Demografia

  • May 2020
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DEMOGRAFIA

Idoso é uma pessoa de idade avançada. A Organização Mundial da Saúde classifica cronologicamente como idosos as pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento. As pessoas idosas têm habilidades regenerativas limitadas, mudanças físicas e emocionais que expõem ao perigo a qualidade de vida dos idosos, podendo levar à síndrome da fragilidade, é um conjunto de manifestações físicas e psicológicas de um idoso onde poderá desenvolver doenças. O estudo a respeito do processo de envelhecimento é chamado de gerontologia, e o estudo das doenças que afectam as pessoas idosas é chamado de geriatria. A população portuguesa é uma rica combinação de vários elementos étnicos, desde Ibéricos, Celtas, Celtiberos, Lusitanos a Romanos, Suevos, Visigodos e, mais tarde, Mouros. Portugal, incluindo os Arquipélagos dos Açores e Madeira tem uma população estimada em 10.529.255 pessoas (estimativa INE a 31 de Dezembro de 2004), representando uma densidade populacional de 114 pessoas por quilómetro quadrado. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), nas últimas décadas houve uma mudança na estrutura demográfica na qual é notável um aumento da população idosa em todo o mundo. Estas pessoas representam nos países desenvolvidos cerca de 20% da população e as tendências futuras serão de 25%. Nos países em desenvolvimento e nos menos desenvolvidos o valor supera os 10% e nas próximas décadas irá aproximar-se aos 20%. Sistema

demográfico

Português:

caracterizado por um claro declínio da fecundidade, baixas taxas de natalidade e mortalidade, sendo que

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os níveis de fecundidade apontam valores próximos de uma criança por mulher. Segundo os censos 2001 os distritos mais envelhecidos são Portalegre com 194,5 Castelo Branco (193,9) Guarda (185,4). Relação entre a população de 65 e mais anos e a população dos 0-14 anos, em cada 100. Os mais recentes números conhecidos revelam que o fenómeno de violência contra idosos tem vindo a aumentar em Portugal, com os registos deste tipo de violência a triplicarem, nos últimos cinco anos. O número de registos deste tipo de ocorrências, envolvendo vítimas com mais de 64 anos, passou dos mais de oito mil casos para os quase 25 mil. O envelhecimento é uma conquista civilizacional, fundamentalmente, é uma questão social

com repercussões

financeiras

e necessidade de definir níveis de

responsabilidade. Antes de se atingir uma fase avançada de envelhecimento, a sociedade (estado e empresas) deve promover o desenvolvimento pessoal, social e empresarial através da criação de planos – projectos de preparação para a reforma - entendida como uma fase da vida pelas estruturas que representam as pessoas. Promover uma gestão de recursos humanos humanizada e ética, em que se valorizem as pessoas ao longo de toda a carreira, nomeadamente através da sensibilização para a necessidade de preparação da reforma. Os idosos não devem ser: Desrespeitados, mal tratados, abandonados pela família, colocados em lares, e tratados como pessoas inúteis. Ser idoso é ter o privilégio de ter vivido uma longa vida. Diferente de ser velho, é ter serenidade, ponderação e, sobretudo, paciência. O futuro pertencente a todos nós, é ser sábio, ser um amigo, um avô e por vezes um pai. Ser um bom contador de histórias, devemos alegrá-los, ajudá-los a tratar da sua saúde, conversar com eles, fazer-lhes companhia dar-lhes carinho e muito, amor. Devemos tratá-los com respeito e, consideração. A Segurança Social procura contribuir para uma política cada vez mais ampla de respostas inclusivas, melhorando a qualidade de vida das famílias quer nos seus aspectos económicos e pessoais, quer elevando o seu nível de cidadania e

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responsabilização no futuro colectivo de todos numa intervenção que

se

quer cada vez mais participada e concertada por todas as áreas intervenientes nesta temática Assim, para além de se reconhecer o valor inestimável da família e dos vizinhos, que facilitam a permanência do idoso no seu quadro habitual de vida, entende-se que deverão ainda ser implementadas medidas de política, que favoreçam a manutenção das pessoas no seu domicílio e estimulem estes laços tradicionais, para além de se considerar pertinente o desenvolvimento de um Plano Gerontológico Nacional. Mas na prática, não é esta política que se aplica, e quase todos terminam num lar de acolhimento, quer seja privado quer seja público onde por vezes pagam avultadas quantias em dinheiro, que muitas famílias não podem suportar, mas também devido à sua actividade profissional não podem ter os idosos em casa. Foi num destes lares público privados que visitei um amigo de longa data, de seu nome fictício João Semana, homem de 93 anos, estatura média já um pouco curvada, mãos muito grossas deixando antever o um passado pouco risonho, rugas profundas queimadas do sol, botas de cabedal, calças e colete de serrobeco, chapéu que já conheceu melhores dias, enfim, um homem tipicamente beirão. A visita começa às 15 horas e termina às 16h30, quando cheguei estava sentado numa cadeira de palhinha, olhos postos no horizonte como que recordando melhores dias ou talvez imaginando aquilo que se passaria por detrás da montanha, aproximeime lentamente, boa tarde Sr. João, ouve mal pois a reforma não lhe permite despender 3.000€ por aparelho auditivo, elevei mais um pouco a voz e lá me reconheceu. Irradiou uma alegria enorme quando me viu, perguntou como é hábito por toda a família, como estava a nossa terra se esta ou aquela pessoa ainda eram vivas, falava da sua terra com uma certeza e perfeição que quase parecia que em frente aos seus olhos tinha um ecrã onde visse tudo. Referiu-se àquele peso enorme que sentia no peito e que não o deixava dormir, porquanto a sua mulher um pouco mais velha tinha falecido havia poucos meses, e estiveram casados 73 anos e sempre se deram bem. Pergunta: então como vão as coisas por aqui? Resposta: olha meu rapaz, vamos vivendo um dia a seguir ao outro. Pergunta: não havia de estar a jogar cartas ou a conversar com os seus amigos lá dentro? Resposta: Amigos? Já não tenho idade

