A CLAVÍCULA DE RAYMUNDO LULIO Tratado de Raymundo Lulio também conhecido sob o nome de Chave Universal. Texto traduzido do espanhol do livro Siete Textos de Alquimia por José Oswaldo Santana Júnior. Os Textos Alquímicos publicados na ACF são de propriedade pública e não existe publicação em português no Brasil. Temos chamado esta obra de Clavícula, porque sem ela é impossível compreender nossos outros livros, cujo conjunto envolve a arte por inteiro, e porque nossas palavras são obscuras para os ignorantes. Escrevei muitos tratados, muito extensos, porem divididos e obscuros, como pode ver-se pelo “Testamentum”, onde falo dos princípios da natureza e de tudo que se relaciona com a arte, porém o texto foi submetido ao martelo da filosofia. O mesmo se sucede com meu livro “Do Mercúrio dos Filósofos” em seu segundo capítulo; e igualmente com meu livro “Da Quinta essência do Ouro e da Prata”,; o mesmo ocorre em fim com todas as minhas obras, aonde a arte é tratada de uma forma incompleta, salvo que sempre ocultei o segredo principal. Sem este segredo nada pode entrar nas minas dos filósofos e fazer algo de útil, por isso, com a ajuda e permissão do Mais Alto, ao qual pode revelar-me a Grande Obra, falarei aqui da arte sem nenhuma ficção. Porém cuidado ao revelar este segredo aos maus, não o comunique senão a seus amigos mais íntimos, embora não deve revelá-los a ninguém, porque é um Dom de DEUS com que ELE faz de presente a quem lhe parece bom. E o que o possui terá um tesouro eterno. Portanto aprende a purificar o perfeito pelo imperfeito. O sol é o pai de todos os metais e a lua sua mãe; porém a lua recebe sua luz do sol. Destes dois astros depende todo o magistério. Segundo Avicena, os metais não podem ser transmudados senão depois de haverem sido levados a sua matéria prima, o qual é certo. De modo que necessitará primeiramente reduzir os metais a mercúrio. Porém, não falo aqui do mercúrio corrente, volátil, falo do mercúrio fixo, porque o mercúrio vulgar é volátil, cheio de uma frieza fleumática, é indispensável que seja reduzido por um mercúrio fixo, mais cálido, mais seco, dotado de qualidades contrárias a do mercúrio vulgar. Por isto os aconselho meus amigos, a que não obreis com o sal e a lua, senão depois de havê-los levado a sua matéria prima, que é o enxofre e o mercúrio dos filósofos. Ó filhos meus! Aprendei a servir-vos desta matéria venerável, porque os advirto, sob a fé do juramento, se não pegar o mercúrio destes dois metais, trabalhareis como cegos, na obscuridade e na dúvida. Por isso, ó filhos meus! Os conjuro que marcheis para a luz, com olhos abertos, e não caiam como cegos no abismo da perdição. DIFERENÇA DO MERCÚRIO VULGAR E DO MERCÚRIO FÍSICO Nós mesmos dissemos: O mercúrio vulgar não pode ser o mercúrio dos filósofos, por nenhum artifício que seja usado para prepará-lo; porque o mercúrio vulgar não pode suportar o fogo mais que com ajuda de um mercúrio diferente a ele, corporal, que seja cálido, seco e mais digerido que ele. Por isso digo que nosso mercúrio físico é de uma natureza mais cálida, mais fixa que o mercúrio vulgar. Nosso mercúrio corporal se converte em mercúrio fluído, que não molha os dedos, quando o colocam com o mercúrio vulgar, se une e se mescla a ele dessecando sua umidade fleumática, quitando-lhe sua frialdade, o qual o torna negro como o carvão e finalmente o cair em pó. Fixe bem que o mercúrio vulgar não pode ser empregado no lugar de nosso mercúrio físico, o qual possui um calor natural no seu grau devido; por isso mesmo nosso mercúrio comunica sua própria natureza ao mercúrio vulgar. Ademais nosso mercúrio, depois de sua transmutação transmuda os metais em metal puro, ou