Como se originou a crise financeira? A crise no mercado hipotecário dos EUA é uma decorrência da crise imobiliária pela qual passa o país, e deu origem, por sua vez, a uma crise mais ampla, no mercado de crédito de modo geral. O principal segmento afetado, que deu origem ao atual estado de coisas, foi o de hipotecas chamadas de "subprime", que embutem um risco maior de inadimplência. O mercado imobiliário americano passou por uma fase de expansão acelerada logo depois da crise das empresas "pontocom", em 2001. Os juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vieram caindo para que a economia se recuperasse, e o setor imobiliário se aproveitou desse momento de juros baixos. A demanda por imóveis cresceu, devido às taxas baixas de juros nos financiamentos imobiliários e nas hipotecas. Em 2003, por exemplo, os juros do Fed chegaram a cair para 1% ao ano. Em 2005, o "boom" no mercado imobiliário já estava avançado; comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negócio, na expectativa de que a valorização dos imóveis fizesse da nova compra um investimento. Também cresceu a procura por novas hipotecas, a fim de usar o dinheiro do financiamento para quitar dívidas e, também, gastar (mais). As empresas financeiras especializadas no mercado imobiliário, para aproveitar o bom momento do mercado, passaram a atender o segmento "subprime". O cliente "subprime" é um cliente de renda muito baixa, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidade mais baixa --ou seja, cujo risco de não ser pago é maior, mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse risco. Em busca de rendimentos maiores, gestores de fundos e bancos compram esses títulos "subprime" das instituições que fizeram o primeiro empréstimo e permitem que uma nova quantia em dinheiro seja emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos. Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito). Após atingir um pico em 2006, os preços dos imóveis, no entanto, passaram a cair: os juros do Fed, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram compradores; com isso, a oferta começa a superar a demanda e desde então o que se viu foi uma espiral descendente no valor dos imóveis. Com os juros altos, o que se temia veio a acontecer: a inadimplência aumentou e o temor de novos calotes fez o crédito sofrer uma desaceleração expressiva no país como um todo, desaquecendo a maior economia do planeta --com menos liquidez (dinheiro disponível), menos se compra, menos as empresas lucram e menos pessoas são contratadas. No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados globais. Financiadoras Em setembro do ano passado, o BNP Paribas Investment Partners --divisão do banco francês BNP Paribas-- congelou cerca de 2 bilhões de euros dos fundos Parvest Dynamic ABS, o BNP Paribas ABS Euribor e o BNP Paribas ABS Eonia, citando preocupações sobre o setor de crédito 'subprime' (de maior risco) nos EUA. Segundo o
banco, os três fundos tiveram suas negociações suspensas por não ser possível avaliá-los com precisão, devido aos problemas no mercado "subprime" americano. Depois dessa medida, o mercado imobiliário passou a reagir em pânico e algumas das principais empresas de financiamento imobiliário passaram a sofrer os efeitos da retração; a American Home Mortgage (AHM), uma das 10 maiores empresa do setor de crédito imobiliário e hipotecas dos EUA, pediu concordata. Outra das principais empresas do setor, a Countrywide Financial, registrou prejuízos decorrentes da crise e foi comprada pelo Bank of America. Bancos como Citigroup, UBS e Bear Stearns têm anunciado perdas bilionários e prejuízos decorrentes da crise. Entre as vítimas mais recentes da crise estão as duas maiores empresas hipotecárias americanas, a Fannie Mae e a Freddie Mac. Consideradas pelo secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, "tão grandes e tão importantes em nosso sistema financeiro que a falência de qualquer uma delas provocaria uma enorme turbulência no sistema financeiro de nosso país e no restante do globo", no dia 7 deste mês foi anunciada uma ajuda de até US$ 200 bilhões. As duas empresas possuem quase a metade dos US$ 12 trilhões em empréstimos para a habitação nos EUA; no segundo trimestre, registraram prejuízos de US$ 2,3 bilhões (Fannie Mae) e de US$ 821 milhões (Freddie Mac). Menos sorte teve o Lehman Brothers: o governo não disponibilizou ajuda como a que foi destinada às duas hipotecárias. O banco previu na semana passada um prejuízo de US$ 3,9 bilhões e chegou a anunciar uma reestruturação. Antes disso, o banco já havia mantido conversas com o KDB (Banco de Desenvolvimento da Coréia do Sul, na sigla em inglês) em busca de vender uma parte sua, mas a negociação terminou sem acordo. O Bank of America e o Barclays também recuaram, depois que ficou claro que o governo não iria dar suporte à compra do Lehman. Restou ao banco entregar à Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York um pedido de proteção sob o "Capítulo 11", capítulo da legislação americana que regulamenta falências e concordatas. O rosto da crise financeira
Os desempregados estão por toda parte, principalmente nas filas dos restaurantes sociais, que oferecem comida de graça, e nas agências estatais de emprego. Para um país que gerou 6,8 milhões de empregos em dez anos e chegou a registrar taxa de desemprego abaixo de 8%, os quase 3,5 milhões de "parados" mostram que a crise financeira atingiu em cheio o mercado de trabalho espanhol. Segundo dados divulgados ontem, mais 154 mil pessoas engrossaram as
estatísticas em fevereiro, o que significa que somente em um ano o desemprego cresceu 50%, a maior alta desde 1978. O boliviano Guido Choque González, de 45 anos, que está na foto acima, é uma das vítimas desta crise. Até dezembro, ele trabalhou no setor da construção civil, como eletricista, mas perdeu a profissão junto com a queda do setor imobiliário. Mas as demissões não atingem só os imigrantes mostra que o desemprego afeta estrangeiros e espanhóis, mulheres e homens, jovens e adultos em todos os países.
