Em cada cem pessoas, somente uma é criminosa”, fala De Paula. Na opinião dele, há um certo preconceito da população gerado no passado e isso criou nas pessoas um sen-

so de reclamar de algo de que muitas vezes não foi vítima e nem mesmo presenciou. Segundo o policial, a PM procura atuar de maneira técnica e respeitosa com a sociedade. Entretanto, ele não exclui a possibilidade de haver falhas dos dois lados: do policial, que excede no uso de força física; e do cidadão, que se sente no direito de confrontar o policial em todas as ações, sentindose constrangido. “Há mesmo um constrangimento, porém este é fruto de um ato legal, embasado na legislação”, diz o tenente. No momento da abordagem, De Paula afirma que a pessoa deve manter a calma, ouvir o policial, deixar-se revistar e identificar-se quando

requisitado. Se tiver dúvidas, deve tirá-las quando a abordagem terminar. Os casos que costumam levar à abordagem são indivíduos em atitude suspeita e infratores. O tenente explica também que os policiais são treinados seguindo um procedimento operacional padrão para cada tipo de ação, inclusive para a abordagem, visando garantir a segurança de quem é abordado e do agente. No primeiro contato com o indivíduo, explica De Paula, o policial transmite as ordens. Posteriormente, realiza uma busca pessoal e consulta a documentação do cidadão. Em seguida, se for o caso, faz também uma revista no veículo. Por fim, devolve a documentação do cidadão,

liberando-o. Caso haja abusos durante a abordagem, o cidadão pode procurar qualquer base ou quartel da PM, reclamar via Corregedoria ou Ouvidoria pelo telefone 0800-177070 (ligação gratuita) ou pelo site www.ouvidoria-policia.sp.gov.br. Nestes casos, será instaurado um processo apuratório contra o policial que supostamente cometeu o abuso para eventual punição, que pode ser administrativa, penal ou penal militar. O tenente salienta que a abordagem é amparada pelo artigo 240 do Código de Processo Penal. No caso de mulheres, a abordagem pode ser feita tanto por um policial masculino como feminino.

O que diz a lei Art. 240 - A busca será domiciliar ou pessoal. § 1o Proceder-se-á à busca domiciliar quando fundadas razões a autorizarem para: a) prender criminosos; b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; g) apreender pessoas vítimas de crimes; h) colher qualquer elemento de convicção. § 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras “b” a “f” e letra “h” do parágrafo anterior.

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Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades • Ano 9 • Edição 56 • Outubro/2009

OS PERIGOS DO BEIJO NA BOCA Lídia Baião

“Eu quero mais é beijar na boca”. O trecho do refrão da música que ficou famosa na voz de Cláudia Leite revela o desejo de grande parte dos jovens. Isto não é segredo para ninguém, mas os perigos de beijar na boca são para muitos. Um simples beijo pode transmitir centenas de bactérias de uma pessoa para outra, e bactérias podem significar doenças, como a “doença do beijo”. Cientificamente conhecida como mononucleose, tratase de uma doença infecciosa aguda causada por um vírus, o Epstein Barr. Ela é transmitida de pessoa a pessoa através de contatos íntimos. O vírus existe na saliva e é passado pelo beijo entre adolescentes e adultos ou pelo contato entre crianças que partilham objetos contaminados com saliva. Excepcionalmente, a transmissão pode ser feita por meio de transfusão de sangue contaminado pelo vírus. “Quase 90% dos adultos têm anticorpos específicos para esse vírus. Isto significa que em quase todos os adultos, um dos episódios de ‘gripe’ que tiveram na infância ou adolescência certamente foi mononucleose infecciosa”, diz a médica infectologista Ana Fransozo. C.G., de 23 anos, foi uma das vítimas da “doença do beijo”. Na época do contágio ele tinha 19 anos e confundiu a doença com gripe. “No começo, achei que era gripe mesmo, mas por conta da febre constante que já durava 15 dias acabei procurando um médico, que fez o pedido de exame de sangue para constatar se era a ‘doença do beijo’ ou toxoplasmose”, conta o jovem. Foram

Cerca de 90% das pessoas já sofreram da “doença do beijo” cerca de 20 dias de tratamento sintomático, já que não existe tratamento para a doença em si. Nos últimos dias, C.G. teve inchaço e urticária nos pés e mãos. “A médica disse que esses são sintomas de que a doença está em seu estágio final”, fala.

Os sintomas gerais duram cerca de uma semana e são mal estar, dores de cabeça, musculares, de barriga, falta de apetite e fadiga. Na fase seguinte, ocorre febre geralmente moderada entre 38º e 39º graus, mas persistente, que associa-se a dores de garganta e ao aparecimento de gânglios aumentados no pescoço e, às vezes, nas virilhas e axilas. O fígado e o baço podem também aumentar de volume. Em alguns doentes, aparece uma erupção na pele, constituída por manchas e pápulas de cor rosada no tronco

e nas zonas dos membros mais próximas do tronco. “Perante a suspeita clínica, o médico deve pedir análises de sangue, que podem confirmar o diagnóstico de mononucleose infecciosa”, informa o infectologista.

