CERIMONIAL, PROTOCOLO E ETIQUETA Por serem termos com estreita ligação e na maioria das vezes seqüenciais quando se refere à solenidade, o Cerimonial, o Protocolo e a Etiqueta se confundem, estabelecendo uma característica de sinônimo imprópria. É importante, pois, observar que um difere do outro. O Cerimonial é um conjunto de procedimentos que são adotados na ordenação de cerimônias e eventos. Ou seja, são as etapas que se estabelece dando uma ordem lógica no desenvolvimento e na execução de atos de natureza pública ou privada, para que estes se realizem garantindo dignidade aos anfitriões e aos espectadores. O profissional que cuida desta atividade é chamado de cerimonialista. Ainda não é uma profissão, embora pela sua importância no contexto das organizações e na esfera do poder público, já existam alguns movimentos neste sentido, empreendidos pelo Conselho Nacional de Cerimonial e Protocolo – CNCP e pela Organização Internacional de Cerimonial e Protocolo – OICP, no Brasil e nos demais paises. É muito comum, também, as pessoas confundirem o papel do cerimonialista ou do chefe do Cerimonial com o do Mestre de Cerimônia. São atividades distintas, embora, também, se interliguem frequentemente. O Mestre de Cerimônia tem a função específica de, a partir de um script ou roteiro, narrar, conduzindo as etapas de uma cerimônia. Quando falamos em Protocolo, o primeiro que nos ocorre é o do Estado, que é o mais importante. Regulamentado no Brasil, por Decretos, as Normas de Cerimonial e da Ordem Geral de Precedência dão as diretrizes para sua utilização em solenidades oficiais realizadas na Capital da República, nos Estados, nos Municípios e nas missões diplomáticas. Os fundamentos de todos os outros regulamentos que regem o Protocolo nas diversas instituições, sejam elas militares, universitárias, empresariais, desportivas e de outros segmentos, são alicerçados nos princípios básicos deste documento que se constitui igualmente o ponto de apoio dos cerimonialistas brasileiros no exercício diário de suas atividades. Ninguém tem dúvidas sobre a função e o papel do Protocolo na posse de um presidente da República e de um governador de Estado, como também, não pode haver sobre a sua importância em uma solenidade de abertura de uma Copa do Mundo, de entrega do Oscar em Hollywood ou na concessão de um Título de Doutor Honoris Causa a uma autoridade. Não é, aliás, necessário ir tão longe. O Protocolo tem a função e um papel a desempenhar na organização de qualquer ato que se pretenda conferir um significado mais relevante. Já a Etiqueta, é regida por regras que resultam no comportamento das pessoas. E o saber estar nas mais diversas situações da vida pessoal e profissional. E o saber lidar com autoridades, conferindo-lhes o tratamento que por direito lhe é devido e estas, por sua vez, devem saber portar-se de maneira que a função as torne mais dignas para merecer os privilégios que o Protocolo lhe garante; por mais popular ou ideológico que seja. A Etiqueta de hoje nada tem de parecida com as rígidas regras de comportamento de outrora. A palavra refere-se muito mais à qualidade dos relacionamentos, onde mais cortesia, respeito e atenção regem o convívio das pessoas. É uma proposta mais aberta
de boas maneiras, na medida em que as regras de etiqueta social são adequadas ao convívio profissional, permitindo uma comunicação mais fácil, segura e eficiente entre os interlocutores. Dessa forma, o Cerimonial idealiza o Ato de acordo com o cenário, utilizando com profissionalismo e competência as ferramentas do Protocolo. O Mestre de Cerimônia executa o que lhe for determinado e a Etiqueta permite às pessoas a transitarem com naturalidade e desenvoltura conquistando lugares nos quais o Protocolo lhes garanta privilégios e direitos. Esta é a diferença. “Qual o mistério que envolve esse alguém, que autoridade não é, mas a elas orienta os cumprimentos, a expressão, o vestir, o modo de falar, o momento de sorrir, o caminho a percorrer, o assento a ser usado, o proceder à mesa? [...]. Ele, que conhece as precedências, os gestos e preceitos, as honrarias e privilégios, os símbolos do Poder[...] domina o tratamento, as fórmulas de cortesia, a redação oficial, a linguagem e a diplomacia[...] esse que tem o sorriso nos lábios, alegria nos olhos, respostas rápidas e soluções precisas é o Cerimonialista”. (trechos da Crônica do Cerimonialista, Silvio Lobo Filho – Professor da). UFMGS e Cerimonialista). Edvalda Bomfim é graduada em História com especialização em Administração de Eventos Públicos e Privados, Cerimonial e Protocolo e pós graduanda em Educação a Distância Edvalda Bomfim