podemos dizer em sol ou em lua, como o temos demonstrado na Segunda parte de nossa Pratica. Porém, faz algo mais notável ainda, transforma o mercúrio vulgar em Medicina, que pode transmudar os metais imperfeitos em perfeitos, transforma o mercúrio vulgar em verdadeiro sol e verdadeira lua, melhores do que aqueles que saem das minas. Fixe também que nosso mercúrio físico pode transmudar cem vezes e mais, até o infinito, tudo o que se possua de mercúrio vulgar, a menos que este falte. Também desejo que saiba outra coisa, o mercúrio não se mescla facilmente e jamais perfeitamente, com outros corpos, se estes não houverem sido previamente levados a sua espécie natural, por isso, quando desejares unir o mercúrio ao sol ou a lua vulgar, necessitará antes de tudo levar estes metais a sua espécie natural, que é o mercúrio ordinário, então o macho se une a fêmea. Assim mesmo, nosso mercúrio é ativo cálido e seco, enquanto que o mercúrio vulgar é frio, úmido e passivo como a fêmea que permanece em casa em um calor moderado até sua gestação. Então esses dois mercúrios ficam negros como o carvão, aí está o segredo da verdadeira dissolução. Depois se unem entre si de tal modo que é quase
impossível separá-los. Se apresentam então, sobre a forma de um pó muito branco, e engendram filhos machos e fêmeas pelo verdadeiro laço do amor. Estes filhos se multiplicarão até o infinito, segundo sua espécie, porque uma onça deste pó, pó de projeção, elixir branco ou vermelho farás o sol em número infinito, e transmudará em lua toda classe de metal saído de uma mina. EXTRAÇÃO DO MERCÚRIO DO CORPO PERFEITO Toma uma onça de cal de lua (copelada?), e a calcine segundo o modo descrito no final de nossa obra sobre o Magistério. Este cal será reduzido em seguida em um pó fino sobre uma prancha mármore. Embeberás este pó duas, três, quatro vezes ao dia com bom azeite de tártaro, preparado do modo como descrito no final desta obra, depois fará secar ao sol. Continuará assim até que o cal tenha absorvido quatro a cinco partes de azeite, tomando por unidade a quantidade de cal; pulverizarás o pó sobre a prancha como foi dito, depois de havê-lo dessecado, porque então se reduz mais facilmente a pó. Quando houver sido transformado em um pó muito fino o introduzirá em um recipiente de colo largo. Agregue nosso mênstruo hediondo feito com duas partes de vitríolo vermelho e uma parte de salitre, de antemão deverá Ter destilado esse mênstruo sete vezes e o retificado bem separando suas impurezas terrosas, de maneira que o último deste mênstruo seja completamente essencial. Então se fechará perfeitamente o recipiente, e se porá sobre o fogo de cinzas, com alguns carvões , até que se veja ferver a matéria e dissolver-se. Finalmente se destilará sobre as cinzas até que todo o mênstruo haja passado, e se aguardará que a matéria esteja fria. Quando o recipiente estiver completamente frio, o abrirá e colocará a matéria em outro vaso bem limpo, provido de uma tampa e perfeitamente fechado, Se coloca tudo sobre as cinzas em um forno, e quando a massa estiver seca, se aumentará o fogo suavemente, até que toda a água da matéria sobra a qual se está operando tenha desaparecido do recipiente. Depois se aumenta o fogo para dessecar por completo a matéria e exaltar os espíritos hediondos que passaram para a matéria e desapareceram do vazo. Quando ver chegar a operação a este ponto, deixe esfriar o vaso diminuindo pouco a pouco o fogo. Já frio o vazo, retire a matéria e reduza-a a um pó fino. Ponha este pó assim obtido em uma vasilha de terá bem cosida e cuidadosamente vidrificada. Depois verta sobre ela água corrente fervendo, removendo com um pano limpo até que a mistura