A cirrose hepática Progressos
• A cirrose é reversível? • Possibilidade de efectuar um diagnóstico de cirrose de modo não invasivo • A importância do fígado gordo (síndrome metabólica) • Eficácia dos tratamentos anti-virais (VHB e VHC) • Transplante hepático
• Hepatite crónica viral – Assintomática – Evolução variável • Indolente • Rápida
• Prevalência variável mas…relevante o nº de cirroses • Carcinoma hepatocelular • Álcool … associado a…
Como, quando e quantos?
Factores que influenciam a progressão para cirrose e sua evolução • Agravamento da fibrose – Idade da infecção (VHC) – Sexo masculino – Álcool – Obesidade – Sobrecarga de ferro
• Modo de evolução
Diagnóstico de cirrose (1) • Exame físico • Ecografia – Aspecto bosselado – Veia umbilical repermeabilizada
• Sinais de hipertensão portal – Ecografia – Varizes esofágicas
• Nº de plaquetas…
Diagnóstico de cirrose (2) • Histologia – Especificidade – Sensibilidade
• Dimensão (cm e nº de espaços porta) • Fragmentação • Distribuição da fibrose - heterogenia • Transjugular
Como vigiar a cirrose? • Detecção precoce do carcinoma hepatocelular • Endoscopia digestiva alta • As infecções são frequentes
Probabilidade de descompensação na hepatite C
doentes Europa
cirrose (%) seguimento (anos)
355
100
114
39
386
20
5
5 anos 18
10 anos 29
(Fattovich)
Espanha
2,8
(Forns)
HGSA (Miranda)
4,1
8,5
18,1
A- probabilidade de sobrevida após diagnóstico de cirrose VHC compensada - n=384 (91% aos 5 anos) B- probabilidade de sobrevida após 1ª complicação – n=65 (50% aos 5 anos (Fattovich G et al, Gastroenterology, 1997)
Carbonell, Hepatology,2004
Pontuação de Child-Pugh • Categorizar os doentes em 3 classes de gravidade – 5 to 6: Child-Pugh A – 7 to 9: Child-Pugh B – 10 to 15: Child-Pugh C • Variáveis (bilirrubina, albumina, tempo de protrombina) dependentes de: – insuficiência hepatocelular – eliminação – factores (sepsis, insuf. renal, hemólise)
• Análises de prognóstico – impacto significativo na mortalidade – variáveis independentes (albumina e bilirrubina) ?
MELD • Model for End Stage Liver Disease • Objectivo inicial: predizer a sobrevivência aos 3 meses após TIPS (n=231 doentes) (Malinchoc et al, Hepatology 2000)
• Transplante hepático – Necessidade em conhecer as indicações – Atribuição dos enxertos 9,6 log (creat mg/dl) + 3,8 log (bilir mg/dl) + 11,2 log (INR) + 6,4
Cirrose
Aumento da resistência ao fluxo portal
Hipertensão portal
Vasodilatação esplâncnica
Vasodilatação esplâncnica
Aumento da pressão capilar esplâncnica
Formação de liquido linfático
ASCITE
Vasodilatação esplâncnica Mau preenchimento arterial receptores arteriais e cardiopulmonares
ASCITE
Activação factores vasoconstritores e antinatriuréticos
rim
Hipervolemia
Retenção de água e sódio
Avaliação de um doente com cirrose e ascite (1) • Avaliação da doença hepática – Enzimas e testes de função – Testes hematológicos – Ecografia abdominal ou TAC – Endoscopia digestiva alta – Histologia (casos)
Avaliação de um doente com cirrose e ascite (2) • Avaliação da função renal – Creatinina e electrólitos séricos – Sódio urinário (urina de 24 horas) – Volume de urina após excesso da água (dextrose a 5% IV - 20ml/Kg) – Proteinúria (urina de 24 horas) – Sedimento urinário – Ecografia renal
Avaliação de um doente com cirrose e ascite (3) • Avaliação da função circulatória – Tensão arterial (repouso, dieta pobre em sódio e sem diuréticos) – Gasometria – Actividade do sistema vasoconstritor • Actividade da renina e noradrenalina plasmática
Avaliação de um doente com cirrose e ascite (4) • Avaliação do liquido ascítico – Contagem de células – Microbiologia – Albumina, glucose, DHL, amilase, triglicerídeos, – Pesquisa de BK … – Citologia…
Classificação da ascite Gradiente albumina soro / ascite GRADIENTE > 1.1gr/dl
GRADIENTE < 1.1gr/dl
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• • • • • • •
cirrose hepatite alcoólica ins. cardíaca hepatite fulminante Budd- Chiari trombose veia porta esteatose aguda da gravidez • mixedema • “ascite mista”
carcinomatose peritoneal tuberculose peritoneal ascite pancreática ascite biliar sindrome nefrótico serosite obstrução ou enfarte intestinal
