CONTRASTES GRAMATICAIS: ERROS COMUNS A SEREM EVITADOS COMMON MISTAKES TO AVOID IN ENGLISH Ricardo Schütz Aprender a falar um idioma estrangeiro consiste não apenas em assimilar seus elementos, mas também em evitar a interferência negativa da língua mãe. Embora este tipo de interferência seja mais evidente na pronúncia, também ocorre no plano gramatical, levando o aluno a produzir freqüentemente frases desestruturadas e incompreensíveis. O próprio aluno normalmente sente que algo está errado, mas a idéia que ele está tentando colocar está tão intimamente associada à estrutura usada no português, que parece não haver outra maneira. O estudo comparativo de dois idiomas leva à clara identificação dessas diferenças entre eles e permite prever os erros bem como procurar evitá-los antes de se tornarem hábitos. Este trabalho é resultado de uma minuciosa análise dos erros mais freqüentemente observados no ensino de EFL (English as a Foreign Language) a brasileiros. Muitos destes erros podem ser observados mesmo em alunos que já alcançaram níveis avançados de fluência, e resultam da falta de contato com a língua ou de um contato através de instrutores que falam um inglês "aportuguesado". Além da interferência negativa da língua mãe, temos aquela proveniente da generalização de regras do idioma estrangeiro; ou seja, da não-observância de exceções. Alguns destes pontos também são abordados neste trabalho. 1. Formulação de idéias interrogativas e negativas: (erro comum apenas no início do aprendizado) A primeira grande dificuldade que o brasileiro, falante nativo de português, iniciando seu aprendizado em inglês enfrenta, é normalmente a estruturação de frases interrogativas e negativas. Frases interrogativas em português são diferenciadas apenas pela entonação, não exigem alteração da estrutura da frase. No inglês, além da entonação, temos, no caso dos Be Phrases (frases com o verbo to be ou com qualquer outro verbo auxiliar ou modal), a inversão de posição entre sujeito e verbo: He's a student. - Ele é estudante. Is he a student? - Ele é estudante? I can speak English. - Eu sei falar inglês. Can you speak English? - Você sabe falar inglês? E no caso de Do Phrases, frases em que não há verbo auxiliar, surge a necessidade de uso de verbo auxiliar DO para formular perguntas ou frases negativas: He speaks English - Ele fala inglês. Does he speak English? - Ele fala inglês? He doesn't speak French. - Ele não fala francês. Além de contrastarem profundamente em relação ao português, esses dois tipos de estruturas contrastam entre si. O contraste entre Be Phrases e Do Phrases aparece nos modos interrogativo e negativo. Be Phrases fazem a inversão de posição entre sujeito e verbo para formação de frases interrogativas ou negativas, não precisando de verbo auxiliar, enquanto que Do Phrases precisam do verbo auxiliar DO. Isto representa uma dupla e acentuada dificuldade para os falantes nativos de português, onde na prática não existem verbos auxiliares e onde a formação de frases não é afetada pelos modos (afirmativo, negativo e interrogativo). O modo interrogativo em português, como vimos no exemplo acima, consiste apenas em uma diferente entonação, enquanto que em inglês exige uma significativa alteração na estrutura da frase, além da entonação. A dificuldade não é de entender, mas sim de assimilar e automatizar. Quem fala português como língua mãe não está acostumado a estruturar seu pensamento dentro destas normas e precisará praticar exaustivamente para conseguir "internalizar" essas estruturas.