seja espessa como mostarda, remova bem com uma vara até que veja aparecer alguns glóbulos de mercúrio na matéria; pronto, haverá uma quantidade bastante grande. Encha de tempos em tempos esta vasilha de água fervendo e remova até que toda a matéria se reduza a um corpo semelhante ao mercúrio vulgar. Se tiram as impurezas terrosas com água fria, se secará sobre um lenço e passará através de uma vasilha de fundo largo. E então verá coisas admiráveis. DA MULTIPLICAÇÃO DE NOSSO MERCÚRIO Em nome do senhor. Amém. Toma três grãos de lua pura em laminas tênues, faça um amálgama com eles e quatro grãos de mercúrio vulgar bem lavado. Quando está feito o amálgama, ponha-o em um vaso pequeno com um tampa que se feche bem, e que não seja possível vazar seu gás. Toma em seguida nosso mercúrio extraído antes do corpo lunar e ponha-o sobre o amalgama feita com a lua e o mercúrio vulgar, e fecha o vaso da melhor forma possível. Feito isso agita fortemente o vazo para misturar o amálgama e o mercúrio. Depois coloca o vaso em um forno com temperatura suave, uma temperatura forte destruirá sua matéria. Continue com esta temperatura suave até que sua matéria fique negra como o carvão e espessa como uma papa. Mantenha a mesma temperatura até o momento em que a matéria tome uma cor gris sombrio; quando aparecer esta cor gris aumente suavemente o fogo e mantenha-o assim até que a matéria comece a branquear e se ponha de uma brancura esplendorosa. Neste ponto aumente novamente o fogo da mesma forma que a anterior e a matéria ficará mais branca que a neve e cairá reduzida a um pó fino e branco que a cinza. Então terá a cal viva dos filósofos que eles tem ocultado tão bem. PROPRIEDADE DA CAL DOS FILÓSOFOS Esta cal converte uma quantidade infinita de mercúrio vulgar em um pó muito branco que pode se reduzido a prata verdadeira quando se a une a qualquer outro corpo como a lua. MULTIPLICAÇÃO DA CAL DOS FILÓSOFOS Toma o recipiente com a matéria e agrega a ela duas onças de mercúrio vulgar bem lavado e seco; mistura cuidadosamente até se tornar uma pasta, e põe novamente o recipiente no forno. Governa sua temperatura da mesma forma que da vez anterior, até que todo o conteúdo do vaso seja reduzido a um pó muito branco e fino. Assim poderá aumentar a sua cal até o infinito. REDUÇÃO DA CAL VIVA À VERDADEIRA LUA
Havendo preparado assim uma grande quantidade de nossa cal viva, toma um crisol novo, sem sua tampa, ponha nele uma onça de lua pura e quando estiver fundida agrega-lhe quatro onças de seu pó aglomerado em pílulas. As bolinhas deverão pesar cada uma , um quarto de uma onça. Joga-as, uma a uma, sobre a lua em fusão continuando um fogo violento até que todas as pílulas estejam fundidas, se aumenta mais o fogo para que tudo se mescle perfeitamente, finalmente se verte em um recipiente que suporte a temperatura. Deste modo terás cinco onças de prata fina, mais pura que a natural, poderá multiplicar sua prata física segundo seu desejo. DE NOSSA GRANDE OBRA DO BRANCO E DO VERMELHO Reduzi a mercúrio como lhe foi dito mais acima, sua cal viva retirada da lua. Esse é nosso mercúrio secreto. Toma quatro onças de nossa cal, extraí o mercúrio da lua como o haveis feito antes. Recolherá pelo menos três onças de mercúrio, que porá em uma pequena vasilha de colo largo como se indicou anteriormente. Faça depois um amálgama de uma onça de verdadeiro sol com três onças de mercúrio vulgar e ponha sobre o mercúrio da lua. Agita fortemente o vaso para mesclar bem. Tapa bem o vaso e põe no forno, regula sua temperatura como na vez anterior. Primeiramente a matéria se porá negra como o carvão, então se diz que há um eclipse da lua e do sol. É uma verdadeira conjunção