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para fazer amigos, e essa gente que cá está não é muitos dessas coisas, também não conheço cá muitos, não sou de cá tu bem sabes. Pergunta: os seus filhos têm-no vindo visitar, Resposta: não, a vida deles também não permite muita folga, o mais novo em Lisboa com dois filhos a estudar, os outros um em França outro na Bélgica. Mas tenho esperança de os voltar a ver. Pergunta: fale-me um pouco de si, como foi a sua juventude, como cresceu, um pouco da sua vida. Resposta: olha nasci na quinta do Freixial, meu pai era lá ganhão e a minha mãe era jornaleira, trabalhava-se de sol a sol, era uma vida difícil, éramos 6 irmãos e lá entramos todos nas sortes. Hoje já só estamos dois vivos. Eu segui os passos do meu pai e cheguei a feitor, um dia que já não me lembro bem o Sr. Conde disse-nos que tínhamos de procurar trabalho porque tinha vendido as terras, com três filhos e sem saber o que fazer foi então que me apareceu passador e fui a salto para França a salto, queres lá saber aquilo porque passei, não desejo a ninguém, ele era a língua, no trabalho, não compreendia o nome das coisas, enfim tudo uma tristeza, não fossem outros portugueses que já por lá andavam e alguns espanhóis e não sei o que seria.” “Andei por lá 15 anos, ainda disse à minha mulher para mudarmos tudo para lá mas a saudade da terra, da família tudo falou mais alto e acabei por vir embora. Não fossem estes anitos que por lá andei e hoje não tinha onde cair morto. Há dias em que tudo isto me vem à cabeça, ainda sonho com aquilo, com os meus irmãos quando éramos pequenos, aquele poço onde tomávamos banho, a cegonha que tantas vezes a subi e desci os rapazes metidos nos alforges do macho enfim. Hoje para aqui estou deitado ao abandono, mas ainda o que nos vale são estas casas, não fossem elas e éramos umas almas depenadas, acontecia-nos como antigamente que havia a tradição de quando as pessoas chegavam a velhos e não podiam trabalhar o filho mais velho lavava-a para o cimo de um monte para serem devoradas pelas feras, e certo dia numa casa existia um homem já muito velho, e como já não era prestável os filhos despediram-se dele e o mais velho foi levá-lo ao cimo do monte, quando ia a passar por um determinado local o velho exclamou, deixa-me aqui que foi onde também deixei o teu avô.” O filho, olhou para o pai, e disse… então o senhor já não fica aqui, vou lavá-lo de volta para casa e assim acaba esta tradição. Por fim, balbuciou, mas duque mais me lembro é da minha mulher. Os olhos ficaram rasos de água, a voz trémula, a cara desfalecida, afagou o chapéu que parecia secular e em voz baixa disse, não tomes a

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mal, a vida é assim. Terminada a visita, de regresso dei por mim a pensar, como procederia eu se estivesse no seu lugar. Conclusão: É uma evidência que o aumento do envelhecimento em Portugal contribuirá para o aumento do número de pessoas em risco acrescido de dependência, quer esta seja transitória ou instalada, pelo que essas pessoas necessitarão de cuidados específicos adequados e integrados. As alterações verificadas nas estruturas familiares concorrem para o insuficiente apoio da família, onde, na sua maioria, já não existe a coabitação e a cooperação de gerações. Daí que, o progressivo envelhecimento da população, aponte para a definição de uma política de envelhecimento, que se consubstancia no reforço das parcerias, na melhoria da qualidade, na consolidação dos direitos sociais e na afirmação do grupo das pessoas com mais idade como um forte potencial social, económico e cultural. Sendo por isto de reforçar três grandes vectores de actuação: Prevenção, participação e autonomia.

Bibliografia:

http://www.marktest.com/wap/a/n/id~e57.aspx http://pt.wikipedia.org/wiki/Idoso http://www.socialgest.pt/_dlds/APdemografiaISS.pdf

Coimbra, 09 de Julho de 2009

José António da Costa Silva

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