CONTRASTES GRAMATICAIS: ERROS COMUNS A SEREM EVITADOS
1
2. The subtle presence of the verb TO BE - Presença/ausência do verbo TO BE (erro comum até níveis intermediários) Do ponto de vista fonético, nas frases afirmativas, a presença ou não do verbo TO BE é quase imperceptível aos ouvidos do aluno principiante. A função gramatical de um verbo numa frase, entretanto, é preponderante. Se faltar onde deveria estar, ou se ocorrer quando não deveria, o erro é grosseiro. Observe os seguintes exemplos: I lost. - Eu perdi. I'm lost. - Estou perdido. It hardly works. - Isto dificilmente funciona. It's hard work. - Isto é trabalho duro. They like children. - Eles gostam de crianças. They're like children. - Eles são como crianças. It looks like it's going to rain. - Parece que vai chover. O aluno com este tipo de dificuldade deve treinar o ouvido e a pronúncia, e acostumar-se a perceber a grande diferença funcional deste pequeno detalhe fonético. 3. Subjectless sentences - Frases sem sujeito: (erro comum até níveis avançados) Em português freqüentemente as frases não têm sujeito. Sujeito oculto, indeterminado, inexistente, são figuras gramaticais que no português explicam a ausência do sujeito. Isto no inglês entretanto não existe. A não ser pelo modo imperativo, toda frase em inglês normalmente tem sujeito. Na falta de um sujeito específico, muitas vezes o pronome IT deve ser usado. Além da questão da presença obrigatória do sujeito, temos um problema com relação a seu posicionamento. Em português muitas vezes o sujeito aparece no meio ou no fim da frase. Em inglês ele deve estar de preferência no início da frase. Observe os seguintes exemplos: Tive um problema. - I had a problem. Está chovendo. - It's raining. Ontem caiu um avião. - An airplane crashed yesterday. Esses dias apareceu lá na companhia um vendedor. - A salesman came to the office the other day. Ao formar uma frase, o aluno deve acostumar-se a pensar sempre em primeiro lugar no sujeito, depois no verbo. O pensamento em inglês estrutura-se, por assim dizer, a partir do sujeito. 4. There TO BE = ter (existência): (erro comum até níveis intermediários) Em português o verbo TER tem pelo menos dois significados importantes: posse e existência. Exemplos: Eu tenho um carro. = Eu possuo um carro. - I have a car. Tem (há) um livro sobre a mesa. = Existe um livro sobre a mesa. - There's a book on the table. Sempre que o verbo TER significar existência (haver), a frase não terá sujeito; e isto ocorre com muita freqüência em português. Em inglês, esta estrutura corresponderá sempre ao There TO BE. Observe os seguintes exemplos: Não tem (há) problema. - There's no problem. Tem (há) muita gente. - There are many people. Não tem (há) ninguém que fala inglês aqui? - Isn't there anybody that speaks English here? Teve (houve) uma festa ontem de noite. - There was a party last night. Vai ter (haverá) outra festa semana que vem? - Is there going to be another party next week?
CONTRASTES GRAMATICAIS: ERROS COMUNS A SEREM EVITADOS
2
5. No TO after modals: (erro comum até níveis intermediários) Os verbos modais (auxiliary modals) em inglês (can, may, might, should, shall, must), são verbos que nunca ocorrem isoladamente; ocorrem apenas na presença de outro verbo. Ao contrário dos demais verbos, entretanto, os modais ligam-se ao verbo principal diretamente, isto é, sem a partícula TO. Observe os seguintes exemplos: He can speak English. - Ele sabe falar inglês. Can I smoke here? - Posso fumar aqui?
He likes to speak English. - Ele gosta de falar inglês. Do you want to smoke? - Você quer fumar?
O aluno principiante deve cuidar especialmente com o verbo CAN, que é usado com muita freqüência. Uma forma de internalizar estas estruturas é decorar exemplos como os acima. 6. A Combinação impossível de FOR com TO: (erro comum até níveis intermediários) O fato de ser o infinitivo em inglês formado pelo verbo precedido da preposição TO, aliado ao fato de ser comum em português a colocação de idéias do tipo VERBO + PARA + VERBO NO INFINITIVO, induz o aluno freqüentemente a colocar a mesma idéia em inglês usando a combinação das preposições FOR + TO. Esta entretanto é uma combinação impossível, não ocorrendo jamais em inglês. Observe nos seguintes exemplos as alternativas corretas: Eu vim para falar contigo. - I came to talk to (with) you. Ela se ofereceu para me ajudar. - She offered to help me. Para aprender, é necessário estudar. - It's necessary to study, in order to learn. Isto é um instrumento para medir velocidade. - This is an instrument for measuring speed. Como regra geral, sempre que houver tendência de colocar FOR + TO, o aluno deve lembrar-se de simplesmente eliminar a primeira preposição. 7. No double negative words: (erro comum até níveis intermediários) No português normalmente colocamos dupla-negações na mesma frase. Pronomes indefinidos como NADA, NENHUM, NINGUÉM, podem ser usados livremente em frases negativas. Isto em inglês é gramaticalmente incorreto. Exemplos: Não tem nada que eu possa fazer. - There's nothing I can do. / There isn't anything I can do. Eu não tenho nenhum problema. - I have no problems. / I don't have any problems. Não tem ninguém em casa. - There's nobody home. / There isn't anybody home. 8. O numeral ONE e o artigo A(N): (erro comum até níveis avançados) Quem fala português como língua mãe, facilmente se confunde com o numeral ONE e com o artigo indefinido A, porque em português ambos são representados pela mesma palavra: UM. Exemplos: I just have a car. (It's not an airplane) - Tenho apenas um carro. (Não um avião) I just have one car. (Not more than one) - Tenho apenas um carro. (Não mais do que um) Na maioria dos casos, é o artigo indefinido que deve ser usado. Observe os seguintes exemplos: Eu tenho um problema. - I have a problem. Um amigo é mais importante que dinheiro. - A friend is more important than money.
