Gabarito comentado do Fascículo 02 Questão 01
Questão 04
Letra B.
Letra B.
A começar pela adjetivação que se confere ao poema (“enjoadinho”), passando pela afirmação de que é melhor não ter filhos – que contraria a tradição literária de idealização da relação pais x filhos –, e pela inusitada seleção vocabular (que contempla palavras como “aporrinhação” e “cocô”, até então tidas como apoéticas), verificamos, efetivamente, no poema, marcas da estética modernista de ruptura.
No poema em questão, João Cabral estabelece o primado da forja sobre a fundição, ou seja, do trabalho individual de busca da forma correta sobre a repetição de modelos consagrados. Por isso, não cabe a opção “A”, que estaria a indicar um descompromisso com a forma, nem a “e”, que menciona formas preconcebidas. O poema se constrói através de uma comparação entre as atividades do ferreiro e do poeta, razão por que está equivocada a alternativa “c”. A “d” também é incorreta, pois, embora João Cabral seja até considerado um “neoparnasiano” por alguns – pelo seu apego à busca da forma perfeita – o trecho “como fazem os ferreiros” nos impede de dar crédito a tal opção, pelo aspecto generalizador de tal afirmativa.
Questão 02 Letra C. Efetivamente, na alternativa C, temos a “voz” do narrador (o autor), que inicia o período com o pronome átono, uso que a norma gramatical condena. Note-se que não há qualquer manifestação desse tipo em “A” e que, nas alternativas “B” e “E”, os pronomes colocados em desacordo com a norma culta integram o discurso de personagens, e não do narrador. Em “D” , a colocação do pronome é normal, ou seja, feita de acordo com os ditames da gramática.
Questão 05 Letra B. Efetivamente, vale-se o poeta de um processo que confere valor adjetivo às palavras “paris”, “avenida” e “londres” – originariamente substantivos. Repare-se na utilização da letra minúscula em “paris” e “londres”, a mostrar claramente que não estão sendo empregadas como substantivos. Com esse recurso – a adjetivação – , o poeta aproxima as características de Barcelona – suas ruas e sua gente – daquelas de Londres e Paris.
Questão 03 Letra C.
Questão 06
A afirmação em III é incorreta uma vez que não se percebe, no texto, qualquer menção a uma desvinculação absoluta entre o português de Portugal e o do Brasil, mas sim um modo particular de expressão da língua original entre nós. As outras afirmações estão corretas, valendo ressaltar que uma expressão de gíria “que o morro criou” e “que a cidade aceitou” configura mesmo exemplo do que se pode chamar de “transferência entre variantes sociais da língua”.
Letra B. O uso do artigo definido, em contraste com o uso do artigo indefinido, efetivamente coloca em destaque qualitativo o personagem masculino em relação ao feminino. É comum a utilização do artigo definido com tal valor apreciativo (“Ele não é qualquer um: ele é o cara). Registre-se que o valor depreciativo conferido ao artigo indefinido “uma” está reforçado pela presença do vocábulo “apenas”.
Questão 07 Letra C. A expressão “santo dia” tem valor conotativo, indicando, ao lado do indefinido “todo” (“todo santo dia”), uma idéia de habitualidade, de freqüência absoluta, repetitiva, equivalendo, no caso, a “qualquer dia”, “todos os dias”. Se invertida a expressão, seu significado seria o denotativo, qual seja, “dia santificado”, destinado a uma celebração de ordem religiosa.
Questão 08 Letra C. O imperfeito – que representa uma ação passada em processo – é tido por muitos como o tempo adequado para as narrativas porque, através dele, se pode “presentificar” o passado. No caso, acresce a idéia de ações habituais que as formas verbais nos passam (“chegar”, “ficar em um canto”, “pouco conversar” etc. que sempre se repetiam nas festas mencionadas.