Daruma

  • August 2019
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  • Words: 2,146
  • Pages: 8
Alcançando Objetivos Álvaro A. L. Domingues

O texto a seguir é um meio de você alcançar aquilo que você quer, de forma realista e com os pés no chão, sem nenhum segredo oculto em pergaminhos antigos. Oi, eu sou a Princesa ____________________ (dê-lhe um nome!) e me proponho a ajudar você a atingir seus objetivos. Você pode me estranhar por não apresentar pupilas nos olhos. É você que vai pintá-las! Não faça isso agora! Espere um pouquinho até eu lhe contar como você deve fazer isso. Em primeiro lugar eu quero lhe ajudar a conseguir o que quer. E é por isso que eu estou assim. Para você conseguir o que quer, você deve pintar meus olhos assim: • Leia até o final estas instruções, antes de executar qualquer ação; • Escolha um objetivo importante para você (mas não agora! Tenha um pouco de paciência); • Pinte apenas uma das pupilas. Pode ser a esquerda ou a direita, desde que seja apenas uma. • Quando tiver atingido seu objetivo (mas somente quando o atingir!), pinte a outra pupila. Vamos treinar um pouquinho? Eu lhe proporei uma meta bem simples: Ler as páginas seguintes até o final, entendendo os conceitos apresentados. Por que eu lhe proponho isto? É simples: nas páginas seguintes eu vou lhe contar algumas coisas interessantes, que a ajudarão a ter muitos momentos agradáveis comigo. Topa? Então pinte uma das minha pupilas. Lembre-se: a outra só quando terminar de ler!

As historias da Princesa Nas próximas páginas, contarei algumas histórias pequenas que encerram alguns conceitos que a ajudarão a pintar as pupilas e tornar isto um hábito. A primeira delas é uma história de amor...

O príncipe e sua grande busca Num reino distante, há muito tempo atrás, vivia um jovem príncipe, herdeiro do trono. Seu pai, preocupado com a manutenção da dinastia, desejava que seu filho se casasse. Conversou com seu filho, sobre muitas coisas, sobre negócios do Estado, sobre a imagem do Rei perante o povo e da importância que o casamento representava para a manutenção da dinastia. O Príncipe ouviu com atenção e disse a seu pai: - Eu já havia pensado sobre isso. Concordo que estas coisas são importantes, mas só me casarei com uma mulher que eu amar. Por isso decidi percorrer meu reino e os reinos vizinhos à procura de uma esposa que eu ame. E o príncipe partiu em sua jornada. Incógnito, percorreu muitos reinos até que se apaixonou por uma jovem muito bela. Tímido, por ter vivido anos no palácio, sem contato com outras pessoas além da corte, não soube como se aproximar dela e sentiu-se rejeitado. Porém não desistiu. Voltou ao palácio, descreveu-a com muitos detalhes ao artista da corte e recomendo-lhe que fizesse um quadro que a retratasse com apenas uma das pupilas pintadas. Colocou o retrato num lugar de destaque, onde podia vê-la todos os dias. Durante este tempo, buscou professores que o ensinaram a se desinibir. Quando se sentiu seguro, buscou novamente a sua escolhida. Não a encontrou no local onde a tinha visto pela primeira vez. Com o auxílio do quadro, investigou até finalmente encontrá-la. Uma vez encontrada havia outra tarefa: fazê-la apaixonar-se por ele. Perseverantemente, durante muitos meses ele a cortejou, sem resultado. Um dia, ele, dirigindo-se mais uma vez até a casa da sua escolhida, ele a encontrou destruída, como muitas outras casas da vila. Indagando entre os sobreviventes, soube que ele havia sido seqüestrada por mercadores de escravos. Iniciou então uma busca frenética até que encontrou o

acampamento dos salteadores. Lutou contra eles e libertou sua amada. Ela então reconheceu o grande amor que o príncipe lhe dedicava. Voltando ao palácio, mostrou-lhe o retrato e lhe disse: - Amanhã nos casaremos e só então a segunda pupila será pintada. Desde então o príncipe, sempre que tinha um objetivo importante, mandava confeccionar uma boneca de porcelana com os olhos sem pupila. Então ele enunciava o objetivo para si mesmo e pintava o primeiro olho. Somente ao atingi-lo pintava o segundo. A tradição continuou até os dias de hoje e não só entre a nobreza. Gostou da primeira história? Agora você sabe de quem que eu descendo.. O nome desta boneca é Daruma e foi criada por um samurai japonês. A história da busca do príncipe, contudo é um mito. Mitos são histórias contadas para se passar de forma agradável alguma verdade. E este está associado à busca de objetivos. Você deve ter percebido a importância de só pintar o segundo olho ao ter atingido o objetivo escolhido. A pupila não pintada é um lembrete discreto, mas persistente de que aquilo que você quer ainda não aconteceu. Pintar a segunda pupila é um prêmio extra que a satisfará tanto quanto um elogio. Só que este elogio tem um peso muito maior, pois vêm de você mesma! A segunda história diz respeito a três conceitos: meta, objetivo e missão.

