Daniel Comboni

  • April 2020
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Comboni Dedicação total – amor à Cruz Cristo, modelo de dedicação total Cristo, ao tomar consciência da sua missão, entrega-se sem reservas até à cruz. É no Baptismo que Ele é confirmado na sua missão de Filho de Deus, ao sentir a voz do Pai: “Tu és o meu Filho muito amado”. A partir daí, com a força do Espírito Santo, Ele entrega-se de alma e coração à missão do anúncio da Boa Nova aos pobres e à libertação dos infelizes da terra. “O Filho do Homem veio para dar a vida” (Mc 10,45) Os discípulos são chamados a seguir as suas pisadas: “Se alguém quiser seguir-Me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Quem quiser ganhar a sua vida, há-de perdê-la, e quem perder a sua vida por Mim e pelo Evangelho, salvá-la-á!” (Mc 8,34-35)

Comboni A certeza da sua vocação missionária africana, leva-o à dedicação total até abraçar a cruz. Porque as obras de Deus nascem e crescem aos pés do calvário. 1. A certeza da sua vocação e a dolorosa separação dos pais: “Sinto-me inclinado a seguir o árduo caminho das missões e, precisamente o da África Central. Desde há muito que estou suspirando por este instante com maior ardor que o dos namorados quando suspiram pelo momento da boda. Eu não tenho medo da vida nem das dificuldades das missões, nem de nada, mas o que se refere aos meus pais faz-me tremer”. “Depois de me ter aconselhado com Deus e com os homens, cheguei à conclusão de que as missões são a minha verdadeira vocação. Além disso, o P. Marani assegura-me que a minha vocação para as missões é das mais claras e evidentes. E, apesar da situação dos meus pais, que eu lhe expus com toda a sinceridade, disse-me: Vá. Eu dou-lhe a minha benção. Confie na Providência: o Senhor que lhe inspirou este projecto grandioso saberá cuidar dos seus pais e consolá-los!” (Cartas ao Pároco de Limone) 2. Morre o primeiro companheiro: P. Oliboni – renovação da sua entrega à missão “Morreu, pois, um irmão nosso, queridíssimo pai, e a sua morte, longe de nos intimidar, dános maior ânimo para permanecermos firmes na grande tarefa. Não duvide, querido pai: tornei-me missionário para trabalhar pela glória de Deus e consumir a minha vida pelo bem das almas” (Carta ao pai – 29 de Março de 1858) 3. Plano para a regeneração da Nigrícia (1864) “Para aquelas almas abandonadas se dirigiram sempre todos os pensamentos da nossa vida e por elas gostaríamos de derramar o nosso sangue até à última gota!” “A África e os pobres negros apoderaram-se de tal modo do meu coração, que vivo só para eles!” “A miséria lastimável dos pobres negros pesa imensamente no meu coração, e não há sacrifício que eu não me sinta disposto a abraçar pelo bem deles. Se V. Ex.cia não aprovar o