Tratamento da ascite • < de 50% dos doentes sobrevivem ao 2º ano • 1960-restrição salina e diuréticos • Ginés (1985) – reinicio da paracentese • 5 a 10 % não respondem aos diuréticos
Tratamento da ascite Paracentese • Hipovolemia após paracentese • aumento da actividade da renina plasmática • retenção de sódio • ascite • morbilidade /mortalidade • Tratamento preventivo da hipovolemia – Expansão plasmática
Tratamento da ascite • Ascite ligeira a moderada – Restrição de sódio (40-60 mEq/dia = 1 a 1,5 gr de sal) – Espironolactona – Espironolactona + diuréticos de ansa
• Ascite grande volume – Restrição de sódio (40-60 mEq/dia =1 a 1,5 gr de sal) – Paracentese + expansão plasmática (albumina – IV – 8gr/litro de ascite) – Seguido de : • Espironolactona • Espironolactona + diuréticos de ansa
Mau prognóstico no doente com cirrose e ascite Variáveis clínicas – – – – – –
ascite refractária ao tratamento convencional PBE má nutrição ausência de hepatomegalia hipotensão arterial (TAM < 85 mm Hg) encefalopatia hepática
Variáveis laboratoriais – – – – –
albumina < 28gr/l bilirrubina > 2.5mg/dl excreção de sódio < 2 mEq/d sódio sérico < 133 mEq/l insuficiência renal (creatinina >1.3mg/dl)
Variáveis combinadas – classe de Child- Pugh >10
Insuficiência renal na cirrose • Sindroma hepato-renal • Pré-renal – depleção de volume (diuréticos, vómitos), diarreia) • Necrose tubular aguda • Glomerulonefrite • Nefrotoxicidade (AINE, aminoglicosídeos)
Sindroma hepato-renal • • • •
10% dos internamentos por ascite Diagnóstico de exclusão Critérios major e minor (Hepatology, 1996.23:164) Baixo IFG
• • • •
Tipo I Deterioração rápida da função renal Creatinina >2,5 gr/dl ou clearance creatinina < 20ml/min (< 2 semanas)
• Tipo II
Peritonite bacteriana espontânea Flora intestinal
Bactérias nódulos linfáticos
Bacteriemia
Actividade do sistema fagocitico reticuloendotelial
↓
Peritonite bacteriana espontânea
Peritonite bacteriana espontânea sinais e sintomas em 161 casos Dor abdominal Febre Encefalopatia < Peristaltismo Diarreia Choque séptico Hemorragia digestiva Vómitos Assintomática
80% 70% 58% 32% 19% 16% 15% 13% 10%
Peritonite bacteriana espontânea diagnóstico / tratamento PMN/mm3
cultura
atitude
PBE com cultura positiva
>250
positivo
ATB
PBE com cultura negativa
>250
negativo
ATB
Bacterio-ascite
<250
positivo
rever
Peritonite bacteriana espontânea • PBE ocorre em 20% dos doentes com cirrose e ascite admitidos no hospital • Mortalidade intra hospitalar - 25-40% dos casos com insuficiência renal
• Indicação de transplante hepático – probabilidade de sobrevivência 38% (1º ano), 27% (2º ano), 16% (3º ano)
Encefalopatia porto sistémica • Conjunto de manifestações neuropsiquiátricas em doentes: • com doença hepática crónica ou aguda • Shunts porto sistémicos • e/ou perda de função hepatocelular
Encefalopatia porto sistémica patogenia • Mal entendida: – Eticamente não correcta a colheita de produtos (ex: LCR) – Mecanismos que mantêm a consciência? – Ausência de modelos animais
• Encefalopatia hepática
Encefalopatia porto sistémica patogenia
• • • • •
Neurotoxicidade directa da amónia Neurotoxinas múltiplas sinérgicas Falsos neurotransmissores Benzodiazepinas endógenas Triptofano e seus metabolitos
Encefalopatia porto sistémica classificação • Associada à insuficiência hepática aguda • Associada à doença hepática crónica (cirrose) • Em doentes com função hepatocelular normal / shunts porto-sistémicos
Encefalopatia porto sistémica Apresentação • Sub clínica • Episódio agudo – Espontâneo – Precipitado
• Recorrente – Espontâneo – Precipitado
• Crónica – Grave – ligeiro
Encefalopatia porto sistémica sinais clínicos • • • • • • •
Estado consciência variável Flapping Hiperreflexia Babinski + Disartria Discurso monótono Hiperventilação
Encefalopatia porto sistémica Diagnóstico • • • •
Sintomas e avaliação clínica Amónia sangue arterial Ausência de correlação Electroencefalograma – Alterações inespecíficas – Ondas lentas de grande amplitude – Ondas trifásicas em surtos
Encefalopatia hepática
• Prognóstico após o 1º episódio – sobrevivência 1º ano – 40% – sobrevivência 3º ano – 15%
• Tratamento – Lactulose – Dieta sem proteínas – Antibioterapia