DIAMENTE NEGRO " (JUVENTUDE) "VI-TE UMA VEZ, E ESTREMECI DE MEDO... HAVIA SUSTO NO AR, QUANDO PASSAVAS: VIDA MORTA ENTERRADA NUM SEGREDO, LETÁRGICO VULCÃO DE IGNOTAS LAVAS, IAS COMO QUEM VAI PARA UM DEGREDO, DE INVISÍVEIS GRILHÕES AS MÃOS ESCRAVAS A MARCHA DÚBIA, O OLHAR TURVADO E QUÊDO NO ROXO ABISMO DAS OLHEIRAS CAVAS... AONDE VAIS? AONDE VAIS? FOGE O TEU VULTO; MAS FICA O ASSOMBRO DO TEU PASSO ERRANTE, E FICA O SOPRO DESSE INFERNO OCULTO, O HORRÍVEL FOGO QUE CONTIGO LEVAS, INCOMPREENDIDO MAL, NEGRO DIAMANTE, SOL SINISTRO E ABAFADO, ARDENDO EM TREVAS." "IN EXTREMIS" (MORTE) "NUNCA MORRER ASSIM! NUNCA MORRER NUM DIA ASSIM! DE SOL ASSIM! TU, MORTE, DESGRENHADA E FRIA, FRIA! POSTOS NOS MEUS OS TEUS OLHOS MOLHADOS, E APERTANDO NOS TEUS, OS MEUS DEDOS GELADOS..." "PRECE" ( AMOR NÃO CORRESPONDIDO) "NÃO PEÇO A VENTURA DESEJADA, MEM OS SONHOS QUE OUTRORA TU ME DESTE, NEM A SANTA ALEGRIA QUE PUSESTE NESSA DOCE ESPERANÇA, JÁ PASSADA, O FUTURO DE AMOR QUE PROMETESTE NÃO TE PEÇO! MINHA ALMA ANGUSTIADA JÁ TE NÃO PEDE, DO IMPOSSÍVEL, NADA, JÁ TE NÃO LEMBRA AQUILO QUE ESQUECESTE! NESTA MÁGOA SORVIDA OCULTAMENTE, NESTA SAUDADE ATRÓS QUE ME DEIXASTE, NESTE PRANTO, QUE CHORO INDA POR TI, NADA TE PEÇO! NADA! TÃO SOMENTE PEÇO-TE, AGORA, A PAZ QUE ME ROUBASTE, PEÇO-TE, AGORA, A VIDA QUE PERDI! "
"ESPERANÇA" ( MULHER ) " MULHER... SER BENDITO, ENTRE OS MAIS, O QUE, NO DÓ PROFUNDO, DESCOBRIU A ESPERANÇA, A DIVINA MENTIRA, DANDO AO HOMEM, O DOM DE SUPORTAR O MUNDO!" Amor Alvares de Azevedo Quand la mort est si belle, Il est doux de mourir. V. Hugo Amemos! Quero de amor Viver no teu coração! Sofrer e amar essa dor Que desmaia de paixão! Na tu'alma, em teus encantos E na tua palidez E nos teus ardentes prantos Suspirar de languidez! Quero em teus lábio beber Os teus amores do céu, Quero em teu seio morrer No enlevo do seio teu! Quero viver d'esperança, Quero tremer e sentir! Na tua cheirosa trança Quero sonhar e dormir! Vem, anjo, minha donzela, Minha'alma, meu coração! Que noite, que noite bela! Como é doce a viração! E entre os suspiros do vento Da noite ao mole frescor, Quero viver um momento, Morrer contigo de amor!