O arquiteto e os três pedreiros Um arquiteto medieval acreditava que devia fortalecer a religião e escolheu por isso construir catedrais. E assim foi. Reis, Imperadores e Papas o chamavam freqüentemente para construir catedrais. Certa vez, precisou contratar um pedreiro. Testou vários candidatos e escolheu três, muito bons no ofício de assentar blocos de pedra. Como existia uma vaga só ele precisava escolher um deles. Então ele fez uma pergunta: - Qual é o seu trabalho? O primeiro respondeu: - Eu assento pedras. O segundo respondeu:

- Eu sou um profissional no assentamento de pedras. Conheço tudo sobre pedras e faço o melhor serviço. E o terceiro respondeu, com muito orgulho na voz: - Eu construo catedrais. Quem você acha que foi contratado? Missão, Meta e Objetivo O que é uma missão, uma meta e um objetivo? Essas três palavras normalmente geram confusão, algumas vezes chegam a ser apresentadas como sinônimos. Nesta história temos uma meta, um objetivo e uma missão. Você pode identificá-las? Bom, aqui vão: meta: levantar determinada parede objetivo: construir uma determinada catedral missão: fortalecer a religião construindo catedrais. Observe que a meta é "um passo necessário para se atingir um objetivo". É certo que para construir catedrais eu preciso de paredes e para construí-las, eu preciso assentar pedras. Um objetivo é algo definido que desejamos atingir. Ao se terminar uma catedral temos uma obra de arquitetura bem definida. Portanto "viver um grande amor" não é um objetivo. "Namorar com aquele pessoa especial que conheci naquela festa", sim. Um objetivo tem que ser enunciado de tal maneira que você saiba que chegou lá e possa pintar o segundo olho. E missão, o que é? O arquiteto, ao terminar uma catedral atingiu um objetivo, mas não completou sua missão. A missão é algo que ele sempre irá fazer. Certamente, ao terminar uma catedral, a religião terá mais um templo e estará fortalecida. Mas sua missão acabou? NÃO! Ele pode construir outra, mais outra e mais outra... Até o final de seus dias.

Bom o que eu pretendo fazer é ajudá-la atingir seus objetivos e metas. Aqueles que você escolher, que venham do seu íntimo. E a missão? Ela tem um papel importante, pois os objetivos mais fáceis de atingir são aqueles que estão alinhados com a mossa missão. A escolha da missão é pessoal, pode já estar clara para você ou ainda não. Vá com calma, pense bem, escolha criteriosamente, sem stress... Quanto aos objetivos, vamos agora trabalhar juntos! (Este é o meu objetivo!)

Enunciando Objetivos Escolha algo que você quer que aconteça enuncie seu objetivo de maneira clara e simples e responda as seguintes perguntas: 1- O meu objetivo está enunciado de maneira positiva? Ou seja, você deve enunciar seu objetivo de maneira que expresse o que você quer que aconteça e não o que você quer evitar. Por exemplo, o príncipe enunciou seu objetivo "Quero casar com a mulher que amo" e NÃO disse "Quero deixar de ser solteiro". 2- Como saberei que atingi meu objetivo? Não precisa ser uma catedral, mas deve ser algo que possa ser constatado por você mesma. Por exemplo: Quero passar do vestibular na Faculdade XYZ. Se seu nome sair na lista, você atingiu seu objetivo. Fácil, não? 3- Isso depende apenas de você? Pode ser que o que você deseja dependa de ações de outras pessoas. Isso não é um problema se estiver a seu alcance dialogar com elas e persuadi-las a cooperar com você. (Lembre-se: Persuasão NÃO é manipulação). Se depender de outras pessoas, mude o enunciado de modo que inclua a ação de convencê-las. Por exemplo, se você deseja morar em outra cidade e seus pais são contra, inclui a ação de persuadi-los a confiar em você, descobrindo suas razões e mostrando capacidade de contornar as situações que lhes causam temor. 4- Depende de situações externas? Tempo bom é absolutamente necessário para um piquenique. Esteja ciente