De acordo com estudo divulgado por técnicos do BBVA, o segundo maior banco da Espanha, o PIB pode cair 2,8% este ano, como consequência da "recessão sem precedentes" da economia mundial. E as previsões continuam pessimistas quando o assunto é desemprego: a taxa pode chegar a 17,7% este ano na Espanha, de acordo com os técnicos.
FMI alerta: “o pior da crise financeira ainda está por vir”
Robson Fernandjes /AE A Bovespa a exemplo das bolsas americanas, européias e asiáticas vem enfrentando perdas com a deterioração dos mercados Washington - Um relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sugere que o pior da atual crise financeira global ainda está por vir. O documento, intitulado Estabilidade Financeira Global, afirma que o sistema financeiro atravessa o que o FMI
classificou como “um período de turbulências sem precedentes” e prevê que bancos em todo mundo continuarão a registrar fortes perdas. O FMI ressaltou a determinação dos governos em responder aos atuais desafios, mas disse que “a restauração da estabilidade financeira se beneficiaria de um comprometimento coletivo das autoridades, que devem tratar o problema com eficiência”. Para o diretor do fundo, Dominique Strauss-Kahn, “o tempo das soluções à conta gotas chegou ao fim”. “Eu peço aos legisladores que tratem esta crise com medidas abrangentes que restaurem a confiança no setor financeiro. Ao mesmo tempo, os governos nacionais devem coordenar de perto esses esforços para trazer de volta a estabilidade do sistema financeiro internacional.” O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de perdas derivadas do estresse no mercado financeiro para US$ 1,4 trilhão, ante a estimativa anterior de US$ 945 bilhões. “A revisão reflete aumento das estimativas de perdas em dívida corporativa e hipotecas do setor prime (primeira linha) para moradias”, segundo o Relatório de Estabilidade Financeira Global (GFSR, na sigla em inglês), divulgado ontem. O FMI diz que muitas baixas já ocorreram, mas adverte que podem vir mais no caso de um cenário de maior estresse. Segundo o Fundo, as estimativas de perdas ligadas às dívidas corporativas, incluindo financiamentos e securities (ações, bônus e derivativos), aumentaram significativamente, refletindo deterioração no endividamento das instituições financeiras, desde abril, quando ocorreu o Encontro de Primavera do FMI. Quanto às perdas no mercado de hipotecas de primeira linha, a deterioração reflete um caso mais negativo dos preços das moradias. Na Europa, elevada alavancagem e quedas dos preços das moradias indicam piora da qualidade de crédito em alguns mercados de hipotecas. Ainda, segundo o FMI, fundamentos estão tendo deterioração em algumas economias da Europa. De acordo com o FMI, as baixas já atingiram US$ 760 bilhões em setembro, sendo que US$ 580 bilhões registradas por bancos globais. Instituições que não são classificadas como bancos registraram US$ 180 bilhões em perdas até agora, estima o Fundo.