que produz um filho, o enxofre, cheio de um sangue moderado. Depois da primeira operação se aumenta o fogo até que a matéria fique de uma cor gris. Depois e passa para a terceira etapa aumentando o fogo novamente até que a matéria apareça perfeitamente branca, se aumenta o fogo mais uma vez a matéria se pões vermelha como o cinábrio, e acaba reduzida a cinzas vermelhas. Poderá reduzir esta cal a um sol muito puro, fazendo as mesmas operações que para a lua. DA MANEIRA DE TRANSFORMAR A MENCIONADA PEDRA EM UMA MEDICINA QUE TRANSMUTA TODA CLASSE DE METAL EM VERDADEIRO SOL E VERDADEIRA LUA E SOBRE TODO MERCÚRIO VULGAR EM METAL MAIS PURO QUE AQUELES QUE SAEM DAS MINAS. Depois de sus primeira resolução nossa pedra multiplica cem partes de matéria preparada, e depois da Segunda mil. Se multiplica dissolvendo, coagulando, sublimando e fixando nossa matéria, que deste modo pode acrescentar-se indefinidamente em quantidade e em qualidade. Cosa um pouco de nossa cal branca, dissolvida em nosso mênstruo hediondo, que é chamado vinagre branco em nosso Testamentum, no capítulo que dissemos: “Toma um pouco de bom vinho bem seco e ponha ali a lua, é dizer, a água verde y C., o seja salitre...” Porem, não nos desviemos, toma quatro onças de nossa cal viva e faça-a dissolver em nosso mênstruo, e a vereis converter-se em água verde. Separe em treze onças do mesmo mênstruo hediondo e dissolva quatro onças de mercúrio vulgar bem lavado, e quando estiver terminada a dissolução anterior as misturará em um recipiente hermeticamente fechado e as colocará para ser digerida em seu forno em uma temperatura baixa durante trinta dias. Depois destile também em fogo baixo a fim de extrair o azeite, e então a matéria que cairá será negra. Toma esta e destila durante duas horas sobre um fogo baixo. Quando o recipiente estiver frio abra-o e encha-o com a água que acabou de destilar. Lava bem a matéria com esta água que acabou de destilar. Destila depois o mênstruo em fogo baixo, recolha toda água que passe unida ao azeite e destila novamente sob fogo baixo, como anteriormente. Repita esta operação até o momento em que esta matéria caia no fundo do vaso como o carvão. Filho da ciência, então terá a cabeça do corvo que os filósofos hão buscado tanto, sem a qual não pode existir o magistério. Por isso, ó filho meu ! recorda a divina cena de nosso Senhor Jesus Cristo que morreu na cruz, foi sepultado, e ao terceiro dia voltou a luz na terra eterna. Aprende que nada pode viver sem antes Ter morrido. Toma portanto, teu corpo negro, calcina-o no mesmo vaso durante três dias e deixa depois esfriar. Abre seu vaso e encontrará uma terra esponjosa e morta que conservará até que seja necessário unir o corpo com a alma. Tomará a água que foi destilada deste corpo e a destilará várias vezes seguidas, até que se encontre bem purificada e reduzida a uma matéria cristalina. Empapa então seu corpo que é sua terra negra com sua própria água, regando-a pouco à pouco e acalentandoa até que todo o corpo fique branco e resplandecente. A água que vivifica e clarifica haverá penetrado no corpo. Tampe o vaso e se aquecerão violentamente durante doze horas, como se quisesse sublimar o mercúrio vulgar. Esfriando o recipiente, o abrirá e encontrará nele tua matéria sublimada, branca; é nossa terra selada, é nosso corpo sublimado, elevado a uma alta dignidade, é nosso enxofre, nosso mercúrio, nosso arsênico, com o qual voltará a acalentar nosso ouro, é nosso fermento, nossa cal viva, e engendrada em si ao filho do fogo que é o amor dos Filósofos. MULTIPLICAÇÃO DO ENXOFRE ACIMA MENSIONADO