plano, eu farei outro; se não acolher este, prepararei um terceiro, e assim por diante até à morte (Ao Cardeal Barnabó – 1865) “Se o Papa, a Propaganda Fide e todos os bispos do mundo se opusessem, eu baixaria a cabeça durante um ano, e depois apresentaria um novo plano: mas desistir de pensar na África, nunca, nunca ...” (ao P. Francisco Brícolo – 1865) “Comboni não pode viver senão para a África e para aquilo que está relacionado com a África” (Ao Cónego João Crisóstomo – 1865) 4. Comboni fundador (1867) – a certeza de que a obra é de Deus “Não pouparei nem esforços, nem viagens, nem vida, para triunfar na empresa; morrerei com a África nos lábios. Uma multidão de cruzes caíram sobre a minha cabeça; mas sintome mais animado que antes” (Ao Cónego João Crisóstomo – 1867) “a cruz e as tribulações são necessárias para que a obra avance” (a D. Luís de Canossa – 1867) “Eu não tenho senão uma vida para consagrar à salvação daquelas almas: quereria ter mil para consagrá-las todas a tal fim. Portanto, não cessarei de pedir a V. Ex. cia e a essa Cátedra de Pedro dirijam o olhar para aqueles 100 milhões de almas que povoam as imensas regiões da África Central, sobre as quais pesa a terrível maldição” (Ao cardeal Barnabó – Por altura do Concílio Vat. I - 1870) 5. Na responsabilidade da Missão da África Central (1872-1881) “O primeiro amor da minha juventude foi para a infeliz Nigrícia ... Já sou vosso pai, e vós sois os meus filhos, e como tais pela primeira vez vos abraço e estreito ao coração... Regresso para o meio de vós para nunca mais deixar de ser vosso, e para estar sempre inteiramente consagrado ao vosso maior bem. O dia e a noite, o sol e a chuva, encontrar-meão sempre igual e pronto para as vossas necessidades espirituais: o rico e o pobre, o são e o enfermo, o jovem e o velho, o patrão e o servo terão sempre, e com o mesmo direito, acesso ao meu coração. O vosso bem será o meu, as vossas penas serão também as minhas. Começo a comungar os problemas de cada um de vós e o mais feliz dos meus dias será aquele em que eu puder dar a vida por vós” (Homilia em Cartum – 11 de Maio de 1873) 6. Momentos difíceis – seca, fome, doenças e morte (1879) Seca, chuva e epidemia – morrem 3 sacerdotes, duas religiosas, e mais de metade dos irmãos leigos. “Embora oprimido por estas dolorosas angústias e atingido por tão grandes calamidades, nunca perdi a coragem; pelo contrário, alegro-me por participar na paixão de Jesus Cristo” (1878) “O que mais inundou o meu coração de profunda aflição e angústia, até quase morrer de dor, foi o rude golpe que as privações, as doenças e a própria morte causaram ao pessoal activo da missão. Tudo isto, porém, graças a Deus, não conseguiu abalar a nossa coragem, nem destruir a força do nosso espírito; pelo contrário, todas estas violentas provas, estas

tremendas calamidades e todas as penosas tribulações contribuíram grandemente para fortalecer a nossa coragem, para pormos totalmente a nossa confiança no Deus misericordioso, que nos precedeu no caminho da cruz e do martírio” (A D. Luís de Canossa – 1879) “Escrevo poucas linhas porque me encontro destroçado por causa das febres, das tribulações, do cansaço e da angústia do coração. As obras de Deus, por lei adorável da Providência, devem nascer e prosperar aos pés do calvário. A cruz e o martírio são a vida do apostolado nas nações infiéis, e a África Central converter-se-á certamente à verdadeira fé pela cruz e o martírio. Embora destroçado no corpo, pela graça do Coração de Jesus o meu espírito permanece firme e vigoroso; e eu estou disposto, como tenho estado há trinta anos, a sofrer seja o que for e a dar mil vezes a vida pela redenção da África Central” (Ao Card. João Simeone – Jan de 1879) 7. Formar missionários santos e capazes – Regras do Instituto das Missões para a Nigrícia (1871) “O pensamento perpetuamente dirigido ao grande fim da sua vocação apostólica deve produzir nos alunos do Instituto o espírito de sacrifício. Formar-se-ão nesta disposição essencialíssima com o ter os olhos sempre fixos em Jesus Cristo, amando-O ternamente e procurando compreender cada vez melhor o que quer dizer um Deus morto na cruz pela salvação das almas. Se com viva fé contemplarem e saborearem um mistério de tanto amor, serão felizes de oferecer-se a perder tudo e a morrer com Ele e por Ele” (Cap. X das regras)

