“Era uma tarde comum, até você passar por mim” Fábio Marrayo Como dizia o poeta, “há dias que a gente se sente, como quem partiu ou morreu”! Achava que não tinha mais jeito, tudo o que eu pretendia fazer. Parecia que nada mais ia dar certo na minha vida. Até que um dia, de repente, me dei de presente um encontro, desses que a gente acha que não vai dar certo, por causa de vários fatores que a gente cisma que vão atrapalhar. Ela era mais velha, porém, eu estava disposto a aceitar a maturidade, para que o tempo de diferença, me trouxesse a paz. A gente sempre acredita, que pode aprender com quem tem mais maturidade, e eu estava disposto a experimentar isso uma vez. Fui ao encontro do desconhecido, e é sempre engraçado, como a gente se prepara pra decepção. No meio do caminho, muitas coisas passam pela nossa cabeça. O medo da não aceitação, por muitas vezes nos faz pensar em desistir, mas como bom leonino que sou, nunca acho que isso que pode ser problema. Os meus olhos refletiram um sorriso, que me lembro há muito tempo ter recebido. Foi quando revi meu filho, que há muito não me encontrava. O medo se tornara extinto, depois que pude observar a satisfação do encontro. Foi como se todas as minhas culpas e meus fracassos, fossem embora em um simples gesto de carinho. Por muito tempo trocamos mensagens e desejos, e naquele momento, eu tinha oportunidade de dizer pessoalmente, tudo o que tinha vontade. Mas, incrivelmente, nada saía. Apenas o olhar de desejo fluía. Percebi, naquele momento, que minha alegria voltara. Parecia uma criança, na frente de um brinquedo desejado. A gente sabe que queria, mas nem imagina o que pode fazer. Eram tantas coisas pra se conversar, mas eu só queria olhar. Aquele sorriso, que me conquistara no primeiro instante em que vi sua foto, estava diante do meu rosto, e eu só conseguia balbuciar bobagens. Mas nada que um beijo não resolva o impasse. E foi assim que me senti entregue... Joguei-me aquele vício, e dele não quis mais largar.