Ponha esta matéria em um vaso bem forte e verte-lhe em cima um amálgama feita com a cal viva da primeira operação que reduzimos a prata. Este amálgama se faz com três partes de mercúrio vulgar e uma parte de nossa cal; mesclará e aquecerá em fogo baixo. Verá que a matéria se agita, aumentará então a temperatura e as quatro horas a matéria ficará sulfurosa e muito branca. Quando houver sido fixada, coagulará e fixará o mercúrio, uma onça de matéria converterá cem onças de mercúrio em verdadeira medicina; em seguida atuará sobre mil onças, e assim sucessivamente até o infinito. FIXAÇÃO DO ENXOFRE MULTIPLICADO Se coserá o enxofre multiplicado, o colocará em um vaso e se verterá sobre ele o azeite que separou quando da separação dos elementos. Jogue o azeite lentamente até que o enxofre fique brando. Depois ponha-o em um vaso fechado e coloque em seu forno em um calor moderado e depois mais forte até que a mistura fique branca. Então abra o recipiente e achará uma placa cristalina e branca. Para prová-la, ponha um pequeno fragmento sobre uma lamina quente, e se correm sem produzir humo estará boa. Então projete uma parte dela sobre mil de mercúrio e este será completamente transformado em prata. Mas se a medicina houver ficado infusivel ou correr na lamina quente, ponha novamente em um vaso e verta azeite sobre ela gota por gota, até que a medicina corra como cera e então será perfeita e transmudará mil partes de mercúrio e muito mais até o infinito. REDUÇÃO DA MEDICINA BRANCA A ELIXIR VERMELHO Em nome do Senhor, toma quatro onças da lâmina antes mencionada, dissolve-a na água de nossa pedra que separou anteriormente. Quando estiver concluída a dissolução ponha-a a fermentar em seu forno em uma temperatura suave durante nove dias. Então toma duas partes em peso de nossa cal vermelha e agrega-a em sua vaso, ponha-a a fermentar novamente durante nove dias. Em seguida destile seu conteúdo em uma temperatura suave. Em seguida mantenha-a sobre o fogo suave até o momento em que a matéria fique negra. Esta é a nossa Segunda dissolução e nosso segundo eclipse do sol com a lua. Este é o significado da verdadeira dissolução e da conjunção do macho com a fêmea. Aumenta o fogo de modo que a matéria se ponha amarela. Em seguida eleve o fogo fortemente até que a matéria se funda como a cera e tome uma cor de jacinto. Então é uma matéria nobre e uma medicina real que prontamente cura todas as enfermidades, transmuda toda classe de metal em ouro puro, melhor que o ouro natural. Agora damos graças ao Salvador glorioso que na glória dos céus reina uno em três por toda eternidade. RESUMO DO MAGISTÉRIO Temos demonstrado que tudo o que encerra este trabalho é verdadeiro, porque temos visto com nossos próprios olhos, temos operado nós mesmos e temos tocado com nossas próprias mãos. Vamos agora, com alegria e brevemente resumir nossa obra. Da maneira que tomamos a pedra que temos dito, a sublimamos com a ajuda da natureza e da arte, e a reduzimos a mercúrio. A este mercúrio se agrega um corpo branco que é de uma natureza semelhante, e se coze até que haja preparado um verdadeiro creme e por fim um pó. Este pó se multiplicará a seu desejo. A matéria será reduzida de novo a mercúrio que dissolverá em nosso mênstruo até que a pedra se faça volátil e separada todos os seus elementos. Finalmente se purificará perfeitamente o corpo e a alma. Um calor moderado e natural permitirá na continuação obter a conjunção do corpo e da alma. A pedra se converterá em creme, se continuará o fogo até que a matéria fique branca, então a denominamos enxofre e mercúrio dos filósofos. Este é o momento que pela violência do fogo, o fixo se faz volátil, no entanto, o volátil será despojado de seus princípios grosseiros e ficará sublimado mais branco que a neve. Se