Com o sinal da cruz A primeira viagem missionária de Comboni teve dois extremos geográficos significativos: o Calvário e a estação de Santa Cruz “Beijei a terra onde pousou a cruz na qual foi estendido e cravado Jesus Cristo ... e depois, passos além, detive-me onde a cruz foi erguida... desatei em lágrimas. Depois de todos os outros, aproximei-me eu também, e beijei muitas vezes aquele buraco abençoado” (Carta aos pais – 1857) Já na missão de Santa Cruz “Aqui morre-se da noite para o dia. Não dá tempo para a gente se preparar: é preciso estarmos sempre prontos. Em poucas horas, uma febre arrasta-te e leva-te à beira da morte” (Carta ao pai – 1858) As fundações dos institutos de Verona e do Cairo sob o signo da cruz “O Homem-Deus não poderia ter encontrado melhor maneira de mostrar a sua sabedoria do que fabricando a cruz: esta é o verdadeiro conforto, o sustento, a força das almas justas; é esta que forma as almas grandes e as torna aptas a permanecerem firmes e realizarem grandes coisas para a glória de Deus e a salvação das almas” (Carta ao P. Luís Artini, camiliano – 1868) Calúnias e o casamento com a cruz “Vejo e compreendo que a cruz é tão minha amiga e está sempre tão perto de mim, que já há algum tempo a escolhi para minha esposa inseparável e eterna” (Carta ao Card. Barnabó – 1868) “As obras de Deus têm de ter cruzes, porque todas nascem aos pés do calvário” (1878)

“Quase toda a minha acção actual está consagrada a suportar o violento choque da tribulação que invade o Vicariato desde há mais de seis meses, e a debelar as suas consequências, isto é, a fome, a sede e a carestia de tudo ... As obras de Deus devem nascer e crescer aos pés do Calvário” (1878) “Mas perante estas grandes calamidades ficarão o espírito e o coração do missionário abatidos pelas dificuldades, pelos desastres e pelos males? Nunca. O verdadeiro apóstolo nunca deve recuar perante qualquer obstáculo nem perante a morte. Ele deve triunfar mediante a cruz e o martírio” (1878) “O caminho que Deus me traçou é a cruz. No dia 15 deste mês, completei 50 anos ... Meu Deus, ficamos velhos e aumentam as minhas penas e cruzes. Mas sei que estas cruzes vêm de Deus e por isso conto com a sua divina ajuda: o cruz, salve, única esperança!” (1881)

Hino à cruz O Salvador do mundo Realizou as suas maravilhosas conquistas das almas Com a força desta cruz, Que destruiu o paganismo, derrubou os templos profanos, desorientou as potências do inferno, e tornou-se altar não apenas de um templo, mas altar do mundo inteiro. Esta cruz que tomou o seu voo do alto do Gólgota E que encheu o mundo com a sua potência, Que recebeu adoração nos templos, A maior veneração nas cidades reais, É respeitada como símbolo nas bandeiras E hasteada nos mastros dos navios. Ela deu a consagração aos sacerdotes E uma coroação sagrada aos monarcas. Comunicou entusiasmo ao peito dos heróis. Terra, mar e céu reconhecem a cruz Que em toda a parte é honrada. Entre as dores e os espinhos Nasceu e cresceu a Obra da Redenção E por isso ela mostra um desenvolvimento admirável E um futuro consolador e feliz. A cruz tem a força de transformar a África Central Na terra de benção e de salvação. Dela brota uma virtude, Que é doce e não mata, Que renova e desce sobre as almas, Como um orvalho restaurador. Dela brota uma grande potência Porque o Nazareno, suspenso no madeiro da cruz, Com uma mão estendida para o Oriente e outra para o Ocidente, Recolheu os seus eleitos de todo o mundo no seio da Igreja. Com as mãos perfuradas, como outro Sansão, Abalou as colunas do templo, Onde desde há tantos séculos se adorava o poder do mal. Sobre estas ruínas Ele plantou a cruz Operadora de maravilhas Que tudo atraiu a si. Comboni

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