Bancos O FMI estima que US$ 675 bilhões precisam ser levantados nos mercados de capitais pelos principais bancos globais nos próximos anos, com objetivo de manter o crescimento do crédito ao setor privado. O Fundo calcula que os bancos globais levantaram cerca de US$ 430 bilhões em capital, no período que vai do segundo semestre de 2007 até setembro deste ano. No GFSR, o Fundo observa que é preciso ação concreta para lidar com o ciclo de desalavancagem, que é motivado pelo capital insuficiente, valores incertos ou declinantes de ativos e financiamento disfuncional nos mercados. Nestas três áreas, diz o FMI, é essencial interromper a espiral que as liga, com objetivo de manter o crédito ao setor privado, ainda que modestamente. “Com diversas instituições financeiras tendo muito mais dificuldades para levantar capital privado atualmente, as autoridades podem precisar injetar capital em instituições viáveis”, estima o Fundo. Crise afetará mais o Brasil em 2009 O Brasil resistiu bem a essa primeira quebra, graças à economia mundial favorável nos últimos anos, à desindexação de parte da dívida e à exploração dos trabalhadores brasileiros: estrutura latifundiária, baixos salários, diversificação de exportações, mercado interno, investimentos em infra-estrutura e controle da inflação com privatizações e altas taxas de juros. Mas o pior está por vir. Com a generalização da crise, o Brasil sofreria as conseqüências de seu modelo de desenvolvimento capitalista associado à burguesia financeira internacional: subimperialista regionalmente e submisso ao imperialismo estadunidense e europeu. Toda a economia real do país está vinculada a transnacionais e ao sistema financeiro internacional direta ou indiretamente, seja através de filiais nacionais, seja pela garantia da acumulação de capital com abertura do mesmo nas bolsas ou contratação de crédito. Com o aprofundamento da crise, o Brasil seria peça-chave na geoestratégia do imperialismo, que necessitaria aumentar sua dominação sobre a América Latina em busca de mais mercados, matéria-prima e força-de-trabalho baratas. Até agora, apenas a bolha do setor hipotecário e imobiliário dos EUA de fato estourou. Tenta-se evitar a generalização da crise para outros setores da economia e outras esferas da formação social através da estatização de parte do sistema financeiro e da liberação de crédito para as empresas em dificuldades, socializando as perdas à custa do bolso dos trabalhadores. É consenso, porém, a desaceleração da economia mundial em 2009. Em novembro, o PIB dos EUA caiu 0,6%, acumulando queda de 5,5% da produção industrial no ano e, segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os países ricos perderão 8 milhões de empregos. Desdobramentos da crise Depois dos “pacotes anticrise” estadunidense, inglês, europeu, chinês e até argentino, o governo brasileiro tem afirmado que “Já temos um pacote, que é o Pacote de Aceleração do Crescimento (PAC)”, formulado essencialmente como política fiscal de ação anticíclica. No entanto, para além do PAC, o governo já tomou muitas medidas para conter a crise: a venda de US$50 bilhões das divisas nacionais para frear a valorização
do dólar, o controle da taxa de juros, o acesso de empresas nacionais a divisas depositadas no exterior, o corte do IPI até março, o aumento do seguro-desemprego, a facilitação do crédito para moradia e bens de consumo duráveis, como carros e eletrodomésticos, a facilitação de redesconto no Banco Central para os bancos comerciais, a liberação de compulsórios e até a compra de um banco estadual pelo Banco do Brasil. De presidente do país Lula tem se rebaixado a escuso mediador de conflitos em nome da burguesia brasileira e da oligarquia financeira internacional a ela associada. Após recente reunião com empresários, afirmou: “Foi a melhor reunião de que já participei. (...) Discutimos para que nenhum empresário dispense trabalhador, porque é importante manter o nível de emprego. Eu assumi o compromisso de conversar com os dirigentes sindicais para saber da possibilidade de estabelecermos acordos em alguns setores que foram mais afetados”. Recentemente, a Vale pediu ao governo a flexibilização da CLT, para “evitar” a demissão de 1.300 funcionários. Cerca de 20% a 30% do crédito que entrava no país o fazia por empresas que contraem empréstimos no exterior. Os setores mais afetados pela crise serão, portanto: a) aqueles que mais dependem de crédito externo e b) aqueles com matriz nos EUA e Europa. Ou seja, os de exportação, construção civil e o de automóveis, além do próprio sistema financeiro. Dentre os desdobramentos da crise no Brasil, certamente haverá grande aumento no desemprego. A construção civil, por exemplo, tem baixa composição orgânica de capital, e representa milhares de empregos. No caso da indústria