CONTRASTES GRAMATICAIS: ERROS COMUNS A SEREM EVITADOS
3
9. No THE before names and other article problems. (erros comuns até níveis intermediários) Em ambas as línguas, inglês e português, existem artigos que se subdividem em definidos (o, os, a, as the) e indefinidos (um, uns, uma, umas - a, an). Portanto, no uso de artigos há pouco contraste entre os dois idiomas, a não ser por alguns casos excepcionais. a) Em português normalmente se usa artigo na frente de nomes próprios, enquanto que em inglês, salvo algumas exceções, não se usa. Veja os seguintes exemplos: O Sr. Jones é meu amigo. - Mr. Jones is my friend. A IBM é uma empresa grande. - IBM is a large company. A Alemanha é um país desenvolvido. - Germany is a developed country. O inglês do Peter é melhor que o do John. - Peter's English is better than John's. Observe entretanto as seguintes exceções: The United States - Os Estados Unidos The Soviet Union - A União Soviética The European Community - A Comunidade Européia The CIS (Community of Independent States) - A CEI The United Kingdom - O Reino Unido The Netherlands - Os Países Baixos The Philippines - As Filipinas The Falklands - As Malvinas b) Em português não se usa artigo indefinido antes de profissões: Ele é médico. - He's a doctor. Sou professor. - I'm a teacher. c) Em português não se usa artigo definido quando se fala de tocar instrumentos musicais: Ela toca piano. - She plays the piano. 10. SAY and TELL (erro comum até níveis avançados) Os verbos SAY e TELL, embora praticamente sinônimos no significado (transmitir informação), gramaticalmente são diferentes. Ambos podem ser traduzidos em português pelos verbos DIZER e FALAR, sendo que TELL pode ser também traduzido por CONTAR. A diferença reside no fato de que com o verbo SAY, normalmente não há na frase um receptor da mensagem (objeto indireto); enquanto que com o verbo TELL o receptor da mensagem está normalmente presente na frase. Veja os exemplos: He said that inflation will decrease. - Ele disse que a inflação vai diminuir. He told the reporters that inflation will decrease. - Ele disse aos jornalistas que a inflação vai diminuir. What did he say when you told him this? - O que é que ele disse quando tu disseste isso para ele? Entretanto, quando se reproduz textualmente as palavras do emissor da mensagem, o verbo a ser usado deve ser sempre SAY, mesmo que o receptor da mensagem esteja presente na frase. Exemplo: He said "Good morning" to us. - Ele disse "Bom dia" para nós. 11. A FRIEND OF MINE ..., not MY FRIEND ... (erro comum até níveis intermediários) Em português é muito comum dizer-se: Meu amigo …, quando o mais correto seria talvez dizer: Um amigo meu …. Qualquer uma destas formas em inglês corresponde sempre a: A friend of mine …. Observe os seguintes exemplos: Um amigo meu está nos Estados Unidos. - A friend of mine is in the U.S Meu amigo está nos Estados Unidos. - A friend of mine is in the U.S.