tirará o que como resíduo caiu no fundo do recipiente, porque não serve para nada. Em seguida toma nosso enxofre que é o azeite do qual já se falou, e o multiplicará em um alambique até que seja reduzido a um pó mais branco que a neve. Se fixarão os pós multiplicados pela arte e pela natureza com água até que ensaiados ao fogo, se fundam como cera sem humo. Então deve misturar a água da primeira dissolução, uma vez dissolvidos se agregará algo amarelo que é nosso ouro, se unirá e se destilará todo o espírito. Finalmente, se aquecerá suavemente, depois um pouco mais forte, depois um fogo forte, e finalmente um fogo muito forte, até que o calor faça aparecer verdadeira cor de jacinto, e que a matéria fixa seja fusível. Projetarás esta matéria sobre mil partes de mercúrio vulgar e será transmudado em ouro fino. CALCINAÇÃO DA LUA PARA A OBRA
Toma uma onça de lua fina, raspada, e três onças de mercúrio. Amalgama, aquecendo primeiramente a prata em lâminas em um crisol e agregando em seguida o mercúrio, movimente com uma varinha sempre aquecendo bem. Em seguida se porá este amalgama em vinagre com sal, se moerá tudo com um pilão de madeira ou de pedra, lavando e separando as impurezas. Se suspenderá o processo quando o amálgama for perfeito. Depois se lavará com água ordinária quente e limpa, e finalmente se passará através de um lenço bem limpo. O que fica no pano é a parte mais essencial do corpo, e se mesclará com três partes de sal moendo-o bem e lavando-o . Depois se calcinará durante doze horas, Se moerá de novo com sal. Então se pulverizará a matéria de forma que se obtenha um pó impalpável. Se lavará com água quente até que tenha desaparecido todo sabor salgado. Finalmente, se filtrará por um filtro de algodão , se dessecará, e se terá a cal branca. Se a colocará aparte em local seco, para que a umidade não a estrague e se possa usá-la quando chegar a hora. PROCEDIMENTO PARA PREPARAR O AZEITE DE TÁRTARO Toma bom tártaro, cuja aparência seja brilhante, calcine em fogo alto por dez horas, em seguida, ponha-o sobre uma prancha de mármore, depois de havê-lo pulverizado, o colocará em um lugar úmido e se converterá em um líquido aceitoso. Quando ficar completamente liquefeito, o passará através de um filtro de algodão. cuidadosamente, pois servirá para fazer a embebição de sua cal.
O conservará
MESTRUO HEDIONDO PARA REDUZIR NOSSA CAL VIVA A MERCÚRIO, DEPOIS DE HAVE-LA EMBEBIDO COM AZEITE DE TÁRTARO Toma duas libras de vitríolo, uma libra de salitre e três onças de cinábrio. Se enrijece o vitríolo, o pulveriza, depois se agrega o salitre e o cinábrio, moa juntas todas estas matérias e ponha em um aparato de destilação bem fechado. Primeiramente, se destila a fogo lento, o qual é imprescindível, como o sabem aqueles que fizeram esta operação. A água destilará abandonando suas impurezas que permanecerão no fundo do vaso, e terá um excelente mênstruo. OUTRO MENSTRUO PARA SERVIR DE DISSOLVENTE PARA A PEDRA Toma três libras de vitríolo romano roxo, uma libra de salitre e três onças de cinábrio, moa todas essas matérias juntas em um mármore. Ponha-as depois em um vaso grande e sólido, agrega-lhe água ardente retificada sete vezes, fecha depois hermeticamente o recipiente coloca-o em seu forno com uma temperatura baixa durante quinze dias. Na continuação se destilará suavemente para que toda a água passe ao recipiente. Depois se aumentará o fogo até que o conteúdo fique roxo branco, se deixará esfriar. Se retirar o recipiente do destilador e o fechará perfeitamente, com cera e o guardará. Observa que este mênstruo deverá ser retificado sete vezes arroxeando cada vez mais o resíduo. Somente depois disso será útil para a obra.