das limitações externas ao enunciar seu objetivo. Para cada situação externa que influencie a realização de seu objetivo, verifique alternativas. Cuidado porém em não se posicionar de forma muito pessimista! Por exemplo: quebrar a perna no dia exato do piquenique é um acontecimento possível, porém pouco provável! Se ocorrerem acontecimentos deste tipo, adie a realização de seu objetivo! 5- É possível? Responder a esta pergunta evita frustração. Tenha apenas o cuidado de não confundir o impossível com o difícil. Por exemplo: se estradas estiverem impedidas, você não poderá chegar ao lugar programado para a sua viagem dos sonhos (isso é uma impossibilidade, a menos que você conheça um piloto de helicóptero). Arranjar grana suficiente pode ser difícil, mas não impossível. 6- Você tem os recursos suficientes (tempo, dinheiro, ferramentas, conhecimento, etc..)? Não ter os recursos pode ser uma dificuldade séria, mas não um empecilho definitivo. Os recursos podem ser adquiridos. Por exemplo: pode ser que você tenha dificuldades em passar no vestibular por não ter feito um colegial numa boa escola (falta conhecimento). O conhecimento faltante pode ser adquirido estudando-se num cursinho ou estudando por conta própria. 7- O que aconteceria se você não o atingisse agora? Pode ser que existam alternativas que você não viu. Uma outra escola tão boa como a XYZ, um outro lugar agradável e interessante ou uma época mais propícia para viajar ou fazer seu piqunique!

Dividindo os objetivos em Metas Pode ser que você tenha estabelecido um grande objetivo para você. Atingi-lo pode ser difícil. Construir catedrais também é. Imagine agora o nosso arquiteto. Ele tem um objetivo perfeitamente definido, mas levará tempo.

Para evitar sua desmotivação ele traçou metas intermediárias: construir a parede X, a parede Y, cúpula, a pintura dos afrescos, etc.. Quando ele terminar a última meta (colocar o tapete vermelho pro Papa passar) ele terá atingido seu objetivo. A catedral estará pronta. Suas metas intermediárias poderão ser ter uma boa nota num exame simulado, arrumar uma parte definida (por exemplo, 30% do valor) do dinheiro para a viagem ou comprar a cesta de piqueniques.

E... se algo der errado? Por mais que planejemos um objetivo, por mais que tenhamos cuidado com nossas metas, algo pode não sair como o esperado. O que fazer então? Mas, o que poderia dar errado? Bom selecionamos as seguintes possibilidades: 1- Aconteceu algo que você não previu? Adie o objetivo e comece de novo! Este algo imprevisto pode ser acrescentado no novo planejamento! 2- Você cometeu algum erro? Se foi um erro que o afastou de seu objetivo é aí que você vai provar que é um Vencedor! Vencedores transformam seu fracasso em aprendizado e usam esse aprendizado para que moldar seu sucesso futuro. Pergunte-se: O que você faria de diferente agora? O que você ainda pode fazer? Pense! 3- Você pensou que tinha recursos, mas... Pode ser que não tinha mesmo! E agora você terá que buscá-los e traçar alternativas para esperar pelo momento adequado. 4 -Você não viu as alternativas e agora está sem eira nem beira... Examine se a limitação do momento é exterior a você (acontecimentos sobre o quais REALMENTE não tem controle) ou interna (você ACHA que as limitações são externas, mas quem está segurando você é você!). Verifique se realmente você não tem alternativas mesmo!

Cuidado aqui! Alternativa é um novo objetivo que lhe trará a mesma (ou talvez maior) satisfação que o objetivo inicial. Ou ainda, se você perceber que o objetivo é pouco realista, e desejar trocar por outro mais realista. Se você adotar a posição de "eu-não-sou-suficientemente-bom-para-isso" e escolher algo menor para compensar, isso não é um alternativa! Verifique o que está faltando! Procure alternativas de fato! 5 - Sim, mas... Esta é a posição que mais terá que combater em você. A busca de desculpas. Para cada passo é sempre possível arrumar uma desculpa para não dá-lo. Para eliminar uma desculpa pergunte-se: "E se eu não tivesse tal limitação (desculpa) o que eu faria e como faria?" Se você encontrar a resposta, você pode fazê-lo! Agora! Parabéns você terminou a leitura! Agora já pode pintar a minha outra pupila!

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