CONTRASTES GRAMATICAIS: ERROS COMUNS A SEREM EVITADOS
4
12. UMA PESSOA = SOMEBODY (erro comum até níveis intermediários) Freqüentemente brasileiros que falam inglês encontram dificuldade em usar SOMEBODY ou SOMEONE. Em português, a expressão "UMA PESSOA ...", que é muito comum, corresponde normalmente a SOMEBODY em inglês. Observe os seguintes exemplos: Tem uma pessoa aí que quer falar contigo. - There is somebody here who wants to talk to (with) you. Uma pessoa me falou que ele vai se aposentar. - Somebody told me he's going to retire. Eu ouvi uma pessoa falando inglês. - I heard someone speaking English. 13. No TODAY and no IN before THIS ...(time)... (erro comum até níveis intermediários) Algumas expressões adverbiais de tempo como HOJE DE MANHÃ, NESTA MANHÃ, HOJE DE TARDE, NESTA TARDE, NESTE MÊS, etc., facilmente induzem o aluno a usar a palavra TODAY ou a preposição IN em inglês. Observe os seguintes exemplos: Hoje de manhã (Nesta manhã ) ... - This morning ... Hoje de tarde (Nesta tarde) ... - This afternoon ... Nesta semana ... - This week ... Hoje de noite ... - Tonight ... Neste momento ... - At this moment ... 14. YOUR não é o mesmo que SEU (DELE, DELA) (erro comum até níveis intermediários) Devido ao fato de que português tem na 2a pessoa (você) o mesmo tratamento gramatical dado à 3a pessoa (ele ou ela), o aluno freqüentemente encontra dificuldade no uso correto dos pronomes possessivos em inglês. Por exemplo: Este é o seu livro. (de você) - This is your book. Este é o seu livro. (dele) - This is his book. Este é o seu livro. (dela) - This is her book. 15. I THINK SO não é o mesmo que I THINK (THAT) … (erro comum até níveis intermediários) I THINK SO é sempre uma frase completa, terminando em ponto final, e corresponde à expressão do português ACHO QUE SIM. I THINK … ou I THINK THAT … sempre introduz uma oração subordinada (relative clause), e corresponde a ACHO QUE … Por exemplo: Is it going to rain? I think so. - Será que vai chover? Acho que sim. I think this is my book. - Acho que este é o meu livro. Many people think that inflation is worse than unemployment. - Muitos acham que inflação é pior que desemprego.
CONTRASTES GRAMATICAIS: ERROS COMUNS A SEREM EVITADOS
5
16. Countable & Uncountable nouns - uso correto de seus quantifiers (erro comum até níveis avançados) O fato de alguns substantivos não serem normalmente usados no plural (ex: dinheiro), é irrelevante em português. Em inglês, entretanto, este fato é de relevância gramatical. A classificação dos substantivos em countable (contáveis, isto é, que podem ser contados) e uncountable (incontáveis, isto é, que não podem ser contados ou pluralizados. Ex: dinheiro, água) é de grande importância porque, dependendo da categoria, diferentes quantifiiers terão que ser usados. Quantifiers são uma categoria de determiners, normalmente adjetivos, pronomes e artigos que quantificam substantivos. Only Uncountable much (neg. int.) very much (neg. int.) too much (neg. int.)
Only Countable many very many too many several a few (affirm. int.) very few (affirm. int.) too few (affirm. int.) each every a, an (singular)
a little (affirm. int.) very little (affirm. int.) too little (affirm. int.)
Uncountable & Countable a lot (of) quite a lot (of) plenty (of) enough some (affirm. int.) any (neg. int.) none (affirm.) no all the
17. Countable & Uncountable contrasts with Portuguese: (erro comum até níveis avançados) Na maioria dos casos existe correlação entre os substantivos de português e inglês. Isto é: se o substantivo for uncountable em português, também o será em inglês. Em alguns casos entretanto, essa correlação é traída, induzindo o aluno a erro. Exemplos: Eu vou pedir algumas informações sobre ... - I'm going to ask for some information about ... Agora ainda temos que comprar os móveis. - Now we still have to buy the furniture. INGLÊS information knowledge advice equipment furniture vacation medicine fruit bread
PORTUGUÊS informações conhecimentos conselhos equipamentos móveis férias remédios frutas pães
O fato de estes substantivos do inglês estarem aqui relacionados como uncountable, não significa que os mesmos não possam jamais ser usados no plural. Significa apenas que normalmente, em linguagem coloquial, no inglês moderno, não são usados no plural.