A evolução é na maior parte das vezes sem complicações, O tempo que demora para a embora a febre e outros sintodoença se manifestar (período mas possam persistir por mais de incubação) é de 30 a 50 dias de duas ou três semanas. A a partir do contato com uma pesdoença é autolimitada, ou seja, soa infectada pelo vírus. Segunevolui para a cura sem qualquer do o médico infectologista Álvaro tratamento específico. No enDias, a mononucleose infecciosa tanto, podem surgir problemas evolui geralmente em duas fases: neurológicos, cardíacos, hepáa inicial, que se caracteriza pelo ticos ou reaparecimento O beijo na boca pode trazer uma série de benefícios físicos e emocionais. “Uma de sintomas genais. O toque dos lábios movimenta 29 músculos, provoca a pressão de rais comuns a até 12 quilos de um rosto contra o outro e eleva os batimentos cardíacos complicaoutras infecções de 70 para 150 por minuto. Esse bombeamento sanguíneo aumenta a ção pouco virais, e uma se- oxigenação das células, que estimula as funções circulatórias e diminui frequente, mas grave, gunda fase com a insônia e as dores de cabeça. sintomas mais Segundo pesquisas científicas, a cada beijo de língua são trocadas é a ruptura específicos, que 250 bactérias junto com a saliva, o corpo queima 12 calorias e a produção do baço na contribuem para de hormônios aumenta. Também sobe o nível de serotonina, substância sequência química que dá a sensação de euforia e relaxamento. Por isso, beijar na de um trauo diagnóstico. boca pode ajudar a liberar sentimentos reprimidos, reduzir o complexo de rejeição e aliviar o estresse. Tudo em questão de segundos.

matismo que pode ser ligeiro. Por este motivo, o repouso e a limitação da atividade física são importantes nas primeiras semanas de doença, quando o baço está inchado e mais sensível”, afirma o médico. Preconceito C.D., de 20 anos, teve a doença aos 15. Inicialmente, a suspeita foi de dengue. “O médico não sabia exatamente o que poderia ser, então me pediu vários exames de sangue. Dias depois, com os resultados em mãos, ele disse que eu estava com mononucleose”, conta. Ela tomou remédios para controlar os sintomas e fez repouso absoluto ”Meu baço estava muito inchado e com qualquer esforço físico ele poderia romper”, diz a jovem. Não existe atualmente nenhum medicamento ou vacina eficaz contra o vírus Epstein Barr. De acordo com os médicos, não há indicação de isolamento do doente e não é recomendada a utilização de sangue de doador com histórico de mononucleose infecciosa nos últimos seis meses. A pessoa infectada pela “doença do beijo” não fica com nenhuma sequela – ao menos fisicamente. C.G. diz não ter sofrido nenhum tipo de preconceito em seu círculo de amizade, mas com C.D. foi diferente. Ela ficou envergonhada quando seus amigos descobriram sobre a doença. “As meninas falavam que eu não ia mais poder beijar ninguém e quando eu passava os meninos davam risada”, conta. Para a jovem, não tem porque existir preconceito, “afinal a ‘doença do beijo’ é algo comum entre os jovens mais do que eles imaginam”.

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Em tempo real

Milena Maróstica

Nova mania na Internet, o Twitter nada mais é que uma espécie de miniblog no qual se pode escrever sobre qualquer coisa. Nele, famosos, anônimos e até políticos se juntam para criticar os problemas do país, dar opiniões, divulgar noticias de última hora do seu dia-a-dia ou até mesmo contar qual foi a comida do jantar, como fez a cantora Sandy nas últimas semanas. Afinal, a pergunta oficial da página do Twitter é: “O que você está fazendo neste instante?” less than a minute ago from web

Criado por Jack Dorsey, 32 anos, o Twitter é uma rede de micronotícias que permite aos usuários escreverem textos de até 140 caracteres. Cada usuário tem sua página pessoal e para que haja interatividade é necessário seguir outras pessoas. Por suas características, a ferramenta gera instantaneidade, permitindo a troca de informações de maneira rápida - o que a fez ficar conhecida como SMS da Internet. 5 minutes ago from web

O publicitário Renato Frigo é usuário do Twitter e pontua motivos pelos quais usa a ferramenta, como permitir uma comunicação direcionada aos seus clientes, rápida, efetiva, interativa e gratuita. Ela também possibilita acesso tanto do computador quanto do celular, é fácil de aprender a usar e permite criar canais específicos nos quais o usuário pode encontrar a informação que deseja seguir. “Em questão de dias você já sabe tudo sobre o Twitter”, diz. 10 minutes ago from web

O Brasil está entre os dez países que lideram o uso da ferramenta. Pesquisas indicam que há cerca de 11,5 milhões de participantes brasileiros. No mundo, os usuários mais intensos estão no Japão e EUA, segundo o site Wikipedia. 18 minutes ago from web

Ao contrário de Frigo, a publicitária Renata Favetta Luizão diz que usa o Twitter só como diversão. “Gosto de ler o que algumas celebridades como a Stella McCartney e a Joss Stone escrevem, pois são pessoas que admiro e acho interessante saber o que pensam”, fala. De acordo com ela, o Twitter também faz uma ponte fácil entre o usuário e empresas - a Natura, por exemplo, sorteia produtos e dá descontos por meio da página. 21 minutes ago from web

Já a empresária Claudia Rossi vê o Twitter como nova fonte de notícias. Políticos, empresários e pessoas com influência mundial aderiram à ferramenta, postando notícias de forma rápida e instantânea. “Acho bacana politicos como José Serra (governador de São Paulo) e Barack Obama (presidente dos EUA) usarem essa ferramenta. Gera interatividade com a população em geral”, comenta. 24 minutes ago from web

Pelo que se vê, o Twitter está na moda. E não é para menos: por ele é possível agilizar contatos profissionais, informar-se ou se entreter. Tudo em apenas 140 caracteres.

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