automobilística, juntam-se os dois elementos: há uma superprodução nesse setor e o acesso ao crédito é essencial para a realização dos produtos através da venda, constituindo nossa pequena “bolha subprime” com descasamento de prazos no financiamento de veículos; além disso, as matrizes da indústria já sofrem com a crise, que deve repercutir sobre as filiais. Nos EUA, Ford, Chrysler e GM pediram ao governo US$ 34 bilhões. Só a GM já fechou 3 fábricas, demitindo 2 mil trabalhadores. Na Alemanha, a Volkswagen paralisará a produção por três semanas, enquanto a Daimler a reduzirá. A Fiat fechou suas fábricas da Itália por quase 1 mês. No Brasil, a desoneração do IPI aumentou as vendas, mas ainda não será suficiente. No dia 15, a alemã MAN Aktiengesellschaft anunciou a compra da Volkswagen Caminhões e Ônibus por cerca de R$2,83 bilhões. Já a exportação, principal responsável pelo superávit em transações correntes, se vê dificultada pela queda da renda mundial. No entanto, a desvalorização do dólar pode compensar a queda dos preços de algumas commodities de primeira necessidade (soja, milho, carne), causando o encarecimento das mesmas no mercado nacional e o encarecimento generalizado dos alimentos através da substituição do plantio diversificado e do fim da já pequena agricultura familiar. A queda nos preços do petróleo, que barateia o transporte, poderá não ser suficiente para anular essa tendência, além de prejudicar a Petrobras e de nublar os planos do governo Lula para a custosa exploração do pré-sal. Além dos alimentos, haverá um aumento no custo de vida da classe operária em geral, com dificuldades de financiamento da casa própria e dificuldades de obtenção de crediário, além do já mencionado aumento do desemprego e do corte do orçamento do Estado para seguridade social, saúde e educação, buscando o “ajuste fiscal” de suas contas. No setor bancário, as demissões já começaram – produto da crise financeira e das fusões, com sobreposição de redes e de cargos internos. O acesso ao crédito, pessoal e para a indústria, será menor. A crise trará de volta, ainda, a questão do nível de centralismo e planificação do Estado, colocando a luta pela estatização e contra as
privatizações na ordem do dia, em contraposição aos “pacotes .de ajuda” do governo às empresas, ao estilo Proer. É verdade que a burguesia nacional poderia inclusive beneficiar-se dela em detrimento dos trabalhadores, se fizesse essa opção política. Mas o que o Brasil verá é a concentração e centralização de capital, sentida pelo povo no aumento da composição orgânica de capital com a quebra de pequenas empresas e desemprego massivo, repressão e violência generalizadas. A massa de lucro dos grandes monopólios que sobreviverem aumentará, e quem pagará o pato é o trabalhador.
Os reflexos da crise no Brasil A crise mundial está afetando muito fortemente os países mais ricos em função de eles terem um crescimento menor. Em 2009 deveremos ter o pico da crise quando países da União Européia e Estados Unidos apresentarão decréscimo no PIB entre 3% e 4 % segundo os analistas. O Brasil está sendo diretamente afetado pela crise em função da queda no preço das commodities que têm participação importante no equilíbrio da Balança Comercial. Isso deverá afetar diretamente o nível de geração de empregos em nosso país. A crise se reflete aqui com a falta de crédito no momento do plantio da safra e o aumento da inadimplência dos produtores rurais. Em estados como Mato Grosso e Goiás cerca de 70% dos agricultores estão em situação de inadimplência ou perto dela. Isso está afetando a área plantada, porque é menor o nível de tecnologia aplicado nas lavouras pela redução do uso de fertilizantes. Para alguns agricultores falta o dinheiro para bancar a atividade, para outros falta o crédito para a empresa que está inadimplente. O reflexo disso será uma queda na atividade econômica no ano que vem. Há uma diferença entre as medidas que estão sendo anunciadas e aquelas que efetivamente estão chegando na ponta. Ao liberar o compulsório dos bancos, em vez de eles aplicarem no crédito e no financiamento da atividade produtiva e as exportações para manter o índice de emprego, os bancos preferiram comprar títulos do governo e aplicar na taxa Selic para ganhar dinheiro em cima da crise. É necessário que o governo fiscalize melhor a aplicação desse dinheiro e exigir que os bancos cumpram o acordo que foi feito de fomentar a produção e a exportação. Ao afirmar que o Brasil sofre menos com a crise é necessário comparar o comparável. Certamente o nosso país foi menos afetado que os Estados Unidos, onde originou a crise, e também que países da União Européia. Há países da Ásia que foram menos afetados que o Brasil e outros da América Central e do Sul que sofrem mais com a crise. GRUPO: Chailon,Marina, Robson.