CONTRASTES GRAMATICAIS: ERROS COMUNS A SEREM EVITADOS
6
18. Verb transitivity contrasted (erro comum até níveis avançados) Verbos podem ser transitivos diretos ou indiretos. Transitivo direto é o verbo que transita diretamente ao seu complemento. Por exemplo: TOMAR CAFÉ. Transitivo indireto é o verbo que transita ao seu complemento por intermédio de uma preposição. Por exemplo: TELEFONAR PARA O PAULO. Inglês e português normalmente correspondem no que se refere a transitividade dos verbos. Isto é: se o verbo é transitivo direto em português, provavelmente também o é em inglês. Existem alguns casos, entretanto, em que essa correlação é traída. Por exemplo: like gostar de tell falar para, dizer para call telefonar para ask perguntar para, pedir para listen to escutar need precisar de ride andar de attend participar de enter entrar em
I like coffe. (D) Eu gosto de café. (I) I've already told John. (D) Já falei para o John. (I) I have to call him. (D) Tenho que telefonar para ele. (I) Ask him. (D) Pergunta para ele. (I) I like to listen to music. (I) Gosto de escutar música. (D) I need help. (D) Preciso de ajuda. (I) Why don’t you ride a bicycle? (D) Por que você não anda de bicicleta? (I) We attended a seminar. (D) Nós participamos de um seminário. (I) He entered the kitchen. (D) Ele entrou na cozinha. (I)
Como pode-se ver nos exemplos acima, na maioria dos casos em que há discordância, o verbo em inglês é transitivo direto (D) enquanto que em português é transitivo indireto (I). A única exceção parece ser a do verbo to listen. DICAS PARA APRIMORAR SEU INGLÊS GRAMATICALMENTE Se a uma criança americana, que logicamente fala inglês fluentemente, lhe for perguntado porque usa o verbo auxiliar da forma que o faz, provavelmente ela ficará perplexa, pois não saberá nem sequer de que se trata a pergunta. É este domínio intuitivo, automático, inconsciente da estruturação gramatical do idioma que nos permite não apenas falar fluentemente e corretamente, mas também escrever. O aluno não precisa saber porque as estruturas são como são, desde que as formas corretas lhe soem melhor, mais familiar aos ouvidos. Controle sobre as estruturas gramaticais básicas da língua deve ser alcançado o quanto antes. É o primeiro grande passo no processo de aprendizado. Por esta razão, é fundamental que o aluno procure desde o início de seu aprendizado o contato com estrangeiros, na qualidade de instrutores ou não, de forma a expor-se unicamente a uma língua estrangeira autêntica, rica nos planos fonológico, idiomático e gramatical. Uma grande diferença entre o português e o inglês está na forma de estruturar o pensamento. É na estruturação das frases que reside um dos principais contrastes entre as duas línguas. A dificuldade aparece quando o aluno tenta "traduzir" uma estrutura do português para o inglês, palavra por palavra. A correlação entre as duas línguas nem sempre ocorre a nível de palavras, mas sim a nível de frases. Além disso, cada língua tem suas peculiaridades idiomáticas. É preciso, pois, desenvolver uma associação direta entre as idéias e as formas usuais de expressar estas idéias, a nível de estrutura. Não se trata de aprender um sistema de regras, mas de adquirir familiaridade através de nossa memória auditiva com um conjunto de formas com todas suas irregularidades. Enquanto a mecânica básica de estruturação de frases não estiver plenamente assimilada e automatizada, muita energia mental será desperdiçada para montar a frase. É preciso adquirir total familiaridade para que o esforço mental possa concentrar-se em vocabulário, na idéia, na criatividade. As técnicas dos métodos audiolingüísticos de memorização de textos ou diálogos e prática exaustiva das estruturas através de exercícios de substituição e repetição proporcionam normalmente bons resultados num estágio inicial. Além da técnica audiolingüística baseada em memorização auditiva e repetição mecânica, é fundamental implementar a internalização completa das novas estruturas através de um esforço criativo-comunicativo. Se o aluno procurar adaptar os elementos da língua estrangeira à sua realidade, usando estruturas corretas para expressar suas opiniões e apresentar sua maneira de pensar, e fizer disto um hábito, uma espécie de hobby mental, os resultados serão surpreendentes. CONTRASTES GRAMATICAIS: ERROS COMUNS A SEREM EVITADOS
7